O local de lançamento, de onde descolou a Missão Apolo 11, com Neil Armstrong a bordo, em direcção da Lua, em 1969, está à venda.
O complexo situa-se junto ao Centro Espacial Kennedy da Nasa, em Cabo Canaveral, na Flórida e custa 100 mil dólares mensais só em manutenção.
Quando a Nasa colocou o local à venda, esperava ficar aliviada dessas despesas até ao final de Setembro deste ano. Mas uma batalha entre dois milionários que querem comprar aquelas instalações está a dificultar a venda, já que cada um está a accionar os seus lóbis junto do congresso norte-americano.
Um deles é Elon Musk, proprietário da empresa SpaceX (Space Exploration Technologies, fundada em 2002), que pretende utilizar o complexo para lançar os seus foguteões Falcon para a estação espacial internacional (ISS), assegurando assim o abastecimento e o transporte de astronautas para a ISS, assegurando assim um proveitoso contrato com a Nasa.
Musk, que lançou a empresa de compra em linha Paypal e a fábrica de automóveis eléctricos Tesla Motors, quer construir uma base de lançamento no Texas. Mas enquanto a base texana visa os lançamentos comerciais, o complexo 39A serviria para os seus lançamentos sob contrato da Nasa.
Musk acusa o seu concorrente de nem sequer ter conseguido um voo orbital, enquanto que os seus Falcons já fizeram várias viagens à ISS, além de a SpaceXd ispor de uma carteira de mais de 50 clientes.
Por seu lado, Jeff Bezos, fundador da Amazon, quer adquirir a base de lançamento para a sua empresa Blue Origin. Esta empresa, fundada em 2000, está a trabalhar no fabrico de um vai-vem sub-orbital reutilizável (à semelhança do Space Shuttle), chamado "New Shepard". Uma nave fez um teste de voo em 2006 e um segundo aparelho foi testado em 2011.
Em Outubro do ano passado, ao saber que o complexo de lançamento tinha sido posto à venda, a Blue Origin protestou junto do Governo federal norte-americano, para que a sua oferta de compra da base fosse considerada em pé de igualdade com a SpaceX.
A Blue Origin tem atrás de si o apoio da Lockheed Martin e da Boeing, cujo monopólio no fabrico e venda ao Governo de aparelhos aéreos e satélites é disputado pela SpaceX.
O Serviço de Auditorias e Inquéritos Internos do Governo americano (GAO) vai discutir o assunto em 12 de Dezembro e deverá decidir a que empresa a Nasa pode vender o complexo 39A.