quinta-feira, 30 de abril de 2015

Blue Origin faz primeiro voo-teste da nave New Shepard ao espaço

Foto: Blue Origin
A empresa Blue Origin, de Jeff Bezos, fundador e patrão da Amazon, efectuou a 29 de Abril o primeiro voo-teste do seu foguetão New Shepard, a oeste do Texas, perto de Van Horn.

A nave atingiu os 93 km de altitude e a cápsula separou-se, como previsto, para cair depois de pára-quedas na Terra.

"Se estivessem astronautas a bordo teriam feito uma viagem agradável e teriam regressado à Terra de forma suave", anunciou satisfeito Jeff Bezos.

O voo correu bem, segundo Bezos, apesar de o propulsor não ter sido recuperado e se ter despenhado no deserto.

A New Shepard, assim baptizada em homenagem ao astronauta Alan Shepard, o primeiro americano a chegar ao espaço em 1961, é uma nave suborbital reutilizável (aterragem vertical), com capacidade para levar três pessoas a bordo.

O objectivo de Bezos é desenvolver o turismo espacial low cost e um novo lançador de satélites. "Colocar ao alcance do maior número de pessoas o voo espacial", segundo confiou o mesmo, quando criou a empresa em 2001,



(Vídeo do voo na íntegra)

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Sonda Dawn prepara-se para mergulhar em Ceres

Imagem: NASA
Depois de ter sido suavemente capturada pela gravidade de Ceres no passado dia 6 de Março, a sonda Dawn manteve-se durante quase um mês do lado nocturno do planeta anão.

A sonda tem vindo a percorrer uma trajectória alongada e fez uma entrada, a 23 de Abril, numa órbita polar a 13.500 km da superfície.

A equipa vai fazer agora novas correcções de trajectória e velocidade que levarão a sonda para órbitas sucessivamente mais baixas, até atingir apenas os 378 km de altitude, em Novembro de 2015.

Entretanto, a 10 de Abril, a sonda obteve uma sequência de fotografias de Ceres para fins de navegação. Nessa data, encontrava-se a apenas 33 mil km da sua superfície parcialmente iluminada.

O planeta anão ocupava um diâmetro de 306 píxeis no sensor da câmara, equivalente a uma resolução de 3,1 km/píxel — 9,6 vezes melhor do que as melhores imagens obtidas pelo telescópio espacial Hubble.

As imagens disponibilizadas pela equipa da missão mostram a região do pólo norte de Ceres parcialmente iluminada e repleta de crateras de impacto.

A sonda Dawn foi lançada pela NASA em 2007 para estudar os dois corpos mais maciços da Cintura de Asteróides: o planeta anão Ceres e o asteróide Vesta.

Vesta foi visitado em 2011, com resultados espectaculares entre os quais um mapa geológico global e informação sobre a sua composição e estrutura interna. A sonda deixou a órbita de Vesta em Setembro de 2012 e viajou na direcção de Ceres onde chegou em Março passado.

Ceres foi descoberto pelo astrónomo italiano Giuseppe Piazzi, em Palermo, na ilha da Sicília, no dia 1 de Janeiro de 1801. Piazzi notou uma pequena “estrela” que parecia deslocar-se relativamente às restantes de noite para noite. As 24 observações que realizou deste objecto, até 11 de Fevereiro desse ano, foram enviadas a tres colegas: Barnaba Oriani (em Milão), Johann Bode (em Berlim) e Jêrome Lalande (em Paris) — e foram publicadas em Setembro desse ano num artigo científico descrevendo a descoberta.

Nessa altura, vários meses tinham passado e Ceres, que se move nas constelações do zodíaco, encontrava-se agora demasiado próximo do Sol para ser observado. No final do ano, quando deveria voltar a ser visível, os astrónomos não conseguiram encontrá-lo. As 24 observações de Piazzi, feitas há quase um ano, não permitiam calcular uma órbita suficientemente precisa para saber onde Ceres se encontrava.

Não fosse a intervenção do genial matemático alemão Carl Friedrich Gauss, que desenvolveu um novo método para calcular órbitas precisas para corpos celestes com base num conjunto de observações da sua posição, Ceres poderia ter sido perdido.

Gauss aplicou o seu método às observações obtidas por Piazzi e transmitiu os seus resultados a um colega, Franz von Zach, que, em colaboração com Heinrich Olbers, redescobriu Ceres junto à posição prevista no dia 31 de Dezembro de 1801.

Apesar de terem passado mais de dois séculos após a sua descoberta, não se sabe muito sobre Ceres. Entre as muitas questões em aberto estão a possibilidade deste pequeno mundo ter um oceano subterrâneo e vulcões que expelem vapor de água.

Os cientistas esperam que a sonda Dawn permita responder a estas e muitas outras interrogações durante os meses em que permanecerá em órbita do planeta anão.

segunda-feira, 27 de abril de 2015

Sonda Messenger revelou que Mercúrio tem gelo polar e agora vai mergulhar até à morte

Uma sonda da Nasa que orbitou o planeta Mercúrio durante os últimos quatro anos prepara-se para mergulhar na superfície do planeta no final deste mês, quando ficar sem combustível.

A sonda Messenger (sigla em inglês para "Superfície, Espaço, Ambiente, Geoquímica e Alinhamento de Mercúrio") vai terminar a sua missão, como previsto, por altura do dia 30 de Abril.

A missão da Messenger devia ter durado apenas um ano, mas como estava a funcionar bem e a enviar dados interessantes, a Nasa prolongou a sua vida ao máximo.



Crateras polares de Mercúrio podem conter água 

A principal descoberta da sonda aconteceu em 2012, quando descobriu uma espessa camada de gelo nas regiões polares de Mercúrio, fornecendo "apoio convincente para a hipótese de que o planeta abriga abundante água congelada e outros materiais voláteis em crateras polares", explicou a Nasa.

"Pela primeira vez os cientistas começaram a ver claramente um capítulo na história de como os planetas internos, incluindo a Terra, adquiriram água e alguns dos blocos químicos de construção da vida", explicou a agência em comunicado.

Os cientistas acreditam que o planeta mais próximo do Sol provavelmente obteve a sua água quando cometas e asteróides voláteis ricos em materiais minerais colidiram com o planeta.

A sonda Messenger foi lançada em 2004 e viajou durante mais de seis anos antes de finalmente começar a orbitar Mercúrio em 18 de Março de 2011.

Uma vez que a sonda não tripulada for expelida do propulsor, deixa de ser capaz de compensar a gravidade e vai cair, atingindo o planeta a mais de 234,6 km/h, no lado do planeta oposto à Terra. Não são por isso esperadas imagens do impacto.

"Pela primeira vez na história temos um conhecimento real sobre o planeta Mercúrio, que nos mostra um mundo fascinante como parte de nosso sistema solar diversificado", disse John Grunsfeld, administrador associado da direcção de Missões Científicas da Nasa. A Nasa vai continuar a analisar os dados obtidos a partir da sonda durante os próximos anos.

sexta-feira, 24 de abril de 2015

Happy 25th anniversary, Hubble Space Telescope! And thank you!

A nossa visão do Cosmos mudou com o telescopio Hubble

A luz do Sol permitiu e sustenta a vida na Terra. Mas foi a contemplação do céu nocturno que conduziu a vida feita inteligência ao assombro de compreender o Cosmos.

A observação sistemática do céu nocturno é uma constante ao longo da história da humanidade, um pulsar da cultura humana. Contudo, a nossa visão, adaptada que está à luz solar, não possui a acuidade suficiente para perscrutar toda a riqueza escondida no céu nocturno.

Foto: ESA

Para reduzir esta nossa miopia cósmica, Galileu Galilei, com a sua luneta, no início do século XVII, deu mais luz à nossa retina e permitiu a revolução científica e humanística que dele herdamos. A observação instrumental do Universo permitiu progressivamente compreender melhor o nosso lugar e a composição do Cosmos.

Mas observar o céu a partir da Terra encontra uma limitação não ultrapassável mesmo com os mais modernos telescópios: a atmosfera, se por um lado protege a vida das perigosas radiações ultravioleta e raios cósmicos, por outro perturba e reduz a luz que nos chega das estrelas.

“A atmosfera deixa de ser transparente para a luz de comprimento de onda abaixo de 300 nm (300 nanómetros), impedindo as observações no domínio do ultravioleta; permite a passagem da radiação visível mas deixa novamente de ser transparente para comprimentos de onda acima de cerca de 1100 nm, impedindo a observação no infravermelho longínquo”, explica o astrónomo amador Guilherme de Almeida.

Hoje sabemos que é importante observar o Universo para além da luz visível. Este problema levou gerações de astrónomos a sonhar com a colocação de um telescópio no espaço, a orbitar a Terra, para além da sua atmosfera. E, assim que a tecnologia o permitiu, um telescópio foi enviado ao encontro do conhecimento.

Hubble, uma colaboração entre a NASA e a ESA

Foi a 24 de Abril de 1990 que a NASA lançou, em colaboração com a ESA, a bordo do vaivém espacial Discovery, o Telescópio Espacial Hubble (http://hubblesite.org/).

Este ano celebra-se assim o 25º aniversário deste telescópio assim designado para homenagear Edwin Powell Hubble (1889-1953), o astrónomo norte-americano que revolucionou a astronomia ao demonstrar, entre outras coisas, que as estrelas se afastam umas das outras a uma velocidade proporcional à distância que as separa, ou seja, que o Universo está em expansão.

Com o telescópio espacial Hubble também o nosso conhecimento se expandiu como nunca antes. O Hubble ficou a orbitar a Terra a uma altitude de 552 km, perfazendo uma volta ao nosso planeta a cada 97 minutos.

“Opticamente, o Hubble tem 2,40 m de abertura (diâmetro óptico útil), e funciona na configuração de Cassegrain, versão Ritchey-Chrétien”, especifica Guilherme de Almeida.

Acima da atmosfera, o Hubble está ao abrigo da turbulência atmosférica e por isso consegue obter imagens limitadas apenas pela sua óptica e já não sujeitas às turbulências da atmosfera terrestre e, para além da radiação visível, podem fazer-se registos nos domínios do ultravioleta e do infravermelho. Esta possibilidade permitiu ao Hubble captar imagens deslumbrantes de galáxias, nebulosas e estrelas muito distantes com uma resolução ímpar que permite o seu estudo e interpretação científica.

Ao longo destes 25 anos, a ciência feita com o Hubble revolucionou o conhecimento de forma equiparável ao feito de Galileu há 500 anos. Este telescópio tornou-se um dos instrumentos mais produtivos ao dispor da comunidade científica, dando origem a mais de 10 mil artigos científicos.

Hubble, um dos mais profícuos instrumentos astronómicos de sempre

Para David Sobral, Investigador do I.A. - Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, e do Observatório de Leiden, na Holanda, “o Hubble teve e tem uma importância incalculável para a Astronomia e Astrofísica.

Ainda que não seja dos maiores telescópios que existe (tem “apenas” 2.4 metros), o facto de se encontrar numa órbita próxima foi incrivelmente importante, e já foram feitas 5 missões para o seu “upgrade”. A primeira foi capaz de colocar o telescópio a funcionar com todo o seu potencial, mas ao longo dos anos, novos instrumentos fizeram com que o telescópio fosse ficando cada vez mais poderoso e competitivo. Hoje continua a ser dos mais concorridos e potentes.

Com o Hubble é possível ver não só detalhes incríveis no nosso sistema solar e na nossa própria galáxia, mas também procurar e estudar as galáxias mais distantes alguma vez estudadas.” Este astrónomo português que faz investigações com o Hubble, destaca “a descoberta e estudo de galáxias a mais de 13 mil milhões de anos-luz”.

David Sobral acrescenta que “talvez uma das grandes descobertas passou pela observação ultra-profunda de uma pequeníssima área do céu, dando-nos a imagem mais profunda alguma vez obtida pela humanidade."

"O Hubble mostrou que por mais pequena e negra seja uma área do céu, existem dezenas de milhares de galáxias, das mais variadas formas, cores e tamanhos”, diz ainda David Sobral.

Segundo João Fernandes, que dirige o Observatório Geofísico e Astronómico da Universidade de Coimbra, “o telescópio espacial Hubble tem sido um dos mais profícuos instrumentos astronómicos de sempre. A sua ”visão” leva-nos do Sistema Solar aos confins do Universo, passando por nebulosas, estrelas e galáxias.

São milhares as fantásticas imagens que hoje povoam os livros e a internet que relatam as descobertas do Hubble. São, igualmente, inúmeros os artigos científicos e avanços do conhecimento do espaço graças ao Hubble. É difícil escolher a observação ou descoberta mais importante.

Hubble foi o "culpado" pela despromoção de Plutão

Pela proximidade com a Terra e pelas questões que a temática levantou (e levanta), João Fernandes destaca as observações que o Hubble fez de Plutão: “Plutão é hoje denominado um “planeta anão” (após a revisão da definição de “planeta” feita pela União Astronómica Internacional, em 2006) e tem um sistema de várias luas em seu redor. O Hubble fez das primeiras imagens da superfície de Plutão como fez também descobertas de várias dessas luas.

Apesar da “desqualificação” sofrida, Plutão continua a atrair muito interesse pelo que nos pode informar sobre a formação e evolução do Sistema Solar.”

“Portugal, enquanto membro pleno da ESA, tem hoje acesso total ao Hubble”, diz-nos David Sobral.

“Qualquer investigador a trabalhar em Portugal pode fazer uma proposta e obter tempo para observar e responder a inúmeras perguntas. No entanto, e ainda que Hubble esteja a completar 25 anos, continua a ser altamente requisitado.

Este ano foram novamente submetidas mais de 1.300 propostas dos melhores investigadores do Mundo para realizar as mais diversas observações. Isso faz com que apenas uma em cada oito propostas tenham sucesso e sejam observadas.

Por exemplo, o bioquicio portugues António Piedade submeteu duas propostas para observar galáxias distantes únicas descobertas recentemente e que se achava que não existiam. Daqui a alguns meses, o Hubble vai talvez poder estuda-las como só o Hubble consegue.

Fonte: Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

sexta-feira, 17 de abril de 2015

Primeiros indícios: A matéria escura pode afinal não ser completamente escura

O enxame de galáxias Abell 3827 Foto: ESO
Podemos ter observado pela primeira vez matéria escura a interagir com matéria escura de uma maneira diferente do que através da força da gravidade. Observações de galáxias em colisão obtidas com o Very Large Telescope (VLT) do ESO deram-nos as primeiras pistas intrigantes acerca da natureza desta misteriosa componente do Universo.

Com o auxílio do instrumento MUSE montado no VLT do ESO, no Chile, e de imagens do Hubble, o telescópio espacial, uma equipa de astrónomos estudou a colisão simultânea de quatro galáxias do enxame de galáxias Abell 3827.

A equipa pôde traçar onde é que a massa se encontra no sistema e comparar a distribuição de matéria escura com as posições das galáxias luminosas.

Embora a matéria escura não possa ser observada, a equipa pôde deduzir a sua localização recorrendo a uma técnica chamada lente gravitacional. A colisão ocorreu por mero acaso mesmo em frente de uma fonte muito mais distante, sem relação nenhuma com estes objetos. A massa da matéria escura em torno das galáxias em colisão distorceu imenso o espaço-tempo, fazendo desviar o caminho percorrido pelos raios de luz emitidos pela galáxia distante que se encontra no campo de fundo - e distorcendo por isso a sua imagem em características formas de arcos.

O que sabemos actualmente é que as galáxias existem no seio de nodos de matéria escura. Sem o efeito confinante da gravidade da matéria escura, galáxias como a Via Láctea desfazer-se-iam à medida que rodassem. Para que tal não aconteça, 85 % da massa do Universo deve existir sob a forma de matéria escura, no entanto a sua verdadeira natureza permanece ainda um mistério.

Neste estudo, os astrónomos observaram as quatro galáxias a colidir e descobriram que um dos nodos de matéria escura parece estar a ficar para trás da galáxia que rodeia. A matéria escura encontra-se actualmente a 5.000 anos-luz (50 mil biliões de quilómetros) atrás da galáxia - a sonda espacial Voyager da NASA levaria 90 milhões de anos a chegar a uma tal distância da Via Láctea.

Um desvio entre a matéria escura e a sua galáxia associada é algo que se prevê que possa acontecer durante colisões se a matéria escura interagir consigo própria, mesmo que de forma ligeira, através de forças que não a gravidade. No entanto, nunca se observou anteriormente matéria escura a interagir de outro modo sem ser por acção da força da gravidade.

O autor principal do estudo Richard Massey da Universidade de Durham explica: “Pensávamos que a matéria escura estava apenas ali, não interagindo de outra forma que não fosse pelo efeito da gravidade. No entanto, se a matéria escura está a ficar lentamente atrasada durante esta colisão, isto pode ser a primeira evidência de uma física rica no sector escuro, ou seja, no Universo escondido que nos rodeia.”

Os investigadores dizem que precisam de investigar outros efeitos que poderiam também dar origem a este atraso. Terão que ser feitas observações semelhantes de outras galáxias e simulações de computador de colisões de galáxias.

Liliya Williams, membro da equipa da Universidade de Minnesota, acrescenta: “Sabemos que a matéria escura existe devido ao modo como interage gravitacionalmente, ajudando a moldar o Universo, mas sabemos ainda muito pouco sobre o que é que ela realmente é. As nossas observações sugerem que a matéria escura pode interagir através de forças sem ser a gravidade, o que significa que poderemos excluir algumas teorias chave sobre a sua natureza.”

Este resultado vem no seguimento de um resultado recente desta equipa, que observou 72 colisões de enxames de galáxias e descobriu que a matéria escura interage muito pouco consigo própria. O novo trabalho, no entanto, diz respeito ao movimento das galáxias individuais, em vez de tratar dos enxames de galáxias como um todo.

Os investigadores dizem que a colisão entre estas galáxias poderia ter durado mais tempo do que as colisões observadas no estudo anterior - permitindo que os efeitos de mesmo uma força de atrito minúscula crescessem com o tempo, dando origem a um desvio passível de ser medido.

Em conjunto, estes dois resultados limitam o comportamento da matéria escura pela primeira vez - ou seja, a matéria escura interage mais do que “isto”, mas menos do que “aquilo”. Massey acrescenta: “Estamos finalmente a chegar à matéria escura, vindos de cima e de baixo - ou seja, vamos confinando o nosso conhecimento nas duas direcções.”

Fonte: ESO

quinta-feira, 16 de abril de 2015

ISS: Estação espacial internacional vai poder ser vista a passar sobre o Luxemburgo, na quinta-feira à noite


Screenshot: Google
A estação espacial internacional (ISS), que orbita em torno da Terra, passa na quinta-feira à noite sobre o Luxemburgo (ver imagem).

A passagem da ISS sobre o Grão-Ducado vai poder ser observada entre as 21h20 e as 21h25. Isto, se o céu permanecer sem nuvens.

A estação, que orbita o nosso planeta entre os 330 e os 400 km de altitude, poderá ser vista a olho nu ou, de preferência, com binóculos. Como a ISS é um aparelho de 100 x 100 x 30 deverá reflectir os raios do sol e emitir um brilho na noite luxemburguesa que não permitem confundi-la com outro objecto celeste.

Os primeiros módulos da ISS foram lançados em 1997. A estação orbital é uma colaboração entre as agências especiais amerciana Nasa, russa Roscomos, europeia ESA, canadiana CSA e japonesa Jaxa. A ISS deverá funcionar até, pelo menos, 2024.

Foto: afp

Este artigo também foi publicado no site do CONTACTO, em www.contacto.lu

quarta-feira, 15 de abril de 2015

Curiosity encontra (mais) indícios de que pode haver água líquida em Marte

Foto: Reuters
No solo de Marte pode haver água que se acumula todas as noites, mas que logo evapora assim que o dia se levanta, revela esta semana a Nasa, graças a dados enviados pelo robot-rover Curiosity, que actualmente explora a superfície do planeta vermelho.




O Curiosity encontrou no solo de Marte perclorato, um sal que tem a característica de fazer baixar o ponto de congelamento (solidificação) da água, ou seja, a existência de água líquida na superfície marciana não seria impossível.

A equipa de Javier Martin-Torres, da Universidade de Tecnologia Lulea, de Kiruna, na Suécia, tem analisado as temperaturas da humidade, do ar e do solo marcianos que o Curiosity tem recolhido. A equipa descobriu que durante o Inverno marciano a água líquida poderia permanecer estável nos cinco primeiros centímetros do solo do planeta. Ou seja, o perclorato de cálcio absorveria a água da atmosfera e dissolvê-la-ia numa solução salina, ou salmoura. Este processo é chamado delinquescência. Depois, quando o dia nasce e a temperatura aumenta, a água evaporar-se-ia e regressaria à atmosfera, recomeçando um novo ciclo da água.

Para já, os cientistas não conseguiram observar nem medir esta "água líquida", mas Martin-Torres diz que se foram encontradas as condições para que a salmoura apareça na superfície do planeta, então esse ciclo da água é possível.



Até agora, foram encontrados apenas indícios de que a água existe nos pólos de Marte sob forma sólida (gelo), sob forma gasosa (vapor) na atmosfera, e que terá existido no passado, sob forma líquida, segundo deixam pensar vários leitos de rios secos explorados pelo rover. 

Esta possibilidade faz os especialistas da Nasa imaginarem que se um dia astronautas forem enviados para Marte, estes poderiam colectar a água que se acumula no solo durante as noites marcianas, para a utilizar posteriormente para consumo e outros usos. Isto, se missões futuras puderem confirmar que existe um ciclo da água em Marte.

Sobre a eventualidade da água líquida em Marte poder significar que o planeta abriga vida, Alfonso Davila, do Instituto SETI, em Mountain View, Califórnia, relativiza. "Mesmo que encontremos água líquida em Marte, esta pode não abrigar vida, já que as temperaturas são, em média, inferiores a -30°C, demasiado frio para que até os micróbios extremófilos da Terra se reproduzam e metabolizem. A verdade é que nenhum micro-organismo na Terra pode viver abaixo dos 20°C negativos", faz notar o especialista. Ou seja, se existirem micro-organismos em Marte não terão de certeza características comuns com os que existem na Terra.

Este artigo também foi publicado no site do CONTACTO, em www.contacto.lu

terça-feira, 14 de abril de 2015

Lançamento da sonda europeia Solar Orbiter adiado para Outubro de 2018

O Solar Orbiter vai estudar o sol durante sete anos Imagem: ESA
O lançamento da sonda Solar Orbiter, cuja missão é estudar o vento solar e as partículas energéticas do Sol, vai ser adiado para Outubro de 2018, anunciou esta semana a Agência Espacial Europeia (ESA).

"A decisão de adiar o lançamento [inicialmente previsto para Julho de 2017] foi tomada de modo a assegurar que todos os objectivos científicos da missão sejam alcançados, sendo necessário para isso testar todas as componentes do sistema antes do envio da sonda para o local de lançamento", explicou o chefe do projecto, Philippe Kletzkine, num comunicado citado pela agência francesa AFP.

A Solar Orbiter, que será enviada para o espaço por um lançador fornecido pela NASA a partir de Cabo Canaveral, na Florida (EUA), vai demorar três anos e meio para chegar à sua órbita operacional em torno do Sol.

A sonda europeia estará mais próxima do Sol (a 43 milhões de quilómetros) do que Mercúrio está desta estrela, e vai recolher imagens e dados das regiões polares e da face do Sol que não é visível a partir da Terra.

Esta missão faz parte do programa Visão Cósmica 2015-2025 da ESA e tem uma duração prevista de sete anos, até 2025.