Kepler 7b (à esquerda) em comparação com Júpiter (à direita) |
Os meteorologistas nem sempre acertam na previsão do estado do tempo no nosso planeta. Mas quando os exo-meteorologistas trabalham com astrónomos, tentam até entender qual vai ser o estado do tempo num planeta a mais de mil anos-luz de nós.
Uma equipa da Nasa e do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) publicou esta semana no Astrophysical Journal Letters a cartografia das nuvens desse exoplaneta (exterior ao nosso sistema solar), que orbita em torno da estrela Kepler 7.
Esta é uma estrela semelhante ao nosso Sol (anã amarela), mas 84% maior e com 35% mais massa. No nosso céu nocturno, o astro situa-se na Constelação da Lira, mas, devido à sua distância, não é visível a olho nu.
Descoberto em Janeiro de 2010 pelo telescópio espacial que lhe dá o nome, Kepler 7b é um gigante gasoso do tipo do nosso Júpiter, que é o maior planeta do nosso sistema solar.
Kepler 7b tem o dobro do tamanho de Júpiter e uma órbita muito mais próxima da sua estrela (órbita de 5 dias) do que Júpiter do nosso Sol (órbita de 12 anos), o que os cientistas chamam de um "Hot Jupiter" (Júpiter Quente).
Este mapa da meteorologia de Kepler 7b mostra que as suas nuvens não são iguais às da Terra. Contrariamente às do nosso planeta, estas nuvens estão numa alta altitude e são praticamente imóveis, o que faz com que o tempo neste planeta seja espantosamente estável.
Kepler 7b tem, no entanto, menos massa que Júpiter e uma densidade tão baixa que poderia boiar num oceano. A temperatura do planeta é de 900°C.
A observação demorou três anos e foi feito pelos telescópios orbitais Kepler e Spitzer, ambos da Nasa.
Esta técnica vai agora ser utilizada para estudar a atmosfera noutros exoplanetas semelhantes à Terra.
Cientistas da Nasa tinham já calculado a temperatura em vários exoplanetas, mas esta é a primeira vez que são avistadas nuvens num planeta fora do nosso sistema solar.
As equipas da Nasa e do MIT explicam que os cientistas na Terra já não se contentam apenas de descobrir novos exoplanetas, agora tentam entender como são e funcionam.
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