quinta-feira, 22 de maio de 2014

Indústria espacial europeia assinala 50 anos em 2014

O Ariane-1 foi lançado pela primeira vez em 1979 Imagem: ESA
Este ano, a indústria espacial da Europa celebra 50 anos de foguetões, de ciência e de satélites. Meio século de descobertas e de peripécias.

Esta indústria está por toda a parte, na navegação ou nas telecomunicações, mas na Europa os últimos 50 anos de espaço têm sido uma montanha-russa.

Os primeiros passos da Europa no espaço aconteceram no início da década de 1960 - no calor da Guerra Fria. O mundo começou a voltar as atenções para o espaço.

O Sputnik tinha enviado o primeiro sinal e havia uma competição constante entre os Estados Unidos e a União Soviética. O historiador John Krige recorda essa época: "O mundo era um lugar extremamente frágil e perigoso. A rivalidade das super potências teve provavelmente o seu auge na década de 1960, na crise dos mísseis em Cuba, quando eu era jovem... Pensei que seria o fim do mundo e creio que muitas pessoas também pensaram."

O italiano Eduardo Amaldi e o francês Pierre Auger - dois físicos europeus entraram neste clima de tensão. Acreditavam fervorosamente que os foguetões e os satélites deviam ser utilizados a favor da ciência e não dos conflitos.

Roger-Maurice Bonnet, o antigo director científico da ESA acrescenta: "Os países que construíram a indústria espacial da Europa foram aqueles que 20 anos antes estavam em guerra, uma guerra terrível. Estes países europeus que tinham estado em guerra reuniram-se e decidiram usar uma linguagem que os afastava do conflito - a linguagem da ciência."

Sob a liderança de Amaldi e de Auger, a Europa deu dois passos gigantes, fundando duas organizações espaciais: uma para foguetões, denominada ELDO e outra para a ciência, a ESRO.

Nos primeiros anos o orçamento era limitado, com tensões entre parceiros como o Reino Unido e França. Esta obrigação de financiar a ciência dentro da nova Agência Espacial Europeia (ESA) foi vista como um golpe de mestre, já que impulsionou o sector da investigação. Mas a Europa ainda precisava do seu próprio foguetão.

"Os alemães eram contra o desenvolvimento do Ariane e os britânicos eram extremamente hostis. Foi preciso os franceses dizerem para avançar. Foi francamente graças ao Gaulismo francês e a uma suposta motivação dos Estados Unidos que os franceses seguiram em frente. Foi, sem dúvida, o maior sucesso de todos os esforços espaciais europeus", completa John Krige.

O Ariane-1 foi lançado pela primeira vez em 1979. Embora possa ter sido projectado com o sector das telecomunicações em expansão em mente, também entrou em órbita em missões científicas. Um dos primeiros destaques foi o vôo da sonda Giotto com o cometa Halley em 1986.

Uma década depois, em 1996 houve um ponto baixo na odisseia no espaço europeia. O novo Ariane 5 fez o primeiro vôo de sempre levando os preciosos satélites científicos a bordo. Quarenta segundos depois explodiu em pleno ar. Roger-Maurice Bonnet nunca vai esquecer este dia: "Estes gigantes, os gestores de projeto, grandes homens, verdadeiros chefes a chorar num pequeno hangar atrás da estação controle do foguetão... Jurei que iria relançar a missão Cluster e foi isso que fizemos."

O Cluster ainda está activo e em 2005 a ESA, em conjunto com a Nasa, fez aterrar a sonda Huygens na superfície da lua de Saturno. Foi um novo marco na ciência. Conseguir financiamento foi sempre uma luta. Em todas as negociações está presente o princípio do retorno justo da ESA: o que um país investe recebe de volta em postos de trabalho. A odisseia no espaço da Europa dura há 50 anos e continua com satélites em órbita e com sondas na vanguarda do conhecimento.

Fonte: ESA

Nasa apresentou os fatos espaciais para utilizar na viagem a Marte


Em Março, a Nasa perguntou aos internautas para escolherem entre três fatos espaciais, especialmente desenhados e concebidos para as futuras missões a Marte. A sondagem decorreu até meados de Abril e o resultado foi apresentado no início deste mês de Maio.

O fato escolhido pelos internautas e aprovado pela Nasa tem o nome técnico de "Technology Z-2" ou simplesmente "Z-2" e inclui luzes luminosas azuis para que os astronautas sejam visíveis no escuro. estas luzes e o design fazem lembrar os fatos dos pilotos do filme "Tron" bem como o do astronauta Buzz Lightning, do filme animado "Toy Story".

O Z-2 obteve 63,1% das votações, o modelo "Biomimicry" (inspirado nas propriedades luminescentes dos peixes), 22,7%, e o "Trends in Society", 14,1%.

O Z-2 vai agora ser fabricado e testado pela Nasa. Os fatos deverão estar prontos em Novembro, e os testes vão decorrer em piscinas e câmaras onde é criado o vácuo artificial, e pretendem verificar a resistência deste modelo. Outros testes serão efectuados numa superfície semelhante à de Marte.

O Z-2 não vai ser testado para passeios no espaço, como os dos astronautas actuais, já que o modelo destina-se apenas à exploração na superfície marciana.

Na verdade, o fato final para a exploração marciana deverá ser o modelo seguinte, o Z-3, que deverá estar pronto no final da década.
O modelo "Trends in Society"
O fato "Biomimicry"
O fato espacial Z-1, que vai agora ser substituído pelo Z-2