sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Astrónomos dizem que Kepler 78b é um planeta infernal

Representação de artista de Kepler 78b
O exoplaneta Kepler 78b é certamente um inferno com temperaturas que oscilam entre os 1.500 e os 3.000°C, mas para os astrónomos tem a característica particularmente interessante de possuir o tamanho e a composição rochosa muito semelhantes aos do nosso planeta.

É aliás o primeiro exoplaneta até hoje descoberto mais parecido com a Terra pela sua dimensão e composição. Kepler 78b é ligeiramente maior (1,2) do que a Terra.

Kepler 78b situa-se na constelação da Lira (no nosso céu nocturno), a cerca de 400 anos-luz da Terra.

Os cientistas consideram que este exoplaneta (planeta fora do nosso sistema solar) é quase um irmão gémeo da Terra, mas nunca será habitável pelo ser humano.  Por estar demasiado próximo da sua estrela, a sua superífice parece o inferno, comparam os astrónomos, à semelhança de planetas como Mercúrio ou Vénus.
 
Lançado em 2009 pela Nasa, o telescópio espacial Kepler descobriu, durante sua missão, biliões de candidatos possíveis entre os planetas rochosos.

No entanto, embora seja relativamente fácil determinar o seu tamanho, é muito mais difícil conhecer as suas características.

O planeta Kepler 78b é uma excepção à regra porque está em órbita muito perto da sua estrela - daí a sua temperatura infernal -, em torno do qual faz uma órbita completa em apenas oito horas e meia. Essa particularidade permitiu a duas equipas diferentes de astrónomos de observar o exoplaneta e calcular a sua massa, entre 1,69 e 1,86 vez a da Terra, segundo estudos publicados na quarta-feira na revista Nature.

Os cálculos dão ao planeta uma densidade quase idêntica à da Terra, ou seja, 5,5 gramas por centímetro cúbico. Essa densidade indica que Kepler 78b, assim como o planeta Terra, provavelmente é formado por rochas de ferro.

Embora no estado actual dos conhecimentos não haja nenhuma possibilidade de existir vida na sua superfície,  "Kepler 78b constitui um sinal animador para a busca de mundos habitáveis fora do nosso sistema solar", diz Drake Deming, astrónomo da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, num comentário que não foi publicado na revista Nature.

Segundo Deming, a existência desse planeta hostil "tem pelo menos o mérito de mostrar que planetas extra-solares (ou exoplanetas) com uma constituição semelhante à da Terra não constituem um facto extraordinário" na Via Láctea (a nossa galáxia) e que é possível encontrar alguns com critérios mais compatíveis com alguma forma de vida.

Um dos objectivos dos astrónomos e astrofísicos é um dia encontrar uma segunda "Terra", um planeta tão semelhante ao nosso, que pode ter vida como a conhecemos. A busca faz-se diariamente entre milhões de exoplanetas presentes na galáxia. 

Sem comentários:

Enviar um comentário