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A nave espacial enviada pela Índia completou a primeira de uma série de activações dos seus motores, concebidos para libertá-la da atracção terrestre e propulsá-la em direcção a Marte, revelaram na sexta-feira os cientistas responsáveis pela missão, da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês).
A primeira "manobra de saída de órbita", que envolveu a activação de um propulsor movido a combustível líquido, foi executada na quinta-feira. Seguiu-se uma segunda activação na sexta-feira.
"A segunda manobra de saída da órbita da nave aconteceu a 8 de Novembro, com um tempo de queima de 570,6 segundos, e foi concluída com sucesso", destaca em comunicado a ISRO, com sede em Bangalore.
A sonda carece de potência para viajar directamente até Marte, por isso está a orbitar a Terra durante quase um mês e a activação dos motores deve aplicar a velocidade necessária ao foguetão para que possa libertar-se da atracção gravitacional do nosso planeta.
Só quando concluir as seis manobras de activação dos motores com êxito é que vai iniciar-se a segunda fase da sua viagem de nove meses até ao planeta vermelho.
O principal objectivo da missão indiana é detectar metano na atmosfera marciana, o que pode ser o sinal de algum tipo de vida no quarto planeta do Sistema Solar.
Se a missão foir bem sucedida, a Índia tornar-se-á o primeiro país asiático a chegar a Marte, com uma nave não tripulada. Nunca antes a Índia se tinha aventurado em viagens interplanetárias e mais da metade de todas as missões a Marte fracassaram, inclusive a da China, em 2011, e a do Japão, em 2003.
A sonda "Mars Orbiter Mission" (MOM), informalmente chamada "Mangalyaan" ("Mars-craft"), deverá deixar a órbita da Terra no início de Dezembro e aterrar em Marte nove meses depois, em Agosto de 2014.
O projecto, orçado em 4,5 biliões de rúpias (73 miliões de dólares), representa menos de um sexto dos 455 miliões de dólares que a Nasa gastou na sua nova sonda marciana, a Maven, que tem lançamento previsto para o final de Novembro.
O presidente da ISRO, K. Radhakrishnan, denominou a missão de um "ponto crítico" para as ambições espaciais da Índia e algo que demonstrará as habilidades do país na tecnologia dos foguetões.