sábado, 30 de novembro de 2013

A nossa galáxia pode ter cerca de 17 mil milhões de planetas do tamanho da Terra

A nossa galáxia, a Via Láctea, pode ter cerca de 17 mil milhões de planetas de tamanho similar ao da Terra, revela uma  estimativa, publicada este ano nos Estados Unidos.

Isto não significa que todos todos sejam habitáveis, mas a probabilidade de se descobrir planetas iguais à Terra aumenta claramente.

Para ser habitável, um planeta deve estar a uma distância de sua estrela que permita evitar temperaturas extremas e que a água possa existir em estado líquido, algo essencial para a vida.

Esta estimativa surge após a análise de dados obtidos pelo telescópio espacial americano Kepler, lançado em 2009 para buscar planetas fora do nosso sistema solar, ou exoplanetas.

Ao menos uma estrela em cada seis da Via Láctea tem um planeta do tamanho da Terra na sua órbita, salientou François Fressin, do Centro de Astrofísica da Universidade de Harvard, principal autor da pesquisa, que estima em 100 mi milhões o número de estrelas na nossa galáxia.

Fressin apresentou os resultados na conferência anual da American Astronomical Society, reunida em Long Beach, Califórnia, em Janeiro deste ano.

O telescópio espacial Kepler detecta um exoplaneta quando este passa diante de sua estrela e gera uma queda de luminosidade no local por onde transita. O telescópio identifica assim exoplanetas potenciais medindo permanentemente as mudanças de luminosidade em mais de 150 mil estrelas situadas nas constelações de Cisne e Lyra.

Durante os 16 primeiros meses de observação, Kepler identificou 2.400 potenciais exoplanetas.

Desde então, os cientistas têm tratado de determinar quantos destes sinais correspondem à presença de um exoplaneta.

Foram já mais de mil os exoplanetas descobertos desde o início dos anos 1990.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Cientistas perderam de vista cometa Ison: está oculto ou foi derretido pelo Sol?

O cometa Ison aparentemente não resistiu à provação de passar perto do Sol, concluíram na quinta-feira à noite os astrónomos que observavam o fenómeno após examinar imagens transmitidas por vários satélites de observação solar.

"Parece que o cometa ISON provavelmente não sobreviveu ao seu périplo", concluiu Karl Battams, cometólogo do Laboratório de Pesquisa Naval de Washington, durante a mesa-redonda organizada pela TV da Nasa ontem à noite.

 "Acabo de ver as últimas imagens de satélite e não vejo nada a sair por detrás do disco solar; este poderia ser o golpe final", acrescentou o cientista deixando entender que o Sol terá derretido o enorme bloco de gelo espacial.

O mesmo concluiu Phil Plait, astrónomo editor do site "Bad Astronomy". "Não acredito que o cometa tenha sobrevivido", afirmou. O cometa "Ison parece ter desaparecido, ter-se desintegrado nas últimas horas", continuou Dean Pesnell, um físico solar, encarregado científico do "Solar Dynamics Observatory" ou SDO, um satélite da Nasa para observar o Sol.

"Não vemos nada e tanto o SDO quanto o SOHO (Observatório Solar e Heliosférico) são muito bons detectores de cometas", insistiu. O SOHO é uma iniciativa conjunta da Nasa e da ESA, a agência espacial europeia.

Estava previsto que Ison, um bloco de gelo e pedra espacial proveniente da Nuvem de Oort (zona que faz fronteira entre o espaço intersideral e o nosso sistema solar), se aproximaria até 1,17 milhão de quilômetros da superfície solar na quinta-feira à noite (hora de Paris), enfrentando temperaturas de 2.700 graus e perdendo três milhões de toneladas por segundo. Aparentemente, o cometa volatilizou-se, derretido pelo Sol, antes de chegar a esta zona. A maior parte dos cientistas tinham previsto que Ison não sobreviveria a esta aproximação com o Sol.

"Acredito que talvez tenha 30% de chances de fazê-lo", tinha prognosticado Carey Lisse, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins.

 O Ison é/era "como uma bola de neve perdida", explicou, e "talvez a metade ou a terça parte é água, portanto é/era bastante frágil". Também é/era menor do que a maioria dos cometas, com 1,2 km de diâmetro.

Este artigo foi igualmente publicado no site wort.lu/pt

Exposição europeia sobre o Espaço inaugurada esta sexta-feira em Lisboa

A exposição "European Space Expo" chega a Lisboa, onde é hoje inaugurada, para mostrar o que se faz na indústria do Espaço e os benefícios da tecnologia espacial para as populações.

A exposição, que já precorreu 17 cidades europeias, é organizada pela Comissão Europeia e fica patente até 9 de Dezembro, na praça do Comércio, e tem entrada gratuita. A mostra apresenta informação sobre diversos programas europeus, como o sistema de observação terrestre Copernicus e o sistema de navegação EGNOS/Galileo, com o qual será possível perceber quando um animal escapou à manada, definir rotas aéreas que perturbem menos as populações ou planear melhor as redes de distribuição de gás, luz e água.

No quiosque "Espaço fabricado em Portugal", os visitantes podem aceder a informação sobre as empresas nacionais que participam nos programas da Agência Espacial Europeia, incluindo o EGNOS e o Galileo. A exposição inclui equipamentos como um "OmniGlobe" - holograma interativo da atmosfera terrestre - ou um modelo de um satélite Galileo. Na "European Space Expo" haverá apresentações de 15 minutos, seguidas de perguntas e respostas, sobre tecnologia espacial e astronomia.

A 7 de Dezembro, o astronauta italiano da Agência Espacial Europeia Paolo Nespoli partilhará a sua experiência como engenheiro de voo na missão MagISStra, na conferência "Seis Meses fora deste Mundo". A exposição é inaugurada pelo vice-presidente da Comissão Europeia responsável pela Indústria e pelo Empreendedorismo, Antonio Tajani, e pelo ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato.

Na cerimónia participa Alexandre Lourenço, a criança portuguesa que vai dar o seu nome a um dos satélites Galileo. A "European Space Expo" conta com a colaboração da Câmara Municipal de Lisboa, da Ciência Viva - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, do Planetário Calouste Gulbenkian e do Turismo de Lisboa. A mostra itinerante já foi vista por mais de 300 mil pessoas.

(Este artigo foi publicado no site wort.lu/pt)

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Cometa Ison passa hoje perto do Sol, mas dificilmente será observável

Foto: Hubble

O cometa Ison vai passar hoje perto do Sol, mas dificilmente será observável a partir da Terra, porque o seu brilho será ofuscado pelo do "astro-rei", indicou o Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa (CAAUL).

O Ison, que foi avistado pela primeira vez em Setembro do ano passado por astrónomos russos, é um cometa especial que vem da nuvem de Oort, uma camada que rodeia todo o Sistema Solar e que, acreditam os cientistas, é formada pelos restos da nebulosa que deu lugar ao Sol e aos planetas, há cerca de 4.600 milhões de anos.

Em declarações à agência Lusa, o director do Departamento de Mediação Científica do CAAUL, João Retrê, referiu que, quando o cometa passar, "o ponto da sua órbita mais perto do Sol será extremamente difícil" de observá-lo a partir da Terra, mesmo recorrendo a telescópios. João Retrê explicou que, devido à proximidade do cometa com o "astro-rei", o brilho do Ison "será ofuscado pelo brilho do Sol, perdendo o contraste relativamente ao brilho de fundo do céu".

A aproximação do cometa ao Sol poderá culminar na sua explosão ou, caso contrário, poderá fornecer aos cientistas pistas sobre a sua formação.Na sua viagem até à periferia do Sol, o cometa estará a 1,8 milhões de quilómetros do "astro-rei" e atingirá uma temperatura de cerca de cinco mil graus.

O director do Departamento de Mediação Científica do CAAUL adiantou que, se o Ison não for "destruído pelas forças gravitacionais a que estará sujeito na sua passagem pelo periélio [ponto da órbita do cometa mais perto do Sol], poderá ser observado durante grande parte da noite a partir, aproximadamente, de meados de Dezembro e durante Janeiro".

A melhor altura para tentar observá-lo a olho nu, ou com equipamentos, será no início de Dezembro, a leste, antes do nascer do Sol. "A partir da segunda quinzena de Dezembro, o brilho do cometa terá diminuído tanto que só o conseguiremos observar recorrendo ao auxílio de telescópios ou binóculos", sustentou João Retrê.

(Este artigo foi igualmente publicado no site wort.lu/pt)

Imagem: AP

Americanos e chineses com missões simultâneas na Lua

A sonda americana LADEE (Lunar Atmosphere and Dust Ambiente Explorer) e a sonda chinesa Chang'e-3 deverão cruzar-se em Dezembro na Lua, altura em que os dois países vão ter missões a decorrer simultaneamente no nosso satélie natural.

A Nasa lançou em Setembro uma nova sonda para orbitar a Lua, cuja missão é descobrir os segredos da sua fina atmosfera.

Esta sonda não tripulada (ver imagem), do tamanho de um pequeno carro, foi lançada a bordo de um foguetão Minotaur V, míssil intercontinental adaptado, do Centro Espacial Wallops na costa da Virgínia.


Com 383 quilos de peso e equipada com três instrumentos científicos, inclusive dois espectrómetros, a sonda LADEE vai colectar dados detalhados sobre a estrutura e a composição química da atmosfera lunar, que é muito fina, e determinará se a poeira permanece em suspensão. A poeira em suspensão poderia explicar o mistério das luzes observadas pelos astronautas da missão Apolo, entre 1969 e 1972, no horizonte lunar logo antes do amanhecer, disse a Nasa.

Uma melhor compreensão das características da atmosfera do vizinho celeste mais próximo da Terra poderia ajudar os cientistas a entender outros objectos do sistema solar, como o planeta Mercúrio ou os grandes asteróides, explicaram os especialistas a cargo desta missão que custou 280 milhões de dólares, iniciada em 2008.

"Quando deixámos a Lua (há 40 anos), pensávamos que era uma superfície menos antiga, sem atmosfera", disse John Grunsfeld, administrador associado da Nasa e encarregado de missões científicas.

"Graças às sondas de reconhecimento, descobrimos que a Lua é cientificamente muito mais interessante, que continua evoluindo e, de facto, tem uma espécie de atmosfera", acrescentou. Para Grunsfeld, esta missão "pode ajudar a entender melhor a diversidade do nosso sistema solar e sua evolução".

Mas o estudo da atmosfera lunar deve ser feito sem demora antes que as missões de exploração alterem este equilíbrio frágil, acrescentou Sarah Nole, cientista do programa LADEE.  "A atmosfera lunar é tão fina e frágil que um trem de aterragem pode afectá-la", advertiu Nole.

A sonda LADEE permaneceu os primeiros 40 dias muito acima da superfície lunar para realizar uma série de testes e utilizou uma nova tecnologia a laser de transmissão tão potente como a das redes de fibra óptica terrestre. Depois disso, iniciou a sua missão de estudo científico da atmosfera lunar, que vai durar 100 dias.

A última missão da Nasa à Lua foi em 2012 com o lançamento das sondas gémeas GRAIL, que estudaram o interior lunar e mediram o campo gravitacional lunar.

Antes disso, em 2009, os Estados Unidos lançaram as duas sondas LRO/LCROSS, que confirmaram a presença de água em forma de gelo num cratera no pólo sul da Lua.

Astronautas americanos pisaram pela primeira vez a Lua em 1969 e os últimos exploradores da era Apolo visitaram o satélite natural da Terra em 1972. A Nasa não tem, para já, planos de enviar uma missão tripulada para a Lua.

A sonda LADEE foi concebida quando a agência espacial americana tinha previsto voltar a enviar humanos à Lua como parte do programa Constellation, que o presidente Barack Obama cancelou por ter um orçamento alto demais.

O próximo projecto de exploração humana da Nasa é enviar uma missão tripulada a Marte até 2030.

Desde a era Apolo, em que foram enviadas 40 missões para a Lua, LADEE é a segunda sonda lunar que não é lançada de Cabo Cañaveral, na Flórida. Em 1994, a sonda Clementine partiu da Califórnia e a LADEE foi lançada do Centro Espacial de Wallops, situado a 270 km de Washington. Criado em 1945, essa base tem sido utilizada para lançar pequenas naves suborbitais e balões científicos.



A missão chinesa Chang'e-3

Vários países, especialmente a China, manifestaram a intenção de ir à Lua. Pequim anunciou o lançamento de uma sonda com um módulo de aterragem a lançar no final deste mês de Novembro.

Será a primeira sonda espacial chinesa com o objectivo de pousar em solo lunar e o primeiro engenho humano a pousar na Lua após 37 anos de ausência. A última sonda humana a pousar a Lua foi a Luna 24, em 1976, que trouxe amostras do solo lunar,

A sonda chinesa vai desembarcar na Lua um módulo rover que terá como tarefa explorar o satélite natural.  O rover tem seis rodas, pesa 120 kg e pode transportar 20 kg de carga. Foi concebido para percorrer 10 km de distância e a sua energia é fornecida por painéis solares. O rover integra um radar para estudar o subsolo lunar, uma câmara de filmar que pode transmitir em directo para a Terra e um telescópio óptico.

A sonda Chang'e-3 faz parte do programa lunar chinês que inclui em 2015 trazer amostras de rochas e solo lunares. A sonda tem nove meses de vida.

O lançamento da sonda, a primeira chinesa a pousar na Lua, acontecerá a partir do centro espacial de Xichang, num lançador "Longa Marcha 3B".

Esta missão significa muitas estreias para o programa espacial chinês:  aterragem num outro astro, missão com um rover-robot a bordo e utilização de um gerador nuclear eléctrico (para a aterragem).

A técnica para diminuir a velocidade e permitir uma aterragem suave no solo lunar ainda não foi revelada.

Na mitologia chinesa, Chang'e é o nome de uma mulher que vivia na Lua, num palácio de jade. Esta é a terceira sonda espacial com este nome, duas anteriores foram enviadas em 2007 e 2010 para observar o satélite natural.

A sonda Chang'e-3 num deserto, numa fase-teste





domingo, 24 de novembro de 2013

DD- Documentários ao Domingo: Descobrindo o espaço profundo

Um documentário britânico sobre os telescópios do século XXI que estão a permitir aos astrónomos observar o espaço profundo como nunca antes.

Primeiro, o Very Large Telescope (VLT), no Chile, um projecto imaginado em 1977, lançado dez anos mais tarde, mas cujos 4 telescópios só começaram a trabalhar em conjunto há três anos.

Graças ao VLT, os astrónomos estão a descobrir o espaço profundo, que não era possível observar há cinco ou dez anos. De repente, no espaço negro e profundo, começou a aparecer a luz de corpos celestes que estavam "invisíveis" e a milhões de anos-luz.

Já ouviram falar no Sofia? O Sofia é um avião jumbo reconvertido em telescópio, ou melhor é o "Observatório Estratosférico para a Astronomia por Infra-Vermelhos" ou "Stratospheric Observatory for Infrared Astronomy" (Sofia), um projecto da Nasa com cooperação alemã. O primeiro voo deu-se em 2007, mas esta é a primeira vez que uma equipa de televisão sobe a bordo.

Estes são apenas dois exemplos, mas há mais, e alguns deles podem até nem parecer telescópios.

Um filme de 60 minutos, sem o funtástico astrónomo "star" inglês Brian Cox, mas com o cunho sério da BBC. Muito bom. E a voz off envolvente de Sara Mendes da Costa.

 

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

A partir de 2015, ISS é desactivada e a China lança a sua estação orbital - inversão das potênciais espaciais?

Onze anos depois de ter enviado o primeiro astronauta (taikonauta, em chinês) ao espaço, a China mantém o seu ambicioso programa espacial, que dá ao país prestígio militar e económico, enquanto a concorrente americana, Nasa, está paralisada devido a uma crise orçamentária.

Cronologia do programa espacial chinês

Em 15 de Outubro de 2003, o taikonauta Yang Liwei orbitou 14 vezes a Terra a bordo de uma nave Shenzhou 5, em 21 horas, abrindo o caminho da China para a exploração espacial.

O fato de um taikonauta Foto: AFP

Mais de 40 anos depois do voo histórico do soviético Yuri Gagarine, esta façanha fez da China o terceiro país, depois de URSS e dos Estados Unidos, capaz de enviar uma missão espacial tripulada.

Desde então, a China enviou mais dez taikonautas - oito homens e duas mulheres - ao espaço em cinco missões, assim como um módulo espacial para orbitar a Terra, o Tiangong-1.

O Estado, que financia este programa supervisionado pelo Exército investindo biliões de dólares, considera que se trata de um sinal importante do novo estatuto internacional do país, do seu domínio tecnológico e também da capacidade do Partido Comunista de modificar o destino de uma nação outrora castigada pela pobreza.

As ambições chinesas só ficarão plenamente satisfeitas no dia em que um chinês pisar a superfície da Lua, antecedido até ao fim deste ano pela sonda Chang'e-3.

O próximo objectivo é concluir a construção de uma estação espacial orbital, a Tiangong-3, até 2015.

Na mesma época, a Estação Espacial Internacional (ISS), desenvolvida por Estados Unidos, Europa, Rússia, Japão e Canadá, será abandonada depois de 20 anos de serviços.

Esta coincidência simbólica pode reflectir também o deslocamento dos centros de poder no mundo na próxima década.

O rápido desenvolvimento do programa espacial chinês contrasta profundamente com o dos Estados Unidos, que lançou o seu último foguetão em 2011 e cujos projectos de futuro são, por enquanto, vagos.

"Na Ásia, a China é considerada a líder regional da área espacial, o que dá ao país um verdadeiro prestígio militar e económico", afirma Joan Johnson-Freese, encarregada de assuntos de segurança no Colégio de Guerra da Marinha em Newport, e especialista em actividades espaciais chinesas. "No resto do mundo, a vantagem económica para a China é não ser considerada capaz de produzir apenas roupa barata", acrescentou.

A China ainda está longe das conquistas de Estados Unidos e da ex-União Soviética - embora tenha aprendido com os dois - e faltam pouco anos para conseguir construir a sua estação espacial.

Enquanto isso não acontece, Yang Liwei, general e vice-director da agência chinesa encarregada de programas tripulados,  recebe solicitações de países em vias de desenvolvimento que querem enviar astronautas até ao espaço.

"Gostaríamos de treinar astronautas de outros países e organizações que nos fazem este tipo de pedidos e adoraríamos realizar missões para astronautas estrangeiros", declarou, em Setembro, durante um seminário em Pequim organizado pela ONU e pela China sobre tecnologia espacial. O Paquistão já indicou que quer estar entre os primeiros.

O programa espacial chinês, previsto para os próximos 30 anos, baseia-se numa "vontade política que não tem que responder a um eleitorado para perdurar, algo que, evidentemente é muito mais difícil para as democracias", afirmou Johnson-Freese.

domingo, 17 de novembro de 2013

DD - Documentários ao Domingo - Os Mistérios da Via Láctea

A descoberta dos mistérios da nossa galáxia, desde os tempos de Galileu, passando por Newton, Herschel até à descoberta do que era a "Nebulosa de Andrómeda" e o avistamento de exoplanetas.

É o episódio 15 da temporada 37, da série "Nova".

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Fragmento de cometa é encontrado pela primeira vez na Terra

Uma equipa de cientistas sul-africanos identificou pela primeira vez vestígios de um cometa que explodiu sobre o Egipto ao entrar na atmosfera há 28 milhões de anos, segundo notícia avançada pela Universidade de Witwatersrand (Wits), em Joanesburgo.

Além de destruir toda forma de vida na região de impacto, a explosão causou um aumento da temperatura da areia até os 2.000° C, o que provocou a formação de uma quantidade impressionante de cristais de silício amarelo, dispersos por 6.000 km2 pelo deserto do Saara.

A peça central de um broche do faraó Tutancamon, que representa um escaravelho, foi feita a partir desse cristal, garante a universidade.

Graças ao estudo de uma pedra preta misteriosa, encontrada em 1996 por um geólogo egípcio dentro de um de cristal de silício, a equipa científica acredita ter encontrado "o primeiro exemplar conhecido do núcleo de um cometa" e da "primeira prova de um cometa que entrou na atmosfera terrestre e explodiu"-

"A pedra pesa 30 gramas, contem um componente extraterrestre e 65% de carbono, enquanto os meteoritos contêm apenas 3% de carbono", explicou à AFP o professor catedrático Jan Krammers, do departamento de Geologia da Universidade de Joanesburgo.

A explosão também deu origem a diamantes microscópicos. Os diamantes formam-se quando o carbono é submetido a temperatura e pressão extremas.

Os cometas, que são pedras de gelo misturadas com poeira espacial, "visitam regularmente os nossos céus", explica, por seu lado, o professor David Block, citado no comunicado de Wits, onde chefia o laboratório de poeira cósmica.

Mas nunca até agora tinha sido encontrado um cometa na Terra. Até o momento só tinha sido identificada poeira rica em carbono no gelo do Ártico ou partículas de poeira microscópicas na alta atmosfera.

"Os cometas contêm a chave que permite compreender a formação do nosso aistema aolar e esta descoberta oferece-nos uma ocasião sem precedentes para estudar o material dos cometas em primeira mão", diz Block.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Telescópio espacial Planck foi desactivado

O telescópio espacial Planck, da Agência Espacial Europeia (ESA), uma máquina capaz de capturar a essência do início do Universo, foi desativado no final de Outubro, após quatro anos e meio de serviço, anunciou a agência espacial europeia ESA.

Os controladores da missão do Centro de operações da ESA, com sede em Darmstad (Alemanha), transmitiram a 23 de Outubro a sua última ordem ao satélite, após o que desligaram os seus emissores.

"Causou-nos muita pena direccionar as últimas operações ao satélite Planck, mas também tem sido um motivo para comemorar o extraordinário sucesso desta missão", explicou em comunicado Steve Foley, responsável pela gestão das operações do satélite europeu do Centro Europeu de Operações Espaciais (ESOC) da ESA.

Planck, que iniciou sua missão em 2009, era capaz de detectar com uma sensibilidade sem precedentes, a radiação de fundo cósmico (ou radiação de fundo de micro-ondas, CMB, na sigla em inglês), ou seja, a radiação fóssil do Big Bang.

Os dados que transmitiu ao longo de quatro anos permitiram elaborar a mais precisa imagem disponível do Universo na sua infância. O primeiro mapa detalhado da radiação CMB capturada por Planck foi revelado no início de 2013, e os restantes dados da missão Planck estão actualmente a ser estudados para serem  divulgados em 2014.

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Sonda indiana precisa de 1 mês para sair da órbita da Terra, antes de rumar a Marte

Foto: AFP
A primeira sonda indiana para Marte descolou na passada terça-feira e o seu destino é o planeta Marte.

A nave espacial enviada pela Índia completou a primeira de uma série de activações dos seus motores, concebidos para libertá-la da atracção terrestre e propulsá-la em direcção a Marte, revelaram na sexta-feira os cientistas responsáveis pela missão, da Organização Indiana de Pesquisa Espacial (ISRO, na sigla em inglês).

A primeira "manobra de saída de órbita", que envolveu a activação de um propulsor movido a combustível líquido, foi executada na quinta-feira. Seguiu-se uma segunda activação na sexta-feira.

"A segunda manobra de saída da órbita da nave aconteceu a 8 de Novembro, com um tempo de queima de 570,6 segundos, e foi concluída com sucesso", destaca em comunicado a ISRO, com sede em Bangalore.

A sonda carece de potência para viajar directamente até Marte, por isso está a orbitar a Terra durante quase um mês e a activação dos motores deve aplicar a velocidade necessária ao foguetão para que possa libertar-se da atracção gravitacional do nosso planeta.

Só quando concluir as seis manobras de activação dos motores com êxito é que vai iniciar-se a segunda fase da sua viagem de nove meses até ao planeta vermelho.

O principal objectivo da missão indiana é detectar metano na atmosfera marciana, o que pode ser o sinal de algum tipo de vida no quarto planeta do Sistema Solar.

Se a missão foir bem sucedida, a Índia tornar-se-á o primeiro país asiático a chegar a Marte, com uma nave não tripulada. Nunca antes a Índia se tinha aventurado em viagens interplanetárias e mais da metade de todas as missões a Marte fracassaram, inclusive a da China, em 2011, e a do Japão, em 2003.

A sonda "Mars Orbiter Mission" (MOM), informalmente chamada "Mangalyaan" ("Mars-craft"), deverá deixar a órbita da Terra no início de Dezembro e aterrar em Marte nove meses depois, em Agosto de 2014.

O projecto, orçado em 4,5 biliões de rúpias (73 miliões de dólares), representa menos de um sexto dos 455 miliões de dólares que a Nasa gastou na sua nova sonda marciana, a Maven, que tem lançamento previsto para o final de Novembro.

O presidente da ISRO, K. Radhakrishnan, denominou a missão de um "ponto crítico" para as ambições espaciais da Índia e algo que demonstrará as habilidades do país na tecnologia dos foguetões.

domingo, 10 de novembro de 2013

DD - Documentários ao Domingo: "A Vida para Além da Terra - Estamos sozinhos?"

Hoje apresentamos mais um episódio da série "Nova", hoje dedicada às missões que têm como tarefa descobrir sinais de vida bacteriológica e/ou inteligente para além das margens conhecidas da Terra, na imensidão do oceano cósmico, o Universo.


sábado, 9 de novembro de 2013

Tocha olímpica vai viajar no espaço

Os cosmonautas russos Oleg Kotov e Serguei Riazanski e o astronauta americano Michael Hopkins (Foto: AFP)

A tocha olímpica chegou quinta-feira a bordo da nave russa Soyuz à Estação Espacial Internacional (ISS).

Os cosmonautas russos Oleg Kotov e Serguei Riazanski estão na ISS desde Setembro e uma das suas missões durante os 168 dias que vão estar a bordo da estação orbital internacional é fazer uma saída histórica no espaço com a tocha olímpica dos Jogos de Inverno de Sochi (Rússia), que vão ter lugar em Fevereiro de 2014. Uma estreia para a tocha olímpica.

A tocha chegou à Rússia em 6 de Outubro e o passeio no espaço está previsto para este sábado.

A tocha regressa depois à Terra e continua a sua viagem até a cidade russa às margens do Mar Negro.

Kotov e Riazanski chegaram em 26 de Setembro à ISS, acompanhados pelo astronauta americano Michael Hopkins.

Kotov é um médico militar de 47 anos, e comandante da missão, e Riazanski é um biólogo de 39 anos e engenheiro de bordo.

Hopkins tem 44 anos e é um oficial da aeronáutica.

A bordo da ISS foram recebidos pelo italiano Luca Parmitano, o russo Fiodor Yurchikhin e a americana Karen Nyberg.

(veja o vídeo da chegada da tocha olímpica à ISS)

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Asteróide com seis caudas surpreende astrónomos


Um asteróide foi captado entre Agosto e Setembro pelo telescópio espacial Hubble e espantou os astrónomos norte-americanos, por ter a aparência de um cometa com seis caudas e a girar sobre si próprio, foi hoje anunciado.

Um asteróide foi captado entre Agosto e Setembro pelo telescópio espacial Hubble e espantou os astrónomos norte-americanos, por ter a aparência de um cometa com seis caudas e a girar sobre si próprio, foi hoje anunciado. "Ficámos literalmente estupefactos com o que vimos", afirmou David Jewitt, astrónomo da Universidade da Califórnia (Los Angeles) que descobriu o asteróide, a partir de observações feitas em Setembro.

A equipa de astrónomos descreveu o asteróide com a forma de um regador automático de relva, que projectava poeiras através de seis caudas, como um cometa, e que mudava várias vezes de forma. A descoberta foi descrita num estudo publicado hoje na revista científica norte-americana Astrophysical Journal Letters.

(Esta notícia foi também publicada no site wort.lu/pt)

Investigadora do Minho premiada pela NASA e pela Agência Espacial Europeia

A investigadora portuguesa Ângela Abreu, da Universidade do Minho (UMinho), foi premiada pela Agência Aeroespacial Norte-Americana (NASA) e pela Agência Espacial Europeia por desenvolver um método "inovador e eficiente" de produção de hidrogénio "100% biológico" que pode ser utilizado para gerar eletricidade.
Ângela Abreu Foto: U. Minho

Em comunicado enviado no dia 6 deste mês à imprensa, a UMinho informa que Ângela Abreu foi distinguida com a Melhor Apresentação Oral do "Workshop Internacional sobre Ambiente e Energias Alternativas", que decorreu num dos polos da ESA, em Frascati, Itália, com o trabalho "Biohydrogen production using bionanocoatings for immobilizing highly efficient hydrogen-producing bacteria".

A investigadora, do Centro de Engenharia Biológica da UMinho, ganhou ainda uma bolsa "travel grant" da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento.

"Os processos de produção de hidrogénio são sobretudo feitos a partir de combustíveis fósseis. O nosso processo é inovador por recorrer a resíduos orgânicos e a efluentes, ou seja, é 100% biológico", explica Ângela Abreu.

Segundo aquela cientista, "este bio-hidrogénio é um vetor energético que pode depois ser usado em células de combustível para produção de eletricidade, entre outras aplicações".

A UMinho explana ainda que o processo desenvolvido pela equipa de Ângela Abreu, que conta com a colaboração da Universidade da Carolina do Norte (EUA) e o apoio da Fundação para a Ciência e Tecnologia, "utiliza bactérias altamente eficientes, que conseguem decompor os resíduos orgânicos e, desta forma, produzir bio-hidrogénio".

Segundo explica, "uma grande mais-valia do projeto é a imobilização das bactérias nos reatores através de um revestimento de látex com nanoporos que permite a troca da matéria orgânica e do hidrogénio".

Ângela Abreu é licenciada em Engenharia Ambiental e dos Recursos Naturais pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, com mestrado em Tecnologias Ambientais e o doutoramento em Engenharia Química e Biológica pela UMinho, em colaboração com a Universidade Técnica da Dinamarca. Actualmente é investigadora de pós-doutoramento no grupo BRIDGE do Centro de Engenharia Biológica da UMinho.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

Índia lança primeira missão a Marte esta terça-feira

Foto: AP
A Índia vai lançar esta terça-feira, em 5 de Novembro, a primeira missão indiana a Marte, que tinha sido adiada devido a problemas no posicionamento de um sistema que rastreará a operação a bordo de um navio.

O lançamento da 'Mars Orbiter Mission' não tripulada teve que ser adiada depois que a Agência Espacial Indiana (ISRO) informou em 20 de Outubro que não conseguiria realizá-lo cinco dias depois, em 28 de Outubro, conforme o esperado.

Dois navios indianos foram enviados para as ilhas Fiji, no Oceano Pacífico, para fazer um rastreamento constante do foguetão, mas um deles demorou a chegar ao local devido ao mau tempo.

"A 'Mars Orbiter Mission' foi re-agendada para 5 de Novembro e a nave espacial será lançada às 14h36 IST (hora local) do centro espacial de Sriharikota", declarou à AFP o porta-voz da ISRO, Deviprasad Karnik. A sonda de 1,3 toneladas será lançada a bordo de um foguetão de 350 toneladas de Sriharikota, na Baía de Bengala, a cerca de 80 km a nordeste de Chennai.

A missão marciana, que deverá durar nove meses, foi aprovada pelo governo indiano com um orçamento de 4,5 biliões de rúpias (73 milhões de dólares). Para a Índia, a missão representa um passo significativo do seu programa espacial, que já conseguiu enviar uma sonda para a Lua e desperta o orgulho nacional do país de 1,2 bilião de habitantes.

Mas os gastos com esta missão também têm recebido críticas, num país em que o governo luta para combater a pobreza que afecta grande parte da população, assim como importantes problemas de infra-estruturas.

A Índia junta-se assim a uma série de países que já enviou missões a Marte, como os Estados Unidos, Rússia, Japão e China.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

Já foram descobertos mais de 1.000 exoplanetas em 20 anos

A barra psicológica dos mil exoplanetas descobertos até hoje foi transposta no dia 22 de Outubro, segundo o site Exoplanet.eu, portal do Observatório de Paris, que lista todos os planetas que foram descobertos fora dos sistema solar desde 1990.


No entanto, o portal não assinalou de qualquer forma o feito. Só quem costuma consultar o site regularmente, pôde notar que o milhar de planetas extrassolares foi ultrapassado simplesmente ao notar que de 21 para 22 de Outibro o número tinha saltado de 999 para 1010.

O exoplaneta n°1000 chama-se Wasp 99 e foi descoberto ao mesmo tempo que toda uma série de outros exoplanetas pelo Observatório sul-africano Wasp (Wide Angle Search for Planets).

Segundo disseram os astrónomos do Observatório de Paris à revista francesa Le Point, "o feito não foi assinalado, porque o termo de exoplaneta não é consensual entre cientistas e não é raro que alguns astros definidos como exoplanetas num primeiro tempo sejam mais tarde classificados de outra forma".

Por exemplo, há astrónomos que consideram que o primeiro exoplaneta foi descoberto em 1988 (Gamma Cephei Ab), outros em 1989 (HD 114762 b) e outros ainda em 1990 (PSR B1257+12 a & b). 

Entretanto e desde 22 de Outubro, o número de exoplanetas registados já voltou a aumentar para 1038.

Segundo os astrónomos, apenas 12 destes mundos podem ter vida como a conhecemos. Os cientistas consideram que em menos de uma década será descoberto um planeta onde poderemos ter provas científicas que abriga a vida.

Existem sistemas estelares sem planetas e sistemas com apenas um planeta, mas 173 são sistema solares com vários mundos.

domingo, 3 de novembro de 2013

Einstein desintegrou-se

A nave europia Albert Einstein (ATV-4) desintegrou-se, como previsto, durante a sua reentrada na atmosfera, neste sábado, numa região desabitada do Pacífico Sul, anunciou a Agência Espacial Europeia (ESA).

A nave de abastecimento europeia foi desacoplada na segunda-feira da Estação Espacial Internacional (ISS), onde atracou em 15 de Junho.

"O quarto Veículo de Transferência Automática (ATV) da ESA, baptizado Albert Einstein, concluiu a sua missão de cinco meses junto à ISS. Hoje fez a sua reentrada na atmosfera e desintegrou-se como planeado numa área desabitada do Pacífico Sul ", informou a ESA em comunicado.

"Albert Einstein realizou uma série de manobras delicadas para que os astronautas pudessem ver a sua descolagem nas camadas superiores da atmosfera, o que fornecerá dados únicos sobre fenómenos de reentrada atmosférica", indica o comunicado, acrescentando que "o ATV-4 se desintegrou com segurança na atmosfera no dia 2 de Novembro às 12h04 UT".

"A missão foi realizada com perfeição o que, como em qualquer missão espacial, representa um enorme sucesso para toda a equipa ATV", afirmou Alberto Novelli, chefe da missão ATV-4, citado pela ESA .

"A conclusão bem-sucedida desta quarta missão reflecte a maturidade do programa ATV e este novo sucesso abre o caminho para futuros projectos da ESA", acrescentou .

As manobras da nave europeia no espaço foram supervisionadas pelo centro de controlo, com sede em Toulouse (França), e gerido conjuntamente pela ESA e CNES.

Lançado em 5 de Junho a bordo de foguetão Ariane 5 a partir de Kourou (Guiana Francesa) , o ATV-4 transportou para a ISS uma carga de cerca de 7 toneladas de mantimentos (água, combustível, alimentos, equipamentos diversos) destinados aos astronautas que se revesam na ISS desde o ano 2000.

Com um peso total de 20,2 toneladas, esta foi a carga mais pesada já enviada pela Europa para o espaço. Cheio de todos os resíduos não perigosos gerados a bordo da ISS, a nave desintegrou-se finalmente na atmosfera, sob o efeito combinado do aquecimento devido à velocidade e pressão. Três ATV tiveram o mesmo destino: o Jules Verne, lançado em 2008, o Johannes Kepler, em 2011, e o Edoardo Amaldi, em 2012.

O ATV-4 Albert Einstein completou a sua missão com um recorde: deixou a ISS com a maior quantidade de lixo já carregado a bordo de uma nave.

O próximo veículo, o mais novo de uma série de cinco, é o ATV-5, a ser lançado em meados de 2014 foi baptizado Georges Lemaître, em homenagem ao físico belga que está na origem da teoria do Big Bang.

DD - Documentários ao Domingo: Tudo o que sempre quis perguntar sobre a MIsssão Curiosity em Marte e nunca ousou perguntar

O rover Curiosity aterrou (amertissou?) em Marte em Agosto de 2012.

A série documentária "Nova", que estreou em 1974 e hoje vai já na sua 41a temporada, dedicou um dos seus episódios (temporada 40, episódio 4) à Missão do Curiosity em Marte e faz-nos visitar os bastidores da missão da Nasa, desde a criação do rover à escolha do local para aterrar a sonda e as zonas a explorar.

sábado, 2 de novembro de 2013

Cientista brasileiro liderou equipa que preparou o maior catálogo de estrelas da Via Láctea


Sabia que existe um catálogo que regista as 84 milhões de estrelas da nossa galáxia descobertas até hoje?

Uma equipa de astrónomos liderada por um brasileiro conseguiu criar um catálogo com 84 milhões de estrelas localizadas no centro da Via Láctea.

Este é o maior inventário já realizado até o momento e foi captado a partir do Observatório de Paranal, no norte do Chile.

O autor principal do estudo, que foi publicado na conceituada revista Astronomy & Astrophysics em Outubro 2012, é o astrofísico brasileiro Roberto K. Saito, nascido em Florianópolis e que faz parte da Pontíficia Universidade Católica do Chile.

A equipa de Saito contou, ainda, com a participação de outros três brasileiros: Beatriz Barbuy e Bruno Dias, dois pesquisadores da Universidade de São Paulo, e Marcio Catelan, da PUC-Chile.

Neste trabalho titanesco de catalogação, os astrónomos recorreram ao telescópio Vista, que possui um enorme espelho de 4,1 m de diâmetro e um amplo campo de visão, com detectores infra-vermelhos muito sensíveis.

Como o centro da nossa galáxia concentra muita poeira cósmica, o observatório só conseguiu uma imagem tão precisa como esta após combinar várias fotografias menores.

Segundo os autores do estudo, a detecção e o inventário desse número de estrelas permitirá uma compreensão e um conhecimento maiores da evolução da Via Láctea.

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Último eclipse solar do ano é neste domingo e é parcialmente visível em Portugal

O último eclipse solar do ano ocorre neste domingo, sendo parcial na maior parte do mundo, incluindo Portugal, onde será de magnitude muito pequena, e total na África Equatorial, informou o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL).
Foto: Reuters

O fenómeno apenas pode ser observado através de telescópios com filtros especiais. A observação directa pode provocar lesões oculares.

Em Portugal, como no resto do mundo, com excepção de África, apenas uma parte do Sol é ocultada pelo disco lunar, como se a Lua desse uma "dentada" no Sol, e, por isso, o eclipse é parcial.

No domingo, o céu parcialmente nublado, com "abertas", em Portugal, previsto pela meteorologia, não impede a observação do eclipse ao fim da manhã, período em que o fenómeno pode ser visto em território português, ainda que com muito pouca amplitude, de acordo com o Observatório Astronómico de Lisboa.

Tanto o OAL como o Planetário do Porto, o Centro Ciência Viva de Constância e o Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra promovem, se o tempo ajudar, sessões gratuitas de observação com telescópios.

Segundo informação disponibilizada pelo Observatório Astronómico de Lisboa no seu portal, o eclipse parcial atinge em Portugal Continental o seu pico perto das 12h30 (+1h no Luxemburgo), mas somente com 2% a 5% do Sol a estar tapado pela Lua nas regiões Norte e Centro e 5% a 8% nas regiões de Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve.

No território continental, o fenómeno inicia-se depois das 11h30 e termina pouco depois das 13h. O eclipse será um pouco maior nos arquipélagos da Madeira e dos Açores, com a ocultação do Sol a rondar os 21% a 23% e a durar duas horas, mais meia hora face ao continente.

Na Madeira, a maior fase do eclipse ocorrerá ao meio-dia e nos Açores perto das 11h (hora local). Nas ilhas o fenómeno começa cerca das 10h (Açores)/11h (Madeira) e acaba perto das 12h (Açores)/13h17 (Madeira). Um eclipse solar como o de domingo é considerado raro, e designado híbrido, porque, além de poder ser total ou parcial, também pode ser anular.

"Isto deve-se ao facto de a sombra projetada na superfície terrestre se aproximar da Lua à medida que o eclipse percorre a curvatura da Terra", esclareceu à agência Lusa o director do Departamento de Mediação Científica do Centro de Astronomia e Astrofísica da Universidade de Lisboa, João Retrê.

Na África Equatorial, o fenómeno começa por ser anular (todo o disco da Lua encontra-se em frente ao disco do Sol, deixando à vista um anel de luz) para depois se tornar, nalguns pontos, total (o Sol está totalmente tapado pela Lua). Fenómeno bem visível em Cabo Verde Em São Tomé e Príncipe, mais de 90% do Sol estará tapado e, em Cabo Verde, sobretudo nas ilhas a sul (Brava, Fogo, Santiago e Maio), a ocultação será mais de 80%, de acordo com o site internet do Centro Ciência Viva de Constância.

Um eclipse solar ocorre quando a Lua passa directamente entre a Terra e o Sol. A órbita da Lua em redor da Terra é elíptica, pelo que a distância face ao "planeta azul" varia constantemente. João Retrê explicou que o eclipse solar anular ocorre "se a Lua se encontrar num ponto da sua órbita mais distante da Terra e o seu diâmetro aparente será inferior ao do Sol, não cobrindo todo o seu disco", sendo possível "observar um pequeno anel de luz em torno da silhueta escura da Lua".

Em contrapartida, o eclipse solar será total se "a Lua se encontrar num ponto da sua órbita mais perto da Terra", sendo que "a sua silhueta pode cobrir todo o disco solar".

(este artigo foi igualmente publicado no site wort.lu/pt)

Astrónomos dizem que Kepler 78b é um planeta infernal

Representação de artista de Kepler 78b
O exoplaneta Kepler 78b é certamente um inferno com temperaturas que oscilam entre os 1.500 e os 3.000°C, mas para os astrónomos tem a característica particularmente interessante de possuir o tamanho e a composição rochosa muito semelhantes aos do nosso planeta.

É aliás o primeiro exoplaneta até hoje descoberto mais parecido com a Terra pela sua dimensão e composição. Kepler 78b é ligeiramente maior (1,2) do que a Terra.

Kepler 78b situa-se na constelação da Lira (no nosso céu nocturno), a cerca de 400 anos-luz da Terra.

Os cientistas consideram que este exoplaneta (planeta fora do nosso sistema solar) é quase um irmão gémeo da Terra, mas nunca será habitável pelo ser humano.  Por estar demasiado próximo da sua estrela, a sua superífice parece o inferno, comparam os astrónomos, à semelhança de planetas como Mercúrio ou Vénus.
 
Lançado em 2009 pela Nasa, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, biliões de candidatos possíveis entre os planetas rochosos.

No entanto, embora seja relativamente fácil determinar o seu tamanho, é muito mais difícil conhecer as suas características.

O planeta Kepler 78b é uma excepção à regra porque está em órbita muito perto da sua estrela - daí a sua temperatura infernal -, em torno do qual faz uma órbita completa em apenas oito horas e meia. Essa particularidade permitiu a duas equipas diferentes de astrónomos de observar o exoplaneta e calcular a sua massa, entre 1,69 e 1,86 vez a da Terra, segundo estudos publicados na quarta-feira na revista Nature.

Os cálculos dão ao planeta uma densidade quase idêntica à da Terra, ou seja, 5,5 gramas por centímetro cúbico. Essa densidade indica que Kepler 78b, assim como o planeta Terra, provavelmente é formado por rochas de ferro.

Embora no estado actual dos conhecimentos não haja nenhuma possibilidade de existir vida na sua superfície,  "Kepler 78b constitui um sinal animador para a busca de mundos habitáveis fora do nosso sistema solar", diz Drake Deming, astrónomo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, num comentário que não foi publicado na revista Nature.

Segundo Deming, a existência desse planeta hostil "tem pelo menos o mérito de mostrar que planetas extra-solares (ou exoplanetas) com uma constituição semelhante à da Terra não constituem um facto extraordinário" na Via Láctea (a nossa galáxia) e que é possível encontrar alguns com critérios mais compatíveis com alguma forma de vida.

Um dos objectivos dos astrónomos e astrofísicos é um dia encontrar uma segunda "Terra", um planeta tão semelhante ao nosso, que pode ter vida como a conhecemos. A busca faz-se diariamente entre milhões de exoplanetas presentes na galáxia.