domingo, 30 de junho de 2013

Documentários ao Domingo - De que matéria somos feitos?

Neste episódio da série "Trough the Wormhole", Morgan Freeman explica-nos de que matéria bariónica somos feitos. Nós, os animais, as plantas, a Terra, os planetas, as estrelas e os buracos negros temos mais em comum do que possamos supor.

Foram feitas descobertas muito interessantes nos últimos anos e talvez alguns manuais escolares tenham que ser revistos.

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sábado, 29 de junho de 2013

Nasa lança satélite para estudar o Sol

A NASA lançou, esta quinta-feira, com sucesso, um satélite científico que vai permitir a observação mais detalhada de sempre do Sol, para se perceber como reúne energia e aquece.

Foto: Nasa
O IRIS foi concebido para usar um telescópio ultravioleta, de forma a obter imagens de espectro e de alta resolução em poucos segundos.

O satélite vai estudar a forma com a nossa estrela aquece até milhões de graus centígrados e depois expele ondas intensas de partículas num raio de acção que se estende até aos confins do sistema solar (o que o limita e define).

O estudo não é apenas académico, pois vai servir para entender como o clima da Terra e o preocupante aquecimento global são afectados pela actividade da nossa estrela.

Outra aplicação prática deste estudo é permitir perceber como fazer com que as erupções solares deixem de afectar sistemas eléctricos, sinais de rádio e comunicações da navegação aérea ou com a nossa rede de satélites.

Foi o que explicou quinta-feira o físico Alan Title, da Lockheed Martin Space Systems Advanced Technology Center, em Palo Alto, Califórnia, e que concebeu o telescópio.

Os cientistas estudam o Sol há décadas, mas um mistério persiste: através de que meio a nossa estrela consegue libertar energia de temperaturas algo frias, de cerca de 5.500 °C, na superfície (fotoesfera), até aos 2,8 milhões de graus Celsius, na sua alta atmosfera (cronosfera, onde se situa a "coroa").

O telescópio tem 1,2 metros, pesa 204 kg e vai observar o Sol a uma distância de 643 km da Terra. Foi concebido para funcionar 24 meses.

sexta-feira, 28 de junho de 2013

Paypal quer criar uma moeda para o espaço

Moeda fictícia criada por fãs do filme "Guerra da EStrelas" (Star Wars)
O serviço de pagamento online Paypal propôs na quinta-feira criar uma moeda intergaláctica que seja utilizada apenas no espaço.

A proposta de criar um sistema financeiro galáctico é muito séria, diz a empresa, e visa o planeamento desde já do que for possível comercializar no espaço ou noutros planetas.

A divisa poderá vir a ser utilizada astronautas da estação espacial internacional (ISS), por futuros turistas espaciais ou por terráqueos que viajem ou residam noutros planetas do sistema solar ou da galáxia, argumentam os iniciadores da ideia.

"Já que pensamos criar mais estações orbitais e mesmo morar noutros planetas, uma realidade cada vez mais próximo, é preciso, desde já, pensar nas realidades práticas dessa eventualidade", acrescentam ainda.

O projecto foi apresentado quinta-feira na sede do SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence), em Mountain View, Silicon Valley, Calfórnia, Estados Unidos, na presença do ex-astronauta americano Buzz Aldrin, o segundo homem a caminhar na Lua, e a astrónoma Jill Tarter, que trabalha no SETI (e que inspirou a personagem de Jodie Foster no filme "Contact").

A Paypal foi criada em 1998 e teve, desde o início, como ojectivo tornar-se uma moeda global electrónica, recordou Hill Ferguson, o vice-presidente da Global Product, na Paypal.

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Nave chinesa Shenzhou-10 regressou à Terra

A nave espacial chinesa Shenzhou-10 regressou hoje à Terra com três astronautas a bordo, entre as quais uma mulher, Wang Yaping, após duas semanas em órbita do planeta.

A nave, lançada no dia 11 de Junho, aterrou hoje cerca das 8h da manhã (2h da madrugada no Luxemburgo) na Mongólia Interior, uma das regiões autonómas da China, no norte do país.

No dia anterior, o Presidente chinês, Xi Jinping, descreveu a exploração espacial como "uma parte do sonho de tornar a China mais forte".

"Com o desenvolvimento de programas espaciais, o povo chinês alcançará avanços ainda maiores", disse Xi Jinping, numa conversa telefónica com os astronautas chineses que se encontravam há 13 dias no módulo espacial Tiangong -1.

"Sentimo-nos muito orgulhosos por poder contribuir para a realização do sonho espacial da nação chinesa", afirmou o comandante da missão, o astronauta Nie Haisheng.

Foi a mais prolongada missão do programa espacial chinês, e incluiu a acoplagem manual e automática com o módulo Tiangong-1, o embrião da futura estação espacial da China.

A estação espacial chinesa deverá estar operacional em 2020 (ver imagem). 

"Sonho chinês" ("Zhong Guo meng") tornou-se uma das expressões mais citadas do discurso oficial na China desde que Xi Jinping assumiu a chefia do Partido Comunista Chinês, em Novembro passado, e é geralmente entendida como uma manifestação da crescente confiança económica e científica da China.

A China lançou o primeiro astronauta há apenas dez anos.

A estação orbital chinesa deverá estar pronta em 2020

Japão envia primeiro robot andróide para o espaço



Chama-se Kirobo, tem 34 centímetros e é um robot. Missão: Fazer companhia ao astronauta japonês da estação espacial internacional (ISS).

O Japão vai lançar Kirobo a 4 de Agosto, a bordo de um foguetão nipónico, desde uma base área, no sul do país, anunciou esta quarta-feira a Jaxa, aAgência de Exploração Espacial Japonesa.

O robot foi apresentado aos media durante uma conferência de imprensa e o robot fez questão de declarar aos jornalistas presentes, levantando o pé: "Pode parecer um pequeno passo, mas é um grande passo para um robot".

O aspecto de Kirobo lembra a personagem das séries de banda desenhada manga japonesas Astro Boy. O pequeno andróide é capaz de manter durante algum tempo uma conversa normal, sabe andar, reconhecer rostos, gravar imagens e passou todos os testes para poder movimentar-se num ambiente de micro-gravidade.

Segundo os seus conceptores -  o engenheiro em robótica Tomotaka Takahashi, da Universidade de Tóquio, a Toyota, a Jaxa e o grupo publicitário nipónico Dentsu - o pequeno autómata vai estudar em que medida a companhia de um robot pode ser um apoio moral a pessoas que vivem isoladas durante um longo período.

O astronauta japonês com quem Kirobo deverá conviver e trabalhar, Koichi Wakata, só chegará daqui no final de Agosto à ISS. O pequeno andróide vai também auxiliar Wakata no pequeno laboratório Kibo que o Japão tem a bordo da estação orbital.

Kirobo tem um irmão gémeo, Mirata, que vai ficar na Terra e vai servir para os engenheiros terem um modelo de trabalho no caso de Kirobo ter problemas técnicos a bordo da ISS.

(Este artigo também foi publicado no site wort.lu/pt)



domingo, 23 de junho de 2013

Documentários ao Domingo - Donde viemos?

O tema de hoje: Donde Viemos? é o quinto episódio da primeira temporada do programa "Through the Wormhole", apresentado Morgan Freeman.

O tema de hoje vai mostrar como a vida na Terra teve origem fora deste planeta: não só um asteróide pode ter trazido os elementos essenciais à vida, como mesmo antes da Terra se formar numa nuvem de gás que viria a tornar-se no nosso sistema solar, já alguns elementos de base tinham sido criados nessas gigantes fábricas que são as estrelas em fusão.

Analisando as possibilidades da vida na Terra, esta pode não ter apenas uma árvore da Vida como supunhamos até agora, mas duas ou até três.

E se no nosso pequeno planeta podem existir três árvores da Vida diferentes, que excêntricas possibilidades existem por esse cosmos fora.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Quais são as ambições espaciais chinesas?

A piloto Liu Yang, de 33 anos, foi a primeira taikonauta (astronauta) chinesa, que integrou o primeiro voo tripulado em Junho de 2012, a bordo da nave Shenzhou 9
Por ocasião do lançamento do segundo voo tripulado chinês, a 11 de Junho último, o site de notícias francês Atlantico.fr entrevistou o general da Força Área francesa Jean-Vincent Brisset sobre as ambições da China na conquista espacial, e o militar considera que o Império do Meio quer chegar a ser uma potência espacial de primeira ordem, em pé de igualdade das outras três:  NASA, ESA e Roscocosmos (Rússia).

O general, que é especialista em operações de guerra e já escreveu um livro sobre a China, recorda que aquele país gigante chegou muito tarde à corrida espacial. Apesar de ter lançado o seu primeiro satélite em 1970, entre a década de 1970 e 1990 não mostrou interesse em desenvolver esse sector.

No final dos anos 90, a China começou por pensar que poderia tornar-se uma lançadora espacial comercial low-cost, e foi adiando sucessivamente os voos tripulados, considerados demasiado dispendiosos e não rentáveis.

Mas como os lançadores chineses não tinham sido testados suficientemente, os clientes não lhes faziam confiança. Depois, os custos da optimização dos lançadores, que hoje têm excelentes desempenhos, tornaram o preço dos lançamentos pouco atractivo para os potenciais clientes.

Só no virar do século é que os dirigentes chineses se aperceberam que o êxito de uma conquista espacial seria o caminho mais directo para conseguirem também êxito nos lançamentos espaciais comerciais.

Assim, no princípio do século XXI, a China voltou à corrida espacial e estabeleceu como meta colocar em órbita uma estação espacial até 2020.

Mas a China tem persistido em trabalhar sozinha, quando as outras três agências entenderam que apenas juntas podem aventurar-se em viagens tripuladas mais frequentes e na exploração espacial cada vez mais longíqua, compara Brisset. A Estação Espacial Internacional (ISS) é bom um exemplo dessa colaboração frutífera para as três partes. As três continuam, no entanto, a ser concorrentes comerciais já que propõem cada uma o seu próprio sistema de colocar satélites em órbita.

No entanto, o general gaulês pensa que a China continua a ter um atraso técnico de três ou quatro décadas na conquista espacial, e o facto dessa indústria estar, por enquanto, apenas na mão do Estado (
CNSA, Chinese National Space Administration), não vai atenuar essa distância com as outras três potências nos próximos anos.

E, acrescenta ainda o militar, se os EUA voltarem à corrida espacial, como parece ser o caso, então esse atraso vai ainda alargar-se mais. Os projectos de exploração do sistema solar, aos quais a Nasa quer voltar, estão longe das possibilidades chinesas. É mais provável que a competição com países como a India e o Japão nesse domínio possam fazer avançar as coisas mais rapidamente.

quarta-feira, 19 de junho de 2013

CERN pode ter descoberto primeiros indícios de matéria negra



Recentemente, o detector de partículas AMS da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) registou uma abundância de anti-electrões, no que pode ser o primeiro indício de matéria negra jamais encontrado até hoje.

Segundo alguns cosmologistas e físicos teóricos, a matéria negra, que alguns investigadores procuram há décadas, representa cerca 23% do universo. Segundo os mesmos cientistas, 73% do universo é constituído por energia negra (nunca detectada) e 4% por matéria visível (dita matéria bariónica: barions englobam, basicamente, protões, neutrões e electrões, mesmo se estes últimos na realidade são leptons).

Pelo menos, foi assim que o CERN (Centro Europeu de Pesquisa Nuclear, Laboratório Europeu para a Física das Partículas) de Genebra anunciou a descoberta, publicada na revista científica Physical Review Letters.

No entanto, apesar do alarido, os dados são ainda insuficientes para afirmar tratar-se mesmo de matéria negra.

A confirmação desta descoberta permitiria perceber melhor como o tecido do universo é constituído.

domingo, 16 de junho de 2013

Documentário ao Domingo - Tema de hoje: Estamos sozinhos no Universo?

"Documentários ao Domingo" no nosso blogue apresenta hoje o episódio 6 (temporada 1) da série "Through the Wormhole", com Morgan Freeman, que hoje vai tentar responder à pergunta: "Estamos sozinhos no Universo?".

Bom filme!

 

sábado, 15 de junho de 2013

Albert Einstein acoplou-se hoje à estação espacial internacional



Uma nave de transportes robotizada e chamada "Albert Einstein", acoplou-se hoje à Estação Espacial Internacional (ISS), anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA)

A nave levava 6,6 toneladas de carga a bordo.

O Einstein é um dos quatro Veículos de Transferência Automática (ATVs) da ESA e acoplou-se à ISS dez dias depois de ter sido lançado pelo foguetão Ariane 5, da base espacial europeia de Kourou, na Guiana Francesa.

A nave de reabastecimento está carregada com comida, água, oxigénio, experiências científicas e iguarias para os astronautas da ISS.

O Albert Einstein tem as dimensões de um autocarro de dois andares, dez metros de comprimento, 4,5 metros de diâmetro e está programado para chegar à ISS em piloto automático, graças a um sistema de navegação que utiliza a luz das estrelas como orientação e o sistema de propulsores para se acoplar suavemente à estação.

A ESA tem já encomendados mais cinco destes veículos, num projecto de contribuição para as missões da ISS, que ainda são programadas pelos EUA.

Nave Einstein: um cargueiro, uma dispensa ou um caixote do lixo? 

A missão do Einstein vai durar quatro meses: este vai simplesmente estar acoplado à ISS como uma espécie de armazém ou dispensa para os passageiros da ISS.

Os propulsores do Einstein vão ainda servir para impulsionar a estação, que gira na órbita baixa da Terra e perde altitude devido à fricção atmosférica prolongada em altitudes mais elevadas.

O Einstein vai estar ligado à ISS até 28 de Outubro, e vai trazer de volta à Terra seis toneladas de lixo não tóxico e dejectos humanos biodegradáveis. O seu destino final é incendiar-se sobre o oceano Pacífico.

O primeiro veículo da série ATV chama-se Jules Verne e foi lançado em 2008; o segundo, o Johannes Kepler, em Fevereiro de 2011; e o terceiro, Edoardo Amaldi, em Setembro de 2012. A última missão do Einstein (ou ATV4) está agendada para Junho de 2014. 
O ATV5 vai receber o nome do cónego e físico belga Georges Lemaitre, que foi o primeiro a evocar a possibilidade de o Universo ter sido criado após um Big Bang.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

Resumo dos nove meses da expedição do Curiosity em Marte, em 1 minuto

O jeep-robot Curiosity, da Nasa, aterrou em Marte em Agosto de 2012.

Karl Sanford reuniu 281 imagens, fez um resumo de 60 segundos e postou o vídeo no Youtube.

terça-feira, 11 de junho de 2013

As últimas notícias do Curiosity, em Marte




Durante uma teleconferência, desde Pasadena, na Califórnia, a Nasa apresentou há dias as novas descobertas feitas pelo rover Curiosity, em Marte.

Em particular, os cientistas abordaram as pesquisas do Laboratório Detector de Radiação (RAD) instalado no jipe-robot que está a analisar o solo do planeta.

Os participantes na teleconferência foram Donald Hassler, director do programa RAD; Cary Zeitlin, cientista-chefe, Eddie Semones, especialista em radiação em voos espaciais, e Chris Moore, vice-director dos Sistemas Avançados de Exploração da Nasa em Washington.

O Laboratório Detector de Radiação (RAD) foi desenvolvido pela Universidade alemã de Kiel (a poucos quilómetros de Estrasburgo), com financiamento da Nasa.

Próximo destino: Monte Sharp 

Na semana passada, a Nasa enviou os comandos para o Curiosity mudar de rumo e dirigir-se para o monte Sharp, localizado a cerca de 8 km a sudoeste de sua localização actual.

São apenas 8 km, mas a viagem vai ser lenta.

Estão programadas neste itinerário pelo menos três paragens para estudos científicos, incluindo medições para determinar a secura da região quanto mais o rover se afastar de Yellowknife Bay, a zona de baixa altitude onde efectuou as suas primeiras investigações.

Os cientistas da Nasa garantem que vão manter os olhos bem abertos enquanto conduzirem o rover e se, de facto, este passar por algo que seja "incrível", asseguram que podem regressar para averiguar. "Mas não há nada que estejamos a ver, desde a órbita [do planeta], que seja algo como uma evidência superconvincente de que haja vida ou algo parecido com isso", disseram.

O próximo objectivo interessante parece mesmo ser o monte Sharp, que desperta a curiosidade dos cientistas da Nasa, e que é a missão principal do Curiosity, em Marte.

Esta missão, que vai durar, pelo menos, dois anos, visa procurar habitats onde tenham existido vida, ou que possam acolher vida no futuro


domingo, 9 de junho de 2013

Documenários ao Domingo - Tema de hoje: A criação do sistema solar e da Terra

Mais um Documentário ao Domingo no nosso blogue, da série "Through the Wormhole" (temporada 1, ep. 5), com Morgan Freeman. Hoje: A criação do sistema solar e da Terra.

O aparecimento da vida na Terra está ligado à criação do Sol há pouco mais de 4,5 mil milhões de anos, depois do sistema solar e do nosso planeta. Compreender esse processo permite-nos não só entender de onde viemos mas também onde procurar no Universo para encontrar vida semelhante à nossa.

Bom filme!

terça-feira, 4 de junho de 2013

O império do Sol


A fonte de toda a vida na Terra pode também ser o seu maior perigo. Os teóricos do apocalipse prevêem para 21 de Dezembro de 2012 uma erupção solar que deflagrará sobre a Terra, o que se não a reduzir a cinzas, provocará o caos.

O Sol entra em intensa actividade de 11 em 11 anos, momento em que regista mais erupções solares, três a quatro erupções diárias, cada uma equivalentes à explosão de 10 milhões de bombas de hidrogénio.

Mas, segundo a Nasa, o Sol só vai entrar numa nova fase intensa em 2013, mas esta será uma actividade intensa média e não uma das mais fortes.

Perturbações provocadas por erupções solares já foram registadas na História recente. Uma das mais fortes deu-se em 1859, quando uma ejecção de matéria coronal solar danificou os telégrafos eléctricos do mundo.

Entre 1920 e 1960 há vários registos de tempestades solares que afectaram os sinais rádio no planeta. Em 1989, uma tempestade solar avariou uma central hidroeléctrica no Canadá, em 2003 fortes ventos solares provocaram uma avaria eléctrica na Suécia e obrigaram a navegação aérea internacional a alterar as rotas.

Uma das últimas erupções solares deu-se em Outubro deste ano e não afectou a Terra. Uma erupção solar tão forte como a de 1859 só acontece, segundo os cientistas, duas vezes em cada milénio.

Seria necessário uma erupção solar colossal para que a ejecção de matéria coronal da nossa estrela em direcção à Terra danificasse os circuitos electrónicos dos satélites (construídos para resistir às radiações solares), quebrasse a rede de telecomunicações e os sistemas da navegação aérea. A acontecer, o pior mesmo é que perturbaria o campo magnético terrestre (magnetosfera), que nos protege das partículas carregadas (radiações) que chegam do Sol.

Quando estas partículas são desviadas pela magnetosfera, criam as auroras boreais.

Mas se devido a um actividade solar fora do normal contornassem a magnetosfera, as radiações perturbariam centrais e redes eléctricas. Ou seja, o mundo mergulharia num "black out" electrónico e eléctrico, dois dos sistemas em que assenta a nossa vida moderna.

Por quanto tempo voltaríamos a viver como no século XIX não se sabe, poderia levar anos, ou mesmo uma ou duas décadas, até restabelecermos esses sistemas a nível mundial.

Os cientistas não conseguem prever as erupções solares, apenas observá-las, após o que os ventos solares demoram entre 24 a 48 horas a chegar à Terra, o que é muito pouco tempo para poder fazer algo.

Alarmismos à parte, nada indica que a fase actual de actividade do Sol é perigosa para a Terra. Os astrofísicos dizem que conhecem bem as fases da vida de uma estrela e que quando o nosso Sol se transformar em gigante vermelha, dentro de sensivelmente 5,5 mil milhões de anos, este vai dilatar até engolir a Terra.

Mas nessa altura, já nos teremos mudado há bastante tempo para outro planeta. Pelo menos, espera-se que sim.

(artigo publicado em 21/12/2012 no jornal CONTACTO, no Dossier "Quem tem medo do fim do Mundo?")

Portugal participa na construção do maior espectrógrafo do mundo, que pemitirá a partir de 2016 detectar exoplanetas semelhantes à Terra

O "Espresso", o maior espectrógrafo do mundo, a ser colocado no Deserto de Atacama (Chile) em 2016, vai permitir confirmar a existência de milhões de exoplanetas semelhantes à Terra. 



Imagem: Representação artística de um exoplaneta
Com o espectrógrafo Espresso "esperamos confirmar que só na nossa galáxia existirão qualquer coisa como 50 ou 100 mil milhões de planetas com condições semelhantes às da Terra”, conta Nuno Santos, investigador do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP) e coordenador da colaboração portuguesa num projecto conjunto de um consórcio de instituições científicas e académicas de Portugal, Itália, Suíça e Espanha.

Um espectrógrafo é um instrumento que permite decompor a radiação eletromagnética (em sentido lato, a “luz”) emitida por um objecto, formando um espectro de frequências.

O Espresso (Echelle SPectrogaph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations) vai custar mais de 10 milhões de euros, disse à Lusa Filipe Pires, Filipe Pires, coordenador do Núcleo de Divulgação do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto, acrescentando que Portugal vai participar com “cerca de um milhão de euros”, um valor que chega através da Fundação para a Ciência e Tecnologia.

“O Espresso será o primeiro instrumento a conseguir localizar e detectar planetas pequeninos [como a Terra], e onde temos esperança de encontrar vida”, explicou Filipe Pires. Segundo o coordenador da colaboração portuguesa, o Espresso é um avanço em relação aos instrumentos que existem actualmente.

"Já conhecemos mais de 1000 planetas" 

“Já conhecemos mais de mil planetas que andam à volta de outras estrelas, mas temos um problema com os instrumentos actuais em que é muito difícil detetar planetas pequenos como a Terra e que estejam suficientemente longe onde, por exemplo, seja possível haver água”, refere Nuno Santos.

Este inovador espectrógrafo será o primeiro com capacidade de detectar de forma sistemática um grande número de novos planetas rochosos e potencialmente habitáveis em torno de outras estrelas.

O Espresso vai estar em funcionamento em 2016, no Deserto do Atacama (Chile) e com aquele instrumento vai conseguir-se detectar variações de velocidade inferiores a 10 centímetros por segundo, que é fundamental para conseguir detectar as pequenas variações na velocidade radial das estrelas causadas pela presença de planetas semelhantes à Terra em seu redor.

A colaboração portuguesa consistirá na construção do Coudé Train, um conjunto de lentes e prismas, e respectivos sistemas de alinhamento, responsável por levar a luz recolhida por vários telescópios até ao laboratório onde aquela luz será combinada e analisada.

 Segundo Alexandre Cabral, responsável pelo desenvolvimento da componente tecnológica que está a ser desenvolvida em Portugal, o país vai “finalmente passar da teoria à prática" e servirá também como uma oportunidade para "a indústria portuguesa receber um retorno pela participação de Portugal em grandes projectos de instrumentação.

O Espresso vai também trazer benefícios a várias outras áreas da astronomia, com destaque para a análise da composição química de estrelas e do gás intergaláctico.

domingo, 2 de junho de 2013

Documentários ao Domingo - Tema de hoje: O que havia antes do Big Bang?

Mais um Documentário ao Domingo no nosso blogue, o quarto episódio (temporada 1) da série "Through the Wormhole", com Morgan Freeman. Hoje: O que havia antes do Big Bang?

Bom filme!