Foto: ISRO |
A Índia conseguiu nesta quarta-feira, 24 de Setembro, fazer chegar uma sonda à órbita de Marte, um sucesso para esta primeira missão do país asiático ao planeta vermelho, anunciou o primeiro-ministro Narendra Modi, o que fez a nação ingressar na história espacial.
"A Índia conseguiu chegar a Marte. Felicitações a todos vocês, ao país inteiro. A história foi escrita hoje", disse o primeiro-ministro na sede da missão, pilotada pela Agência Espacial Indiana (ISRO), em Bangalore, no sul do país.
A sonda Mars Orbiter Mission (MOM) - também chamada de Mangalyaan pelos indianos -, lançada a 5 de Novembro de 2013, foi concebida e desenvolvida em tempo recorde e com um orçamento mínimo, menos do que um filme de Bollywood.
Desta maneira, a Índia conquistou o seu objectivo de ser o primeiro país da Ásia a chegar a Marte.
Até agora, apenas Estados Unidos, Rússia e Europa tinham conseguido alcançar tal feito.
Com um orçamento de 74 milhões de dólares, a missão indiana custou uma fracção do custo da sonda MAVEN da Nasa americana, colocada na órbita marciana com êxito, no último domingo.
"Conseguimos logo à primeira tentativa. A ISRO desenvolveu esta sonda espacial em tempo recorde de três anos, todos os indianos estão orgulhosos de vocês", disse Modi, diante dos membros da agência espacial.
O líder indiano rsalientou que o orçamento desta missão foi inferior ao custo do filme de ficção científica "Gravidade", produzido em Hollywood, e que foi estimado em 100 milhões de dólares.
A sonda indiana está equipada com sensores destinados a medir a presença de gás metano na atmosfera de Marte, o que reforçaria a hipótese da existência de uma forma de vida primitiva neste planeta.
A sonda vai dar voltas na órbita de Marte durante seis meses, a uma distância de 500 km da superfície do planeta. No entanto, o robot Curiosity, da Nasa, que chegou a Marte em 2012, não detectou a presença de metano, gás que frequentemente é sinal de actividade biológica, segundo um estudo publicado em Setembro de 2013.
Este sucesso científico da Índia vem fortalecer a reputação tecnológica e industrial do país, que produz, entre outros, o carro mais barato do mundo, e que se impõe assim como líder da inovação a baixo custo.
A missão espacial indiana foi concebida de acordo com o princípio do "Jugaad", algo tipicamente indiano, que poderia se aproximar ao "sistema D" (francês), e que consiste em encontrar a solução mais engenhosa e menos onerosa possível ao mesmo tempo. Inclusive o foguetão que propulsou a sonda Mars Orbiter, de cor dourada e do tamanho de um pequeno automóvel e que era considerado pouco potente para esta missão.