Imagem: NASA Ames/SETI Institute/JPL-Caltech
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O exoplaneta, denominado Kepler-186f, foi o primeiro avistado por cientistas da Nasa usando o telescópio Kepler, segundo um estudo publicado esta quinta-feira na revista científica americana Science.
A caça a exoplanetas habitáveis deu hoje um salto em frente com esta descoberta.
O planeta em questão encontra-se na "goldilock zone" (zona habitável) da sua estrela (Kepler-186),
a uma distancia de 500 anos-luz da Terra.
Kepler-186f é um de cinco planetas a orbitar a sua estrela, o mais afastado também, quase na zona exterior da "zona habitável". A sua estrela tem uma luz mais ténue e é também mais fria que o nosso Sol.
Este planeta tem é o único a possuir características para poder abrigar água líquida, critério considerado essencial pelos astrónomos para encontrarem vida extra-terrestre.
O planeta é ligeiramente maior do que a Terra, cerca de 1,1 vezes mais. Quando os exoplanetas na zona habitável de uma estrela são maiores do que a Terra cerca de 1,5 vezes tem tendencia a atrair camadas espessas de hidrogénio e de hélio na atmosfera, o que as faz assemelhar mais a planetas como Júpiter ou Saturno e o que impossibilita também o desenvolvimento da vida.
O facto de ser ligeiramente maior do que a Terra faz com que tenha uma maior insolação do que o nosso. Ou seja, apesar de estar quase fora da zona habitável, o planeta pode perfeitamente ter uma atmosfera e temperaturas favoráveis ao desenvolvimento da vida.
O planeta foi descoberto recorrendo à técnica indirecta do "transito orbital". A tecnologia actual ainda não permite aos astrónomos observarem exoplanetas potencialmente habitáveis de forma directa.
Desde meados dos anos 1990 foram já descobertos cerca de 1.800 exoplanetas. Destes, apenas duas dezenas se situam dentro da "zona habitável". Até agora, todos estas potenciais "Super-Terras" são tabém maiores do que o nosso planeta.
O telescópio espacial Kepler, lançado em Março de 2009 e que já não está em actividade, observou um total de 150 mil estrelas durante a duração da sua missão de quatro anos (2009-2013). Até agora, apenas foram descobertos planetas em torno de pouco mais de um milhar de estrelas. Mas esta é a ponta do iceberg já que apenas uma parte dos dados da Missão Kepler foram analisados e divulgados.
JLCorreia/com agencias
(Esta noticia também foi publicada no site contacto.lu)