sexta-feira, 31 de maio de 2013

Robot Curiosity descobre mais indícios de água em Marte


O robot Curiosity, da agência espacial norte-americana (Nasa), descobriu mais indícios da existência de ter existido água em Marte, segundo um estudo a publicar esta sexta-feira na revista Science.

O Curiosity, que aterrou em Agosto de 2012 na superfície de Marte, equipado com alta tecnologia, fez fotografias de vários pedaços da superfície, muito similares aos que se vêem nos leitos dos rios da Terra.

No total foram examinados 515 pedras, tendo sido constatado que todas tinham a superfície redonda e lisa, como se tivessem viajado distâncias grandes pelo leito de algum rio antigo.

As descobertas oferecem novas pistas sobre o passado de Marte, segundo Morten Bo Madsen, o director do grupo de investigação sobre o planeta vermelho no Instituto Niels Bohr.

Se bem que hoje Marte seja um planeta árido, os cientistas encontraram provas de que a água fluiu na sua superfície há vários milhões de anos.

Os robots da Nasa Spirit e Opportunity já tinham encontrado sinais da existência passada de água em marte.

Em Março último, a Nasa informou que uma análise de uma amostra de rocha recolhida pelo Curiosity revelou que Marte teve condições para albergar vida microbiana.
Os cientistas identificaram enxofre, nitrogénio, hidrogénio, oxigénio, fósforo e carbono, que são alguns dos ingredientes essenciais para a vida.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Você disse E.T.?

Desde os anos 1940 que se fala em discos voadores e quase sempre a sua chegada está associada ao fim da Humanidade, medo quiçá importado do romance "A Guerra dos Mundos" (1898) de H.G. Wells.

Antes disso, os extraterrestres (E.T.) que se encontravam na literatura eram pacíficos. Voltaire imaginou Micromégas (1752), vindo de Sirius, e Cyrano de Bergerac evocava os Selenitas em "Impérios da Lua" (1650). Ambos os autores se inspiravam livremente em Luciano de Samósata (120-180), um dos primeiros a escrever sobre ETs.  

Há mais de meio século que milhares de pessoas dizem avistar ovnis (Objectos Voadores Não Identificados), desde a notícia que uma nave ET se teria despenhado em Roswell (Novo México) em 1947.

Nos anos 1980 apareceram os que afirmam ser abduzidos por ETs.

O autor do vídeo difundido nas televisões do mundo inteiro em 1995, em que se via a autópsia de um alienígena, admitiu em 2006 que este era falso.  

Em 1977, o Instituto SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) pensou ter detectado um sinal extraterrestre (sinal "wow"), mas não conseguiu voltar a ouvir o sinal nem a provar a sua origem.

Apesar da ausência de provas, cada vez mais gente diz acreditar em seres de outros mundos e avistar ovnis. Muitas vezes esses avistamentos não passam de miragens ou de fenómenos ópticos mal interpretados como, por exemplo, a entrada na atmosfera de restos de satélites ou de metoritos.

O SETI prescruta os céus desde 1960 e (excepto o incidente de 1977) nunca detectou nenhum sinal extraterrestre.

Nos anos 1970, um histérico Sheldan Nidle anunciava para 1996 uma invasão extraterrestre, segundo uma mensagem por ele interceptada. Depois de 1996, Nidle explicou que a Federação Galáctica interveio por nós e não permitiu o ataque.

De incrédulos, os cientistas passaram a aceitar a possibilidade de vida extraterrestre quando o primeiro exoplaneta (que se situa fora do sistema solar) foi descoberto em 1990. Entretanto, já foram detectados mais de 850 exoplanetas, mas foi até hoje impossível determinar se alguns desses abrigam vida, bacteriológica ou inteligente.

Perante a eventualidade de um possível "primeiro contacto", o Vaticano assumiu em 2008 que se existirem "outros seres no Universo", estes devem ser considerados "nossos irmãos"  (José Gabriel Funes, astrónomo-chefe do Observatório do Vaticano).  

Mas o "primeiro contacto" ainda não aconteceu e sem sabermos se existem, não podemos imaginar se são perigosos ou amistosos. O físico Stephen Hawking considera que a Humanidade não sobreviveria a um primeiro contacto com uma civilização extraterrestre.

(artigo publicado em 21/12/2012 no jornal CONTACTO, no Dossier "Quem tem medo do fim do Mundo?")

terça-feira, 28 de maio de 2013

O que são Nibiru e Némesis?


Alguns predicadores escatológicos afirmam que a Terra colide a 12 de Dezembro de 2012 com o planeta Nibiru, também chamado planeta X ou 10° planeta.

Mas que planeta é este?

Para os sumérios (habitaram o sul do Iraque no 4° milénio a.C e são considerados os inventores da escrita), quando a Terra (Tiamat) nasceu situava-se entre Marte e Júpiter, mas a colisão com o planeta Nibiru propulsou o nosso para a terceira órbita solar, onde se encontra hoje.

Segunda este mito, a Terra ficou com metade do tamanho original, foi assim que foi criada a Lua e - acrescentam os predicadores armados em astrofísicos e especialistas de Sumer -, a cintura de asteróides que hoje existe entre Marte e Júpiter.

Segundo o mit sumério, Nibiru tem uma órbita em volta do Sol de 3.600 anos e cada vez que Nibiru passa perto de nós, os elementos ficam desencadeados e provocam catástrofes cíclicas, como terramotos, erupções vulcânicas e dilúvios.

Os sumérios contam que várias civilizações antes da sua desapareceram devido à passagem desse planeta "vadio".

O dilúvio bíblico, por exemplo, recupera o relato de um dilúvio retratado na "Epopeia de Gilgamesh", manuscrito sumério anterior ao livro hebreu da Génese. O conto evoca a origem de Sumer, civilização que brotou das cinzas desse mundo antediluviano. Foi esse relato (e derivantes) que deu origem à lenda da Atlântida, contada por Platão (séc. V a.C.) nos livros "Timeu" e "Crítias".

A verdade científica é que não existe nenhuma prova tangível que um planeta assim exista.

O que é preciso saber é que os charlatães do apocalipse anunciaram-na para 2003 e depois adiaram-na convenientemente para 2012.

Um décimo planeta

Um décimo planeta, Sedna, foi descoberto em 2003, para além da órbita de Plutão. E logo de seguida foram descobertos mais três – Éris, Makemake e Haumea –, o que levou os astrónomos a redefinirem em 2006 os planetas e os planetas-anãos (ou planetóides).

Sedna é actualmente o planeta com a órbita mais longa à volta do Sol, de 12 mil anos, e Éris é o planeta mais distante do Sol, mas com uma órbita mais pequena que Sedna, de 570 anos.

Na ressaca da teoria apresentada em 1980 que afirmava que um fenómeno exterior à Terra (cometa, asteróide) tinha extinguido os dinossauros, uma outra foi avançada pelo físico americano Richard A. Muller (Univ. Berkley) em 1984: o nosso Sol faria parte de um sistema solar binário, como aliás é o caso para a maioria das estrelas da nossa galáxia - e esta companheira, a que Muller deu o nome de Némesis (a deusa grega da vingança), seria uma anã vermelha ou castanha, pouco brilhante, e teria uma órbita de 26 milhões de anos (à distância de 1,5 anos-luz).

Muller argumentava que isso explicaria as extinções cataclísmicas e cíclicas de algumas das espécies da Terra.

A suposta irmã do Sol nunca foi avistada até hoje e a estrela mais próxima é Próxima do Centauro, a 4,2 anos-luz.

(artigo publicado em 21/12/2012 no jornal CONTACTO, no Dossier "Quem tem medo do fim do Mundo?")

domingo, 26 de maio de 2013

Documentários ao Domingo - O tema de hoje: Viagem no Tempo

Continuamos com mais um episódio (Temporada 1, Episódio 3) da série "Through the Wormhole" com Morgan Freeman. O tema de hoje é: "A viagem no tempo".

Uma breve explicação quanto à escolha do tema. O nosso blogue interessa-se à conquista espacial e à mecânica do Universo. Na tentativa de compreender o cosmos, na esperança de um dia viajar de estrela em estrela, a Humanidade têm-se apercebido de que o espaço e o tempo estão estreitamente ligados, como explica brilhantemente o físico teórico britânico Stephen King nos seus livros "A Brief History of Time: From the Big Bang to Black Holes", de 1988, e em "A Briefer History of Time", que escreveu em parceria com Leonard Mlodinow em 2005. Em ambos as obras, fala dessa relação entre o espaço e o tempo, da mecânica quântica e de muitos outros assuntos.

Muitos físicos acreditam que as propriedades e características intrínsecas do espaço-tempo permitem, segundo a Teoria da Relatividade de Einstein: a viagem no tempo.

É nessa óptica que vos propomos este documentário de hoje.

Bom filme!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Asteróides, uma ameaça real


A possibilidade que um cometa (proveniente da cintura de Kuiper, para além da órbita de Neptuno e, geralmente, com cauda) ou que um asteróide (proveniente da cintura interna de asteróides, sem cauda) colida com a Terra é real. Já aconteceu no passado e pode voltar a ocorrer.

Há 65 milhões de anos, um cometa que tinha 18 km de diâmetro atingiu o Golfo do México numa explosão mais de mil milhões de vezes superior à bomba de Hiroshima, o que terá provocado tsunamis e terramotos nunca antes vistos à escala global, levantou nuvens de poeira e fumo que cobriram a luz do sol durante centenas de anos, o que arrefeceu o globo (Inverno nuclear) e terá conduzido à extinção de 50 % das espécies, entre eles os dinossauros.

Em 1908, um asteróide com cerca de 50 metros de diâmetro explodiu na Sibéria, na região de Tunguska, com a potência de várias centenas de bombas de Hiroshima. Ficou registado como um sismo de nível 4 na Escala de Richter, destruiu a floresta num raio de 20 km e provocou danos até uma centena de quilómetros de distância.

A ficção-científica e Hollywood imaginaram muitas vezes este possível fim do mundo, mas só em 1994 quando o cometa Shoemaker-Levy 9 colidiu com Jupiter é que a comunidade científica ficou alertada, percebendo que esta era uma ameaça real.

Uma estrela cadente nada mais é que um pequeno asteróide que se desintegra ao entrar na atmosfera terrestre, formando meteoritos, que podem ter desde alguns centímetros até vários metros e se diferenciam das pedras terrestres porque são magnéticos.

Anualmente, caem cerca de 50 mil meteoritos na Terra, o que representa 30 mil toneladas de pedras vindas do espaço*.

Um asteróide é potencialmente perigoso para a Terra quando tem mais de 150 metros de diâmetro. Há já oito anos que os astrónomos observam incansavelmente os céus à procura de possíveis objectos massivos que cruzem a órbita da Terra (geocruzadores) e já identificaram cerca de oito mil asteróides ou cometas deste tipo, ou seja que constituem um perigo potencial para a Terra. 

Mas nenhum destes geocruzadores tem "encontro marcado" com a Terra este ano ou numa data próxima.

Conscientes da ameaça, americanos e europeus trabalham actualmente na detecção (Spaceguard Survey, Programa Neo, http://neo.jpl.nasa.gov/ ) e recenseamento destes corpos, mas estudam também como desviá-los da Terra.

Os cientistas avisam, no entanto, que se um corpo celeste verdadeiramente ameaçador for descoberto em rota de colisão com o nosso planeta, tudo dependerá se for detectado a tempo e se não for demasiado voluminoso para poder ser desviado.

(artigo publicado em 21/12/2012 no jornal CONTACTO, no Dossier "Quem tem medo do fim do Mundo?")

* [à semelhança da chuva de meteoritos que caiu sobre a Rússia em Fevereiro de 2013]

terça-feira, 21 de maio de 2013

NASA divulga vídeo do impacto de um asteróide na Lua

A agência espacial norte-americana NASA divulgou esta segunda-feira um vídeo que mostra o impacto de um asteroide na Lua e que viajava a 90 mil quilómetros, causando uma explosão visível da Terra sem telescópio.

A NASA informou que o asteroide, que provocou a explosão no dia 17 de Março, pesava cerca de 40 quilos e media entre 30 e 40 centímetros de diâmetro.

O vídeo, mostra a maior colisão que já se observou na superfície lunar, captada por um satélite de observação da Lua.

Os cientistas destacaram que o brilho do impacto foi dez vezes maior do que algum jamais visto no satélite da Terra e que a explosão foi equivalente a cinco toneladas de dinamite.

O objecto espacial, do tamanho de uma pedra grande, atingiu a superfície lunar de Mare Imbrium, no dia 17 de Março.

“Qualquer pessoa que estivesse a observar a Lua conseguia ver a explosão sem ser preciso utilizar um telescópio”, concluiu a NASA.

Lixo espacial


O número de detritos que flutuam no espaço atingiu um “ponto crítico”, ameaçando cada vez mais os satélites e os astronautas.

A Nasa contabiliza actualmente mais de 22 mil detritos à deriva na órbita terrestre e estima em milhões o número dos que possam ser ainda registados. Destes, cerca de meio milhão devem ter entre um a dez centímetros de diâmetro e podem entrar em colisão e deteriorar ou destruir outros engenhos espaciais ou ferir astronautas.

Estes detritos são da mais diversa origem e tamanho: desde bocados de foguetões largados das naves russas e dos Space Shuttle americanos, até antigos satélites de comunicação e militares desactivados.

Por exemplo, há quatro anos, a China testou mísseis anti-satélites, que pulverizaram um satélite em 150 mil fragmentos.

Diagrama que mostra os milhares de detritos
que a Nasa calcula existirem na órbita terrestre

domingo, 19 de maio de 2013

Documentários ao Domingo - Tema de hoje: Buracos Negros

Mais um Documentário ao Domingo no nosso blogue, o segundo episódio da série "Through the Wormhole" (temporada 1, episódio 2), com Morgan Freeman. Hoje: Os Buracos Negros.

sábado, 18 de maio de 2013

Kepler avariado, missão pode ter chegado ao fim

Imagem: Nasa
O telescópio Kepler está paralisado devido a um incidente técnico.

Dois dos giroscópios do satélite-telescópio, que observa o espaço profundo à procura de exoplanetas semelhantes ao nosso, deixaram de funcionar, o que faz com que este já não consiga apontar em certas direcção do universo, para cumprir a sua missão.

Lançado em 2009, o telescópio Kepler estava a observar uma faixa de 3 mil anos-luz em várias direcções do universo, o que permitiu até hoje descobrir mais de 130 planetas na Via Láctea, além de dois planetas, no mês de Abril, que se pensa podem abrigar formas de vida.

A missão Kepler pode assim ter chegado ao seu fim, já que a Nasa não dispõe de meios técnicos e tecnológicos para reparar a avaria à distância. Enviar uma missão tripulada até ao satélite é igualmente impossível, já que este se encontra actualmente a 64 milhões de km da Terra.

Em termos comparativos, o Sol fica entre 147 e 152 milhões de km da Terra (1 UA, unidade astrónimca) e a Lua situa-se entre os 363 mil km, durante o perigeu (momento mais próximo do nosso planeta) e os 405 mil km.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Supernovas superbrilhantes

Astrónomos norte-americanos descobriram recentemente um novo tipo de supernovas, dez vezes mais brilhante do que os outros dois tipos, revela a revista científica Nature.

Até agora, os cientistas pensavam que a radiação electromagnética das supernovas se devia à radioactividade emitida por elementos recém-sintetizados, como o níquel, calor da explosão e interacção entre os fragmentos da estrela e hidrogénio.

O novo tipo supernova observado revela indícios de hidrogénio e emite luz ultravioleta, luz esta que é responsável pelo seu brilho mais intenso e por brilhar por períodos de tempo mais longos. Sendo mais visíveis que outras supernovas, este novo tipo permitirá aos cientistas investigarem regiões do universo muito mais distantes.

Foto: Nasa/ESA

terça-feira, 14 de maio de 2013

Sondas Voyager têm contas no Twitter

Dois dos objectos feitos pelo Homem e mais distantes da Terra, as sondas da Nasa, Voyager 1 e 2, têm... contas no Twitter, nas quais publicam regularmente mensagens e a sua distância em relação à Terra.

Numa das últimas mensagens do Voyager 2 (13 Abril 2013), esta dizia: "Eu ainda hei-de ainda andar a viajar pelo espaço quando a Terra já não existir e o Sol for apenas uma anã branca fria". Os cientistas da Nasa aproveitam esta conta twitter para despertar nos jovens o gosto pela descoberta do Universo e respondem aos twittonautas sobre questões em astrofísica e astronomia.


Twitter NasaVoyager https://twitter.com/search?q=nasavoyager1&src=typd
Twitter NasaVoyager2 https://twitter.com/NASAVoyager2


Os quatro aparelhos terrestres mais longíquos da Terra

São quatro os aparelhos construídos pelo Homem a caminho do espaco interestelar, i.e., fora da zona de influência da nossa estrela, o Sol (heliosfera). Todas são sondas . Por ordem de lançamento no espaço:

As sondas Pionner


Pioneer 10 e 11
- Pioneer 10, lançado em 2 de Março de 1972, na direcção de Aldebaran, onde deverá chegar daqui a dois milhões de anos. Encontra-se na heliopausa (zona entre a heliosfera e o espaço interestelar), a c. 107 UA (unidades astronómicas) da Terra. Foi o primeiro objecto terrestre a atravessar a cintura de asteróides. Missão inicial: fotografar Jupiter. 
Último contacto com a Terra: em Março de 2002.

-  Pioneer 11 (ou Pioneer G), lançado a 5 de Abril de 1973, na direcção da Constelação do Escudo (Scutum) e Aldebaran. Actualmente, encontra-se na direcção da constelação da Águia, a c. de 86 UA da Terra. Dentro de 14 mil anos sairá da Nuvem de Oort e daqui a 4 milhões de anos passará próximo da estrela Lambda, na constelação da Águia. Missão inicial: fotografar Júpiter e Saturno. Foi a primeira sonda terrestre a atingir Saturno. Leva igualmente a bordo uma placa com uma mensagem semelhante à de Pionneer 10.
A placa que as sondas Pioneer transportam
Último contacto com a Terra: em Novembro de 1995.

Message in a bottle - As sondas Pioneer são sobretudo famosas por transportar a bordo uma placa em ouro-alumínio na qual estão gravadas representações de um homem e de uma mulher (nus), do nosso sistema solar e do atómo de hidrogénio. Concebida por Carl Sagan e Frank Drake, a placa explica a origem da sonda a qualquer eventual inteligência alienígena com a qual possa cruzar-se na sua viagem.



As sondas Voyager


O périplo das sondas Voyager
- Voyager 2, lançado a 20 de Agosto de 1977, deve chegar a Aldebaran dentro de 2 milhões de anos. Precisa 19,3 anos para viajar 1 ano-luz. Está a sair da heliosfera, encontra-se a c. de 100 UA da Terra. Missão inicial: estudar a cintura de Kuiper, os limites do sistema solar e o espaço interestelar.
Continua em contacto com a Terra e a transmitir dados.

- Voyager 1, lançado a 5 Setembro de 1977, encontra-se na heliopausa, a 122 UA da Terra. Foi o último a ser lançado, mas é hoje o objecto feito pelo Homem mais longínquo da Terra. Daqui a 40 mil anos passará a 1,4 ano-luz de Gliese 445. Entra este ano ou no próximo no espaço interestelar. Precisa de 19,3 anos para viajar 1 ano-luz.
Continua em contacto com a Terra e a transmitir dados.

Sons da Terra - Cada um dos Voyager transporta um disco audiovisual em ouro-alumínio com uma mensagem destinada a eventuais extraterrestres que se cruzem com as sondas. A mensagem é diferente da que as sondas Pioneer transportam: o disco foi gravado com fotografias das formas de vida que habitam a Terra, contem informações científicas, saudações do presidente dos EUA e do secretário-geral da ONU, e de crianças da Terra, em inúmeras línguas e idiomas. Uma das crianças é o filho de Carl Sagan, o astrónomo que concebeu este disco. Inclui ainda uma mistura intitulada "Sounds of Earth" (Sons da Terra) com 1h30 de cantos das baleias, um bebé a chorar, ondas a bater na costa e vários géneros de música.
O disco dourado das sondas Voyager
As sondas Voyager

Fontes e imagens: Nasa, http://gizmodo.com http://solarsystemwiki.org/

domingo, 12 de maio de 2013

Documentários de Domingo - Tema de hoje: O Universo foi criado por um criador, pelo Big Bang ou... por ambos?


Neste nosso blogue de vulgarização científica, queremos oferecer aos leitores um documentário aos domingos, para visualização individual ou em família.

A temática deste Documentários ao Domingo (DD) girará sempre em torno do que nos propomos fazer aqui: desvendar os mistérios do Universo, como este funciona, a evolução dos conhecimentos astronómicos e astrofísicos, e a conquista espacial pela Humanidade.

Inauguramos hoje este espaço com o primeiro episódio de um documentário intitulado "Through the Wormhole".

Lliteralmente, o título significa "Através do Buraco de Verme" e refere-se a um vortex, uma passagem hipotética que se pensa existir no tecido do espaço-tempo, o que permitiria encurtar as distâncias nas viagens interestelares. A denominação provem da analogia de uma minhoca ou verme que em vez de viajar na superfície de uma maçã, faz um buraco pelo miolo para chegar do ponto A ao ponto B numa distância mais curta.

Estes vortex são considerados possíveis, já que não contradizem a Teoria da Relatividade. Foram propostos pelo matemático Hermann Weyl (1921), pelos físicos Albert Einstein e Nathan Rosen (1935), e depois pelo físico John Wheeler (1957).

O sucesso imediato deste documentário nos Estados Unidos, onde estreou em 2010, no canal Science, deve-se também à fantástica apresentação do carismático actor Morgan Freeman. Actualmente, a série encontra-se na sua quarta temporada. Cada temporada tem uma dezena de episódios (a primeira tem apenas oito). O primeiro episódio da temporada 4 foi para o ar em 20 de Março de 2013 e os seguintes são difundidos a partir de Junho no Science Channel.

No episódio de estreia que hoje apresentamos, a série debruça-se sobre uma das questões que tem alimentado séculos de discórdia entre os estudiosos da Ciência e os guardiões da fé, qualquer que seja a religião: quem criou o Universo? este é obra de um criador, nasceu com o Big Bang ou... ambas as hipóteses?

Bom filme!





sexta-feira, 10 de maio de 2013

NASA vai enviar missão para localizar fuga de amoníaco na estação ISS

Foto: Nasa
A Rússia e os Estados Unidos chegaram hoje a acordo para realizar uma missão espacial da NASA para localizar a fuga de amoníaco num radiador da Estação Espacial Internacional (ISS), anunciou o líder do departamento russo da missão.

"A decisão ainda não está tomada, trataremos de resolver hoje. Em geral, não temos nada contra. Realmente existe uma séria avaria no segmento norte-americano da ISS. Nestes casos devemos cooperar como uma equipa”, disse Vladimir Solovyov.

Uma fonte do sector aeroespacial russo adiantou à agência Interfax que a missão poderia ser realizada no sábado. A NASA referiu que os astronautas da estação espacial descobriram hoje de madrugada uma fuga de amoníaco num radiador da nave.

Quando o radiador está no segmento da plataforma espacial dos Estados Unidos, os russos também o utilizam, uma vez que o sistema de abastecimento de energia é comum, afirmou Solovyov. O amoníaco é um elemento fundamental que circula através dos sistemas externos de controlo térmico da estação para arrefecer e manter a temperatura adequada do sistema de energia e de outros sistemas da estação.

A fuga pode afectar o funcionamento do canal gerador de eletricidade, que fornece um grande número de componentes à estação e que pode causar um sobreaquecimento nos sistemas se estiverem fora de serviço, o que poderia afectar todo o complexo espacial.

terça-feira, 7 de maio de 2013

Se existimos foi porque uma estrela explodiu um dia, há milhões de anos

Luxemburgo, 7 de Maio - Há quem considere místico o facto de muitos povos antigos adorarem o Sol como um deus ou como sendo a origem da vida. Mas melhor analisada, essa atitude é tudo menos ingénua e revela, pelo contrário, muita perspicácia.

Não só o Sol é a fonte de luz e da vida na Terra, como as estrelas são a fonte de tudo o que existe no nosso planeta.

A realidade é que é na "fornalha" de uma estrela que são criados os elementos, todos os elementos que conhecemos, desde o hidrogénio ao oxigénio, do ouro a ferro, passando pelo cobre e a prata.

Aliás, os cientistas sabem que o primeiro elemento criado na fusão de uma estrela é o hidrogénio. O ferro é o último, quando a estrela está a morrer e se encontra quase já sem combustível.

Depois, a estrela extingue-se ou explode numa supernova e aí os elementos são espalhados pelo espaço sideral até atingirem outros planetas ou formarem outros sistemas solares ou astros.

Foi também necessário que (pelo menos) uma estrela explodisse para que o nosso sistema solar se formasse há 4,5 mil milhões de anos a partir dessa(s) supernova(e).

Quem melhor resumiu esta ideia das nossas origens estelares foi o astrofísico Hubert Reeves, quando disse que "Somos todos pó das estrelas!".


simulação da explosão de uma estrela (fenómeno chamado "supernova")

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Maior estrela conhecida é mil milhões de vezes maior que o nosso Sol



Luxemburgo, 6 de Maio - A maior estrela descoberta até hoje é mil milhões de vezes maior que o nosso Sol, chama-se VY Canis Majoris e é uma hipergigante vermelha, mas bastante luminosa (classe M).

O seu nome vem do facto de quando olhamos o céu, esta estrela se encontrar na constelação do Cão Maior. Mas apenas quando estamos no hemisfério sul. Está a uma distância de 3.700 anos-luz de nós.

Foi catalogada em 7 de Março de 1801 pelo astrónomo francês Joseph Jérôme Lefrançois de Lalande.

Se VY se situasse no centro do nosso sistema solar, estenderia-se até além da órbita de Júpiter. Segundo outros cientistas, a sua superífice podia mesmo ir além da órbita de Saturno.

A sua variação luminosa fez suspeitar durante muito tempo que VY pudesse ter uma ou duas estrelas companheiras e fazer parte de um sistema estelar ternário. Mas observações em 1957 e em 1998, afastaram definitivamente essas hipóteses. VY é uma hipergigante solitária.

Um vídeo que mostra mais estrelas e planetas em comparação com a Terra e o Sol