Seth Shostak Foto: SETI |
No próximo quatro de século, os cientistas da Terra terão detectado cerca de um milhão de sistemas solares (até hoje, foram detectados apenas algumas centenas), "uma quantidade que nos assegurará encontrar sinais electromagnéticos extraterrestres", disse Shostak numa intervenção durante a conferencia NIAC (NASA Innovative Advanced Concepts Symposium - Conferencia sobre Conceitos Inovativos Avançados da NASA), que teve lugar na Universidade de Stanford, em 6 de Fevereiro último.
Para Shostak, seres extraterrestres inteligentes não fazem parte da ficção científica, são uma realidade. Que falta provar. O optimismo deste especialista do SETI baseia-se em observações de planetas feitas pelo telescópio espacial Kepler, "que demonstrou que a nossa galáxia está repleta de mundos capazes de ter vida como a conhecemos", recordou Shostak.
"A minha dedução é que se apenas uma em cada cinco estrelas da Via Láctea (a nossa galáxia terá cerca de 200 biliões de estrelas) tem pelo menos um planeta onde a vida poderia aparecer, então há pelo menos dezenas de biliões de mundos semelhantes a Terra onde a vida é possível. Não apenas vida, mas vida inteligente e que se desenvolveu até ser capaz de enviar sinais electromagnéticos em direçcão do cosmos, como a civilização humana faz todos os dias", disse.
Shostak explicou que é isso que faz o SETI diariamente desde 1960 desde a sua sede em Mountain View, na Califórnia, numa procura que se iniciou com o astrónomo Frank Drake. A tecnologia permitiu ao SETI melhorar, aumentar e sistematizar a procura de sinais extraterrestres. Desde há cerca de uma década existe mesmo a possibilidade de cada internauta ligar-se ao SETI e ajudar na procura dos sinais alienígenas, o que multiplicou exponencialmente a capacidade do SETI na sua procura, que em muito se assemelha a busca de uma agulha num palheiro.
No entanto, lamentou Shostak, o financiamento do Instituto SETI continua a ser um problema constante. Um dos telescópios do SETI - o Allen Telescope Array, no norte da Califórnia - foi concebido para ser formado por 350 antenas de rádio, mas apenas 42 foram construídas até hoje. Entre Abril e Dezembro de 2011, esse telescópio teve mesmo de parar de funcionar devido a falta de financiamento.
"A estimativa de 25 anos que vos dou neste momento depende do financiamento continuado do projecto SETI", avisou Shostak.
Shostak recordou ainda que existem tres formas actualmente de procurar vida extraterrestre, quando há 50 anos apenas o SETI se tinha lançado nessa senda. Há os que, como o SETI, procuram civilizações extraterrestres inteligentes; os que procuram organismos simples no nosso sistema solar, como em Marte, ou na lua Europa, de Júpiter; e depois há ainda os cientistas que se concentram em encontrar vida microbiana em exoplanetas próximos. Este último grupo de investigadores vai ser substancialmente auxiliado pelo telescópio espacial James Webb, que será lançado em 2018 e que vai ter mais capacidade de encontrar exoplanetas do que o seu antecessor, o telescópio Kepler.
"Um destes grupos de cientistas vai encontrar vida extraterrestre e acredito que seja nas próximas duas décadas, ou o mais tardar até 2040", garantiu Shostak.
Neste vídeo, uma das conferencias onde Seth Shostak explicou porque acredita que vamos encontrar vida extraterrestre inteligente nos próximos 25 anos: