tag:blogger.com,1999:blog-32040976811903369462024-03-14T10:05:37.795+01:00Stargazer@LuxBlogue de astronomia baseado no Luxemburgotomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.comBlogger349125tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-69300560924757627032017-06-29T13:58:00.000+02:002017-07-06T19:59:41.011+02:00Luxemburgo vota "Lei do Espaço" a 13 de Julho<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-V0RBH7oAOBg/WV56SZDk_sI/AAAAAAAACp8/JTPK8YlssVMk-HUkowK5Pqgv8azS_yZpACLcBGAs/s1600/asteroides.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="860" height="180" src="https://2.bp.blogspot.com/-V0RBH7oAOBg/WV56SZDk_sI/AAAAAAAACp8/JTPK8YlssVMk-HUkowK5Pqgv8azS_yZpACLcBGAs/s320/asteroides.jpg" width="320" /></a></div>
O Conselho de Estado do Luxemburgo não emitiu qualquer parecer contra o projeto-lei sobre a exploração de recursos espaciais, a chamada "Lei do Espaço", que deverá ser apresentado e sumetida ao voto na Câmara dos Deputados a 13 de julho próximo.<br />
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O diploma, apresentado em 15 de novembro do ano passado pelo ministro da Economia, Etienne Schneider, prevê que as empresas com sede no Luxemburgo e que exerçam actividade na exploração dos recursos espaciais, possam ser os únicos proprietários desses materiais, o que não é o caso nos EUA, o único outro país do mundo a ter já legislado sobre esta matéria.<br />
<br />
Outra diferença com o "space act" assinado por Barack Obama em 2015, o projecto-lei luxemburguês não exige que o proprietário da empresa tenha a nacionalidade do país onde está sediada ou que uma maioria de accionistas sejam daí naturais.<br />
<br />
No entanto, os accionistas que possuam mais de 10% das partes de uma empresa desse sector, deverão estar devidamente identificados, exige o diploma.<br />
<br />
O texto exige ainda que todas as missões espaciais estejam cobertas por um seguro adequado para todos os riscos e as empresas deverão ainda provar que são financeiramente sólidas.<br />
<br />
O diploma especifica ainda que uma empresa ou o Estado luxemburguês não poderão constituir-se proprietários de um corpo celeste, mas apenas dos recursos do mesmo.<br />
<br />
Desde o anúncio público do ministro Schneider de querer lançar o país na indústria mineria espacial, na primavera de 2016, que várias empresas americanas instalaram as suas sedes europeias no Grão-Ducado, com vista a poderem ser as primeiras a beneficiar desta lei. É o caso da Deep Space Industries, da Planetary Resources e da Laboratory Resources, entre outras.<br />
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<span style="font-size: large;"><b>Colaboração internacional e legislação europeia </b></span><br />
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O Governo do Luxemburgo também tem envidado esforços junto da Comissão Europeia para criar um quadro legal na matéria ao nível europeu.
O Executivo luxemburguês já assinou igualmente acordos de parceria nesta matéria com o Japão, os EUA, os Emirados Árabes Unidos e mais recentemente com Portugal, por ocasião da visita de António Costa, a 5 de abril, ao Grão-Ducado. <br />
<br />
<b>JLC</b><br />
<b>in Contacto</b><br />
<b>29.06.2017</b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-18173334637450600162017-05-18T14:01:00.000+02:002017-06-28T14:01:20.762+02:00Ministro da Economia do Luxemburgo anuncia criação de fundo nacional para financiar exploração de asteróides <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-1yqbGhLzNIQ/WVOZXj51AOI/AAAAAAAABo4/5kEoch2wlkoYo2K5EyptwW_7tWMXCqy7ACLcBGAs/s1600/schneider.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="450" data-original-width="600" height="300" src="https://3.bp.blogspot.com/-1yqbGhLzNIQ/WVOZXj51AOI/AAAAAAAABo4/5kEoch2wlkoYo2K5EyptwW_7tWMXCqy7ACLcBGAs/s400/schneider.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O ministro da Economia luxemburguês, Etienne Schneider </i>Foto: JLC</td></tr>
</tbody></table>
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O ministro da Economia do Luxemburgo, Etienne Schneider, espera fazer aprovar no Parlamento a “Lei do Espaço” até final do ano, criar em 2018 uma agência espacial nacional e um Fundo Espacial, para impulsionar este novo setor económico, que o Governo fixou como aposta em 2016.<br />
<br />
“Fazer dinheiro!”, tal foi a resposta pragmática e direta do ministro da Economia, Etienne Schneider, quando um anónimo lhe perguntou: “Qual o objetivo final do Luxemburgo ao criar uma agência espacial e apostar na exploração de asteróides?”.<br />
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A pergunta foi feita durante o ’Space Forum’ (Fórum do Espaço) do ICT Spring, o Encontro das Novas Tecnologias e do Espaço (este assunto apenas figura no evento desde 2016), que decorreu a 9 e 10 de maio em Kirchberg, pelo oitavo ano consecutivo.<br />
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<b><span style="font-size: large;">Um bilhete para Marte </span></b><br />
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“Até ao fim deste ano deverá estar criado o quadro legal para que empresas sedeadas no Luxemburgo possam explorar os recursos naturais do espaço, o ’space act’ (Lei do Espaço), como alguns lhe chamam. Eu gostaria de ver criada a Agência Espacial Luxemburguesa antes de outubro de 2018 [altura das próximas legislativas], porque a oposição já me comprou um bilhete só de ida para Marte”, brincou Schneider, deixando indiretamente o recado que se os cristãos-sociais (CSV) vierem a governar podem não ver este projeto como prioridade.<br />
<br />
“Vamos criar também um Fundo Nacional do Espaço para financiar a agência espacial. A agência espacial luxemburguesa não será uma entidade estatal, mas uma empresa, uma parceria público-privada entre companhias do ramo espacial e institutos públicos luxemburgueses de investigação e tecnologia, e que terá fins principalmente comerciais.<br />
<br />
Ou seja, as missões serão decididas consoante o interesse económico que suscitarem”, revelou o ministro, desmistificando assim o sonho de muitos de verem nascer no país algo como uma NASA luxemburguesa.<br />
<br />
Schneider foi poético ao citar “Space Oddity” e “Life on Mars” de David Bowie. “Ele inspirou-me a mim e o espaço inspirava-o a ele”. Mas logo voltou à Terra: “Não temos as infraestruturas nem a capacidade para termos baseados os elementos normais de uma indústria espacial pesada no Luxemburgo”, explicou.
O ministro disse que a iniciativa SpaceResources.lu, que o seu ministério lançou em 2016 com o intuito de explorar os recursos naturais do espaço é algo “natural”, que se inscreve na “tradição de precursor do Luxemburgo na indústria espacial”.<br />
<br />
E recordou que em 1985 o Governo luxemburguês criou a SES-Société Européenne de Satélites, que é hoje a maior operadora de satélites de telecomunicações do mundo, projeto que começou por ter muita resistência da sociedade e até do parlamento luxemburguês.
Schneider revelou ainda que o Governo procura atualmente outros executivos que apoiem o Grão-Ducado para conseguir levar a debate na ONU a alteração do Tratado do Espaço de 1967, que é omisso na questão da exploração dos recursos naturais do espaço.<br />
<br />
A Universidade e o LIST, Instituto de Ciência e Tecnologia do Luxemburgo, estão já a trabalhar nesta área, disse o ministro, elogiando o espectrómetro que o LIST conseguiu miniaturizar e que permite determinar os materiais existentes em asteróides.<br />
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O titular da pasta da Economia recordou que este novo setor de atividade, a desenvolver em paralelo com o da logística, visa diversificar a economia nacional e, a termo, diminuir a dependência que o país tem do setor financeiro.<br />
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<b><span style="font-size: large;">Produzir robôs em massa... no Luxemburgo</span></b><br />
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Jim Keravala, diretor da OffWorld, anunciou que a empresa vai instalar-se no Grão-Ducado e vai começar a produzir robôs em grande escala a partir de 2019. Os robots que Keravala tenciona produzir no Grão-Ducado têm o tamanho de formigas e visam fornecer o setor espacial luxemburguês, bem como outras empresas no estrangeiro.<br />
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A notícia foi dada no mesmo debate em que participou o ministro da Economia, que elogiou a iniciativa.<br />
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Baseada em Los Angeles, a OffWorld pretende instalar uma filial no Luxemburgo em 2018 e abrir uma unidade de produção no ano seguinte.<br />
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“Os nossos minirobôs são aparelhos inteligentes do tamanho de formigas, pequenos mas robustos, altamente adaptáveis a qualquer tarefa ou missão, seja num asteróide, planeta, satélite ou sonda, são modulares, reconfiguráveis, podem autoreparar-se e autoreplicar-se, e têm uma enorme capacidade de ’deep learning’ (aprendizagem autónoma)”, explicou o patrão da empresa americana.<br />
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O primeiro trilionário
“O setor espacial, que tem globalmente um volume de negócios que já se eleva hoje a milhares de milhões de dólares, pode rapidamente tornar-se um negócio trilionário”, disse Chris Lewicki, presidente da americana Planetary Resources, que trabalha há um ano com a SpaceResources.lu.<br />
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Lewicki retomou assim uma ideia lançada em 2015 pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson, diretor do Observatório de Nova Iorque, que disse que o primeiro trilionário do mundo seria aquele que investisse na exploração de minérios do espaço, como o ouro e a platina.<br />
<br />
“Quando há potencialidades económicas há sempre investidores privados que aparecem”, disse, por seu lado, Jean-Jacques Dordain, ex-diretor da Agência Espacial Europeia (ESA) e atual conselheiro do ministro Schneider em assuntos do espaço.<br />
<br />
O Governo luxemburguês deve agora pensar em abrir “avenidas” para facilitar as colaborações entre o setor privado e o setor público neste ramo, disse Lewicki, como um recado ao ministro.<br />
<br />
Evocando empresas como a Space X, a Blue Origin (lançadores de foguetões e satélites) ou a Bigelow (habitação orbital e lunar), Lewicki considera que “a revolução industrial espacial” terá as mesmas caraterísticas da revolução industrial do séc. XIX, e que vai mexer com todos os setores, desde o comércio aos transportes, passando pela habitação, a saúde, etc.<br />
<br />
O americano aproveitou para anunciar que a sua empresa, que tem uma filial no Luxemburgo desde 2016, está a recrutar talentos, desde engenheiros a grafistas. “Vamos trabalhar cada vez mais no espaço e a Terra será a nossa nova zona residencial, que deve ser protegida a todo o custo, até porque não podemos esgotar os recursos naturais do nosso planeta quando existem recursos inesgotáveis no espaço”, disse Dordain numa nota mais ambientalista.<br />
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O ICT Spring atraiu durante dois dias cerca de cinco mil visitantes, e contou com a participação de mais de 500 empresas e uma centena de conferencistas de 72 países do ramo das novas tecnologias, robótica, inovação, indústria digital, cibersegurança, fintech e ciências do espaço.<br />
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<b>José Luís Correia, </b><br />
<b>in <a href="https://www.wort.lu/pt" target="_blank">Contacto</a>, 17/05/2017 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-76082817960409954052017-04-27T14:03:00.000+02:002017-06-28T14:04:49.129+02:00Luxemburgo quer acordo multilateral sobre a exploração de recursos espaciais<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-zbQ6-g63sW0/WVOa-h9sNjI/AAAAAAAABpE/iMGe7DOgPow8jVFNhZJdZbsfkTr82oOwQCLcBGAs/s1600/asteroides.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="338" data-original-width="600" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-zbQ6-g63sW0/WVOa-h9sNjI/AAAAAAAABpE/iMGe7DOgPow8jVFNhZJdZbsfkTr82oOwQCLcBGAs/s400/asteroides.jpeg" width="400" /></a></div>
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O vice primeiro-ministro e ministro da Economia do Luxemburgo, Étienne Schneider, defendeu sexta-feira a assinatura de um acordo multilateral a nível internacional sobre a exploração e utilização dos recursos espaciais, durante uma visita oficial ao Japão.<br />
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O ministro luxemburguês tem-se desdobrado em deslocações ao estrangeiro com o objetivo de encontrar parceiros para desenvolver o projeto luxemburguês de explorar mineiro proveniente de asteróides. Mas Etienne Schneider procura também angariar apoios para um acordo multilaterala nível internacioal sobre a exploração e a utilização de recursos espaciais.<br />
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“O progresso tecnológico vai fornecer acesso a fontes de energia e matérias-primas fora da atmosfera terrestre, particularmente os recursos disponíveis em milhões de asteróides que gravitam no sistema solar. Para evitar no futuro a colonização do espaço por qualquer potência mundial, o ‘Outer Space Treaty’ – Tratado do Espaço dassinado na ONU em 1967 – deve ser adaptado às realidades atuais que regulam claramente a exploração e o uso pacífico de recursos espaciais, bem como a responsabilidade sobre os detritos espaciais”, defendeu Schneider no final dos quatro dias de visita ao Japão.<br />
<br />
Um estudo publicado recentemente por uma agência japonesa revela que há mais de 100 milhões de detritos e peças consideradas lixo a orbitar a Terra. A poluição espacial é causada por destroços de equipamentos antigos, como satélites, por exemplo, que podem vir a prejudicar a exploração espacial.<br />
<br />
“A convergência de interesses e sinergias tecnológicas entre os diferentes países deverá fazer avançar o desenvolvimento deste novo setor económico”, considera Schneider. O governante luxemburguês reuniu com o ministro japonês da Ciência e Tecnologia, Toshiei Mizuochi, e com o ministro japonês encarregado pela política espacial, Yosuke Tsuruho. Com os dois responsáveis, Schneider abordou uma potencial cooperação entre o Japão e o Grão-Ducado na iniciativa luxemburguesa SpaceResources.lu.<br />
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“Quero chegar também às Nações Unidas e dar um primeiro passo em direção a um consenso internacional para alcançar um acordo multilateral entre todos os países que partilhem os mesmos pontos de vista sobre este assunto. A convergência de interesses e sinergias tecnológicas entre os diferentes países fará avançar o desenvolvimento deste novo setor económico de forma sustentável e equitativa”, defendeu Schneider perante os ministros nipónicos.<br />
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Recentemente, a empresa japonesa Ispace, que tem a sua filial europeia no Grão-Ducado, assinou um protocolo de cooperação com o Estado luxemburguês, para enviar um robô à Lua. Uma missão que terá como objetivo enviar dados da Lua para a Terra.
Durante a visita, Schneider procurou ainda reforçar as relações económicas bilaterais com o Japão.<br />
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<b>in <a href="https://www.wort.lu/pt" target="_blank">Contacto</a>, 26/04/2017 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-16563818795943976252017-03-03T14:19:00.000+01:002017-06-28T14:19:34.391+02:00Luxemburgo vai ter robô na LuaO Luxemburgo e a empresa japonesa ispace assinaram hoje um acordo com o
objetivo de colocarem um pequeno robô no espaço até ao final de 2017.<br />
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<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://2.bp.blogspot.com/-VgLv96bW6XM/WVOej8-3lwI/AAAAAAAABpk/EvopjQqw4tQb4M_7UmnwnB9zLRTCbIMbgCLcBGAs/s1600/takeshi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="860" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-VgLv96bW6XM/WVOej8-3lwI/AAAAAAAABpk/EvopjQqw4tQb4M_7UmnwnB9zLRTCbIMbgCLcBGAs/s400/takeshi.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O rover de Takeshi Hakamada, da japonesa ispace, pesa menos de 4 kg. Em
comparação, o robô Curiosity (NASA), que está em Marte, pesa 300 kg. </i><br />
<span class="picture-copyright">Foto: JLC</span></td></tr>
</tbody></table>
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O memorando de entendimento foi assinado esta quinta-feira pelo ministro luxemburguês da Economia, Étienne Schneider, e pelo diretor executivo da ispace, Takeshi Hakamada, empresa que desenvolveu o robô.
A longo prazo, a missão do robô passa por enviar dados da Lua para a Terra.
A ‘start-up’ japonesa ispace foi criada por Hakuto, uma equipa finalista do concurso de inovação da Google, o ‘Google Lunar XPRIZE’.<br />
<br />
A empresa - sediada em Tóquio e que se dedica à exploração espacial lunar robótica - já trabalha em conjunto com o Instituto de Ciência e Tecnologia do Luxemburgo (LIST). Uma parceria que irá continuar.<br />
<br />
No âmbito do acordo rubricado esta quinta-feira, a ispace pretende concentrar-se, através do seu novo escritório europeu com sede no Luxemburgo, no desenvolvimento de negócios, em vários serviços técnicos essenciais, incluindo o desenvolvimento da carga útil, engenharia e integração.<br />
<br />
Cinco ou seis engenheiros no Luxemburgo
A ‘start-up’ emprega 20 engenheiros no Japão e está a planear contratar “cinco ou seis” no Luxemburgo.
Já o Luxemburgo contribuirá, através de subvenções ou programas nacionais de investigação e desenvolvimento (R&D) ou da Agência Espacial Europeia (ESA), para cofinanciar atividades relevantes de investigação e desenvolvimento, tais como o "roving spectrometer" da ispace.<br />
<br />
Este projeto visa trazer um inovador espectrómetro de massa desenvolvido pela LIST para a superfície da Lua para explorar as composições elementares do gelo lunar e rególito.
"Temos uma tecnologia de espectrometria de massa que é de grande interesse para aplicações espaciais e a ispace tem meios exclusivos para implantar essa tecnologia no espaço", afirmou Tom Wirtz, que lidera o grupo de Instrumentação Avançada para Ion Nano-Analytics (AINA) da LIST.<br />
<br />
A empresa ispace Europe SA ficará sediado na cidade do Luxemburgo, nas instalações da Paul Wurth InCub, que oferece, em cooperação com a incubadora nacional de empresas Technoport, um programa de apoio dedicado a empresas inovadoras e orientadas para a tecnologia.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">"Lua como um passo estratégico" </span></b><br />
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"Com a chegada da ispace do Japão, damos as boas-vindas a outra empresa estrangeira que escolheu o nosso país como um pólo europeu para o desenvolvimento de tecnologias e capacidades altamente avançadas como a robótica para explorar e extrair recursos no espaço", disse Étienne Schneider, o vice-primeiro-ministro e ministro da Economia do Luxemburgo.<br />
<br />
"É uma grande honra colaborar com o Luxemburgo e ser a primeira empresa de recursos espaciais a ser reconhecida pelo nosso foco na Lua. Vemos a Lua como um marco estratégico para estimular ainda mais a atividade humana no espaço", afirmou, por seu turno, Takeshi Hakamada, CEO da ispace.<br />
<br />
"Com um forte apoio tecnológico, jurídico e financeiro, estamos convencidos de que o Luxemburgo é o melhor lugar para iniciar as nossas operações na Europa", sublinhou.
A iniciativa governamental SpaceResources.lu visa promover e apoiar o uso comercial de recursos obtidos de corpos celestes como asteroides ou da Lua.<br />
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<b>in <a href="http://contacto.lu/">Contacto.lu</a>, 02/03/2017 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-45675255019881620592017-02-24T16:46:00.000+01:002017-03-08T16:46:43.006+01:00Sete exoplanetas descobertos a 39 anos-luz da TerraEm 1610, Galileu Galilei iniciou a astronomia moderna ao utilizar um telescópio, que tinha ele próprio melhorado, para observar a abóbada celeste nocturna. Viu o que ninguém antes tinha podido ver só com os olhos e descobriu, exemplo maior, que o planeta Júpiter tinha quatro luas. Esta descoberta foi muito importante para suportar o modelo heliocêntrico de Copérnico, para além de deitar por terra a exclusividade de só haver lua para a Terra!<br />
<br />
Foram precisos muitos e melhores telescópios, e cerca de 400 anos, para, em 1995, os astrónomos Michel Mayor e Didier Queloz, do Observatório de Genebra, na Suiça, detectarem o primeiro planeta noutro sistema solar que não o nosso. O planeta extra-solar, ou exoplaneta, orbitava a estrela Pégaso-51 a 50 anos-luz de distância da Terra. Descobria-se o que alguns ousados tinham previsto: os planetas que rodeiam o nosso Sol não são os únicos no Universo!<br />
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Depois de duas décadas, já foram detectados mais de 3.500 exoplanetas e os astrónomos e astrofísicos estão convencidos de que pelo menos a maior parte das estrelas serão orbitadas por planetas.
No início de 2015, um artigo de uma equipa internacional com vários cientistas portugueses, cujo primeiro autor é o português Tiago Campante, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, divulgava a descoberta de cinco planetas rochosos, com tamanhos entre Mercúrio e Vénus, no sistema solar Kepler-444. Intensificava-se a procura de planetas semelhantes à nossa Terra, que orbitem a sua estrela na zona dita habitável, em que a existência de água no estado líquido é teoricamente possível.<br />
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Em Maio de 2016, uma equipa internacional liderada por Michaël Gillon, e da qual fazia parte Didier Queloz, publicou, num artigo na revista Nature, que à volta da estrela Trappist-1, uma anã vermelha com apenas 8% da massa do Sol e situada a 39 anos-luz da Terra, tinham sido descobertos três planetas do tamanho do nosso planeta azul. Esta descoberta mobilizou astrónomos de todo o mundo e muitos telescópios - desde o telescópio espacial Spitzer, da NASA, até telescópios situados no Chile, em Marrocos, no Havai, em Liverpool, nas Canárias e na África do Sul – que passaram a escrutinar como nunca antes a estrela TRAPPIST-1.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-b_vQI82zJUE/WMAm7jJ2oPI/AAAAAAAABdU/sLzACofGjjIguBnv6fgovOXxT1jXOZuwwCEw/s1600/trappist.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="187" src="https://2.bp.blogspot.com/-b_vQI82zJUE/WMAm7jJ2oPI/AAAAAAAABdU/sLzACofGjjIguBnv6fgovOXxT1jXOZuwwCEw/s320/trappist.jpg" width="320" /></a></div>
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://3.bp.blogspot.com/-45XTvPLHSQI/WMAm7hhVmoI/AAAAAAAABdY/c_QnEBKnUWY1H1d69JZPuCvCP0tSc2uOgCEw/s1600/trappist2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="160" src="https://3.bp.blogspot.com/-45XTvPLHSQI/WMAm7hhVmoI/AAAAAAAABdY/c_QnEBKnUWY1H1d69JZPuCvCP0tSc2uOgCEw/s320/trappist2.jpg" width="320" /></a></div>
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E o resultado deste esforço observacional astronómico foi agora publicado, novamente na revista Nature, e é uma descoberta extraordinária: TRAPPIST-1 tem pelo menos sete planetas de tamanho semelhante ao da Terra e três deles situam-se na zona habitável.<br />
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Os seus nomes são TRAPPIST-1b, c, d, e, f, g, h, por ordem crescente de distância à estrela.
“Descobrimos que cinco dos planetas (b, c, e, f, g) têm tamanhos semelhantes à Terra, enquanto os outros dois (d, h) têm um tamanho intermédio entre Marte e a Terra.<br />
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<a href="https://3.bp.blogspot.com/-pNtu6TUnUAA/WMAm6GmqGyI/AAAAAAAABdQ/zEzvie_WDUYKI5_qLtQJcsFrPNVWabhJACLcB/s1600/catarina_fernandes.png" imageanchor="1" style="clear: right; float: right; margin-bottom: 1em; margin-left: 1em;"><img border="0" height="135" src="https://3.bp.blogspot.com/-pNtu6TUnUAA/WMAm6GmqGyI/AAAAAAAABdQ/zEzvie_WDUYKI5_qLtQJcsFrPNVWabhJACLcB/s200/catarina_fernandes.png" width="200" /></a>A massa estimada para os seis planetas mais interiores sugere a existência de composições rochosas”, pode ler-se no artigo cujo autor principal é de novo Michaël Gillon e de cuja equipa faz parte a portuguesa Catarina Fernandes (foto), que está a fazer o doutoramento em astrofísica na Universidade de Liège, na Bélgica.
Esta descoberta já está a mobilizar mais meios telescópicos.<br />
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O telescópio espacial Hubble já está a estudar a composição das eventuais atmosferas dos planetas do sistema solar TRAPPIST-1. E muita expectativa se existe sobre o que é que se poderá descobrir com a próxima geração de telescópios, como o telescópio espacial James Webb (da NASA) e o Telescópio Europeu Extremamente Grande (do ESO). Estes irão procurar moléculas compatíveis teoricamente com a existência de uma actividade biológica.
As questões sobre a existência de vida extraterrena elevam-se, assim, para além do sonho que a ciência fertiliza.<br />
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<b>António Piedade </b><br />
in Ciência Viva Regional tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-54505154112616201552017-02-22T23:48:00.000+01:002017-03-08T16:51:03.877+01:00Descobertos sete exoplanetas com condições para ter água na vizinhança do nosso Sistema SolarUma equipa internacional de astrónomos, incluindo a portuguesa Catarina Fernandes, detetou fora do sistema solar sete planetas semelhantes à Terra, onde a água, elemento fundamental para a vida, poderá existir em estado líquido, foi hoje anunciado.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://1.bp.blogspot.com/-TeLDgyfE6ko/WMAn2khXwqI/AAAAAAAABdc/MVNTIzKWRGIG7LxSf0HiFNDvcegisjksgCLcB/s1600/trappist3.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="https://1.bp.blogspot.com/-TeLDgyfE6ko/WMAn2khXwqI/AAAAAAAABdc/MVNTIzKWRGIG7LxSf0HiFNDvcegisjksgCLcB/s400/trappist3.jpg" width="400" /></a></div>
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Os sete exoplanetas (planetas fora do Sistema Solar) têm um tamanho e uma massa aproximados ao da Terra e orbitam uma estrela anã extremamente fria, a TRAPPIST-1, localizada a cerca de 39 anos-luz do Sol, revela o estudo da equipa, divulgado hoje pela revista científica Nature.
Apesar de a estrela ser 'ultrafria', o estudo sugere que em seis dos planetas extrassolares potencialmente habitáveis, os que estão mais perto da TRAPPIST-1, a temperatura à superfície pode oscilar entre os 0ºC e os 100ºC.
O grupo de cientistas estima que estes seis planetas sejam rochosos como a Terra.<br />
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A investigação surge na continuidade de uma outra, em que a equipa de astrónomos, liderada por Michaël Gillon, da Universidade de Liège, na Bélgica, concluiu haver três exoplanetas em torno da estrela anã, mais pequena do que o Sol.
Motivado pela descoberta, anunciada em maio, o grupo, do qual faz parte Catarina Fernandes, encetou uma campanha de monitorização fotométrica (medição da luz) da estrela, a partir de telescópios espaciais, como o Spitzer, e terrestres, que permitiu identificar mais quatro exoplanetas no sistema estelar TRAPPIST-1.<br />
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No trabalho agora publicado, e que levou a agência espacial norte-americana NASA, que opera o telescópio Spitzer, a convocar uma conferência de imprensa para hoje, Michaël Gillon e colegas ressalvam que são necessárias mais observações para caraterizar em pormenor os planetas, em particular o sétimo, o mais afastado da estrela e cujo período orbital e interação com os restantes planetas continua a ser um mistério.
A estrela anã deve o seu nome ao telescópio belga TRAPPIST, instalado no Chile.<br />
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Em agosto, uma outra equipa internacional de investigadores, liderada pelo astrónomo Guillem Anglada-Escudé, da universidade britânica Queen Mary, anunciou a descoberta de um planeta extrassolar a orbitar a estrela mais perto do Sol, a Próxima de Centauro, uma anã vermelha relativamente fria localizada a 4,22 anos-luz da Terra.
De acordo com o grupo de cientistas, o planeta em causa, o mais próximo da Terra, o Próxima b, tem uma temperatura adequada para ter água líquida à sua superfície, pelo menos nas regiões mais quentes, e eventualmente vida tal como se conhece.<br />
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Ao contrário dos exoplanetas do estudo hoje divulgado, o Próxima b tem uma massa 1,3 vezes superior à da Terra.
O clima do Próxima b é igualmente muito diferente do do 'planeta azul', sendo pouco provável que tenha estações devido à sua rotação e à forte radiação emitida pela sua estrela.<br />
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in <a href="http://www.contacto.lu/" target="_blank"><b>www.contacto.lu </b></a>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-2956120392659853092016-05-19T14:15:00.000+02:002017-06-28T14:15:22.589+02:00“O Luxemburgo soube transformar uma ameaça em oportunidade”, diz Jean-Jacques Dourdain, ex-director da ESA<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-56dWmHMQ-8U/WVOcReoA0fI/AAAAAAAABpY/fKM2hLgOGvoffd4c3ZoMEGosdpy7bA-sQCLcBGAs/s1600/dordain.jpeg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" data-original-height="399" data-original-width="600" height="265" src="https://1.bp.blogspot.com/-56dWmHMQ-8U/WVOcReoA0fI/AAAAAAAABpY/fKM2hLgOGvoffd4c3ZoMEGosdpy7bA-sQCLcBGAs/s400/dordain.jpeg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O ministro da economia do Luxemburgo, Etienne Schneider, e <br />Jean-Jacques Dourdain, ex-director da ESA</i> Foto: ESA</td></tr>
</tbody></table>
<b>“Com o projecto de extrair minério em asteróides, o Luxemburgo soube transformar uma ameaça em oportunidade”, considera Jean-Jacques Dordain, ex-director da Agência Espacial Europeia (ESA) e actual consultor do Governo luxemburguês para as questões espaciais. </b><br />
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A afirmação do francês, engenheiro de formação e que dirigiu a ESA entre 2003 e 2015, foi feita durante o Fórum ICT Spring, encontro sobre novas tecnologias que decorreu na semana passada, em Kirchberg.<br />
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Este ano, o fórum foi dedicado ao Espaço, como forma de responder à agenda científica e económica traçada recentemente pelo ministro da Economia luxemburguês, Etienne Schneider. Em Fevereiro o ministro anunciou que o Governo do Luxemburgo quer adoptar um quadro legal que permita às empresas privadas que decidam instalar-se no país para explorarem minério espacial de terem assegurados os “seus direitos” aos recursos extraídos dos asteróides.<br />
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“O Luxemburgo é o lugar certo para lançar este projecto de explorar asteróides. É um país com tradição no espaço, com a SES, que é a segunda operadora mundial de satélites [baseada em Betzdorf] e na extracção de minério, graças ao seu passado siderúrgico. E como praça financeira é também o local certo para encontrar investimento para este novo sector”, acrescentou Dordain, na conferência dedicada a este tema, integrada no Fórum ICT.<br />
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“Fiquei muito surpreendido e contente quando o Estado luxemburguês me contactou”, confiou Dordain, para quem esta decisão do Grão-Ducado é “inteligente”.<br />
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“A Terra é finita e a penúria de minérios vai aumentar nos próximos anos. É preciso olhar mais além. Ao investir na exploração de minérios do espaço, que tem recursos minerais ilimitados, não só vamos poupar o nosso planeta à extracção intensiva como pode revelar-se uma formidável nova fonte de rendimentos, que podem ser substanciais”, disse o consultor.<br />
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No público, alguém lembrou que o chefe-astrónomo do Observatório de Nova Iorque, Neal deGrasse Tyson, já dissera em 2013 que “o primeiro trilionário do mundo será alguém que souber extrair os recursos naturais dos asteróides, que são raros na Terra, mas abundantes no espaço, como a água, a platina, o ouro e o irídio”.<br />
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“Apesar de ser uma indústria ainda pequena à escala global, em 2014 o sector espacial cresceu 9% em relação ao ano anterior e atingiu os 330 mil milhões de dólares anuais. Cerca de 76% da economia espacial mundial está ligada aos voos comerciais, o resto são investimentos governamentais” das nações ditas espaciais – EUA, Rússia, Canadá, UE, Japão e China – lembrou, por seu lado, Daniel Faber, da Deep Space Industries (DSI), com a qual o Governo luxemburguês assinou um contrato para a exploração de asteróides.<br />
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Para o australiano da DSI, “os asteróides são as “baratas do espaço”. Silêncio na sala. “Eu explico”, continua Faber, “para mim, os asteróides são como as baratas porque podemos usá-los e esmagá-los antes que mordam”. Gargalhada geral.
Sem o objectivo de ser um “designío nacional”, como o lançado por John F. Kennedy, que queria que os EUA fossem a primeira nação a chegar à Lua nos anos 60, o Governo do Luxemburgo vê este
projecto como algo transversal a
toda a sociedade e economia do país.<br />
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“O Governo luxemburguês está empenhado em atrair o maior número de sectores da economia nacional para o seu projecto de exploração e extracção de minérios em asteróides, da educação à saúde, passando pelas telecomunicações, novas tecnologias, indústria e outros”, garantiu Mathias Link, que é também um dos consultores de Etienne Schneider para o espaço.<br />
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Depois de o Presidente Obama ter promulgado o ’Space Act’ nos EUA, legislação que autoriza a exploração comercial das riquezas encontradas em asteróides e na Lua, “o Luxemburgo foi o primeiro país do mundo a reagir e apenas dois meses depois (em Fevereiro deste ano) lançou este projecto”, recordou Mathias Link.<br />
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“Actualmente há cada vez mais empresas privadas a apostar neste sector, que vêem o espaço como uma grande oportunidade económica, e apraz-nos afirmar que o Luxemburgo está no pelotão da frente”, acrescentou Link.<br />
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“O sector espacial está a mudar e a democratizar-se muito rapidamente. Hoje o acesso ao espaço é cada vez mais barato”, disse Dordain.<br />
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<span style="font-size: large;">“ÁGUA VAI SER O RECURSO NATURAL DO SÉC. XXI” </span><br />
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Um dos elementos essenciais que estas novas empresas contam encontrar nos asteróides é água, que existe também em cometas, muitos planetas e até na Lua.
“A água vai ser o recurso natural do século XXI, como o petróleo foi o do século XX”, disse por seu lado Chris Lewicki, que trabalhou dez anos como engenheiro na NASA e agora dirige a sua própria empresa, a Planetary Resources, que também planeia explorar asteróides.<br />
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“Vamos precisar de água nas futuras estações espaciais, a ISS [a Estação Espacial Internacional] só deverá funcionar até 2024, e nas viagens interplanetárias”, disse Lewicki. Ao que alguém no público lembrou que da água pode também ser extraído o oxigénio para os sistemas de vida das naves. “Para quê levar água da Terra se ela existe no espaço?”, perguntou o patrão da Planetary Resources, que também está em negociações com o Governo luxemburguês.<br />
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Para Lewicki, “a Humanidade tem que ir além da Lua e da órbita baixa da Terra”, onde orbita a ISS. “Está na altura de expandirmos a esfera económica humana no Sistema Solar”. Jean-Jacques Dordain concorda: “Explorar os recursos do espaço vai tornar o voo espacial mais fácil e isso vai ajudar-nos a chegar a Marte e a explorar o resto do Sistema Solar”.<br />
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<span style="font-size: large;">NAVE SERÁ CONSTRUÍDA
NO LUXEMBURGO </span><br />
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Daniel Faber aproveitou para revelar o que envolve o contrato da DSI com o Estado luxemburguês. A primeira fase passa pela concepção da nave Prospector-X, protótipo para voos-teste, e que deverá ser construída no Grão-Ducado. As naves seguintes serão a Prospector-1, que vai deixar a órbita terrestre e pousar num asteróide, a Harvester-X, que testará a extracção de minério num asteróide, e a Harvester-1, pensada já para a extracção em grande escala. Para já, a empresa californiana tem apenas um escritório no boulevard Royal, na capital luxemburguesa, e não adiantou mais pormenores sobre em que unidade fabril, existente ou futura, será construída a ou as naves.<br />
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Durante esta palestra, a empresa japonesa Ispace e a alemã PT-Scientists, apresentaram os seus robots-rovers lunares, ambos candidatos ao “Google Lunar Xprize”, concurso internacional que vai atribuir 30 milhões de dólares ao projecto mais promissor para explorar o nosso satélite natural.
Os donos da DSI e da Planetary Resources quiseram saber se os rovers podiam circular em asteróides e outros corpos celestes, mas admitem que o facto de haver água e prata na Lua não é suficiente para suscitar o seu interesse.<br />
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“A Lua não é interessante, os asteróides são mais ricos em recursos”, disseram.
O debate com os especialistas abordou ainda o futuro da propulsão de naves, os vaivéns ’low-cost’ com decolagem e aterragem vertical, os sistemas de vida das naves, as comunicações espaciais, as plataformas orbitais e o futuro incerto da ISS, os lançadores de foguetões e a viagem para Marte, assuntos que saíram em poucos anos da ficção científica para fazer parte da ciência e das notícias do dia-a-dia.<br />
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No Fórum ICT Spring Luxembourg 2016 estiveram especialistas de 72 países e nos diferentes debates foram abordados temas como a conectividade global, o sector da e-Saúde e a “era da abundância”, termo inspirado na série Star Trek sobre uma hipotética economia anti-capitalista futurista, e que neste caso concreto debateu a forma como a tecnologia está (ou não) a fomentar o bem-estar da Humanidade.<br />
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Neste fórum foi também debatido como as novas tecnologias estão a mudar a forma de as empresas contratarem pessoal e até um novo desporto (tekball) que nasceu no Luxemburgo.<br />
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<b>José Luís Correia </b><br />
<b>in <a href="https://www.wort.lu/pt" target="_blank">Contacto</a>, 18/05/2016 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-58229783327336952862016-05-07T14:22:00.000+02:002017-06-28T14:24:48.990+02:00Governo luxemburguês assina acordo com empresa americana para exploração de minério em asteróides<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-TV4l7tpT0FU/WVOfF6bhIpI/AAAAAAAABp4/UC1wnt6X_SonNkrgPUlH0gg7LBsaCRZEwCLcBGAs/s1600/dsi.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="860" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-TV4l7tpT0FU/WVOfF6bhIpI/AAAAAAAABp4/UC1wnt6X_SonNkrgPUlH0gg7LBsaCRZEwCLcBGAs/s400/dsi.jpg" width="400" /></a></div>
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O Governo luxemburguês assinou esta quinta-feira um memorando de entendimento com a empresa norte-americana especializada na exploração em voos espaciais, Deep Space Industries (DSI), e com o banco Société Nationale de Crédit et d'Investissement para a "exploração, uso e comercialização de recursos extraídos em asteróides", refere o Ministério da Economia em comunicado.<br />
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O acordo envolve uma cooperação entre o Governo e a Deep Space Industries para desenvolver e lançar a primeira nave, Prospector-X, que vai explorar recursos minerais em asteróides.
"Esta promissora cooperação com a DSI, no âmbito da iniciativa spaceresources.lu, demonstra claramente o forte empenho do Governo luxemburguês em apoiar a exploração e uso futuro dos recursos espaciais.<br />
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As negociações para formalizar a nossa relação com outras empresas que operam neste domínio estão em andamento. O nosso objectivo é atrair actividades de investigação espacial e capacidades tecnológicas para o Luxemburgo, que alberga um sector espacial cada vez mais importante como parte dos nossos contínuos esforços para diversificar a economia nacional", disse o ministro da Economia, Etienne Schneider.<br />
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O primeiro passo para a exploração do espaço foi dado em Fevereiro, quando o Luxemburgo tornou-se no primeiro país a criar um quadro regulamentar e jurídico favorável às empresas que queiram explorar comercialmente o espaço.
Essa iniciativa luxemburguesa teve lugar dois meses depois de Barack Obama ter promulgado o "Space Act", que autoriza a exploração comercial das riquezas encontradas nos asteróides e na Lua.<br />
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O "Space Act" estabelece que todos os recursos encontrados por um cidadão ou empresa norte-americana no satélite natural da Terra ou em corpos celestes passarão a pertencer a quem os descobriu.
Um dos primeiros objectivos da Deep Space Industries é conseguir encontrar água no interior dos asteróides, que poderá servir como meio de propulsão da nave (em vez de outros combustíveis) e depois passar à exploração de metais preciosos como o outro ou a platina.<br />
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<b>in <a href="http://contacto.lu/">Contacto.lu</a>, 06/05/2016 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-70014566176177187012016-05-03T13:59:00.002+02:002016-05-03T14:00:16.925+02:00Descobertos três exoplanetas que podem abrigar vida, a 40 anos-luz da Terra<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://3.bp.blogspot.com/-DCHNnyecvwI/VyiRQmDUD3I/AAAAAAAABGw/N5Z8UxBVU54hY5wWVPKe-T4bnMxWgs3ewCLcB/s1600/trappist-1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="280" src="https://3.bp.blogspot.com/-DCHNnyecvwI/VyiRQmDUD3I/AAAAAAAABGw/N5Z8UxBVU54hY5wWVPKe-T4bnMxWgs3ewCLcB/s400/trappist-1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Impressão artística da estrela anã muito fria TRAPPIST-1 e dos seus três planetas </i>Imagem: ESO</td></tr>
</tbody></table>
Qual o melhor local para procurar sinais de vida no Universo? Novos resultados obtidos por uma equipa internacional de astrónomos sugerem que devemos observar perto de estrelas anãs muito frias.<br />
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Estas estrelas são muito ténues, muito mais frias e vermelhas que o Sol e em termos de tamanho não são muito maiores que Júpiter. No entanto, são muito comuns, constituindo cerca de 15% das estrelas existentes na vizinhança do Sol.<br />
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A estrela 2MASS J23062928-0502285, também conhecida por TRAPPIST-1, é uma anã muito fria situada na constelação do Aquário.<br />
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Encontra-se a apenas 40 anos-luz da Terra, por isso apesar de ser muito ténue, os astrónomos conseguiram obter medições muito precisas com o telescópio TRAPPIST, instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile.<br />
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Em órbita da estrela giram três planetas do tamanho da Terra, que podem ter regiões passíveis de sustentar vida. Estes são os primeiros planetas deste tipo que se descobriram em torno de uma anã muito fria e são o melhor alvo para telescópios futuros procurarem sinais de vida noutros locais do Universo.<br />
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<br />tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-88405149703285085722016-03-02T08:27:00.002+01:002016-03-02T08:27:56.184+01:00Astronautas Scott Kelly, Mikhail Kornienko e Sergueï Volkov regressaram à Terra após quase um ano na ISS<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-E1cgcPXbzdI/VtaV3GUgIQI/AAAAAAAABGc/LsaJz4nuvz8/s1600/kelly.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="266" src="https://1.bp.blogspot.com/-E1cgcPXbzdI/VtaV3GUgIQI/AAAAAAAABGc/LsaJz4nuvz8/s400/kelly.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>O astronauta americano Scott Kelly </i>Foto: NASA</td></tr>
</tbody></table>
Três astronautas da Estação Espacial Internacional (ISS), incluindo o norte-americano Scott Kelly e os russos Mikhail Kornienko e Sergueï Volkov, que passaram quase um ano no espaço, regressaram esta quarta-feira à Terra após uma experiência que antecede uma potencial missão a Marte.<br />
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Os cosmonautas russos Sergueï Volkov e Mikhaïl Kornienko e o astronauta americano Scott Kelly aterraram conforme previsto nas estepes do Cazaquistão pelas 4h27 (+ 1h no Luxemburgo), anunciaram o centro de controlo russo Roscosmos e a NASA.<br />
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Kelly e Kornienko passaram 340 dias na ISS para preparar futuras missões a Marte, enquanto Volkov esteve a bordo mais de cinco meses. tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-49984749763924102032016-02-16T12:40:00.001+01:002016-02-16T12:40:06.679+01:00China constrói maior rádiotelescópio do mundo em Guizhou para procurar vida extratterestre<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-xqKkrKRrA2c/VsMKVfiY-aI/AAAAAAAABGM/eh5yz0QyYwo/s1600/fast.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="216" src="https://1.bp.blogspot.com/-xqKkrKRrA2c/VsMKVfiY-aI/AAAAAAAABGM/eh5yz0QyYwo/s400/fast.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Foto: China National Space Agency (CNSA)</td></tr>
</tbody></table>
A China vai deslocar quase 10 mil pessoas para abrir espaço para a construção do maior radiotelescópio do mundo, com o objectivo de detectar sinais de vida extraterrestre, avançou hoje a imprensa estatal.<br />
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O rádiotelescópio "Five hundred meter Aperture Spherical Telescopeestrutura" (FAST), com 500 metros de altura, será erguido no cantão de Pingtang, província de Guizhou, sudoeste do país, e irá começar a operar este ano.<br />
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Os funcionários locais deverão realojar 9.110 residentes dentro de uma área de cinco quilómetros em redor da construção, de acordo com a agência oficial chinesa Xinhua.<br />
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O objectivo é "criar um ambiente seguro para a difusão de ondas eletromagnéticas", escreve a Xinhua, citando um funcionário local, Li Yuecheng.<br />
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Os residentes serão recompensados em 12 mil yuan (cerca de 1.650 euros) e alguns receberão subsídios extra para alojamento, indica a agência.<br />
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O radiotelescópio a ser construído em Guizhou deverá custar 1,2 mil milhões de yuan (165 milhões de euros) e superará o actual maior do mundo, localizado no Observatório de Arecibo, em Porto Rico, e que tem 300 metros de diâmetro.<br />
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Citado anteriormente pela Xinhua, o director do Sociedade Astronómica da China referiu que a alta sensibilidade do aparelho "ajudará a procurar por vida inteligente fora da galáxia".<br />
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Pequim tem um plano de exploração espacial orçamentado em milhares de milhões de euros, que prevê a construção de uma estação espacial permanente na órbita da Terra e, possivelmente, uma missão humana na Lua. tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-8938759255117701832016-02-13T11:35:00.000+01:002016-02-13T11:35:00.160+01:00Terra diz adeus a Philae<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://4.bp.blogspot.com/-aJHSjk1_aBc/Vr3s1uyIQgI/AAAAAAAABF8/niBONKqOP98/s1600/philae.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="200" src="https://4.bp.blogspot.com/-aJHSjk1_aBc/Vr3s1uyIQgI/AAAAAAAABF8/niBONKqOP98/s400/philae.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: ESA</td></tr>
</tbody></table>
A probabilidade de estabelecer contacto com o robot europeu Philae, que está no cometa Chouri há sete meses e em silêncio, é "quase zero" e "chegou a hora de dizer adeus" ao equipamento, declarou na sexta-feira (dia 12), num comunicado, a Agência Espacial Alemã (DLR).<br />
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O centro de controlo de aterragem parou de enviar comandos a Philae, segundo a DLR, numa nota intitulada "Chegou a hora de dizer adeus à Philae".<br />
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Entretanto, a sonda espacial Rosetta "continua ainda à escuta" do Philae, sublinhou a agência espacial francesa (CNES), num comunicado separado.<br />
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"Há realmente muito pouca esperança de receber um sinal" do Philae, declarou à agência de notícias francesa AFP Stephan Ulamec, um responsável DLR.<br />
<br />
O cometa Chouri move-se para longe do Sol, o que significa que os painéis solares do robot recebem menos luz.
As antenas de recepção do robot continuam ligadas e "continuamos a estar preparados no caso de a Philae acordar", disse Ulamec. "Mas, para ser honesto e realista, é muito improvável que escutemos novamente o Philae", disse Stephan Ulamec.<br />
<br />
Philae, que viajou na sonda espacial Rosetta, realizou a 12 de Novembro de 2014 uma aterragem histórica sobre o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (Churi).<br />
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Equipada com dez instrumentos, trabalhou durante 60 horas antes de "adormecer" por falta de energia.
Voltou a "acordar" em Junho de 2015, mas não deu mais sinais de funcionamento desde 9 de Julho.<br />
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A sonda Rosetta foi lançada em Março de 2004, e está a orbitar o cometa 67/P desde o ano passado.<br />
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Em Novembro de 2014, a 500 milhões de quilómetros da Terra e após uma viagem de 10 anos, o Philae tornou-se o primeiro objecto de fabrico humano a pousar num cometa. tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-57850701013431377122016-02-11T21:24:00.000+01:002016-02-12T15:24:56.934+01:00Detectadas pela primeira vez ondas gravitacionais que confirmam teoria de Einstein<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://1.bp.blogspot.com/-XAGFLr-5Uds/Vr3qsxDNXzI/AAAAAAAABFw/jiW_SSkr6zw/s1600/ondas%2Bgravitacionais%2B-%2BNasa.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="246" src="https://1.bp.blogspot.com/-XAGFLr-5Uds/Vr3qsxDNXzI/AAAAAAAABFw/jiW_SSkr6zw/s320/ondas%2Bgravitacionais%2B-%2BNasa.png" width="320" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Imagem: Nasa</i></td></tr>
</tbody></table>
Os dois detectores da experiência Advanced LIGO (Laser Interferometer Gravitational-Wave Observatory) parecem ter observado directamente, e pela primeira vez, ondas gravitacionais.<br />
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A existência destas deformações no espaço-tempo, que se propagam à velocidade da luz, é a última grande previsão da Teoria da Relatividade Geral de Einstein ainda não verificada.<br />
<br />
A confirmar-se — em ciência é fundamental a verificação independente de cada alegada descoberta — trata-se de um momento histórico, precisamente no ano em que a Relatividade Geral completa 100 anos.<br />
<br />
A detecção abre uma janela para o estudo de um Universo, até agora largamente desconhecido, de fenómenos extremos como colisões de estrelas de neutrões, de buracos negros e o colapso gravitacional de estrelas maciças.<br />
<br />
As perspectivas são excitantes nesta área com a entrada em funcionamento ainda este ano do Advanced VIRGO, um detector semelhante construído nos arredores de Pisa, Itália, resultado de uma colaboração entre vários países europeus. O plano é usar os três detectores como um só instrumento mais sensível e fidedigno.<br />
<br />
A descoberta foi anunciada numa conferência de imprensa que teve lugar quinta-feira (dia 10 Fev) no National Press Club, em Washington.<br />
<br />
A equipa do LIGO reportou a detecção de um sinal com uma significância estatística de 5.1 sigma ou seja, os cientistas têm 99.9999% de certeza de que é real. O sinal foi observado por ambos os detectores do LIGO e movia-se aparentemente à velocidade da luz.<br />
<br />
Mais extraordinária é a origem das ondas gravitacionais. O sinal apresentava uma forma muito característica, consistente com o padrão gerado pela colisão de dois buracos negros. A análise dos dados permitiu deduzir que os dois corpos teriam massas individuais de 36 e 29 massas solares formando um buraco negro único de 62 massas solares após a colisão. A diferença de massa — 3 massas solares — foi emitida sob a forma de ondas gravitacionais! Repito: três massas solares transformadas em energia!<br />
<br />
Por um breve instante, o sistema emitiu 50 vezes mais energia do que todas as estrelas do Universo combinadas! O sinal era tão claro que os astrónomos puderam observar o “badalar” do novo objecto enquanto dissipava energia até estabilizar num buraco negro rotativo.<br />
<br />
Os cientistas estimam que a colisão se deu numa galáxia a uma distância de 1.3 mil milhões de anos-luz. A descoberta vem descrita num artigo na revista Physical Review Letters (edição de 11 de Fev.).<br />
<br />
<b>Luís Lopes</b><br />
(Fonte: Ciência Viva na Imprensa Regional)tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-28006719528846257092016-02-04T14:30:00.000+01:002017-06-28T14:30:59.603+02:00Luxemburgo lança-se na corrida ao ouro e minérios do espaço<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="https://2.bp.blogspot.com/-CBJYtp-xbqg/WVOhPB1uMXI/AAAAAAAABqE/_f2Zgl-g8Uo8rQRTl3uNPkFb3Zqq7XRUACLcBGAs/s1600/minerio.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" data-original-height="484" data-original-width="860" height="225" src="https://2.bp.blogspot.com/-CBJYtp-xbqg/WVOhPB1uMXI/AAAAAAAABqE/_f2Zgl-g8Uo8rQRTl3uNPkFb3Zqq7XRUACLcBGAs/s400/minerio.jpg" width="400" /></a></div>
O Luxemburgo quer atrair empresas e investidores para explorar os recursos naturais no espaço, incluindo minérios em asteróides, como o ouro ou a platina. O anúncio foi feito esta quarta-feira pelo ministro da Economia luxemburguês, Etienne Schneider, que sublinhou que o Grão-Ducado é o primeiro país europeu a criar um "quadro regulamentar e jurídico" favorável às empresas que queiram explorar comercialmente o espaço.<br />
<br />
A iniciativa surge dois meses após a promulgação pelo presidente americano Barack Obama do "Space Act", uma lei que autoriza a exploração comercial das riquezas encontradas nos asteróides e na Lua. O "Space Act" estabelece que todos os recursos encontrados por um cidadão ou empresa norte-americana no satélite natural da Terra ou em corpos celestes passarão a pertencer a quem os descobriu.<br />
<br />
"O Luxemburgo também quer ter um quadro regulamentar e jurídico para preparar a exploração do espaço", disse à AFP o ex-director da Agência Espacial Europeia (ESA), Jean-Jacques Dordain, conselheiro do Governo luxemburguês nesta matéria.
As empresas privadas que decidam instalar-se no país para explorarem este sector terão assegurados os "seus direitos" aos recursos extraídos dos asteróides, como por exemplo minerais raros, explicou o ministro.<br />
<br />
O Governo luxemburguês também vai investir na exploração comercial do espaço, financiando projectos de investigação e desenvolvimento nesta área ou investindo em empresas, através de participações directas no capital. O orçamento para esta iniciativa, baptizada spaceresources.lu, ainda não foi determinado.<br />
<br />
"O nosso objectivo é permitir aceder a recursos valiosos que não estão ainda a ser explorados, situados em rochedos sem vida no espaço, sem prejudicar os habitats naturais", assegurou Etienne Schneider.
Questionado sobre a razão para não desenvolver esta iniciativa no âmbito da Agência Espacial Europeia (ESA), uma organização de que o Luxemburgo e 22 Estados-membros fazem parte, o ministro disse que "o ritmo de trabalho da ESA não é o [s]eu".<br />
<br />
Na Agência, "todos os projectos de investimento levam anos de discussão e depois discute-se durante anos onde é que os investimentos vão ser feitos e quais serão as consequências para cada Estado-membro", justificou.<br />
<br />
"Além disso, eu sou ministro da Economia do Luxemburgo, e interessa-me atrair a actividade económica ao Luxemburgo e não à União Europeia em geral", reconheceu.
Segundo o ministro, a empresa norte-americana Planetary Resources, que desenvolve técnicas para extrair minérios de asteróides, diz estar "ansiosa" para trabalhar com o Luxemburgo.<br />
<br />
A empresa americana Deep Space Industries, que anunciou que vai começar a explorar minérios em asteróides já este ano, já se mostrou igualmente interessada, disse Schneider.<br />
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<b>in<a href="https://www.wort.lu/pt/luxemburgo/luxemburgo-lanca-se-na-corrida-ao-ouro-e-minerios-do-espaco-56b236100da165c55dc5259d" target="_blank"> Contacto.lu</a>, 03/02/2016 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-37947311135164883622016-01-30T11:39:00.000+01:002016-01-30T11:39:16.439+01:00Astrónomos da Babilónia já tinham uma geometria sofisticadaOs astrónomos da Babilónia inventaram fórmulas matemáticas e geométricas muito sofisticadas para seguir Júpiter, revelando conhecimentos que se supunha terem sido adquiridos vários séculos depois, segundo <a href="http://www.sciencemag.org/news/2016/01/math-whizzes-ancient-babylon-figured-out-forerunner-calculus" target="_blank">um estudo publicado na mais recente edição da revista Science</a>.<br />
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<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-jeZTy68KxkM/VqySJ1OIKnI/AAAAAAAABFg/7cVkplR_2gg/s1600/babilonia.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="275" src="http://2.bp.blogspot.com/-jeZTy68KxkM/VqySJ1OIKnI/AAAAAAAABFg/7cVkplR_2gg/s320/babilonia.jpg" width="320" /></a></div>
<br />
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O arqueólogo na área da astronomia Mathieu Ossendrijver, da Universidade Humboldt, em Berlim, fez a descoberta ao examinar inscrições cuneiformes em placas de argila datadas de 350-50 a.C. que estão no Museu Britânico, em Londres.<br />
<br />
Até agora, os historiadores da ciência acreditavam que os sábios da Babilónia - situada onde é hoje o Iraque - tinham previsto o movimento do Sol, dos planetas e da Lua recorrendo a fórmulas aritméticas simples e na sequência de observações do céu no deserto.<br />
<br />
Porém, os autores do estudo concluíram que os antigos estudiosos inventaram conceitos matemáticos e geométricos que descrevem a relação entre o movimento, o tempo e a posição dos objetos celestes, conceitos bastante familiares para os físicos e matemáticos modernos mas que se pensava terem surgido muitos séculos mais tarde.<br />
<br />
Foi ao comparar fotografias de fragmentos de placas com textos babilónicos mais antigos com as placas que estão no Museu Britânico que Mathieu Ossendrijvern descobriu que as fórmulas se referiam a uma forma geométrica de trapézio que permitia calcular o movimento de Júpiter, o planeta associado a Marduk, o deus padroeiro da cidade da Babilónia.<br />
<br />
Os cálculos que figuram nas placas cobrem um ciclo de 60 dias do movimento de Júpiter, que começa no primeiro dia em que o planeta surge no céu pouco antes do amanhecer, explicou Mathieu Ossendrijver, um astrofísico que se tornou historiador.<br />
<br />
Neste intervalo, o movimento de Júpiter explica-se pela combinação complexa das órbitas da Terra e de Júpiter em torno do Sol.
As inscrições dos astrónomos da Mesopotâmia revelam representações geométricas dos objetos mais sofisticadas do que as da Grécia Antiga, com uma dimensão que representa o tempo, assinalou o historiador Alexander Jones, da Universidade de Nova Iorque, que não esteve envolvida no estudo.
Esses conceitos não foram "redescobertos" antes do início do século 14 na Europa, o que mostra o "génio desses estudiosos desconhecidos", acrescentou.<br />
<br />
Segundo o historiador de astronomia John Steele, da Universidade de Brown, nos EUA, que também não participou no estudo, a investigação agora divulgada "é um contributo muito importante para a história da astronomia na Babilónia e para a história da ciência no geral".tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-55647363064902092352016-01-08T08:24:00.000+01:002016-01-08T08:24:09.516+01:00China anuncia sexta missão tripulada em 2016<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-k9fxTTwUVsA/Vo9kAvcQu1I/AAAAAAAABFI/JzAapSvfIGQ/s1600/shenzhou.png" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="296" src="http://3.bp.blogspot.com/-k9fxTTwUVsA/Vo9kAvcQu1I/AAAAAAAABFI/JzAapSvfIGQ/s400/shenzhou.png" width="400" /></a></div>
<br />
O calendário espacial da China para 2016 inclui uma missão tripulada, a sexta deste tipo realizada pelo país, bem como o lançamento do segundo laboratório no espaço, confirmou a empresa responsável pelos projectos ao jornal oficial China Daily.<br />
<br />
A Corporação Aeroespacial de Ciência e Tecnologia da China indicou que em 2016 será lançada a nave tripulada Shenzhou 11, cujo principal objectivo será acoplar-se com o laboratório espacial Tiangong 2, que também será colocado em órbita em 2016.<br />
<br />
A China realizou, até agora, cinco missões tripuladas, a primeira em 2003 e a mais recente em 2013, enviando para o espaço dez taikonauta (como se designam os astronautas chineses), oito homens e duas mulheres.<br />
<br />
As duas últimas missões tiveram como destino o primeiro laboratório espacial chinês, o Tiangong-1, que agora será substituído por uma segunda versão como parte do programa da China para estabelecer uma estação espacial permanente em torno da Terra a partir de 2018.
tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-88714505830002039912015-12-02T07:01:00.000+01:002015-12-02T07:01:00.253+01:00Europa lança satélite para procurar ondas gravitacionais teorizadas por Einstein<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://1.bp.blogspot.com/-eKLM1twQ9DI/VlrguU8XsEI/AAAAAAAABE0/ohtmAg3oD9w/s1600/lisa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="300" src="http://1.bp.blogspot.com/-eKLM1twQ9DI/VlrguU8XsEI/AAAAAAAABE0/ohtmAg3oD9w/s400/lisa.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Lisa Pathfinder <i>Imagem: CNES</i></td></tr>
</tbody></table>
A Europa lança hoje a partir da Guiana francesa um satélite destinado a preparar caminho a um futuro observatório espacial para detectar as famosas ondas gravitacionais teorizadas por Albert Einstein.<br />
<br />
As ondas gravitacionais são ondulações no espaço e no tempo previstas pela Teoria da Relatividade desenvolvida pelo físico Albert Einstein.<br />
<br />
Actualmente, observatórios instalados em países como os EUA ou a Itália procuram encontrar provas concretas da existência destas ondas gravitacionais que se propagam à velocidade da luz.<br />
<br />
“Ter um observatório no espaço vai permitir ver grandes deslocações de massa no universo, acontecimentos muito violentos como uma colisão de galáxias e a fusão de dois buracos negros”, explicou, citado pela AFP, o físico francês Pierre Binétruy, da Universidade de Paris – Diderot.<br />
<br />
O físico adiantou que se espera alcançar uma “reconstrução histórica do Universo” e regressar a “eventos muito importantes” que se seguiram ao Big Bang - a teoria dominante do desenvolvimento inicial do universo.<br />
<br />
Baptizado como LISA, o observatório pode vir a ser uma realidade em 2030 se o satélite LISA Pathfinder (batedor ou desbravador) conseguir desempenhar o papel que se espera.tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-43778663805313905632015-11-14T13:37:00.000+01:002015-11-26T13:37:34.198+01:00Exoplaneta rochoso com atmosfera detectado a 39 anos-luz<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-a2IbEnMex1w/Vlb8ist53kI/AAAAAAAABEY/4fErYNJinUQ/s1600/caup.png" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="301" src="http://2.bp.blogspot.com/-a2IbEnMex1w/Vlb8ist53kI/AAAAAAAABEY/4fErYNJinUQ/s400/caup.png" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">A proximidade à sua estrela faz de GJ 1132b um planeta semelhante a Vénus</td></tr>
</tbody></table>
Uma equipa internacional, da qual faz parte o astrofísico português Nuno Cardoso Santos, investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA), publicou na revista Nature, a descoberta do exoplaneta GJ 1132b, que os investigadores julgam ser semelhante a Vénus, a apenas 39,14 anos-luz de distância da Terra.<br />
<br />
O planeta GJ 1132b recebe 19 vezes mais radiação da sua estrela que a Terra recebe do Sol, mas a estrela GJ 1132 é uma anã vermelha (também designadas anãs M), com 20% do tamanho do Sol, e por isso calcula-se que a temperatura do planeta estará apenas entre 135º C e 305 º C.<br />
<br />
Esta temperatura é muito mais baixa que a de qualquer outro exoplaneta rochoso conhecido.
Apesar de a temperatura ser demasiado elevada para que exista água líquida no planeta, permite ainda a presença de uma atmosfera.<br />
<br />
Dada à sua proximidade, se existir uma atmosfera, será possível para telescópios actuais e da próxima geração (como o telescópio espacial James Webb, ou o E-ELT do ESO), observarem e caracterizarem a atmosfera deste planeta.<br />
<br />
Assim, será possível saber a influência que as forças de maré e a intensa actividade estelar das anãs vermelhas têm sobre a evolução de atmosferas do tipo terrestre, algo que terá impacto a longo prazo na procura de vida em planetas que orbitam este tipo de estrelas.<br />
<br />
O GJ 1132b foi descoberto através do método dos trânsitos (consiste na medição da diminuição da luz de uma estrela, provocada pela passagem de um exoplaneta à frente dessa estrela, algo semelhante a um micro-eclipse), com observações do observatório MEarth-South. <br />
<br />
Para determinar a massa do planeta, que em conjunto com o diâmetro permite calcular a densidade e com isso determinar a sua composição rochosa, a equipa aplicou o método das velocidades radiais (deteta exoplanetas medindo pequenas variações na velocidade radial da estrela, devidas ao movimento que a órbita desses planetas imprime na estrela) a observações efetuadas com o espectrógrafo HARPS. <br />
<br />
“Esta descoberta mostra a importância de ter a capacidade para complementar observações de trânsitos com medidas de velocidades radiais, uma complementaridade que será fundamental para o sucesso de missões futuras como o PLATO2.0, da ESA”, diz Nuno Santos (IA e Universidade do Porto):.<br />
<br />
Todas estas observações permitiram determinar que o planeta tem 1,6 vezes a massa e 1,2 vezes o diâmetro da Terra, e orbita a sua estrela em apenas 1,6 dias, a uma distância de 2,25 milhões de quilómetros (por comparação, Mercúrio orbita o Sol a cerca de 55 milhões de quilómetros).<br />
<br />
Dada a sua proximidade, “este planeta será um alvo favorito dos astrónomos durante anos”, acrescenta o primeiro autor do artigo, Zachory Berta-Thompson do MIT.<br />
<br />
<b>Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço</b><br />
<i>Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva </i>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-55628915529042852602015-11-12T13:25:00.000+01:002015-11-26T13:25:42.000+01:00Xenonit, um passo de gigante na procura de matéria escura<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-r-JmO3fVjWc/Vlb6KTo8ZkI/AAAAAAAABEM/zsFIK3cTzqc/s1600/xexnonit.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="225" src="http://3.bp.blogspot.com/-r-JmO3fVjWc/Vlb6KTo8ZkI/AAAAAAAABEM/zsFIK3cTzqc/s400/xexnonit.jpg" width="400" /></a></div>
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
</div>
<br />
A colaboração internacional XENON, de que faz parte uma equipa de cientistas da Universidade de Coimbra (UC), acaba de inaugurar o XENON1T, um instrumento com sensibilidade sem precedentes para a detecção de matéria escura.<br />
<br />
A colaboração internacional XENON é constituída por 20 grupos de investigação dos EUA, Alemanha, Portugal, Suíça, França, Holanda, Suécia, Israel e Abu Dhabi.<br />
<br />
A inauguração teve lugar no Laboratório Nacional de Gran Sasso (LNGS), um dos maiores laboratórios subterrâneos a nível mundial, situado em Assergi, Itália. A instalação consiste num tanque de água com 10 m de diâmetro e 10 m de altura, onde está instalado o XENON1T, e no edifício de serviços, em vidro e com três andares, de apoio ao funcionamento do sistema.<br />
<br />
A matéria escura "é um dos ingredientes principais do Universo, cerca de 100 mil destas partículas passam a cada segundo pela cabeça de um dos nossos dedos, mas apesar da sua abundância, ainda não foram observadas por qualquer das dezenas de experiências que se têm feito por todo o mundo nas últimas décadas, o que significa que são necessários instrumentos com maior sensibilidade para registar este tipo de matéria", explica José Matias Lopes, coordenador da equipa portuguesa.<br />
<br />
O XENON1T utiliza o "gás raro xénon como material para detecção da matéria escura, arrefecido a –95°C para se tornar líquido, num total de 3,5 toneladas".<br />
<br />
"Para se poder identificar os raríssimos sinais esperados, os cientistas da colaboração criaram o ambiente com a menor radioactividade que já alguma vez existiu no planeta Terra", sublinha o investigador da UC.<br />
<br />
Quando estiver a funcionar a 100% da sua capacidade, o XENON1T será o instrumento mais sensível para a detecção de matéria escura, o que se espera que aconteça no início de 2016.<br />
<br />
Projecta-se que este aparelho atinja os objetivos traçados no prazo de dois anos, nomeadamente a descoberta da matéria escura.<br />
<br />
Portugal é parceiro desta colaboração desde 2005, através da equipa da UC, composta por cinco cientistas e dois engenheiros do LIBPhys do Departamento de Física.<br />
<br />
<b>Cristina Pinto</b> (Universidade de Coimbra)<br />
<i>Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva </i>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-16656975228525032232015-11-07T13:48:00.000+01:002015-11-26T13:48:58.708+01:00 VISTA descobre disco de estrelas jovens no bojo central da Via Láctea<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://2.bp.blogspot.com/-s7BJUxZatHA/Vlb_kpTmPaI/AAAAAAAABEk/my5aKGjhphA/s1600/galaxy.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="250" src="http://2.bp.blogspot.com/-s7BJUxZatHA/Vlb_kpTmPaI/AAAAAAAABEk/my5aKGjhphA/s400/galaxy.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;">Imagem: ESO</td></tr>
</tbody></table>
Com o auxílio do telescópio VISTA instalado no Observatório do Paranal do ESO, os astrónomos descobriram uma componente anteriormente desconhecida da Via Láctea.<br />
<br />
Ao mapear a localização de uma classe de estrelas que variam em brilho chamadas Cefeides, foi descoberto um disco de estrelas jovens enterradas por detrás de espessas nuvens de poeira no bojo central.<br />
<br />
O rastreio público do 'ESO VISTA Variables in the Vía Láctea' (VVV) usa o telescópio VISTA instalado no Observatório do Paranal para obter imagens múltiplas em épocas diferentes das regiões centrais da nossa galáxia nos comprimentos de onda do infravermelho.<br />
<br />
O rastreio está a descobrir uma enorme quantidade de novos objectos, incluindo estrelas variáveis, enxames e estrelas em explosão (eso1101, eso1128, eso1141).
Uma equipa de astrónomos, liderada por Istvan Dékány, da Pontificia Universidad Católica de Chile, utilizou dados deste rastreio, obtidos entre 2010 e 2014, para fazer uma descoberta notável — uma componente anteriormente desconhecida da Via Láctea.<br />
<br />
“Pensa-se que o bojo central da Via Láctea é constituído por imensas estrelas velhas. No entanto, os dados VISTA revelaram algo novo — e muito jovem em termos astronómicos!” diz Istvan Dékány, autor principal deste novo estudo.<br />
<br />
Ao analisar os dados do rastreio, os astrónomos descobriram 655 candidatos a estrelas variáveis do tipo a que chamamos Cefeides. Estas estrelas expandem-se e contraem-se periodicamente, levando entre alguns dias a meses a completar um ciclo e apresentando variações significativas de brilho durante o ciclo.<br />
<br />
O tempo que uma Cefeide leva a tornar-se muito brilhante e depois a desvanecer outra vez é maior para as estrelas que são mais brilhantes e menor para as que são mais ténues. Esta relação precisa notável, descoberta em 1908 pela astrónoma americana Henrietta Swan Leavitt, faz do estudo das Cefeides um dos meios mais eficazes de medir distâncias e mapear as posições de objectos distantes na Via Láctea e para além dela.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Centro da Via Láctea tem vivido reabastecimento de novas estrelas </span></b><br />
<br />
No entanto, há um senão — as Cefeides não são todas iguais — pertencem a duas classes diferentes, uma muito mais jovem que a outra. Da amostra de 655 objectos observados, a equipa identificou 35 estrelas pertencentes ao sub-grupo das Cefeides clássicas — estrelas brilhantes e jovens, muito diferentes das mais velhas normalmente residentes no bojo central da Via Láctea.<br />
<br />
A equipa recolheu informação sobre o brilho e período de pulsação destes objetos e deduziu as distâncias a estas 35 Cefeides clássicas. Os períodos de pulsação, que estão intimamente ligadas à idade, revelaram a juventude surpreendente destas Cefeides.<br />
<br />
“As 35 Cefeides clássicas descobertas têm menos de 100 milhões de anos de idade. As Cefeides mais jovens podem mesmo ter apenas cerca de 25 milhões de anos, embora não possamos excluir a presença de Cefeides ainda mais jovens e brilhantes,” explica o segundo autor do estudo Dante Minniti, da Universidad Andres Bello, Santiago, Chile.<br />
<br />
As idades destas Cefeides clássicas fornecem evidências sólidas de que tem havido um reabastecimento contínuo, não confirmado anteriormente, de estrelas recém-formadas na região central da Via Láctea nos últimos 100 milhões de anos. <br />
<br />
Esta não foi, no entanto, a única descoberta notável feita a partir desta base de dados do rastreio.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">Disco de estrelas jovens descoberto ao logo do bojo galáctico </span></b><br />
<br />
Ao mapear as Cefeides descobertas, a equipa traçou uma estrutura completamente nova na Via Láctea — um disco fino de estrelas jovens que se estende ao longo do bojo galáctico.<br />
<br />
Esta nova componente da nossa galáxia tinha permanecido desconhecida e invisível em rastreios anteriores, uma vez que está enterrada por trás de espessas nuvens de poeira. A sua descoberta demonstra o poder único do VISTA, que foi precisamente concebido para estudar as estruturas profundas da Via Láctea através de imagens de grande angular de alta resolução nos comprimentos de onda do infravermelho.<br />
<br />
“Este estudo é uma demonstração poderosa das capacidades inigualáveis do telescópio VISTA para investigar as regiões galácticas extremamente obscuras que não podem ser observadas por nenhuns outros rastreios atuais ou planeados.” comenta Dékány.<br />
<br />
“Esta parte da galáxia era completamente desconhecida até o rastreio VVV a ter encontrado!” acrescenta Minniti.<br />
<br />
Investigação subsequente é agora necessária para determinar se estas Cefeides nasceram próximo do local onde se encontram actualmente ou se tiveram origem noutro local. Compreender as suas propriedades fundamentais, interacções e evolução é crucial para compreender a evolução da Via Láctea e os processos da evolução galáctica como um todo.tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-37334934501938307952015-11-02T13:38:00.000+01:002015-11-02T13:38:00.492+01:00ESO revela novas imagens da Nebulosa do Saco de Carvão<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://4.bp.blogspot.com/-QB63xDH-wfo/ViDhPMSD7II/AAAAAAAABCk/TRK5D_QfSzI/s1600/carvao.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="400" src="http://4.bp.blogspot.com/-QB63xDH-wfo/ViDhPMSD7II/AAAAAAAABCk/TRK5D_QfSzI/s400/carvao.jpg" width="360" /></a></div>
Manchas escuras bloqueiam quase completamente um rico campo estelar numa nova imagem obtida pelo instrumento Wide Field Camera, instalado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla, no Chile.<br />
<br />
As áreas escuras são pequenas partes de uma enorme nebulosa escura chamada Saco de Carvão, um dos objectos mais proeminentes do seu tipo, visível a olho nu.<br />
<br />
Daqui a milhões de anos, bocados deste Saco de Carvão irão entrar em combustão, um pouco como o combustível fóssil com o mesmo nome, com o brilho de muitas estrelas jovens.<br />
<br />
A Nebulosa do Saco de Carvão situa-se a cerca de 600 anos-luz de distância na constelação do Cruzeiro do Sul. Este enorme objecto poeirento forma uma silhueta conspícua sobre a banda estrelada brilhante da Via Láctea e é por isso que esta nebulosa é conhecida dos povos do hemisfério sul desde que a humanidade caminha sobre a Terra.<br />
<br />
<b><span style="font-size: large;">"Nuvem de Magalhães Preta" </span></b><br />
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O explorador espanhol Vicente Yáñez Pinzón foi o primeiro a assinalar aos europeus a presença da Nebulosa do Saco de Carvão em 1499. A Nebulosa do Saco de Carvão tomou seguidamente a alcunha de Nuvem de Magalhães Preta, devido à sua aparência escura quando comparada com o brilho intenso das duas Nuvens de Magalhães, que são na realidade galáxias satélite da Via Láctea.<br />
<br />
Estas duas galáxias brilhantes são claramente visíveis no céu austral, tendo chamado a atenção dos europeus durante as explorações de Fernão de Magalhães no século XVI.<br />
<br />
No entanto, a Nebulosa do Saco de Carvão não é uma galáxia. Como outras nebulosas escuras, trata-se de uma nuvem interestelar de poeira tão espessa que não permite que a maioria da radiação emitida pelas estrelas de fundo chegue até aos observadores.<br />
<br />
Um número significativo de partículas de poeira nas nebulosas escuras estão cobertas de gelo de água, azoto, monóxido de carbono e outras moléculas orgânicas simples. Estes grãos impedem que a radiação visível passe através da nuvem cósmica.<br />
<br />
Para se ter uma ideia de quão escura é a Saco de Carvão, nos anos 1970 o astrónomo finlandês Kalevi Mattila publicou um estudo que estimava que a Nebulosa do Saco de Carvão possuía apenas cerca de 10% do brilho da Via Láctea, que a envolve. Uma pequena parte da radiação estelar de fundo consegue no entanto passar através da nebulosa, como mostra esta nova imagem do ESO e outras observações obtidas por telescópios modernos. Esta pequena quantidade de radiação que passa através da nebulosa não sai do outro lado sem ter sido modificada.<br />
<br />
A radiação que vemos nesta imagem parece mais vermelha do que seria normalmente. Este efeito deve-se ao facto da poeira nas nebulosas escuras absorver e dispersar mais a radiação azul das estrelas do que a radiação vermelha, “pintando” as estrelas de vários tons mais avermelhados do que seriam de outro modo.<br />
<br />
Daqui a milhões de anos os dias negros da Saco de Carvão chegarão ao fim. Nuvens interestelares espessas como a Saco de Carvão contêm muito gás e poeira — o combustível de novas estrelas. À medida que o material disperso na nebulosa coalesce sob o efeito da gravidade, as estrelas formam-se e começam a brilhar, fazendo com que os “nodos” de carvão “incendeiem”, quase como se tivessem sido tocados por uma chama.<br />
<br />
<b>Texto e foto: ESO </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-82387628689809742822015-10-31T07:32:00.000+01:002015-10-31T07:32:00.260+01:00Asteróide gigante vai roçar a Terra neste sáabdo, dia 31 de Outubro <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-mgHf1zLutsQ/VjIEQvc_mWI/AAAAAAAABD0/BLnEEnf1NIk/s1600/asteroid.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="246" src="http://3.bp.blogspot.com/-mgHf1zLutsQ/VjIEQvc_mWI/AAAAAAAABD0/BLnEEnf1NIk/s400/asteroid.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="picture-copyright"></span><br /></td></tr>
</tbody></table>
Um asteróide de grande dimensões, descoberto há menos de um mês, dirige-se rapidamente em direcção à Terra, devendo roçar o nosso planeta este sábado, 31 de Outubro, mas os astrónomos da NASA asseguram que não haverá perigo de colisão.<br />
<br />
Segundo a agência espacial norte-americana NASA, o asteróide 2015 TB145 é aproximadamente do tamanho de um estádio de futebol e move-se a uma velocidade "anormalmente elevada" de 78 mil milhas por hora (126 mil quilómetros por hora).<br />
<br />
De acordo com as primeiras estimativas da "Earth and Sky", a página internet especializada em questões de astronomia, a rocha espacial terá cerca de 470 metros de diâmetro.<br />
<br />
A NASA prevê que este asteróide possa ser o maior corpo cósmico conhecido a aproximar-se do planeta Terra até ao ano de 2027.<br />
<br />
"Se o tamanho estiver correcto, o novo asteróide encontrado é 28 vezes maior que o meteoro Chelyabinsk, que entrou na atmosfera terrestre, sobre a Rússia, em Fevereiro de 2013", lê-se na 'Earth and Sky'.<br />
<br />
O corpo cósmico deverá passar a uma distância de aproximadamente 500 mil quilómetros, o equivalente a 1,3 vez a distância entre a Terra e a Lua, segundo cálculos dos astrónomos.
Os especialistas afirmam que a observação apenas será possível com o auxílio de telescópios.<br />
<br />
Prevê-se que a passagem mais próxima da Terra ocorra às 15h14 GMT (+ 1 h no Luxemburgo) do dia 31 de Outubro, Halloween ou Dia das Bruxas.tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-70441349528313540782015-10-30T12:27:00.000+01:002015-10-30T12:27:00.551+01:00ESA: Detectado pela primeira vez oxigénio num cometa - "Churi"<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://2.bp.blogspot.com/-41EZOIsemVY/VjICkNQAD2I/AAAAAAAABDo/v-8Up0BKrw0/s1600/chouri_esa.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="300" src="http://2.bp.blogspot.com/-41EZOIsemVY/VjICkNQAD2I/AAAAAAAABDo/v-8Up0BKrw0/s400/chouri_esa.jpg" width="400" /></a></div>
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Moléculas de oxigénio foram detectadas pela primeira vez num cometa, o 67P/Churyumov-Gerasimenko, uma descoberta que surpreendeu os cientistas e pode rever os modelos sobre a formação do Sistema Solar, divulgou esta semana a agência espacial europeia ESA.<br />
<br />
"Não estávamos propriamente à espera de encontrar oxigénio no cometa - e em tamanha abundância - porque o oxigénio é tão quimicamente reactivo. Logo, foi totalmente uma surpresa", afirmou, citada num comunicado da ESA, a investigadora Kathrin Altwegg, da Universidade de Berna, na Suíça, que está envolvida na missão da sonda europeia Rosetta, que estuda o cometa 67P.<br />
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Segundo a cientista, a descoberta sugere que as moléculas de oxigénio podem ter sido incorporadas no cometa, durante a sua formação, o que "não é facilmente explicado pelos actuais modelos de formação do Sistema Solar".<br />
<br />
Os resultados da investigação foram publicados na revista Nature e revelam que o oxigénio molecular encontrado na atmosfera (coma ou cabeleira) do cometa poderá ser mais antigo do que o Sistema Solar, que data de há mais de quatro mil milhões de anos.<br />
<br />
Em declarações à agência AFP, o co-autor do estudo André Bieler, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, admitiu que será talvez necessário "mudar os modelos atuais sobre a formação do Sistema Solar", uma vez que "não prevêem a presença de oxigénio molecular num cometa".<br />
<br />
Trata-se da primeira vez que é detectado oxigénio molecular num cometa. A presença deste gás já tinha sido confirmada noutros corpos celestes gelados, como as luas de Júpiter e de Saturno.<br />
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O espectrómetro Rosina, um dos instrumentos-chave da sonda Rosetta, fez medições do gás entre Setembro de 2014 e Março de 2015, quando o cometa 67P se aproximava do Sol.
Rosina encontrou cerca de 4% de oxigénio molecular (em relação ao vapor de água) no coma do cometa, com a taxa a manter-se estável ao fim de meses.
O oxigénio é o quarto gás mais significativo no 67P, depois do vapor de água, do monóxido de carbono e do dióxido de carbono.<br />
<br />
Para os cientistas, tal não significa que há vida no cometa. Porém, acreditam que os cometas transportaram elementos essenciais à vida para a Terra, durante a sua formação.
Apesar de o oxigénio ser o terceiro elemento mais abundante no Universo, a sua versão molecular é difícil de detectar, mesmo nas nuvens de gás e poeira onde nascem as estrelas, pois o oxigénio é bastante reactivo, "parte-se" para se unir a outros átomos e moléculas (ao combinar-se com átomos de hidrogénio, forma a água, por exemplo). tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-8751863936169778472015-10-29T11:51:00.000+01:002015-10-29T11:55:05.928+01:00Brilho anormal de estrela KIC 8462852 pode ser objecto extraterrestre <table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-W1JMKMEe75g/VjH5ro03TtI/AAAAAAAABDQ/smZW7moLGCU/s1600/kic1.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="246" src="http://3.bp.blogspot.com/-W1JMKMEe75g/VjH5ro03TtI/AAAAAAAABDQ/smZW7moLGCU/s400/kic1.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Captada pela sonda Kepler, da Nasa, a luz da estrela KIC 8462852,
situada a cerca de 1.500 anos-luz da Terra, está a emitir um brilho
anormal, o que está a causar alvoroço na comunidade científica </i><br />
<span class="picture-copyright">Imagem: Nasa</span></td></tr>
</tbody></table>
A forma estranha como a luz de uma estrela está a ser emitida levou astrónomos a especular que pode tratar-se de um objecto extraterrestre.<br />
<br />
A notícia já foi divulgada por órgãos como o The Guardian, BBC, CNN ou agências de notícias como a AFP.<br />
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A estrela KIC 8462852, a cerca de 1.480 anos-luz da Terra (no nosso céu, na Constelação do Cisne), emite um brilho anormal, o que está a causar alvoroço na comunidade científica internacional, na imprensa e nas redes sociais.<br />
<br />
O dados foram captados durante quatro anos (2009-2013) pela sonda Kepler, da Nasa.
Tudo começou com a interpretação do fenómeno por um astrónomo americano, Jason Wright, da Penn State University.<br />
<br />
Incapaz de dar uma explicação natural ao fenómeno, Wright aventou a hipótese de que as flutuações irregulares no brilho da estrela poderiam ser “mega-estruturas” a orbitar em torno do astro, e que, a ser artificiais, só poderiam ser “de origem extraterrestre”. Wright também relativiza: “A hipótese de o objecto ser de origem extraterrestre deve ser a última a ser avançada, mas não deve ser ignorada”.Isto bastou para que a notícia corresse mundo.<br />
<br />
O que as observações da sonda Kepler mostram é que algo provoca perturbações irregulares na luz da estrela KIC 8462852 de forma periódica. O que afasta a hipótese de se tratar de um planeta, diz Wright.<br />
<br />
Outros cientistas dizem que se pode tratar de um fenómeno natural, como fragmentos de planetas que colidiram ou detritos de cometas. Em termos comparativos, é preciso explicar que se o objecto em questão fosse do tamanho de Júpiter (o maior planeta do nosso Sistema Solar, dez vezes maior que a Terra), obstruiria a luz da estrela KIC 8462852 em cerca de 1%. Mas o objecto em torno daquele astro obstrói a estrela em cerca de 15%. O que deixa os astrónomos sem explicação.<br />
<br />
<table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="http://3.bp.blogspot.com/-dQwDmchMUy8/VjH6AB6mp6I/AAAAAAAABDY/pQTRgnwdssE/s1600/kic2.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" height="241" src="http://3.bp.blogspot.com/-dQwDmchMUy8/VjH6AB6mp6I/AAAAAAAABDY/pQTRgnwdssE/s400/kic2.jpg" width="400" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><i>Uma das hipóteses avançadas para o brilho estranho da estrela<span style="color: red;"></span> KIC 8462852 é a luz está a ser perturbada por fragmentos de cometas Imagem: Nasa </i></td></tr>
</tbody></table>
<br />
<br />
O artigo de Jason Wright “é muito consistente”, disse à AFP Jean Schneider, do Observatório de Paris. “Os autores são muito sérios e reconhecidos nesta área” e “a sua hipótese é coerente”. Já Steve Howell, cientista-chefe da missão Kepler, mostrou-se mais céptico. “Dizer imediatamente que se trata de extraterrestres é muito precipitado”, escreveu num email à AFP.<br />
<br />
Desde então, a especulação cresceu para evocar uma nave espacial, uma construção ou uma frota alienígena. “Fenómenos estranhos, na astronomia, existem desde sempre”, recorda Schneider. “Nos cientistas, há uma reflexão sobre os extraterrestres que é relevante, que não tem nada de ilógico ou delirante”, considera o astrónomo.<br />
<br />
Por seu lado, Wright considera que as perturbações no brilho da estrela podem dever-se à presença de uma Esfera de Dyson. A Esfera de Dyson é uma hipótese descrita pelo físico Freeman Dyson em 1960. Em busca de um meio para localizar civilizações extraterrestres muito avançadas, Dyson especulou que estas seriam capazes de construir uma esfera que envolvesse a estrela para se alimentar em energia a partir do astro. “[A Esfera de Dyson] é algo plausível”, afirma Schneider.<br />
<br />
Entretanto, o Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence, em inglês) – que há 50 anos tenta captar através de rádio-telescópios sinais de rádio de baixa frequência no espaço, à procura de vida inteligente extraterrestre – obteve autorização para apontar os seus aparelhos na direcção do astro. Esperam-se assim novas observações em Janeiro e Maio de 2016, que possam levar a alguma conclusão.<br />
<br />
<b>FENÓMENOS INEXPLICADOS ALIMENTAM A IMAGINAÇÃO </b><br />
<br />
Em 1877, Giovanni Schiaparelli e Percival Lowell, dois reputados astrónomos na época, observaram linhas escuras na superfície de Marte e pensaram que uma civilização avançada tinha ali construído um vasto sistema de irrigação. Foi o que fez nascer o mito dos canais de Marte e dos marcianos. Em 1909, um novo telescópio captou imagens mais nítidas de Marte. Foi o fim do sonho: nenhum vestígio de canais, a origem das linhas era natural.<br />
<br />
Em 1967, os rádio-astrónomos Jocelyn Bell e Antony Hewish detectaram um sinal desconhecido:
a sua extrema regularidade e
periodicidade também sugeria extraterrestres. O sinal foi chamado, durante um tempo, LGM-1, para ’Little Green Men-1’ (homenzinhos verdes). Mas ao ser analisado, descobriu-se que o sinal era causado por um pulsar.<br />
<br />
O único fenómeno captado do espaço que continua até hoje
sem explicação é o “sinal Wow” (o astrónomo que captou o sinal
anotou “Wow” junto ao registo,
para assinalar o seu espanto). ’Wow’ foi um sinal rádio muito
potente, emitido em banda estreita (10 khz), captado em 15 de Agosto de 1977 pelo rádio-telescópio
The Big Ear, da Universidade do Ohio. Pensa-se que a sua origem estivesse na estrela Chi1 Sagitarii, na Constelação do Sagitário. Durou 72 segundos e nunca mais foi ouvido.<br />
<h2>
A procura de vida extraterrestre continua</h2>
Em Julho deste ano, um projecto de procura de vida extraterrestre, chamado
"Breakthrough Listen", foi lançado pela seríssima Royal Society Science
Academy de Londres. Um projecto científico orçado em 100 milhões de
dólares.<br />
<br />
Regularmente, "é preciso fazer uma reflexão sobre a existência de
outras civilizações, é algo lógico", acredita Jean Schneider, "não há
nada a partir de um ponto de vista científico que permita descartar
a sua existência".<br />
<br />
<b>JLC / com agências </b><br />
<b>in <a href="http://www.contacto.lu/">CONTACTO</a>, 28/10/2015 </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-3204097681190336946.post-15211795712598265322015-10-25T15:51:00.000+01:002015-10-25T15:51:00.077+01:00ESO / VLT: O beijo fatal de duas estrelas <div class="separator" style="clear: both; text-align: center;">
<a href="http://3.bp.blogspot.com/-hxBtL2K4TSg/Vijp3Sml8iI/AAAAAAAABDA/suEBZRYYF5Y/s1600/VFTS352.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="250" src="http://3.bp.blogspot.com/-hxBtL2K4TSg/Vijp3Sml8iI/AAAAAAAABDA/suEBZRYYF5Y/s400/VFTS352.jpg" width="400" /></a></div>
Com o auxílio do Very Large Telescope do ESO, uma equipa internacional de astrónomos descobriu a estrela dupla mais quente e mais massiva, com as duas componentes tão próximas que tocam uma na outra.<br />
<br />
As duas estrelas no sistema extremo VFTS 352 podem estar a dirigir-se para um final dramático, no qual fusionam para formar uma única estrela gigante ou então dão origem um buraco negro binário.<br />
<br />
O sistema de estrela dupla VFTS 352 situa-se a cerca de 160 mil anos-luz de distância na Nebulosa da Tarântula. Esta região extraordinária é a maternidade de estrelas jovens mais activa no Universo próximo.<br />
<br />
Novas observações do VLT do ESO revelaram que este par de estrelas jovens se encontra entre os mais extremos e estranhos alguma vez descoberto.
O VFTS 352 é composto por duas estrelas muito quentes, brilhantes e massivas que orbitam uma em torno da outra com um período pouco maior que um dia. Os centros das estrelas estão separados de apenas 12 milhões de quilómetros.<br />
<br />
As estrelas estão tão próximas que as suas superfícies se sobrepõem, tendo-se formado uma ponte entre elas. O VFTS 352 não é apenas o binário mais massivo conhecido desta pequena classe de “binários em contacto” — tem uma massa combinada de cerca de 57 vezes a massa solar — mas também contém as componentes mais quentes — com temperaturas efetivas de cerca de 40 mil graus Celsius.<br />
<br />
As estrelas extremas como as duas componentes do VFTS 352 desempenham um papel fundamental na evolução das galáxias e pensa-se que serão as principais produtoras de elementos como o oxigénio. Tais estrelas duplas estão também associadas ao comportamento exótico de “estrelas vampiras”, onde uma estrela companheira mais pequena “chupa” matéria da superfície da sua vizinha maior.<br />
<br />
No entanto, e no caso do VFTS 352, as duas estrelas do sistema têm quase o mesmo tamanho. A matéria não é por isso chupada de uma para a outra, mas sim partilhada. Estima-se que as estrelas do VFTS 352 estejam a partilhar cerca de 30% da sua matéria.<br />
<br />
Este tipo de sistemas é muito raro, já que esta fase da vida das estrelas é muito curta e por isso é difícil encontrá-las nesta altura das suas vidas. Como as estrelas estão tão próximo uma da outra, os astrónomos pensam que as fortes forças de maré fazem com que haja uma maior mistura de material nos seus interiores.<br />
<br />
“O VFTS 352 é o melhor caso descoberto até à data de uma estrela dupla quente e massiva que pode ter este tipo de mistura interna,” explica o autor principal do trabalho Leonardo A. Almeida, da Universidade de São Paulo, Brasil. “Como tal, esta é uma descoberta importante e fascinante.”<br />
<br />
Os astrónomos prevêem que o VFTS 352 sofrerá um fim cataclísmico, fim esse com duas possibilidades diferentes. A primeira possibilidade será a fusão das duas estrelas, que muito provavelmente dará origem a uma rotação rápida, e possivelmente a uma única estrela magnética gigante [magnétar].<br />
<br />
“Se o objecto continuar a rodar rapidamente, poderá terminar a sua vida numa das explosões mais energéticas do Universo, uma explosão de raios gama de longa duração,” diz o cientista principal do projecto Hugues Sana, da Universidade de Louvain-la-Neuve, Bélgica.<br />
<br />
A segunda possibilidade é explicada pela astrofísica teórica da equipa, Selma de Mink da Universidade de Amesterdão, Holanda: “Se as estrelas estiverem bem misturadas entre si, ambas permanecerão objectos compactos e o sistema VFTS 352 poderá evitar a fusão. Este efeito levará os objectos a outro caminho de evolução completamente diferente das predições da evolução estelar clássica. No caso do VFTS 352, as componentes acabarão as suas vidas em explosões de supernova, formando um sistema binário de buracos negros próximos. Um tal objecto seria uma intensa fonte de ondas gravitacionais.”<br />
<br />
Comprovar a existência deste segundo caminho evolucionário seria um grande avanço observacional no campo da astrofísica estelar. No entanto, independentemente do fim do VFTS 352, este sistema já deu aos astrónomos importantes pistas sobre os processos de evolução pouco conhecidos de sistemas binários com estrelas massivas em contacto.<br />
<br />
<b>Texto e foto: ESO </b>tomascorreiahttp://www.blogger.com/profile/17496702644201903901noreply@blogger.com0