Na madrugada desta sexta-feira, dia 3 de Janeiro, tem lugar o pico de actividade da primeira chuva de meteoros do ano: as Quarantídas.
Se as condições meteorológicas o permitirem em lugares que sejam muito escuros será possível observar algumas dezenas de meteoros por hora. Estes meteoros parecem surgir de região do céu (o radiante) ocupada pela antiga constelação de Quadrans Muralis, daí o nome desta chuva de estrelas.
Actualmente esta parte do céu pertence à constelação do Boieiro. Nesta constelação destaca-se Arcturus, a quarta estrela mais brilhante do céu nocturno. Esta é uma estrela gigante alaranjada com 25,7 vezes o raio do Sol que, ao contrário deste, já terá esgotado todo o hidrogénio do seu núcleo.
Nesta região do firmamento encontramos outros objectos interessantes tais como Lambda Bootis, uma estrela com brilho variável e uma composição química peculiar (e por isso bastante estudada), e Épsilon Bootis um sistema estelar triplo. Este sistema estelar é composto por uma estrela amarela-alaranjada, outra azulada e ainda uma terceira estrela tão pouco brilhante que só é visível recorrendo a telescópios profissionais.
Durante a madrugada do dia 4 de Janeiro, a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua orbita mais próxima do Sol. Neste dia o planeta recebe mais 7% de energia do que fará no dia de maior afastamento do Sol (este ano a 3 de Julho).
No entanto tal diferença é pouco significativa em comparativamente à provocada pela variação da altura do Sol ao longo do ano, esta sim responsável pela existência de estações do ano.
Na noite de dia 5 Júpiter encontrar-se-á na direcção oposta à do Sol. Esta é dos períodos em que a Terra está mais perto de Júpiter.
Igualmente por estes dias encontramos Júpiter totalmente iluminado e, tal como sucede na Lua Cheia, iremos vê-lo bem alto no céu por volta da meia-noite. Assim esta é uma das melhores ocasiões para se observar Júpiter e as suas Luas.
A Lua Nova marcou o primeiro dia deste mês de Janeiro e marca também o penúltimo. O quarto crescente tem lugar na madrugada de dia 8, com a Lua na constelação dos Peixes. Na madrugada de dia 16 de Janeiro ocorre a Lua Cheia, com esta junto à constelação do Caranguejo.
Já uma semana depois (dia 23) a Lua irá passar entre o planeta Marte e a estrela Espiga da constelação da Virgem. Finalmente na madrugada de dia 24 dá-se o quarto minguante.
Dia 29 a Lua estará a 2 graus a sul do planeta Vénus que, por estes dias, se apresenta como estrela da manhã. Dois dias depois Mercúrio atinge o seu maior afastamento do Sol. Ao apresentar-se 18 graus a Leste do nosso astro rei ele será visível ao anoitecer.
Fernando J.G. Pinheiro (CGUC) - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Este artigo foi igualmente publicado em wort.lu/pt