segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Empresa de Coimbra entrega dois equipamentos para a nave Orion

Foto: Active Space Technologies
A empresa portuguesa Active Space Technologies, sediada em Coimbra, anunciou na sexta-feira a entrega de dois equipamentos para a futura nave Orion, da Nasa.

“A Active Space Technologies terminou o fabrico e montagem dos protótipos de teste do Thermal Control Unit do Orion Multi Purpose Crew Vehicle – European Service Module (MPCV-ESM) da futura nave Orion da Nasa”, pode ler-se num comunicado que a empresa especialista em tecnologia aeroespacial divulgou.

Orion prepara-se para orbitar a Lua em 2017

A primeira missão da Orion será “um voo não tripulado à volta da Lua em 2017 e vai reentrar na atmosfera terrestre a 11 km/segundo, que será a velocidade de reentrada mais elevada de sempre”, revela a empresa de Coimbra.


“A nave Orion vai suceder ao Space Shuttle na missão de transporte dos astronautas” e “irá servir como veículo de exploração, transporte da tripulação e veículo de emergência, operando sobretudo em missões de suporte à Estação Espacial Internacional (ISS)”, anuncia ainda a empresa, explicando que “transportará os astronautas para órbitas terrestres, permitindo futuras missões à Lua e asteróides e, eventualmente, a Marte”.

O comunicado diz igualmente que o módulo de propulsão da Orion, designado European Service Module, “é baseado no Automated Transfer Vehicle desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA)”, esclarecendo que este “consiste num módulo que inclui quatro painéis solares e fornece propulsão, energia, controlo térmico, água e ar ao módulo habitável do Orion”.

O administrador da Active Space Technologies, Ricardo Patrício, afirma que a participação “num dos projectos mais críticos do actual programa espacial mundial, que tem por objectivo substituir o programa Space Shuttle”, reforça o reconhecimento da empresa portuguesa no panorama europeu, após participações noutras missões.

A empresa portuguesa fabricou "dois equipamentos iguais, semelhantes a uma caixa, feitos em alumínio e que serão depois incorporados na nave para testes", explicou por seu lado Liliana Baptista, gestora do projecto.

“São equipamentos para o controlo estrutural de toda a nave, nesta fase ainda de testes, mas que depois serão substituídos por outros. O modelo que vai ser usado na realidade vai ser muito mais complexo, com muitos componentes eletrónicos, térmicos e sensores”, acrescentou.

Liliana Baptista observou que “para fazer os testes da nave não é necessário o equipamento ser tão complexo”, sendo que estes agora produzidos pela empresa têm “as mesmas características dimensionais, mecânicas e estruturais dos futuros equipamentos”.

sábado, 22 de agosto de 2015

Como as estrelas nascem e se desenvolvem nos enxames estelares

Foto: ESO
Os enxames estelares abertos como o que se vê nesta imagem não são apenas perfeitos para tirar bonitas fotografias. A maioria das estrelas forma-se no seu interior e estes enxames podem servir aos astrónomos como laboratórios para estudar como é que as estrelas evoluem e morrem.

Esta imagem, que foi obtida pelo instrumento Wide Field Imager (WFI) no Observatório de La Silla, mostra o enxame IC 4651 e as estrelas que nasceram no seu interior apresentam actualmente uma grande variedade de características.

O salpicado de estrelas que podemos ver nesta nova imagem do ESO é o enxame estelar aberto IC 4651, situado na Via Láctea na constelação do Altar, a cerca de 3.000 anos-luz de distância.

O enxame tem cerca de 1,7 mil milhões de anos — o que corresponde a uma idade média em termos de enxames.

Conhecem-se na Via Láctea mais de um milhar destes enxames abertos, no entanto pensa-se que existam muitos mais. Muitos destes objectos foram já estudados com grande detalhe. Observações de enxames estelares como este fizeram avançar o nosso conhecimento sobre a formação e evolução da Via Láctea e das estrelas individuais no seu interior. Permitem igualmente aos astrónomos testar modelos de evolução estelar.

As estrelas no IC 4651 formaram-se todas ao mesmo tempo a partir da mesma nuvem de gás. Estas estrelas irmãs estão apenas ligadas de forma ligeira pela atracção entre si e pelo gás entre elas. À medida que as estrelas no seio do enxame interagem com outros enxames e com nuvens de gás na galáxia e, à medida que o gás entre as estrelas é utilizado para formar mais estrelas ou é lançado para fora do enxame, a estrutura do enxame começa a modificar-se. Eventualmente, a massa restante no enxame torna-se suficientemente pequena para que as estrelas possam escapar.

Observações recentes do IC 4651 mostraram que o enxame contém uma massa de 630 vezes a massa solar e pensa-se que inicialmente teria pelo menos 8.300 estrelas, num total de 5.300 vezes a massa do Sol.

O nosso Sol poderá ter feito parte de um enxame estelar 

Como este enxame é relativamente velho, uma parte desta massa perdida é devida às estrelas mais massivas do enxame terem já atingido o final das suas vidas e terem explodido sob a forma de supernovas.

No entanto, a maioria das estrelas que se perderam não morreram mas apenas se deslocaram. Terão sido arrancadas ao enxame ao passar por uma nuvem gigante de gás ou após um encontro próximo com um enxame vizinho, ou simplesmente afastaram-se.

Uma fracção destas estrelas perdidas pode estar ainda gravitacionalmente ligada ao enxame, encontrando-se a rodeá-lo a grande distância.

As restantes estrelas perdidas terão migrado para longe do enxame e juntado-se a outros ou ter-se-ão instalado noutro local qualquer da Via Láctea.


Provavelmente, o Sol fez outrora parte de um enxame como o IC 4651 até que, tanto a nossa estrela como as suas irmãs, se separaram e gradualmente se espalharam pela Via Láctea.

Fonte: ESO
Vídeo: http://www.eso.org/public/portugal/videos/eso1534a/

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Nasa desmente rumores que asteróide vai colidir com a Terra em Setembro


A Nasa veio desmentir oficialmente na quarta-feira os rumores que circulam na internet e nas redes sociais que anunciam que Porto Rico e o Golfo do México vão receber o impacto de um poderoso asteróide entre 15 e 28 de Setembro, o que provocará a destruição dos Estados Unidos, América Central e do Sul.

"Não há nenhuma base científica - nem nenhuma prova - que um asteróide ou qualquer outro objecto celeste vai colidir com a Terra nessas datas", garante peremptório Paul Chodas, o chefe do Jet Propulsion Laboratory (Laboratório de Propulsão) no site do JPL da agência espacial norte-americana.

"Não há perigo com asteróides conhecidos nos próximos 100 anos" Depois de a Nasa já ter esclarecido em diversas ocasiões nos últimos meses, a última das quais em Junho, que este rumor não tem fundamento, desta feita foi Paul Chodas que vem desmentir os anúncios que circulam em blogues e redes sociais.

"Todos os asteróides conhecidos potencialmente perigosos têm uma probablidade de menos de 0,01% de colidir com a Terra nos próximos 100 anos".

O cientista explica que "se houvesse algum objecto numa trajectória com a Terra, com uma colisão prevista para Setembro e de um tamanho suficiente para destruir o continente americano, a Nasa já o teria avistado há meses". Este ano, apenas os asteróides 2004 BL86 e 2014 YB35 passaram na vizinhança da Terra, mas "a sua passagem em Janeiro e Março era conhecida" e "nunca foi considerada perigosa" para o nosso planeta, acrescenta ainda Chodas.

Rumores persistentes, desmentidos regulares

A Nasa faz regularmente face a este tipo de rumores sem fundamento, que depressa empolam na internet e nas redes sociais.

Rumores de impacto de um asteróide com a Terra circularam já muitas vezes. Uma delas em 1999, depois várias vezes durante a primeira década do século XXI, e novamente em 2011. Paul Chodas recorda também, por exemplo, a psicose em torno da data de 21 de Dezembro de 2012, dia em que muitos internautas anunciavam o fim do mundo por um asteróide.

Desta vez, a Nasa achou que o assunto era sério o suficiente para esclarecer e tranquilizar o público no seu site. Paul Chodas diz que não é a primeira vez que a Nasa vem restabelecer a verdade científica dos factos neste tipo de rumores e admite que não seja a última.

Apocalipse, o regresso 

O asteróide Apophis passará perto da Terra em 2036
Foto: CNES
 
Anote na sua agenda o próximo "fim do mundo" por um asteróide: 13 de Abril de 2036. É o dia em que o asteróide Apophis passa perto da Terra.

Os astrónomos acreditam que há uma hipótese sobre 250 mil (o que é incrivelmente baixo à escala do Cosmos) de este asteróide colidir com o nosso planeta.

Outra data é a de 2126, quando o cometa Swift-Tuttle, que passou perto de nós em 1992, regressa e se arrisca dessa vez a colidir connosco.

Porque não se fala nestas datas? Porque as seitas apocalípticas e os pseudo-científicos (ainda) andam entretidos com datas e cometas mais próximos de nós. Depois de a colisão de Setembro não acontecer (como as anteriores não aconteceram), essas aves de mau augúrio irão depressa acaparar-se dos novos medos, das novas datas, dos novos fins.

JLC/com agência
esta notícia também foi publicada no site do CONTACTO

quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Cientistas japoneses demonstram em laboratório que cometas podem estar na origem da vida na Terra

O cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko (ou simplesmente  'Churi') Foto: ESA
O impacto dos cometas que atingiram a Terra há 4 mil milhões de anos pode ter tido um papel no surgimento da vida na Terra, afirma um grupo de cientistas japoneses, que tentou reproduzir esta "fórmula" em laboratório.

Os cientistas, que apresentam esta quarta-feira os resultados da sua pesquisa durante a conferência de geoquímica Goldschmidt2015, em Praga, compilaram uma lista de substâncias para reproduzir a reacção em laboratório.

Os cientistas misturaram aminoácidos, gelo e substâncias silicatadas a temperaturas de 196 Celsius negativos, uma mistura presente nos cometas, como constataram as últimas missões espaciais.

Depois, os cientistas adicionaram um gás propulsor para simular o efeito de uma colisão do cometa com a Terra, o que fez com que alguns dos aminoácidos se transformassem em peptídeos de cadeia curta, moléculas complexas frequentemente consideradas fundamentais para o desenvolvimento da vida.

"As nossas experiências mostraram que o frio existente nos cometas teve um impacto decisivo nesta síntese", destaca, em comunicado, Haruna Sugahara, da Agência Japonesa para a Ciência.

"A produção de peptídeos de cadeia curta é uma das etapas decisivas na evolução química das moléculas. Uma vez iniciado o processo, vai ser necessário muito menos energia para formar as cadeias de peptídeos mais longas seja num ambiente terrestre ou aquático", pode ainda ler-se no comunicado.

Sugahara destaca aind que os impactos dos cometas, que costumam estar associados a eventos de extinção em massa, provavelmente também deram um 'empurrãozinho' na formação da vida. Um processo similar pode ter-se produzido noutros locais do Universo.

Os resultados da investigação de Haruna Sugahara e Koichi Mimura, da Universidade de Nagoia, ainda não foram publicados, mas segundo Mark Burchell, da Universidade de Kent, "constituem um passo em frente importante no estudo sobre a origem das moléculas complexas no Universo".

A missão da sonda europeia Rosetta, que acompanhou o cometa 67P/Churiumov-Guerasimenko, confirmou que o corpo celeste era rico em matéria orgânica.

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Constelação do Altar: Uma estrela e quatro planetas podem vir a ter nomes portugueses

Representação artística do exoplaneta Mu Arae b

Há um sistema planetário a cerca de 50 anos-luz da Terra cuja estrela e planetas podem vir a ter nomes portugueses como Lusitânia, Caravela, Adamastor, Esperança e Saudade.

A decisão vai ser tomada depois de uma votação na internet, na qual o público pode participar até 31 de Outubro.

A União Astronómica Internacional (IAU, na sigla em inglês), único grupo de astrónomos profissionais reconhecido pela comunidade científica, anunciou a 11 de Agosto que está aberto o concurso público para dar nomes a 15 estrelas e 32 exoplanetas (ou planetas extra-solares, ou seja, que se situam fora do nosso Sistema Solar). O concurso decorre no site NameExoWorlds (http://nameexoworlds.iau.org/exoworldsvote) e nesse portal cada internauta tem o direito de votar nos nomes que prefere para atribuir a esses 47 astros e corpos celestes de 20 sistemas planetários diferentes.

Foto de família do sistema planetário Mu Arae 


A estrela Mu Arae com os seus quatro planetas 
Imagem: Sephirohq/CreativeCommons
Actualmente, o nome deste sistema planetário é Mu Arae ou HD 160691, mas a partir de Novembro pode passar a ficar conhecido por um nome bem português: o sistema planetário Lusitânia. Os quatro planetas que a orbitam receberiam os nomes de Caravela, Adamastor, Esperança e Saudade.

Lusitânia - a estrela Mu Arae é visível a olho nu no céu nocturno do hesmifério sul, na constelação de Ara (Altar, em latim). É uma estrela anã amarela semelhante ao nosso Sol, mas duas vezes mais luminosa. É cerca de 32% maior do que o nosso Sol e com cerca de 108% da massa da nossa estrela. Terá cerca de 6,4 mil milhões de anos, sendo assim mais velha que o nosso Sol (4,5 mil milhões de anos). Tem quatro planetas em sua órbita, três dos quais com massa semelhante à de Júpiter.

Caravela - Mu Arae b (ou HD 160691 b) é um exoplaneta com cerca de 1,676 vezes a massa de Júpiter. Tem uma órbita de 643,25 dias (1,76 anos) e situa-se na zona habitável da sua estrela, a uma distância de 1,97 UA (unidade astronómica: 1 UA equivale à distância Terra-Sol). É provavelmente um gigante gasoso. Se tiver satélites, podem conter água líquida. Foi o primeiro planeta deste sistema a ser descoberto, em 12/12/2000.

Adamastor - Mu Arae c (HD 160691 c) pode ser considerado a "Vénus" do sistema Mu Arae, já que se situa entre 0,07529 e 0,10659 UA, com uma órbita de 9,6 dias. Tem uma massa de cerca de 14 vezes a da Terra, com fortes probabilidades de ser um planeta rochoso como a Terra. Descoberto a 26/08/2004 por uma equipa internacional, em que participou o astrofísico português Nuno Cardoso Santos. Foi o primeiro exoplaneta de tipo 'Neptuno quente' a ser descoberto.

Esperança - Mu Arae d (HD 160691 d) tem cerca de metade da massa de Júpiter, uma órbita de 310 dias, e está a uma distância de 0.921 UA. É provável que seja um gigante gasoso. Descoberto a 5/08/2006. 

Saudade - Mu Arae e (HD 160691 e). É um gigante gasoso com a massa de 1,8 vezes a de Júpiter, mas de dimensão mais pequena. O planeta orbita a sua estrela em 11 anos, a uma distância de 5,235 UA, o equivalente à distância que separa o Sol de Júpiter. Foi descoberto em 13/06/2002.

Os nomes oficialmente escolhidos serão anunciados em Novembro pela IAU.

Prefere os nomes portugueses ou estes?

Em competição com os nomes portugueses há ainda seis outras propostas.

Uma equipa espanhola propõe os nomes Cervantes, Quijote, Dulcineia, Rocinante e Sancho.

Uma equipa japonesa propôs Daikokuten, Ebis, Bishimonte, Benzaiten e Fukurokuju. 

Um grupo colombo-panamiano sugeriu Humantahú, Tutruica, Armucura, Dabeiba e Karagabi. 

Há também uma proposta "floral": Camellia, Hibiscus, Helianthus, Lotus e Riza.

Uma outra proposta, mais anglófona, deixa em competição os nomes: Minerals, Another Gaia, Hotsprings, Mysteria e Reitoh. 

Finalmente, há um grupo que propôs nomes inspirados no universo de ficção científica criado pelo autor americano Robert Heinlein: RobertHeinlein, Podkayne, Pixel, LazarusLong e NoisyRhysling.

Cristiano Ronaldo e Fernão de Magalhães já homenageados

Já existem no céu nocturno dois nomes de portugueses famosos.

A galáxia CR7 (COSMOS Redshift 7), descoberta em Junho deste ano pelo astrónomo português David Sobral, foi baptizada em homenagem a Cristiano Ronaldo, que também é conhecido por CR7.

As "Nuvens de Magalhães" são duas galáxias anãs satélites da Via Láctea (a nossa galáxia). Ambas são visíveis a olho nu, mas apenas no hemisfério sul. Fernão de Magalhães, na sua circum-navegação ao globo em 1519-1522, foi o primeiro europeu a ter observado as 'nuvens', o que levou à sua denominação actual. Na verdade, o astrónomo persa Al-Soufi já recenseara estas galáxias seis séculos antes, no ano de 924.

Há também "regiões" com nomes portugueses ou lusófonos em, pelo menos, mais tres corpos celestes do nosso sistema solar.

Em Marte, vales e crateras com nomes portugueses ou lusófonos: os vales Tagus, Munda e Durius, no hemisfério sul marciano, referem-se aos rios Tejo, Mondego e Douro. As crateras Aveiro, Funchal e Lisboa situam-se no hemisfério norte marciano, enquanto que a cratera Fernão de Magalhães fica no hemisfério sul de Marte. Há ainda as crateras em homenagem às caravelas São Pantaleão e São Cristóvão (que faziam parte da frota de Bartolomeu Dias quando dobrou o Cabo da Boa Esperança em 1488), bem como às da frota de Vasco da Gama para a India, São Gabriel, São Rafael e Bérrio. Há também crateras com nomes brasileiros (Campos, Caxias, Gandu, Labria, Lagarto, Lins, Mafra, Peixe, Viana, Xui), moçambicanos (Chefu, Nune, Santaca) ou angolanos (Longa).

Na Lua, existem as crateras Vasco da Gama, Pedro Nunes (matemático portugues), Fernão de Magalhães e Santos Dumont (aviador e inventor brasileiro).

Em 2013, a IAU atribuiu também o nome da artista plástica portuguesa Maria Helena Vieira da Silva a uma cratera em Mercúrio. Em Mercúrio é tradição baptizar as crateras com nomes de artistas mortos.

2000 exoplanetas descobertos desde 1995 

Desde 1995, data de descoberta do primeiro planeta exterior ao nosso Sistema Solar, já foram descobertos cerca de 2 mil exoplanetas. Os planetas extra-solares que vão sendo descobertos são 'baptizados' com um nome relacionado com o telescópio pelo qual foram descobertos (por exemplo o exoplaneta Kepler 22b, que foi descoberto pela missão Kepler em 2010), ou por um código de letras e números - por exemplo HD 189733 b, em que a primeira sequência (HD189733) designa a estrela e a letra em minúscula designa o planeta.

200 mil milhões de estrelas

Haverá oportunidade para "baptizar" muitos outros planetas e estrelas, já que a IAU prevê lançar novas consultas públicas nos próximos tempos para encontrar nomes para 305 exoplanetas de 260 sistemas planetários descobertos entre 1995 e 2008. Como os cientistas calculam que possam existir cerca de 200 mil milhões de estrelas só na nossa galáxia, e que em torno da maioria orbitam planetas, haverá forma de agradar "a gregos e troianos" nos próximos anos e mesmo décadas. A não ser que seja descoberta vida inteligente nesses sistemas e que os indígenas protestem contra o nome dado etnocentricamente e de forma abusiva por nós, terráqueos.

José Luís Correia

sábado, 1 de agosto de 2015

Descoberto exoplaneta rochoso a 21 anos-luz da Terra, HD219134b

Exoplaneta HD219134b Foto: Nasa
Os astrónomos da missão Spitzer (telescópio Spitzer) descobriram na quinta-feira um exoplaneta parecido com a Terra a apenas a 21 anos-luz de distancia de nós, o exoplaneta HD219134b.

O exoplaneta foi descoberto em órbita da estrela HD 219134, uma anã vermelha-alaranjada bastante brilhante, que os cientistas já conheciam e que pode ser vista a olho nu da Terra.

O exoplaneta HD219134b.  que se situa visto da Terra na constelação de Cassiopeia, tem uma órbita mais pequena (3 dias) do que as suas tres companheiras. O planeta é 1,6 vezes maior do que a Terra, com uma massa 4,5 vezes maior. A temperatura na superficie é calculada em 427 graus Celsius. Os astrónomos pensam por isso que o planeta está a atravessar uma intensa actividade vulcanica, com rocha em fusão e ou formacao. Dadas estas caracteristicas, e apesar de se situar na zona habitavel da sua estrela, este planeta nao deve conter água nem vida. Pelo menos, vida como a conhecemos.

Já foram descobertos outras super-Terras e exoplanetas rochosos, mas este passou a ser a partir desta semana o que está mais proximo da Terra, e pode por isso tornar-se alvo de estudo dos cientistas

O sistema planetario tem mais duas super-Terras e um planeta gigante. Uma das super-Terras pesa 2,7 vezes mais que a Terra e orbita a sua estrela em 6,8 dias. A outra é 8,7 vezes mais pesada que o nosso planeta, com uma orbita de 47 dias. O planeta gigante pesa 64 vezes mais que a Terra e tem uma orbita de tres anos em torno da sua estrela.

As super-Terras tem mais massa que o nosso planeta, mas são mais leves que gasosos como Neptuno, Saturno ou Jupiter, ou seja, podem ser constituidos por gás, rocha ou ambos.


A estrela HD 219134, também chamada HR 8832) (no círculo) situa-se junto ao "W" da constelação de Cassiopeia Foto: Nasa