sábado, 25 de julho de 2015

Novas imagens da sonda New Horizons revelam que Plutão está coberto por uma névoa

Foto: Nasa
A agência espacial norte-americana NASA divulgou na madrugada deste sábado novas imagens de Plutão captadas pela sonda "New Horizons" que revelam que o planeta-anão está coberto por uma bruma.

A sonda, que passou perto do desconhecido Plutão na semana passada, numa missão que arrancou há quase uma década, continua a enviar informação para a equipa da NASA. A equipa diz que até agora só analisou 5% de todo o conteúdo gravado pela sonda na sua viagem de nove anos pelo Sistema Solar até Plutão.

Depois de cadeias de montanhas e vastas planícies geladas, as novas imagens revelam vapores que se elevam até 130 km na atmosfera do planeta, com duas camadas distintas, uma a 80 km de altitude e outra a 50 km de altitude.

"Esses vapores são essenciais para criar hidrocarbonetos e são os responsáveis pela cor avermelhada da superfície do planeta", explicou Michael Summers, um dos cientistas da Nasa.

A norte de uma região baptizada "Sputnik Planum" (do tamanho do estado do Texas), as imagens mostram também sinais de movimentos de placas de gelo na superfície. Placas de gelo que não são constituídas por água, mas por azoto, metano e monóxido de carbono.

"As nossas expectativas foram mais que superadas. Com gelo (de metano e azoto) solto, uma substância exótica na sua superfície, cordilheiras e uma ampla bruma, Plutão está a mostrar uma diversidade verdadeiramente emocionante de geologia planetária", disse em comunicado John Grunsfeld, um dos directores-adjuntos da NASA.

Conhecer melhor a Cintura de Kuiper

A sonda New Horizons vai continuar a enviar dados até 2016.

Neste momento, a sonda está para além da órbita de Plutão, e vai estudar mais amplamente a Cintura de Kuiper.

A Cintura de Kuiper é a regio do espaço que vai desde a órbita de Neptuno até aos confins do Sistema Solar. Os astrónomos acreditam que nesta região existam mais de 100 mil pequenos corpos celestes. Destes, são conhecidos 12 com diâmetro de quase ou mais de 1000 km. Há inclusive um, Éris, com maior massa que Plutão, apesar de ser ultrapassado em volume, segundo as novas medições da New Horizons.

Além de Plutão e Éris, os outros 10 corpos celestes conhecidos nesta região são: Charon, Makemake, Haumea, Sedna, Orco, 2007 OR10, Quaoar, Ixion, Varuna e 2002 AW197.


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sexta-feira, 24 de julho de 2015

Kepler 452b é exoplaneta mais parecido com a Terra encontrado até hoje

O planeta Kepler-452b é 60% maior do que a Terra Foto: NASA
 A NASA anunciou na quinta-feira a descoberta do primeiro exoplaneta (planeta que se encontra fora do nosso Sistema Solar) que orbita a zona habitável de uma estrela similar ao nosso Sol, o que a torna o primeiro candidato sério para acolher vida.

"O planeta Kepler-452b é 60% maior do que a Terra, o que faz com a gravidade na superfície deverá ser duas vezes maior do que no nosso planeta", explicou Jon Jenkins, um dos responsáveis da missão Kepler.

O tamanho do planeta permite aos cientistas dizer que este é rochoso, provavelmente com uma atmosfera mais densa que a Terra e com uma importante concentração de vulcões activos. A distância à sua estrela permite ainda extrapolar que pode conter água no seu estado líquido.

O planeta recebe 10% mais energia da sua estrela do que a Terra do Sol, já que o astro que ilumina Kepler-452b é maior e mais velho que o nosso Sol e por isso emite mais brilho.

Kepler-452b que completa uma órbita em 385 dias (os anos so mais longos do que os nossos), é também mais antigo do que a Terra.

Kepler 452b situa-se a 1.400 anos-luz da Terra.

Até agora, o exoplaneta mais parecido com a Terra era Kepler-186f, mas que orbita uma estrela anã, mais fria que o nosso Sol.

Esta é uma imagem do que poderá ser o aspecto da superfície de Kepler-452b


sábado, 18 de julho de 2015

Descoberta estrela canibal no sistema binário Gaia14aae

Uma equipa de astrónomos descobriu um sistema estelar binário (duas estrelas) onde uma está a "comer" a outra, uma observação cheia de promessas para a compreensão da morte das estrelas - anunciou a Universidade de Cambridge, na sexta-feira.

"É a primeira vez que observamos uma estrela-anã branca super densa a roubar o gás de seu binómio ao canibalizá-la", explicou a universidade, responsável pelo estudo.

O sistema binário, baptizado Gaia14aae, está situado a cerca de 730 anos-luz na constelação de Draco (Dragão). Observadas pelo satélite Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), em Agosto de 2014, as duas estrelas tornaram-se cinco vezes mais brilhantes num espaço de 24 horas.

Para os astrónomos, a luminosidade repentina ocorreu quando a anã branca - tão densa que em comparação uma colher de café da sua matéria teria a massa de um elefante - começou a devorar a sua companheira, maior do que ela.

Os efeitos gravitacionais da anã branca muito densa são tão fortes que forçam a sua companheira a se aproximar dela. Além do lado curioso, o Gaia14aae é um sistema binário de eclipses. O plano de revolução dos dois astros está sensivelmente alinhado com a Terra e as duas estrelas eclipsam-se mutuamente quase a cada 50 minutos.

"É muito raro vermos um sistema binário tão bem alinhado", declarou a pesquisadora Heather Campbell, do Instituto de Astronomia de Cambridge. "Assim, podemos observar este sistema estelar com grande precisão e compreender melhor como é feito e como evoluiu", garantiu. Os astrónomos ainda não sabem se a estrela-anã vai devorar completamente a sua companheira ou se as duas vão provocar uma supernova, uma gigantesca explosão que marcará a morte de ambas.

sexta-feira, 17 de julho de 2015

Astronautas da ISS refugiaram-se durante uma hora por perigo de colisão com lixo espacial

Foto: NASA
Três astronautas da Estação Espacial Internacional (EEI) refugiaram-se, esta quinta-feira, durante quase uma hora, perante receios de uma colisão dos destroços de um antigo satélite russo à deriva no espaço, que não se concretizou, informou a NASA.

Os restos do antigo satélite meteorológico aproximavam-se da ISS à velocidade de mais de 12,8 quilómetros por segundo, pelo que foi comunicado aos três astronautas para procurarem refúgio.

Os astronautas refugiaram-se na nave Soyuz, amarrada à ISS, preparados para abandonar a estação perante uma possível colisão, que não ocorreu, pelo que ao fim de uma hora, os três homens puderam regressar. “Os restos do satélite russo passaram ao largo da Estação Espacial Internacional de forma segura.

Foi ordenado à tripulação o regresso à ISS”, disse a NASA na sua conta da rede social Twitter. Os três astronautas a bordo da ISS são o norte-americano Scott Kelly e os russos Mikhail Kornienko e Gennady Padalka.

Esta foi a quarta vez em 15 anos em que a ISS accionou este procedimento de precaução, indicou a NASA, que estima a existência de cerca de 500 mil pedaços de detritos espaciais que possam representar uma ameaça para naves como a ISS.

sexta-feira, 10 de julho de 2015

As maiores explosões no Universo são despoletadas pelos ímanes mais potentes


Observações obtidas nos Observatórios de La Silla e Paranal no Chile demonstraram pela primeira vez que existe uma ligação entre uma explosão de raios gama de longa duração e uma explosão de supernova invulgarmente brilhante.

Os resultados mostram que a supernova não teve origem em decaimento radioactivo, como se esperava, mas sim em campos magnéticos muito fortes a decair em torno de um objecto exótico conhecido por estrela magnética. Os resultados foram publicados no dia 9 de Julho na revista Nature.

As explosões de raios gama constituem um dos eventos associados às maiores explosões que ocorreram desde o Big Bang. São detectadas por telescópios em órbita sensíveis a este tipo de radiação altamente energética, a qual não consegue penetrar a atmosfera terrestre, e são igualmente observadas a maiores comprimentos de onda por outros telescópios, situados tanto no espaço como no solo.

As explosões de raios gama duram tipicamente alguns segundos, mas em casos muito raros podem prolongar-se durante horas. Uma destas explosões de longa duração foi captada pelo satélite Swift a 9 de Dezembro de 2011 e baptizada com o nome de GRB 111209A. Foi simultaneamente uma das mais longas e mais brilhantes explosões de raios gama alguma vez observada.

À medida que o brilho remanescente da explosão ia desaparecendo, o evento foi estudado pelo instrumento GROND montado no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros em La Silla e pelo instrumento X-shooter no Very Large Telescope (VLT) no Paranal.

Foi encontrada uma assinatura clara de uma supernova, chamada mais tarde SN 2011kl. Esta é a primeira vez que uma supernova é descoberta associada a uma explosão de raios gama de muito longa duração.

O autor principal do novo artigo científico que descreve estes resultados, Jochen Greiner do Max-Planck-Institut für extraterrestrische Physik, Garching, Alemanha, explica: “Uma vez que apenas uma explosão de raios gama de longa duração é produzida para cada 10 mil - 100 mil supernovas, a estrela que explodiu deve ser de algum modo muito especial. Os astrónomos pensavam que estas explosões de raios gama tinham origem em estrelas muito massivas — cerca de 50 vezes a massa do Sol — e que assinalavam a formação de um buraco negro. No entanto, as nossas novas observações da supernova SN 2011kl, descoberta após a GRB 111209A, estão a modificar este paradigma relativamente às explosões de raios gama de muito longa duração.”

Num cenário favorável do colapso de uma estrela massiva, espera-se que a intensa emissão óptica/infravermelha da supernova, com duração de cerca de uma semana, venha do decaimento do níquel-56 radioactivo formado durante a explosão.

No entanto, no caso da GRB 111209A as observações combinadas do GROND e do VLT mostraram sem ambiguidades, e pela primeira vez, que isto não era o que se passava. A única explicação que justifica as observações da supernova que segue a GRB 111209A é que esta terá tido origem numa estrela magnética— uma estrela de neutrões minúscula que gira centenas de vezes por segundo e que possui um campo magnético muito mais potente que as estrelas de neutrões normais, as quais são também conhecidas por pulsares rádio. Pensa-se que as estrelas magnéticas são os objectos mais magnetizados no Universo conhecido.

Esta é a primeira vez que uma ligação clara entre uma supernova e uma estrela magnética foi identificada.

Paolo Mazzali, co-autor do estudo, reflecte sobre o significado desta nova descoberta: “Estes resultados fornecem provas de uma relação inesperada entre explosões de raios gama, supernovas muito brilhantes e estrelas magnéticas. Já há alguns anos que suspeitávamos de algumas destas relações do ponto de vista teórico, mas conseguir ligar tudo isto é realmente um desenvolvimento muito interessante.”

“O caso da SN 2011kl/GRB 111209A obriga-nos a considerar alternativas ao cenário de uma estrela em colapso. Estes resultados aproximam-nos de ideias novas e muito mais claras sobre o funcionamento das explosões de raios gama,” conclui Jochen Greiner.

quarta-feira, 1 de julho de 2015

Russo bate recorde de permanência no espaço: 803 dias

O cosmonauta Gennady Padalka 

O astronauta russo Guennadi Padalka, comandante da Estação Espacial Internacional (ISS), tornou-se no homem que mais tempo passou no espaço com um total de 803 dias, informou à AFP a agência espacial russa. "O recorde é oficial", afirmou o porta-voz da Roscosmos.

Padalka, de 57 anos, realiza sua quinta missão no espaço, e bateu na segunda-feira, 30 de Junho, o recorde que pertencia anteriormente a outro cosmonauta russo, Serguei Krikalev, de acordo com a imprensa russo.

No seu regresso à Terra, prevista para 11 de Setembro, Padalka terá passado mais de 877 dias no espaço, ou seja, dois anos e quatro meses.

Já em 1998, Padalka tinha passado 199 dias na estação russa Mir. Em 2004, 2009 e 2012 ficou na ISS e, em Março último, voltou à ISS na companhia do seu compatriota Mikhail Kornienko e do americano Scott Kelly.

Krikalev, que detinha o recorde de permanência no espaço até agora, foi apelidado de "o último cidadão da URSS" porque voltou à Terra em Dezembro de 1991, depois da queda da União Soviética.