Foto: NASA |
As estrelas que, até agora, aspiravam ao título de mais antiga do Universo - dois corpos identificados por equipas europeias e americanas em 2007 e 2013, respectivamente, têm cerca de 13,2 bilhões de anos.
Em termos cósmicos, esta estrela está relativamente próxima da Terra, segundo Stefan Keller, da Universidade Nacional da Austrália, encontrando-se na nossa galáxia, a Via Láctea, a uma distância de cerca de 6 mil anos-luz da Terra, e foi catalogada como SMSS J031300.36-670839.3 (ou, de forma, mais curta: SM0313).
"O que mostra que esta estrela é tão antiga é a ausência total de qualquer nível detectável de ferro no espectro de luz que emerge da mesma", explicou Keller.
O Big-Bang deu origem a um Universo cheio de hidrogénio, hélio e traços de lítio, explica o cientista. Os demais elementos que vemos hoje vieram das estrelas, que nascem de nuvens de gás e pó deixados pelas supernovas, estrelas enormes que explodem no fim da sua existência.
Este processo de reciclagem sem fim proporciona uma ferramenta interessante para os astrofísicos. Uma forma de determinar a idade de uma estrela é o ferro. Quanto mais baixo o conteúdo de ferro no espectro de luz de uma estrela, mais antiga esta é.
"O nível de ferro do Universo aumenta com o tempo, enquanto as sucessivas gerações de estrelas se formam e morrem", explica Keller. "Podemos usar o nível de ferro de uma estrela como um relógio que nos indica quando ela se formou."
"No caso da estrela que identificamos, a quantidade de ferro presente é 60 vezes menor do que a de qualquer outra estrela conhecida. Isso indica que a 'nossa' estrela é a mais antiga já encontrada", afirma.
A estrela foi descoberta com a ajuda do telescópio SkyMapper, da Universidade Nacional da Austrália, que realiza uma pesquisa de cinco anos sobre o céu do sul. A estrela foi criada a partir do material cósmico de uma supernova de baixa energia, aponta o estudo, publicado na revista britânica Nature.