Cientistas descobriram que existe um escaravelho sul-africano que recorre à luz emitida pela Via Láctea para rolar as suas preciosas bolas de feze, segundo um artigo publicado em 2012 na revista norte-americana Current Biology.
Mesmo possuindo um cérebro minúsculo e com uma visão débil, estes insectos utilizam o gradiente progressivo da luz dos céus, emitido pela massa estelar da nossa galáxia, para garantir o transporte do seu alimento numa linha recta e evitando qualquer possível rival, de regresso ao seu monte de esterco.
A linha da nossa Via Láctea no céu nocturno (que na realidade é o centro galáctico da Via Láctea) está tão distante que parece ser imóvel para esse insecto, oferecendo, assim, um ponto de referência fixo à espécie.
Numa experiência sem precedentes, os biólogos da Universidade de Witwatersrand, na África do Sul, colocaram escaravelhos sob o céu artificial de um planetário local e descobriram que a Via Láctea forneceu aos insectos uma "bússola de luz", ajudando-os a seguir em linha recta.
"Os escaravelhos não se importam para onde vão, só precisam afastar-se de um potencial rival que lhe queira roubar o alimento", explicou Marcus Byrne, chefe do estudo.
Alguns animais, como focas, aves, bem como os humanos, recorrem às estrelas para a navegação, mas o escaravelho é o primeiro a utilizar a própria galáxia para se orientar.
Anteriormente, a equipa já tinha descoberto que os escaravelhos escalavam com dificuldade até o topo dos montes de esterco, onde executavam uma breve dança em busca das melhores fontes de luz para a sua orientação. O Sol, a Lua e a luz do centro galáctico parecem ser as suas favoritas, e não as artificiais produzidas pelo homem.