sábado, 14 de fevereiro de 2015

Robot Kirobo regressa à Terra após 18 meses no espaço

O robot Kirobo "conviveu" durante um ano e meio com o astronauta Koichi Wakata Foto: Jaxa/Toyota
Durante o ano e meio que esteve a bordo da ISS, o robot japonês Kirobo participou em pesquisas na Estação Espacial. Andróide é capaz de conversar de forma natural.

O pequeno robot japonês Kirobo regressou à Terra, depois de um ano e meio a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS), anunciaram os responsáveis do programa, esta quinta-feira, dia 12.

O andróide, do tamanho de um chihuahua, chegou à ISS em Agosto de 2013, a bordo da qual participou, com os cientistas da estação orbital, em várias pesquisas e experiências, o que serviu para estudar a utilidade de um robot em situações de isolamento prolongado.

Kirobo é capaz de conversar de forma natural, como explicou o seu inventor, o engenheiro Tomotaka Takahashi.

O projecto "Kirobo" é o resultado de uma parceria entre a Universidade de Tóquio, a companhia Dentsu e o fabricante de automóveis Toyota. O Kirobo utiliza um programa de reconhecimento de voz criado pela Toyota. De acordo com os criadores, o robot pode ajudar a resolver problemas criados por uma "sociedade cada vez mais individualizada e menos comunicativa".

O robot "conviveu" com o astronauta Koichi Wakata no módulo japonês da ISS. A dupla foi acompanhada durante meses por crianças de escolas japonesas. O andróide foi apresentado oficialmente em 2013 no Japão

sábado, 7 de fevereiro de 2015

Novos telescópios "caçadores" de exoplanetas no norte do Chile


Um novo e invulgar grupo de pequenos telescópios que recentemente viram a sua primeira luz no Observatório do Paranal do ESO (Observatório Europeu do Sul), no norte do Chile.

O Next-Generation Transit Survey (NGTS) procurará exoplanetas em trânsito - planetas que passam em frente da sua estrela, dando por isso origem a uma pequena diminuição do brilho estelar, a qual pode ser detectada por instrumentos muito sensíveis.

Os telescópios focar-se-ão na descoberta de planetas do tamanho de Neptuno e mais pequenos, com diâmetros entre duas e oito vezes o da Terra. O NGTS foi concebido para operar em modo robótico e irá monitorizar de forma contínua o brilho de centenas de milhar de estrelas comparativamente brilhantes do céu austral.

As descobertas NGTS, e as subsequentes observações por outros telescópios no solo e no espaço, constituirão um importante passo em frente no estudo de atmosferas e composições de pequenos planetas como a Terra.

Fonte: ESO

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Nuvem escura obscurece centenas de estrelas no campo de fundo


Nesta intrigante nova imagem do ESO parecem faltar algumas das estrelas.

No entanto, o vazio negro que vemos neste campo estelar resplandecente não é na realidade um buraco, mas sim uma região do espaço cheia de gás e poeira, uma nuvem escura chamada LDN 483 (Lynds Dark Nebula 483). Tais nuvens são o local de nascimento de futuras estrelas.

O Wide Field Imager, um instrumento montado no telescópio ESO/MPG de 2,2 metros, instalado no Observatório de La Silla do ESO, no Chile, capturou esta imagem da nebulosa escura LDN 483 e do seu meio circundante.

A LDN 483 situa-se a cerca de 700 anos-luz de distância, na constelação da Serpente. A nuvem contém material poeirento em quantidade suficiente para bloquear por completo a radiação visível emitida pelas estrelas que se encontram no campo de fundo.

Nuvens moleculares particularmente densas, como é o caso da LDN 483, classificam-se como nebulosas escuras devido às suas propriedades de obscurecimento. A natureza sem estrelas da LDN 483, e de outras nuvens do mesmo estilo, poderia sugerir que estes são locais onde as estrelas não nascem nem crescem mas, de fato, passa-se exatamente o oposto: as nebulosas escuras oferecem um meio extremamente fértil a uma eventual formação estelar.

Os astrónomos que estudam a formação estelar na LDN 483 descobriram algumas das estrelas bebés mais jovens que se podem observar enterradas no interior oculto da nebulosa. Podemos pensar nestas estrelas em gestação como ainda dentro do “útero”, não tendo ainda nascido como estrelas imaturas mas já completas.

Nesta primeira fase do desenvolvimento estelar, a proto-estrela é apenas uma bola de gás e poeira que se contrai sob a força da gravidade no interior da nuvem molecular que a envolve. A proto-estrela está ainda muito fria - cerca de -250º Celsius - brilhando apenas nos comprimentos de onda longos do submilímetro.
No entanto, tanto a temperatura como a pressão começam a aumentar no núcleo da jovem estrela.

Este período mais inicial da formação estelar dura apenas alguns milhares de anos, um tempo bastante curto em termos astronômicos, tendo em conta que as estrelas vivem tipicamente durante milhões ou bilhões de anos. Nas fases seguintes, ao longo de vários milhões de anos, a protoestrela irá tornar-se cada vez mais quente e densa. A sua emissão aumentará em termos de energia, passando gradualmente da radiação fria do infravermelho longínquo, ao infravermelho próximo e finalmente à radiação visível. A anteriormente protoestrela muito tênue ter-se-á então transformado numa estrela completamente luminosa e resplandescente.

À medida que mais e mais estrelas forem emergindo das profundezas escuras da LDN 483, a nebulosa escura dispersar-se-á, perdendo a sua opacidade. As estrelas no campo de fundo que se encontram atualmente escondidas aparecerão - mas apenas após milhões de anos, e nessa altura serão ofuscadas pelas jovens estrelas brilhantes acabadas de nascer na nuvem

Fonte: ESO