Desde os anos 1940 que se fala em discos voadores e quase sempre a sua chegada está associada ao fim da Humanidade, medo quiçá importado do romance "A Guerra dos Mundos" (1898) de H.G. Wells.
Antes disso, os extraterrestres (E.T.) que se encontravam na literatura eram pacíficos. Voltaire imaginou Micromégas (1752), vindo de Sirius, e Cyrano de Bergerac evocava os Selenitas em "Impérios da Lua" (1650). Ambos os autores se inspiravam livremente em Luciano de Samósata (120-180), um dos primeiros a escrever sobre ETs.
Há mais de meio século que milhares de pessoas dizem avistar ovnis (Objectos Voadores Não Identificados), desde a notícia que uma nave ET se teria despenhado em Roswell (Novo México) em 1947.
Nos anos 1980 apareceram os que afirmam ser abduzidos por ETs.
O autor do vídeo difundido nas televisões do mundo inteiro em 1995, em que se via a autópsia de um alienígena, admitiu em 2006 que este era falso.
Em 1977, o Instituto SETI (Search for Extra-Terrestrial Intelligence) pensou ter detectado um sinal extraterrestre (sinal "wow"), mas não conseguiu voltar a ouvir o sinal nem a provar a sua origem.
Apesar da ausência de provas, cada vez mais gente diz acreditar em seres de outros mundos e avistar ovnis. Muitas vezes esses avistamentos não passam de miragens ou de fenómenos ópticos mal interpretados como, por exemplo, a entrada na atmosfera de restos de satélites ou de metoritos.
O SETI prescruta os céus desde 1960 e (excepto o incidente de 1977) nunca detectou nenhum sinal extraterrestre.
Nos anos 1970, um histérico Sheldan Nidle anunciava para 1996 uma invasão extraterrestre, segundo uma mensagem por ele interceptada. Depois de 1996, Nidle explicou que a Federação Galáctica interveio por nós e não permitiu o ataque.
De incrédulos, os cientistas passaram a aceitar a possibilidade de vida extraterrestre quando o primeiro exoplaneta (que se situa fora do sistema solar) foi descoberto em 1990. Entretanto, já foram detectados mais de 850 exoplanetas, mas foi até hoje impossível determinar se alguns desses abrigam vida, bacteriológica ou inteligente.
Perante a eventualidade de um possível "primeiro contacto", o Vaticano assumiu em 2008 que se existirem "outros seres no Universo", estes devem ser considerados "nossos irmãos" (José Gabriel Funes, astrónomo-chefe do Observatório do Vaticano).
Mas o "primeiro contacto" ainda não aconteceu e sem sabermos se existem, não podemos imaginar se são perigosos ou amistosos. O físico Stephen Hawking considera que a Humanidade não sobreviveria a um primeiro contacto com uma civilização extraterrestre.
(artigo publicado em 21/12/2012 no jornal CONTACTO, no Dossier "Quem tem medo do fim do Mundo?")
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