Quando os exploradores portugueses e espanhóis descobriram o continente americano, no início do século XVI, contaminaram o novo mundo com microrganismos. Sem o saber, levaram consigo vírus e bactérias que, desconhecidas dos povos nativos, causaram nestes inúmeras mortes. De regresso à Europa também trouxeram consigo microrganismos do novo mundo.
Agora novos exploradores robotizados desvendam novos horizontes em solo marciano. E, apesar de todos os cuidados em os esterilizar antes de os enviar para Marte, há indícios de que estes engenhos tecnologicamente avançados poderão ter contaminado com bactérias o planeta vermelho.
De facto, e segundo o divulgado na semana passada que passou na reunião anual da Sociedade Americana de Microbiologia, investigações recentes mostram que o robot Curiosity, que chegou a Marte em Agosto de 2012, poderá ter transportado consigo bactérias do género Bacillus.
Há evidências de que esporos destas bactérias conseguem resistir aos processos de esterilização usados nestas naves de exploração espacial. Para além disso, amostras da superfície do Curiosity recolhidas antes do seu lançamento, revelaram estarem contaminadas com 65 espécies de bactérias!
Por outro lado, experiências realizadas na Estação Espacial Internacional ISS) mostram que há bactérias (e.g., Bacillus pumilus) que conseguem sobreviver pelo menos durante 18 meses nas condições extremas de temperatura, vácuo e radiações existentes no espaço!
Isto sugere que não se deve excluir que as eventuais bactérias, ou esporos delas, que tenham seguido com o robô Curiosity na sua viagem de quase dois anos até Marte, tenham conseguido sobreviver às agruras do ambiente espacial.
Na reunião científica também foram divulgados resultados de experiências que mostram que bactérias de vários géneros (incluindo bactérias metanogénicas como as da espécie Methanothermobacter wolfeii) podem sobreviver e reproduzirem-se em condições semelhantes às que se julgam existir nas camadas mais superficiais do solo marciano.
Assim, e resumindo, podemos dizer que muito provavelmente o robot Curiosity, que hoje explora Marte, pode ter levado consigo bactérias, que estas poderão ter sobrevivido nas condições da viagem espacial e que, uma vez chegadas ao solo marciano, podem ter encontrado condições não só para a sua sobrevivência mas também à sua reprodução. Na hipótese de estes factores todos se terem verificado, podemos estar a colonizar Marte com bactérias terrestres.
Por outras palavras, a nossa tecnologia está a semear vida pelo sistema solar!
Recorde-se que uma das missões científicas do robot Curiosity é a de procurar indícios de vida em Marte. Ironicamente, esta missão poderá estar votada ao fracasso. Não porque a vida não exista em Marte, mas porque nunca poderemos afirmar que uma eventual descoberta não esteja desde já contaminada pela própria vida transportada da Terra para Marte, a bordo do Curiosity e de outras missões.
Este aspecto terá de ser devidamente acautelado em todas as futuras investigações e eventuais notícias relacionadas com a existência de vida em Marte.
António Piedade
© 2014 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
sexta-feira, 30 de maio de 2014
terça-feira, 27 de maio de 2014
Realidade aumentada do telescópio ALMA chega aos tablets e smartphones
A aplicação pode ser usada apenas para diversão ou como ferramenta educacional para aprender mais sobre o ALMA, ao visualizar a rede de 66 antenas com um toque de ecrã. Fazendo zoom em antenas seleccionadas, são mostrados pormenores no modelo a três dimensões.
Para fazer o descarrgaento gratuito da aplicação de realidade aumentada do ALMA visite a página do Google Play ou a iTunes AppStore. O documento tracker está também disponível em formato pdf nas páginas web do ESO.
O ALMA é uma rede de 66 antenas espalhadas num raio de 16 quilómetros no planalto do Chajnantor, 5000 metros acima do nível do mar, no norte do Chile. É o mais poderoso telescópio que existe para observar o Universo frio. A rede ALMA foi inaugurada em Março de 2013. A Bridge é uma empresa de investigação no campo da concepção e tecnologia de realidade aumentada.
domingo, 25 de maio de 2014
DD - Documentários ao Domingo: Os exoplanetas semelhantes à Terra
Um documentário recente sobre os exoplanetas semelhantes à Terra, que podem até nem ser tão raros como se pensava no Universo, como sugere um novo estudo. Uma em cada cinco estrelas observadas pela missão Kepler tem planetas na sua zona habitável, onde o aparecimento de água líquida é teoricamente possível. Nesse caso, o exoplaneta mais próximo que pode abrigar vida estará apenas a 12 anos-luz da Terra...
sábado, 24 de maio de 2014
Como ver a sombra da Terra?
Qualquer objecto iluminado pelo Sol projecta uma sombra para o lado oposto. Este é um facto banal a que nem o nosso planeta escapa. Mas como é que podemos ver a sombra da Terra?
Vê-se facilmente e o espectáculo está quase sempre à sua disposição, sem sair de casa. Não acredita?
No final da tarde, quase ao cair da noite, podemos ver a sombra da Terra projectada no único alvo suficientemente grande para a conter: a própria atmosfera. Devido às muitas partículas em suspensão, a nossa atmosfera pode funcionar como um enorme ecrã.
Cerca de meia hora após o pôr-do-sol, quando o céu está limpo, basta olhar acima do ponto Este do horizonte, aproximadamente na direcção oposta àquela onde o Sol se escondeu, para ver a sombra da Terra. De manhã, cerca de meia hora antes do nascer do Sol, também a podemos ver, olhando pouco acima do horizonte Oeste.
A sombra da Terra e a cintura de Vénus
A sombra da Terra, tal como a podemos ver, tem a forma de uma enorme banda que se estende cerca de 180º em largura, centrada no ponto anti-solar (ponto do céu oposto à posição do Sol).
Esta sombra é nitidamente mais escura do que o céu crepuscular e tem uma tonalidade azul-ardósia, de contorno esbatido. Vemos esta sombra como uma banda porque, dadas as suas dimensões e a pequena parcela do seu contorno que se pode avistar de cada local, tal contorno pouco difere de um segmento de recta.
A sombra da Terra é rodeada por um halo rosado, vulgarmente conhecido como "cintura de Vénus" ou "arco anticrepuscular", por oposição ao arco crepuscular que se desenvolve no horizonte por cima do Sol, pouco depois do seu ocaso ou pouco antes do seu nascimento.
Esta luminosidade rosada difunde-se na atmosfera e provém da luz do Sol que se põe, ou que nasce, passando sobre as camadas gasosas que se encontram muito por cima de nós.
Pouco depois do Sol se pôr, a sombra da Terra surge a este, ainda baixa, mas vai subindo lentamente à medida que o Sol desce. Vinte minutos após o ocaso, a sombra já está bem mais alta e atinge cerca de 10º de altura na direcção antisolar. O arco anticrepuscular é agora mais largo, mas mais esbatido, pois a sua coloração rosada vai-se diluindo.
A sombra da Terra pode ser vista até cerca de vinte graus de altura, meia hora após o ocaso, mas a cintura de Vénus já será muito ténue. Pela noite, na meia hora que se segue ao pôr-do-sol, assistimos pouco a pouco ao escurecimento do céu e da cintura de Vénus. O escurecimento global do céu oculta então rapidamente a sombra terrestre e a noite cai. Pela madrugada, dá-se o fenómeno inverso: a sombra terrestre desce lentamente sobre o horizonte oeste e o arco anticrepuscular adorna harmoniosamente o seu limite superior, até ao nascer do Sol.
Guilherme de Almeida
Fonte: Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
sexta-feira, 23 de maio de 2014
As supernovas varrem o espaço!
Estes eventos são muito importantes porque os restos da estrela destruída são lançados para o espaço. Este material irá formar novas estrelas, planetas e luas - de facto, qualquer um de nós é formado por material de supernova!
À medida que estas nuvens com restos de material da estrela (chamados de “remanescentes de supernova”) expandem, “varrem e recolhem” todo o material que encontram.
Esta imagem do espaço revela uma remanescente de supernova com 2.200 anos que varre uma grande quantidade de material - o suficiente para fazer 45 sois! A imagem acima revela-nos a azul a remanescente de supernova e a cor de rosa a poeira cósmica. A impressionante quantidade de material que esta remanescente varreu poderá ser a primeira pista de que algo de especial aconteceu a esta estrela antes de explodir.
Outra pista prende-se com a temperatura da remanescente, que é invulgarmente elevada e continua a brilhar emitindo uma luz de elevada energia, chamada raios X. Passados 2200 anos desde a explosão da supernova, o gás e poeira “varridos” deveriam ter esfriado muito mais.
A última supernova observada na Via Láctea foi a estrela Kepler em 1604 (conhecida como SN 1604).
Texto: Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Foto: Nasa
quinta-feira, 22 de maio de 2014
Indústria espacial europeia assinala 50 anos em 2014
O Ariane-1 foi lançado pela primeira vez em 1979 Imagem: ESA |
Esta indústria está por toda a parte, na navegação ou nas telecomunicações, mas na Europa os últimos 50 anos de espaço têm sido uma montanha-russa.
Os primeiros passos da Europa no espaço aconteceram no início da década de 1960 - no calor da Guerra Fria. O mundo começou a voltar as atenções para o espaço.
O Sputnik tinha enviado o primeiro sinal e havia uma competição constante entre os Estados Unidos e a União Soviética. O historiador John Krige recorda essa época: "O mundo era um lugar extremamente frágil e perigoso. A rivalidade das super potências teve provavelmente o seu auge na década de 1960, na crise dos mísseis em Cuba, quando eu era jovem... Pensei que seria o fim do mundo e creio que muitas pessoas também pensaram."
O italiano Eduardo Amaldi e o francês Pierre Auger - dois físicos europeus entraram neste clima de tensão. Acreditavam fervorosamente que os foguetões e os satélites deviam ser utilizados a favor da ciência e não dos conflitos.
Roger-Maurice Bonnet, o antigo director científico da ESA acrescenta: "Os países que construíram a indústria espacial da Europa foram aqueles que 20 anos antes estavam em guerra, uma guerra terrível. Estes países europeus que tinham estado em guerra reuniram-se e decidiram usar uma linguagem que os afastava do conflito - a linguagem da ciência."
Sob a liderança de Amaldi e de Auger, a Europa deu dois passos gigantes, fundando duas organizações espaciais: uma para foguetões, denominada ELDO e outra para a ciência, a ESRO.
Nos primeiros anos o orçamento era limitado, com tensões entre parceiros como o Reino Unido e França. Esta obrigação de financiar a ciência dentro da nova Agência Espacial Europeia (ESA) foi vista como um golpe de mestre, já que impulsionou o sector da investigação. Mas a Europa ainda precisava do seu próprio foguetão.
"Os alemães eram contra o desenvolvimento do Ariane e os britânicos eram extremamente hostis. Foi preciso os franceses dizerem para avançar. Foi francamente graças ao Gaulismo francês e a uma suposta motivação dos Estados Unidos que os franceses seguiram em frente. Foi, sem dúvida, o maior sucesso de todos os esforços espaciais europeus", completa John Krige.
O Ariane-1 foi lançado pela primeira vez em 1979. Embora possa ter sido projectado com o sector das telecomunicações em expansão em mente, também entrou em órbita em missões científicas. Um dos primeiros destaques foi o vôo da sonda Giotto com o cometa Halley em 1986.
Uma década depois, em 1996 houve um ponto baixo na odisseia no espaço europeia. O novo Ariane 5 fez o primeiro vôo de sempre levando os preciosos satélites científicos a bordo. Quarenta segundos depois explodiu em pleno ar. Roger-Maurice Bonnet nunca vai esquecer este dia: "Estes gigantes, os gestores de projeto, grandes homens, verdadeiros chefes a chorar num pequeno hangar atrás da estação controle do foguetão... Jurei que iria relançar a missão Cluster e foi isso que fizemos."
O Cluster ainda está activo e em 2005 a ESA, em conjunto com a Nasa, fez aterrar a sonda Huygens na superfície da lua de Saturno. Foi um novo marco na ciência. Conseguir financiamento foi sempre uma luta. Em todas as negociações está presente o princípio do retorno justo da ESA: o que um país investe recebe de volta em postos de trabalho. A odisseia no espaço da Europa dura há 50 anos e continua com satélites em órbita e com sondas na vanguarda do conhecimento.
Fonte: ESA
Nasa apresentou os fatos espaciais para utilizar na viagem a Marte
Em Março, a Nasa perguntou aos internautas para escolherem entre três fatos espaciais, especialmente desenhados e concebidos para as futuras missões a Marte. A sondagem decorreu até meados de Abril e o resultado foi apresentado no início deste mês de Maio.
O fato escolhido pelos internautas e aprovado pela Nasa tem o nome técnico de "Technology Z-2" ou simplesmente "Z-2" e inclui luzes luminosas azuis para que os astronautas sejam visíveis no escuro. estas luzes e o design fazem lembrar os fatos dos pilotos do filme "Tron" bem como o do astronauta Buzz Lightning, do filme animado "Toy Story".
O Z-2 obteve 63,1% das votações, o modelo "Biomimicry" (inspirado nas propriedades luminescentes dos peixes), 22,7%, e o "Trends in Society", 14,1%.
O Z-2 vai agora ser fabricado e testado pela Nasa. Os fatos deverão estar prontos em Novembro, e os testes vão decorrer em piscinas e câmaras onde é criado o vácuo artificial, e pretendem verificar a resistência deste modelo. Outros testes serão efectuados numa superfície semelhante à de Marte.
O Z-2 não vai ser testado para passeios no espaço, como os dos astronautas actuais, já que o modelo destina-se apenas à exploração na superfície marciana.
Na verdade, o fato final para a exploração marciana deverá ser o modelo seguinte, o Z-3, que deverá estar pronto no final da década.
O modelo "Trends in Society" |
O fato "Biomimicry" |
O fato espacial Z-1, que vai agora ser substituído pelo Z-2 |
terça-feira, 20 de maio de 2014
Mancha vermelha de Júpiter pode estar a desaparecer
A grande mancha vermelha de Júpiter pode estar a desaparecer Imagem: Nasa |
Este quinto planeta a contar do Sol, que demora cerca de 12 anos a dar uma volta completa ao sistema solar, é visível a olho nu e a ele fazem referência os mais antigos relatos astronómicos conhecidos. Isso não é de estranhar, pois é no geral o quarto objecto mais brilhante no céu depois do Sol, da Lua e de Vénus.
No século XIX os astrónomos conseguiram pela primeira vez identificar com maior nitidez a existência de uma grande mancha avermelhada na superfície de Júpiter. As estimativas então feitas indicavam que essa mancha, situada próximo do equador de Júpiter, teria cerca de 40 mil quilómetros de diâmetro. Ou seja, caberiam nela três Terras!
O que é essa grande mancha vermelha? Uma violenta tempestade anticiclónica na atmosfera do planeta gigante. A mancha gira em torno de si mesma, no sentido anti-horário, com uma periodicidade de cerca de seis dias terrestres.
Para termos uma melhor ideia da violência deste fenómeno, diga-se que os ventos no seu interior têm uma velocidade de várias centenas de quilómetros por hora. Isto foi confirmado com uma precisão sem precedentes através dos dados enviados pela sonda Voyager 1 em 1979.
Tanto quanto se conhece, esta tempestade na atmosfera de Júpiter é a maior do nosso sistema solar. As melhores imagens que dela temos também foram obtidas pela grande aproximação ao planeta Júpiter realizada pelas sondas Voyager, e são cromaticamente espectaculares.
Mas diga-se que é possível ver esta grande mancha vermelha através de um telescópio com uma abertura de pelo menos 12 cm. Ou seja, a mancha está ao alcance de qualquer um de nós enquanto observador na Terra.
O telescópio espacial Hubble, que orbita a Terra, também tem fornecido aos astrónomos em particular, e a todos nós em geral, imagens de grande resolução do disco completo de Júpiter, onde se pode visualizar a grande mancha vermelha. E foi ao analisar a dimensão desta gigante tempestade através de imagens captadas recentemente, que os cientistas confirmaram que a mesma está a encolher!
Já quando as sondas Voyager 1 e 2 visitaram Júpiter, respectivamente em 1979 e 1980, os astrónomos tinham registado uma substancial diminuição da mancha para cerca de 23 mil quilómetros de diâmetro. Agora as novas imagens obtidas através do potente telescópio espacial Hubble indicam que ela encolheu para 16.500 quilómetros! Os cientistas não têm qualquer explicação para esta diminuição da grande mancha vermelha a uma taxa de cerca de mil quilómetros por ano, nem o que isso significa na dinâmica da atmosfera de Júpiter. Será que a tempestade está a acalmar? O que se estará a passar misteriosamente em Júpiter?!
António Piedade
© 2014 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Cápsula Dragon já regressou à Terra
A cápsula não tripulada Dragon desceu neste domingo, sem problemas, no oceano Pacífico diante da costa do México, horas após abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS), informaram a Nasa e a empresa americana SpaceX.
Dragon tocou o mar às 19h05 GMT (+1h no Luxemburgo), tal como estava previsto, menos de seis horas após desatracar da ISS para iniciar seu regresso à Terra.
A nave de seis toneladas separou-se do braço robótico da ISS às 13h26 GMT, depois de ter passado 28 dias acoplada à plataforma.
A Dragon foi lançada em 18 de Abril a bordo do foguetão Falcon 9 da base de Cabo Canaveral, Flórida.
A Nasa apela a empresas privadas como a Spacex para abastecer a ISS. Nesta ocasião, a Dragon transportou 2,2 toneladas de carga, incluindo comida, trajes espaciais, peças de reposição e equipamentos para 150 experimentos na estação orbital.
Com base num contrato de 1,6 mil milhões de dólares com a Nasa, a SpaceX deve realizar 12 missões até a ISS.
A Nasa também tem contrato de abastecimento da ISS de 1,9 mil milhões de dólares com a Orbital Sciences Corporation, cuja cápsula Cygnus realizou a primeira entrega em Janeiro.
SpaceX, Boeing e Sierra Nevada também foram seleccionadas pela Nasa para desenvolver naves que transportem pessoas para a ISS e outros destinos, que deverão estar operacionais até 2017.
O lançamento anterior de uma cápsula Dragon ocorreu em Março de 2013.
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Astronautas em testes no Havai... como se fosse em Marte
Foto: ESA |
Astronautas voluntários podem passar algum tempo em câmaras hiperbáricas, naves que fazem montanhas russas, em bases isoladas na Antártida, grutas ou falsas naves espaciais ou ainda ficar na cama, dependendo do que se quer testar ou ensaiar.
Na imagem supra, a cientista Lucie Poulet do Centro Aeroespacial Alemão DLR participa na simulação de uma missão a Marte, dirigida pela Universidade do Havai, em Manoa, nos Estados Unidos.
Tudo foi pensado para a tripulação se sentir longe de casa. No pequeno habitáculo onde vivem é permitido apenas 12 minutos debaixo do duche, por semana, nada de comida fresca e a comunicação com amigos e família está muito limitada – é provocado um atraso de 20 minutos nas comunicações, como aconteceria numa viagem real a Marte, por exemplo.
As agências espaciais recorrem a simulações como esta, a Hawaii Space Exploration Analogue and Simulation, promovida pela NASA para avaliar como reagem as pessoas quando são enviadas para ambientes de stress intenso.
No espaço, a ajuda está muito longe, a luz solar é irregular, praticar exercício é difícil e a vida social está limitada.
A tripulação que se encontra no Havai "regressa" à Terra a 28 de Julho. Durante os seus quatro meses de isolamento, a equipa irá investigar novos sistemas de iluminação para fazer crescer plantas em estufas.
No final deste ano, os astronautas da ESA Thomas Pesquet e Andreas Mogensen irão juntar-se a uma simulação de duas semanas debaixo de água, promovida pela NASA, na costa da Florida, para testar novos equipamentos para missões espaciais futuras.
Fonte: ESA
domingo, 18 de maio de 2014
DD - Documentários ao Domingo: As descobertas do telescópio Spitzer
As descobertas de exoplanetas feitas pelo telescópio espacial Spitzer, explicadas durante uma conferência promovida pela Nasa.
A conferência data de 2008, mas é interessante rever o que foi possível descobrir graças ao Spitzer: os cientistas puderam elaborar o primeiro mapa meteorológico de um exoplaneta a 250 anos-luz da Terra, observar o espaço profundo em torno de anãs castanhas, o comportamento das potentes estrelas de neutrões (pulsares) e até planetas em formação em sítios bizarros.
Conferencista: Michelle Thaller, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Nov.2008)/Créditos: NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL)
A conferência data de 2008, mas é interessante rever o que foi possível descobrir graças ao Spitzer: os cientistas puderam elaborar o primeiro mapa meteorológico de um exoplaneta a 250 anos-luz da Terra, observar o espaço profundo em torno de anãs castanhas, o comportamento das potentes estrelas de neutrões (pulsares) e até planetas em formação em sítios bizarros.
Conferencista: Michelle Thaller, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Nov.2008)/Créditos: NASA Jet Propulsion Laboratory (JPL)
sábado, 17 de maio de 2014
Foguetão russo com satélite europeu cai pouco depois da descolagem
Um foguetão russo Proton-M que transportava um satélite europeu caiu nesta sexta-feira pouco depois da decolagem, no mais recente acidente a afetar a outrora orgulhosa indústria espacial da Rússia.
Os directores da agência espacial russa Roscosmos afirmaram que o motor de controle do foguetão falhou 545 segundos depois da descolagem da base de Baikonur, que Moscovo aluga no Cazaquistão.
A televisão estatal russa exibiu imagens do foguetão e do satélite de comunicações Expresss-AM4P, que custa 21 milhões de euros, e que se incendiou.
A agência federal espacial russa Roscosmos informou que criou uma comissão "para analisar os dados telemétricos e descobrir os motivos da situação de emergência".
Tsiolkovsky, o pai da astronomia moderna
"A Terra é o berço da Humanidade,
mas o Homem não vai ficar eternamente no berço".
Konstantin Tsiolkovsky (1857-1935).
Cientista autodidacta russo, o primeiro a ter falado no elevador espacial. Num livro premonitório, explicou em 1903 qual o melhor combustível para um foguetão, como e porquê este deveria ser construído em vários andares, calculou as melhores trajectórias e as velocidades "cósmicas" para lançar e colocar um foguetão em órbita, descreveu como deveria funcionar uma estação orbital, etc. Pelo seu trabalho de visionário é considerado o pai da astronomia moderna.
sexta-feira, 16 de maio de 2014
Medida pela primeira vez a duração de um dia num exoplaneta
Com o auxílio de observações obtidas com o Very Large Telescope do ESO (VLT) conseguiu-se, pela primeira vez, determinar a taxa de rotação de um exoplaneta. Descobriu-se que Beta Pictoris b (HD 39060) tem um dia que dura apenas 8 horas, um valor muito menor do que o observado em qualquer planeta no Sistema Solar - o equador do exoplaneta desloca-se a quase 100 mil quilómetros por hora.
Este novo resultado permite estender aos exoplanetas a relação entre massa e rotação observada no Sistema Solar. Técnicas semelhantes permitirão aos astrónomos mapear exoplanetas com todo o pormenor, no futuro, utilizando o European Extremely Large Telescope (E-ELT).
O exoplaneta Beta Pictoris b orbita a estrela visível a olho nu Beta Pictoris, que se situa a cerca de 63 anos-luz de distância da Terra na constelação austral do Pintor.
Este planeta foi descoberto há quase seis anos, tendo sido um dos primeiros exoplanetas para o qual se conseguiu obter uma imagem directa. Este objeto orbita a sua estrela a uma distância que é de apenas oito vezes a distância Terra-Sol - o que faz com que seja o exoplaneta mais próximo da sua estrela para o qual se obteve uma imagem directa.
Com o auxílio do instrumento CRIRES montado no VLT, uma equipa de astrónomos holandeses da Universidade de Leiden e do Instituto Holandês de Investigação Espacial (SRON, acrónimo do holandês) descobriram que a velocidade de rotação equatorial do exoplaneta Beta Pictoris b é de quase 100 mil km por hora.
Comparativamente, o equador de Júpiter tem uma velocidade de cerca de 47 mil quilómetros por hora, enquanto o da Terra viaja a apenas a 1.700 quilómetros por hora.
Beta Pictoris b é mais de 16 vezes maior que a Terra e possui 3.000 vezes mais massa que o nosso planeta, no entanto um dia neste exoplaneta dura apenas 8 horas.
“Não sabemos porque é que alguns planetas rodam mais depressa que outros,” diz o co-autor deste trabalho Remco de Kok, “mas esta primeira medição da rotação de um exoplaneta mostra que a tendência observada no Sistema Solar de que os planetas de maior massa rodam mais depressa, pode aplicar-se de igual modo aos exoplanetas, o que nos leva a pensar que este efeito deve ser alguma consequência universal do modo como os planetas se formam.”
Beta Pictoris b é um planeta muito jovem, apenas com cerca de 20 milhões de anos (comparativamente, a Terra tem 4,5 mil milhões de anos de idade).
Com o passar do tempo, espera-se que o exoplaneta arrefeça e encolha, o que fará com que rode ainda mais depressa. Por outro lado, outro tipo de processos podem influenciar a variação da rotação de um planeta. Por exemplo, a rotação da Terra está a diminuir com o tempo, em consequência das interacções de maré com a nossa Lua.
Os astrónomos usaram uma técnica muito precisa chamada espectroscopia de alta dispersão para separar a luz nas suas cores constituintes - diferentes comprimentos de onda no espectro. O princípio do efeito Doppler (ou desvio de Doppler) permitiu que a equipa utilizasse a variação em comprimento de onda para detectar que as diferentes partes do planeta se estavam a mover a velocidades diferentes e em direcções opostas relativamente ao observador. Retirando cuidadosamente os efeitos da estrela progenitora, muito mais brilhante, conseguiram extrair o sinal correspondente à rotação do planeta.
“Medimos os comprimentos de onda da radiação emitida pelo planeta com uma precisão de um sobre cem mil, o que faz com que as medições sejam sensíveis aos efeitos Doppler que nos revelam a velocidade dos objetos emissores,” diz o autor principal Ignas Snellen.
“Usando esta técnica descobrimos que as diferentes partes da superfície do planeta se deslocam na nossa direcção ou na direcção oposta a velocidades diferentes, o que só pode significar que o planeta roda em torno do seu eixo.”
Esta técnica está relacionada com a técnica de obtenção de imagens Doppler, usada já há várias décadas para mapear a superfície das estrelas e, recentemente, a de uma anã castanha - Luhman 16B. A rápida rotação de Beta Pictoris b significa que no futuro será possível fazer um mapa global do planeta, mostrando possíveis padrões de nuvens e tempestades enormes.
“Esta técnica pode ser utilizada numa amostra muito maior de exoplanetas com a excelente resolução e sensibilidade que terá o E-ELT e um espectrógrafo de imagem de alta dispersão. Com o instrumento METIS (Mid-infrared E-ELT Imager and Spectrograph) que está a ser planeado, seremos capazes de fazer mapas globais de exoplanetas e caracterizar planetas muito mais pequenos do que Beta Pictoris b”, diz o Investigador Principal do METIS e co-autor do novo artigo científico que descreve estes resultados, Bernhard Brandl.
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Cientistas acreditam ter descoberto como se formam as estrelas magnéticas
As estrelas magnéticas são os estranhos restos extremamente densos que resultam de explosões de supernovas. São os objectos com o campo magnético mais poderoso que se conhecem no Universo - milhões de vezes mais potentes que os mais fortes imãs na Terra.
Uma equipa de astrónomos, usando o Very Large Telescope do ESO (VLT), descobriu pela primeira vez a estrela companheira de uma estrela magnética. Esta descoberta ajuda a explicar como é que estes objectos se formam - um debate que já dura há 35 anos - e porque é que esta estrela tão particular não colapsou para formar um buraco negro, como seria de esperar.
Quando uma estrela de massa muito elevada colapsa sob o efeito da sua própria gravidade durante a explosão de uma supernova, dá origem a uma estrela de neutrões ou a um buraco negro. As estrelas magnéticas são uma forma peculiar e muito exótica de estrela de neutrões.
Tal como todos estes objectos estranhos, as estrelas magnéticas são muito pequenas e possuem campos magnéticos extremamente potentes. As superfícies destes objectos emitem enormes quantidades de raios gama quando sofrem um ajustamento súbito chamado “tremor de estrela”, resultado das enormes forças a que as suas crostas estão sujeitas.
O enxame estelar Westerlund 1, situado a 16 mil anos-luz de distância da Terra, na constelação austral do Altar, acolhe uma das duas dúzias de estrelas magnéticas conhecidas na Via Láctea. É a chamada CXOU J16470.2-455216, que muito tem intrigado os astrónomos.
“O nosso trabalho anterior mostrou que a estrela magnética no enxame Westerlund 1 deve ter nascido de uma explosão de uma estrela moribunda com cerca de 40 vezes a massa do nosso Sol, o que em si mesmo constitui um problema, já que se pensa que estrelas com estes valores de massa colapsem para dar origem a buracos negros e não a estrelas de neutrões. Na altura não percebemos como é que este objecto poderia ter originado uma estrela magnética”, diz Simon Clark, autor principal do artigo que descreve estes resultados.
Os astrónomos propuseram uma solução para este mistério, sugerindo que a estrela magnética se teria formada a partir das interacções entre duas estrelas de elevada massa que orbitariam em torno uma da outra num sistema binário tão compacto que caberia no interior da órbita da Terra em torno do Sol.
No entanto, até agora não tinha sido detectada nenhuma estrela companheira na posição da estrela magnética de Westerlund 1. Por isso, os astrónomos utilizaram o VLT para a procurarem noutras regiões deste enxame. Fizeram uma busca de estrelas fugidias - objectos que escapam do enxame com velocidades muito elevadas - que poderiam ter sido ejectadas para fora da sua órbita pela explosão da supernova que deu origem à estrela magnética.
Uma estrela, chamada Westerlund 1-5, parece corresponder aos critérios de busca dos astrónomos. “Esta estrela não só possui um movimento consistente com o facto de ter recebido um “pontapé” da supernova mas é também demasiado brilhante para ter nascido como estrela isolada. Mais ainda, possui uma composição rica em carbono altamente invulgar, impossível de obter numa estrela única - uma pista importante que nos mostra que se deve ter formado originalmente com uma companheira num binário de estrelas”, acrescenta Ben Ritchie (Open University), um dos autores do artigo.
Astrónomos reconstituem formação de estrela magnética
Esta descoberta permitiu aos astrónomos reconstruir a história da vida estelar que deu origem à formação da estrela magnética, em vez do esperado buraco negro.
Na primeira fase deste processo, a estrela de maior massa do par começa a ficar sem combustível, transferindo as suas camadas mais exteriores para a companheira de menor massa - que está destinada a tornar-se uma estrela magnética - e fazendo com que esta rode cada vez mais depressa. Esta rotação rápida parece ser o ingrediente essencial na formação do campo magnético muito intenso da estrela magnética.
Numa segunda fase, e como resultado desta transferência de matéria, a companheira fica com tanta massa que, por sua vez, descarta uma enorme quantidade desta matéria recém adquirida. A maior parte dessa massa perde-se no espaço mas uma pequena quantidade volta à estrela original que vemos ainda hoje a brilhar, a Westerlund 1-5.
“É este processo de troca de material que conferiu à Westerlund 1-5 uma assinatura química tão invulgar e permitiu que a massa da sua companheira diminuísse para níveis suficientemente baixos, dando assim origem a uma estrela magnética em vez de um buraco negro - um jogo da “batata quente” estelar com consequências cósmicas!”, conclui o membro da equipa Francisco Najarro (Centro de Astrobiologia, Espanha).
Assim, o facto de uma estrela pertencer a um sistema binário parece ser um ingrediente essencial na confecção de uma estrela magnética. A rotação rápida criada pela transferência de matéria entre as duas estrelas é necessária para dar origem ao campo magnético extremamente intenso e uma segunda fase de transferência de material faz com que a estrela destinada a tornar-se uma estrela magnética "emagreça" o suficiente para não colapsar sob a forma de buraco negro no momento da sua morte.
Uma equipa de astrónomos, usando o Very Large Telescope do ESO (VLT), descobriu pela primeira vez a estrela companheira de uma estrela magnética. Esta descoberta ajuda a explicar como é que estes objectos se formam - um debate que já dura há 35 anos - e porque é que esta estrela tão particular não colapsou para formar um buraco negro, como seria de esperar.
Quando uma estrela de massa muito elevada colapsa sob o efeito da sua própria gravidade durante a explosão de uma supernova, dá origem a uma estrela de neutrões ou a um buraco negro. As estrelas magnéticas são uma forma peculiar e muito exótica de estrela de neutrões.
Tal como todos estes objectos estranhos, as estrelas magnéticas são muito pequenas e possuem campos magnéticos extremamente potentes. As superfícies destes objectos emitem enormes quantidades de raios gama quando sofrem um ajustamento súbito chamado “tremor de estrela”, resultado das enormes forças a que as suas crostas estão sujeitas.
O enxame estelar Westerlund 1, situado a 16 mil anos-luz de distância da Terra, na constelação austral do Altar, acolhe uma das duas dúzias de estrelas magnéticas conhecidas na Via Láctea. É a chamada CXOU J16470.2-455216, que muito tem intrigado os astrónomos.
“O nosso trabalho anterior mostrou que a estrela magnética no enxame Westerlund 1 deve ter nascido de uma explosão de uma estrela moribunda com cerca de 40 vezes a massa do nosso Sol, o que em si mesmo constitui um problema, já que se pensa que estrelas com estes valores de massa colapsem para dar origem a buracos negros e não a estrelas de neutrões. Na altura não percebemos como é que este objecto poderia ter originado uma estrela magnética”, diz Simon Clark, autor principal do artigo que descreve estes resultados.
Os astrónomos propuseram uma solução para este mistério, sugerindo que a estrela magnética se teria formada a partir das interacções entre duas estrelas de elevada massa que orbitariam em torno uma da outra num sistema binário tão compacto que caberia no interior da órbita da Terra em torno do Sol.
No entanto, até agora não tinha sido detectada nenhuma estrela companheira na posição da estrela magnética de Westerlund 1. Por isso, os astrónomos utilizaram o VLT para a procurarem noutras regiões deste enxame. Fizeram uma busca de estrelas fugidias - objectos que escapam do enxame com velocidades muito elevadas - que poderiam ter sido ejectadas para fora da sua órbita pela explosão da supernova que deu origem à estrela magnética.
Uma estrela, chamada Westerlund 1-5, parece corresponder aos critérios de busca dos astrónomos. “Esta estrela não só possui um movimento consistente com o facto de ter recebido um “pontapé” da supernova mas é também demasiado brilhante para ter nascido como estrela isolada. Mais ainda, possui uma composição rica em carbono altamente invulgar, impossível de obter numa estrela única - uma pista importante que nos mostra que se deve ter formado originalmente com uma companheira num binário de estrelas”, acrescenta Ben Ritchie (Open University), um dos autores do artigo.
Astrónomos reconstituem formação de estrela magnética
Esta descoberta permitiu aos astrónomos reconstruir a história da vida estelar que deu origem à formação da estrela magnética, em vez do esperado buraco negro.
Na primeira fase deste processo, a estrela de maior massa do par começa a ficar sem combustível, transferindo as suas camadas mais exteriores para a companheira de menor massa - que está destinada a tornar-se uma estrela magnética - e fazendo com que esta rode cada vez mais depressa. Esta rotação rápida parece ser o ingrediente essencial na formação do campo magnético muito intenso da estrela magnética.
Numa segunda fase, e como resultado desta transferência de matéria, a companheira fica com tanta massa que, por sua vez, descarta uma enorme quantidade desta matéria recém adquirida. A maior parte dessa massa perde-se no espaço mas uma pequena quantidade volta à estrela original que vemos ainda hoje a brilhar, a Westerlund 1-5.
“É este processo de troca de material que conferiu à Westerlund 1-5 uma assinatura química tão invulgar e permitiu que a massa da sua companheira diminuísse para níveis suficientemente baixos, dando assim origem a uma estrela magnética em vez de um buraco negro - um jogo da “batata quente” estelar com consequências cósmicas!”, conclui o membro da equipa Francisco Najarro (Centro de Astrobiologia, Espanha).
Assim, o facto de uma estrela pertencer a um sistema binário parece ser um ingrediente essencial na confecção de uma estrela magnética. A rotação rápida criada pela transferência de matéria entre as duas estrelas é necessária para dar origem ao campo magnético extremamente intenso e uma segunda fase de transferência de material faz com que a estrela destinada a tornar-se uma estrela magnética "emagreça" o suficiente para não colapsar sob a forma de buraco negro no momento da sua morte.
O enxame estelar Westerlund 1 |
Fonte: ESO
quarta-feira, 14 de maio de 2014
Nave Soyuz pousa no Cazaquistão com astronautas da ISS
Foto: Nasa |
O russo Mikhail Tiurin, o americano Rick Mastracchio e o japonês Koichi Wakata - que tinham partido da Terra a 7 de Novembro com a chama olímpica dos Jogos Olímpicos de Inverno de Sochi - pousaram nesta quarta à hora prevista, às 1h59 GMT (+1h no Luxemburgo), nas estepes do Cazaquistão (a uma centena de kms da cidade mais próxima, Djerskazan), a bordo da nave Soyuz.
Na ISS ficaram os russos Aleksandr Skvortsov e Oleg Artemiev e o americano Steven Swanson. Em 28 de Maio deverão chegar o alemão Alexandre Gerst, o americano Reid Wiseman e o russo Max Suraïev.
Wakata foi o primeiro japonês a ser comandante da ISS, comando que passou agora a Swanson. Wakata foi também o primeiro a falar com um robot, o Kirobo, a bordo da estação.
diqué mardi le vice-Premier ministre russe Dmitri Rogozine, connu pour sa rhétorique anti-occidentale. "Après 2020, nous aimerions réorienter ces moyens financiers dans des projets spatiaux ayant plus d'avenir", a-t-il poursuivi. En raison de la crise ukrainienne, l'agence spatiale américaine avait décidé début avril de suspendre tous ses contacts avec la Russie, à l'exception de la collaboration portant sur la Station spatiale internationale. Elle avait aussi annoncé vouloir prolonger jusqu'en 2024 la durée de vie de l'ISS. Depuis l'arrêt des navettes spatiales américaines, les vaisseaux russes Soyouz sont le seul moyen d'acheminer et de rapatrier les équipages de l'ISS.
Rússia quer retirar-se da ISS em 2020
Entretanto, e em resposta às sanções norte-americanas à Rússia, no âmbito da crise russa-ucraniana, o vice-primeiro-ministro russo Dmitri Rogozine anunciou esta terça-feira a decisão de Moscovo de retirar-se da ISS em 2020, segundo a agência de imprensa russa Interfax, que a AFP cita.
A Nasa divulgou em Janeiro que pretendia prolongar a missão da estação internacional até, pelo menos, 2024, quando o fim de vida da estação orbital estava previsto [pela administração G.W. Bush em 2004] para o ano de 2016.
Rogozine, conhecido pelas suas declarações anti-ocidentais, disse que depois dessa data, Moscovo "já não vai mais precisar da ISS" e deverá "investir esse dinheiro em projectos com mais futuro".
Moscovo pretende também proibir os EUA de utilizar motores russos para os seus foguetões com fins militares.
Rogozine tinha já criticado a utilização pelos americanos das cápsulas Soyuz, e chegou mesmo a convidar Washington a enviar os seus astronautas "em trampolim" para o espaço. Mas, para já, Rogozine não pôs fim ao contrato muito lucrativo que acabou de ser assinado entre os dois países, para que os EUA pudessem continuar a utilizar as Soyuz, levando Moscovo a arrecadar 457,9 milhões de dólares.
terça-feira, 13 de maio de 2014
Nasa detecta buraco quadrado no Sol
A Nasa detectou recentemente um buraco que apareceu à superfície do Sol. A imagem foi filmada entre 5 e 7 de Maio e mostra um enorme e enigmático buraco quadrado na nossa estrela.
Sem ainda saberem do que se trata, os astrónomos mostram-se tranquilos e dizem que o fenómeno não é nada de preocupante e deverá tratar-se de um "buraco coronal, uma zona onde os ventos solares muito potentes sopram para o espaço". Ou seja, segundo os cientistas não se trata na realidade de um buraco mas de "uma falha na massa coronal que cintila devido à presença de círculos de luz em que pequenas partes de campo magnético solar aparecem à superfície do Sol". Um fenómeno, portanto, natural e que não deverá afectar o nosso planeta. Pelo menos, é o que explicam os astrónomos da Nasa.
Sem ainda saberem do que se trata, os astrónomos mostram-se tranquilos e dizem que o fenómeno não é nada de preocupante e deverá tratar-se de um "buraco coronal, uma zona onde os ventos solares muito potentes sopram para o espaço". Ou seja, segundo os cientistas não se trata na realidade de um buraco mas de "uma falha na massa coronal que cintila devido à presença de círculos de luz em que pequenas partes de campo magnético solar aparecem à superfície do Sol". Um fenómeno, portanto, natural e que não deverá afectar o nosso planeta. Pelo menos, é o que explicam os astrónomos da Nasa.
domingo, 11 de maio de 2014
DD - Documentários ao Domingo : O futuro na detecção de exoplanetas
O engenheiro aeroespacial Jeremy Kasdin, da Universidade de Princeton, fala-nos sobre o que os cientistas estão a conceber para a futura detecção de exoplanetas potencialmente habitáveis.
quinta-feira, 8 de maio de 2014
Australianos querem destruir lixo espacial com lasers
Uma equipa de cientistas australianos encontrou a solução para o lixo espacial que existe em torno do nosso planeta, composto por mais de 23 mil detritos, desde bocados de foguetões largados das naves russas e dos Space Shuttle americanos, até antigos satélites de comunicação e militares desactivados, potencialmente perigosos para missões espaciais e astronautas a trabalhar no espaço.
Os cientistas australianos propõem desfazer o lixo espacial com raios laser para que caia na atmosfera terrestre, onde se desintegraria.
"Queremos limpar o espaço para evitar o risco crescente de colisões e prevenir os tipos de incidentes contados no filme 'Gravity'", explica o director do centro de pesquisa astronómica e astrofísica da Universidade Nacional da Austrália, Matthew Colless.
Um novo centro de pesquisa com a participação, entre outros, da Nasa, vai começar a funcionar este ano para isolar as partes menores de lixo espacial e prever a sua trajectória graças ao observatório de Mount Stromlo, em Canberra. O objetivo é desviar estes restos (satélites fora de serviço, corpos de foguetões...) de sua trajectória, atingindo-os com raios laser a partir da Terra. O que fará os detritos diminuir a sua velocidade e cair na atmosfera, onde se desentagrariam.
O responsável pelo novo centro, Ben Greene, também considerou provável "uma avalanche catastrófica de colisões (de restos), que destrua rapidamente todos os satélites".
A agência espacial americana (Nasa) e a Agência Espacial Europeia (ESA) listaram mais de 23 mil objectos de mais de 10 cm, na sua maioria, em órbitas baixas (abaixo de 2.000 km). Os restos que têm entre 1 e 10 cm são centenas de milhares.
domingo, 4 de maio de 2014
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