quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Brilho anormal de estrela KIC 8462852 pode ser objecto extraterrestre

Captada pela sonda Kepler, da Nasa, a luz da estrela KIC 8462852, situada a cerca de 1.500 anos-luz da Terra, está a emitir um brilho anormal, o que está a causar alvoroço na comunidade científica
Imagem: Nasa
A forma estranha como a luz de uma estrela está a ser emitida levou astrónomos a especular que pode tratar-se de um objecto extraterrestre.

A notícia já foi divulgada por órgãos como o The Guardian, BBC, CNN ou agências de notícias como a AFP.

A estrela KIC 8462852, a cerca de 1.480 anos-luz da Terra (no nosso céu, na Constelação do Cisne), emite um brilho anormal, o que está a causar alvoroço na comunidade científica internacional, na imprensa e nas redes sociais.

O dados foram captados durante quatro anos (2009-2013) pela sonda Kepler, da Nasa. Tudo começou com a interpretação do fenómeno por um astrónomo americano, Jason Wright, da Penn State University.

Incapaz de dar uma explicação natural ao fenómeno, Wright aventou a hipótese de que as flutuações irregulares no brilho da estrela poderiam ser “mega-estruturas” a orbitar em torno do astro, e que, a ser artificiais, só poderiam ser “de origem extraterrestre”. Wright também relativiza: “A hipótese de o objecto ser de origem extraterrestre deve ser a última a ser avançada, mas não deve ser ignorada”.Isto bastou para que a notícia corresse mundo.

O que as observações da sonda Kepler mostram é que algo provoca perturbações irregulares na luz da estrela KIC 8462852 de forma periódica. O que afasta a hipótese de se tratar de um planeta, diz Wright.

Outros cientistas dizem que se pode tratar de um fenómeno natural, como fragmentos de planetas que colidiram ou detritos de cometas. Em termos comparativos, é preciso explicar que se o objecto em questão fosse do tamanho de Júpiter (o maior planeta do nosso Sistema Solar, dez vezes maior que a Terra), obstruiria a luz da estrela KIC 8462852 em cerca de 1%. Mas o objecto em torno daquele astro obstrói a estrela em cerca de 15%. O que deixa os astrónomos sem explicação.

Uma das hipóteses avançadas para o brilho estranho da estrela KIC 8462852 é a luz está a ser perturbada por fragmentos de cometas Imagem: Nasa


O artigo de Jason Wright “é muito consistente”, disse à AFP Jean Schneider, do Observatório de Paris. “Os autores são muito sérios e reconhecidos nesta área” e “a sua hipótese é coerente”. Já Steve Howell, cientista-chefe da missão Kepler, mostrou-se mais céptico. “Dizer imediatamente que se trata de extraterrestres é muito precipitado”, escreveu num email à AFP.

Desde então, a especulação cresceu para evocar uma nave espacial, uma construção ou uma frota alienígena. “Fenómenos estranhos, na astronomia, existem desde sempre”, recorda Schneider. “Nos cientistas, há uma reflexão sobre os extraterrestres que é relevante, que não tem nada de ilógico ou delirante”, considera o astrónomo.

Por seu lado, Wright considera que as perturbações no brilho da estrela podem dever-se à presença de uma Esfera de Dyson. A Esfera de Dyson é uma hipótese descrita pelo físico Freeman Dyson em 1960. Em busca de um meio para localizar civilizações extraterrestres muito avançadas, Dyson especulou que estas seriam capazes de construir uma esfera que envolvesse a estrela para se alimentar em energia a partir do astro. “[A Esfera de Dyson] é algo plausível”, afirma Schneider.

Entretanto, o Instituto SETI (Search for Extraterrestrial Intelligence, em inglês) – que há 50 anos tenta captar através de rádio-telescópios sinais de rádio de baixa frequência no espaço, à procura de vida inteligente extraterrestre – obteve autorização para apontar os seus aparelhos na direcção do astro. Esperam-se assim novas observações em Janeiro e Maio de 2016, que possam levar a alguma conclusão.

FENÓMENOS INEXPLICADOS ALIMENTAM A IMAGINAÇÃO 

Em 1877, Giovanni Schiaparelli e Percival Lowell, dois reputados astrónomos na época, observaram linhas escuras na superfície de Marte e pensaram que uma civilização avançada tinha ali construído um vasto sistema de irrigação. Foi o que fez nascer o mito dos canais de Marte e dos marcianos. Em 1909, um novo telescópio captou imagens mais nítidas de Marte. Foi o fim do sonho: nenhum vestígio de canais, a origem das linhas era natural.

Em 1967, os rádio-astrónomos Jocelyn Bell e Antony Hewish detectaram um sinal desconhecido: a sua extrema regularidade e periodicidade também sugeria extraterrestres. O sinal foi chamado, durante um tempo, LGM-1, para ’Little Green Men-1’ (homenzinhos verdes). Mas ao ser analisado, descobriu-se que o sinal era causado por um pulsar.

O único fenómeno captado do espaço que continua até hoje sem explicação é o “sinal Wow” (o astrónomo que captou o sinal anotou “Wow” junto ao registo, para assinalar o seu espanto). ’Wow’ foi um sinal rádio muito potente, emitido em banda estreita (10 khz), captado em 15 de Agosto de 1977 pelo rádio-telescópio The Big Ear, da Universidade do Ohio. Pensa-se que a sua origem estivesse na estrela Chi1 Sagitarii, na Constelação do Sagitário. Durou 72 segundos e nunca mais foi ouvido.

A procura de vida extraterrestre continua

Em Julho deste ano, um projecto de procura de vida extraterrestre, chamado "Breakthrough Listen", foi lançado pela seríssima Royal Society Science Academy de Londres. Um projecto científico orçado em 100 milhões de dólares.

Regularmente, "é preciso fazer uma reflexão sobre a existência de outras civilizações, é algo lógico", acredita Jean Schneider, "não há nada a partir de um ponto de vista científico que permita descartar a sua existência".

JLC / com agências 
in CONTACTO, 28/10/2015

domingo, 25 de outubro de 2015

ESO / VLT: O beijo fatal de duas estrelas

Com o auxílio do Very Large Telescope do ESO, uma equipa internacional de astrónomos descobriu a estrela dupla mais quente e mais massiva, com as duas componentes tão próximas que tocam uma na outra.

As duas estrelas no sistema extremo VFTS 352 podem estar a dirigir-se para um final dramático, no qual fusionam para formar uma única estrela gigante ou então dão origem um buraco negro binário.

O sistema de estrela dupla VFTS 352 situa-se a cerca de 160 mil anos-luz de distância na Nebulosa da Tarântula. Esta região extraordinária é a maternidade de estrelas jovens mais activa no Universo próximo.

Novas observações do VLT do ESO revelaram que este par de estrelas jovens se encontra entre os mais extremos e estranhos alguma vez descoberto. O VFTS 352 é composto por duas estrelas muito quentes, brilhantes e massivas que orbitam uma em torno da outra com um período pouco maior que um dia. Os centros das estrelas estão separados de apenas 12 milhões de quilómetros.

As estrelas estão tão próximas que as suas superfícies se sobrepõem, tendo-se formado uma ponte entre elas. O VFTS 352 não é apenas o binário mais massivo conhecido desta pequena classe de “binários em contacto” — tem uma massa combinada de cerca de 57 vezes a massa solar — mas também contém as componentes mais quentes — com temperaturas efetivas de cerca de 40 mil graus Celsius.

As estrelas extremas como as duas componentes do VFTS 352 desempenham um papel fundamental na evolução das galáxias e pensa-se que serão as principais produtoras de elementos como o oxigénio. Tais estrelas duplas estão também associadas ao comportamento exótico de “estrelas vampiras”, onde uma estrela companheira mais pequena “chupa” matéria da superfície da sua vizinha maior.

No entanto, e no caso do VFTS 352, as duas estrelas do sistema têm quase o mesmo tamanho. A matéria não é por isso chupada de uma para a outra, mas sim partilhada. Estima-se que as estrelas do VFTS 352 estejam a partilhar cerca de 30% da sua matéria.

Este tipo de sistemas é muito raro, já que esta fase da vida das estrelas é muito curta e por isso é difícil encontrá-las nesta altura das suas vidas. Como as estrelas estão tão próximo uma da outra, os astrónomos pensam que as fortes forças de maré fazem com que haja uma maior mistura de material nos seus interiores.

“O VFTS 352 é o melhor caso descoberto até à data de uma estrela dupla quente e massiva que pode ter este tipo de mistura interna,” explica o autor principal do trabalho Leonardo A. Almeida, da Universidade de São Paulo, Brasil. “Como tal, esta é uma descoberta importante e fascinante.”

Os astrónomos prevêem que o VFTS 352 sofrerá um fim cataclísmico, fim esse com duas possibilidades diferentes. A primeira possibilidade será a fusão das duas estrelas, que muito provavelmente dará origem a uma rotação rápida, e possivelmente a uma única estrela magnética gigante [magnétar].

“Se o objecto continuar a rodar rapidamente, poderá terminar a sua vida numa das explosões mais energéticas do Universo, uma explosão de raios gama de longa duração,” diz o cientista principal do projecto Hugues Sana, da Universidade de Louvain-la-Neuve, Bélgica.

A segunda possibilidade é explicada pela astrofísica teórica da equipa, Selma de Mink da Universidade de Amesterdão, Holanda: “Se as estrelas estiverem bem misturadas entre si, ambas permanecerão objectos compactos e o sistema VFTS 352 poderá evitar a fusão. Este efeito levará os objectos a outro caminho de evolução completamente diferente das predições da evolução estelar clássica. No caso do VFTS 352, as componentes acabarão as suas vidas em explosões de supernova, formando um sistema binário de buracos negros próximos. Um tal objecto seria uma intensa fonte de ondas gravitacionais.”

Comprovar a existência deste segundo caminho evolucionário seria um grande avanço observacional no campo da astrofísica estelar. No entanto, independentemente do fim do VFTS 352, este sistema já deu aos astrónomos importantes pistas sobre os processos de evolução pouco conhecidos de sistemas binários com estrelas massivas em contacto.

Texto e foto: ESO

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Entrevista com o astrofísico português Nuno Cardoso Santos

A estrela mu Arae e os planetas que orbitam à sua volta podem vir a ser rebaptizados com nomes portugueses numa votação online que termina às 23h59 de 31 de Outubro. O Jornal CONTACTO falou com Nuno Cardoso Santos, astrofísico português que ajudou a descobrir dois desses exoplanetas. 

Pode ler a reportagem completa, clicando aqui

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Galáxia Anã do Escultor, uma vizinha tímida


A Galáxia Anã do Escultor, que pode ser vista nesta imagem obtida pela câmara Wide Field Imager, instalada no telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla do ESO, é uma vizinha da nossa Galáxia, a Via Láctea.

Apesar da sua proximidade, ambas as galáxias têm histórias muito diferentes. Esta galáxia é muito mais pequena e velha do que a Via Láctea, o que a torna um objecto valioso para estudar tanto a formação estelar como a formação galáctica no Universo primordial.

No entanto, devido ao seu brilho fraco, este estudo não se revela nada fácil. A Galáxia Anã do Escultor — também conhecida por Galáxia Anã Elíptica do Escultor ou Galáxia Anã Esferoidal do Escultor — é, como o nome indica, uma galáxia anã esferoidal e uma das 14 galáxias satélite que se sabe orbitarem a Via Láctea.

Estes objectos galácticos situam-se próximo do halo extenso da Via Láctea, uma região esférica que se estende muito para além dos braços em espiral da nossa galáxia. Como o seu nome indica, esta galáxia situa-se na constelação austral do Escultor, a cerca de 280 mil anos-luz de distância da Terra.

Apesar da sua "proximidade", a galáxia do Escultor foi apenas descoberta em 1937, uma vez que as estrelas são ténues e se encontram muito espalhadas pelo céu. Embora seja difícil de encontrar, a Galáxia Anã do Escultor estava entre as primeiras galáxias anãs que se descobriram em órbita da Via Láctea.

A forma minúscula da galáxia intrigou os astrónomos na altura da sua descoberta, mas actualmente as galáxias anãs esferoidais desempenham um papel importante ao permitirem que os astrónomos investiguem mais profundamente o passado do Universo.

Pensa-se que a Via Láctea, como todas as galáxias grandes, se formou no Universo primordial a partir de outras galáxias mais pequenas. Se algumas destas pequenas galáxias existem ainda hoje, então deverão conter muitas estrelas extremamente velhas.

A Galáxia Anã do Escultor corresponde a uma galáxia primordial, já que possui um enorme número de estrelas velhas, estrelas estas que podem ser vistas na imagem. Os astrónomos conseguem determinar a idade das estrelas na galáxia, porque a radiação emitida transporta as assinaturas de apenas uma pequena quantidade de elementos químicos pesados. Estes elementos pesados acumulam-se nas galáxias com o passar de sucessivas gerações de estrelas. Um nível baixo de elementos pesados indica por isso que a idade média das estrelas na Galáxia Anã do Escultor é elevada. Esta quantidade de estrelas velhas faz com que a Galáxia Anã do Escultor seja um bom alvo de estudo dos períodos iniciais da formação estelar.

Num estudo recente os astrónomos combinaram todos os dados disponíveis desta galáxia e criaram a história de formação estelar mais precisa determinada até à data para uma galáxia anã esferoidal. Esta análise revelou dois grupos distintos de estrelas na galáxia.

O primeiro grupo predominante corresponde a população velha, com falta de elementos pesados. O segundo grupo mais pequeno é, em contraste, rico em elementos pesados. Tal como os jovens se concentram no centro das grandes cidades, também esta população estelar jovem está concentrada na direcção do núcleo da galáxia. As estrelas no seio das galáxias anãs, como a Galáxia Anã do Escultor, podem ter histórias de formação estelar complexas. No entanto, como a maioria das estrelas nestas galáxias se encontram isoladas umas das outras e não interagem durante milhares de milhões de anos, cada grupo de estrelas segue o seu próprio percurso de evolução estelar.

O estudo das semelhanças das histórias das galáxias anãs e dos seus desvios ocasionais, contribui para compreendermos a evolução de todas as galáxias, desde as mais tímidas anãs às maiores espirais. É por isso que os astrónomos têm muito a aprender com as vizinhas da Via Láctea.

Texto e foto: ESO

domingo, 18 de outubro de 2015

Descobertas ondas misteriosas num disco de formação de um proto-planeta


Com o auxílio de imagens do Very Large Telescope do ESO e do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA, os astrónomos descobriram estruturas únicas e totalmente inesperadas no seio do disco de poeira que rodeia a estrela AU Microscopii.

Este episódio do ESOcast mostra estas estruturas do tipo de ondas que se deslocam rapidamente, as quais não se parecem com nada que tenha sido observado, ou mesmo previsto, até à data.




Fonte: ESO (texto, fotos e vídeo)

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Um livro para os mais pequenos descobrirem o Big Bang



Há 50 anos, em 1965, os norte-americanos Arno Penzias e Robert Wilson descobriram a chamada radiação cósmica de fundo, uma radiação de micro-ondas, a luz mais antiga que conhecemos do cosmos, “luz fóssil” de quando o Universo tinha cerca de 380 mil anos.

A efeméride desta descoberta é, entre outras, uma das que assinala 2015-Ano Internacional da Luz que este ano se celebra.

Para assinalar e perceber melhor aquela descoberta, a editora Gradiva publicou em Julho último o livro de banda desenhada intitulado “Cosmicomix: a descoberta do Big Bang”. Nesta obra, os textos são da autoria do astrofísico Amedeo Balbi e os desenhos de Rossano Piccioni, ambos italianos. Publicada originalmente em 2013, a edição portuguesa tem tradução de Florbela Marques, revisão científica do professor Carlos Fiolhais e teve o apoio da Sociedade Portuguesa de Física.

Esta é uma edição que se saúda não só por ser muito oportuna neste Ano Internacional da Luz, que assinala na contracapa, mas por ser um bom exemplo de como a banda desenhada pode ser muito eficaz na divulgação científica.

Ao longo de 150 páginas, o leitor revive a aventura das descobertas científicas ao longo da primeira metade do século XX, que mudaram a compreensão da evolução do universo em que existimos. O leitor descobre as personagens e os cientistas que estiveram envolvidos nessa compreensão, através das suas teorias e observações experimentais.

Meio século de interacção científica que leva a uma primeira confirmação da teoria do Big Bang, a mais bem sucedida que ainda temos actualmente para descrever a evolução do Universo desde há 13,8 mil milhões de anos.

O livro, que apresenta uma linguagem muito acessível sem perder o rigor científico, familiariza o leitor, por exemplo, com o físico Albert Einstein, o matemático Alexander Friedman, o astrónomo Edwin Hubble ou o físico George Gamow, assim como com as teorias que produziram.

Todas as personagens que surgem nesta banda desenhada são figuras de destaque da história da ciência e que estiveram de alguma maneira envolvidas no esforço científico para compreender a origem e evolução do universo.

Os autores recorreram a documentação diversa para reconstituírem as cenas retratadas. São reconstituídos vários momentos marcantes em que os cientistas se encontram, discutem as suas teorias e apresentam os resultados experimentais que as suportam ou que exigem novas teorias.

A evolução da narrativa neste livro permite, de uma forma agradável, que o leitor apreenda a história da evolução do conhecimento sobre o universo ocorrida no século XX, até à descoberta da radiação cósmica de fundo pelos radioastrónomos Arno Penzias e Robert Wilson (galardoados em 1978, por isso, com o Prémio Nobel da Física). A obra permite que compreendamos bem a importância desta descoberta para confirmar a teoria do Big Bang primeiramente sugerida pelo padre e físico belga Georges Lemaître em 1927. Aliás, o livro reconstitui uma conversa entre Lemaître e Einstein em Bruxelas, em 1927, no qual o primeiro expõe a sua teoria do “átomo primordial” ao pai da teoria da relatividade (ver imagem).

É de sublinhar, nesta banda desenhada o cuidado em explicar como a ciência se faz e evolui, e a importância da observação e resultados experimentais que confirmam, ou não, uma dada teoria. O livro apresenta, no seu final, biografias breves de todos os cientistas envolvidos, que são úteis para despertar a curiosidade em saber mais sobre eles.

Também são descritos, nas últimas páginas, alguns exemplos de como a banda desenhada foi feita. No epílogo, o autor, Amedeo Balbi, descreve resumidamente os avanços e descobertas ocorridas desde a descoberta da radiação cósmica de fundo até aos dias de hoje, mostrando que ainda há muito para conhecer: “As perguntas não acabaram e continuamos à procura das respostas”.
Imagens: Gradiva
É, em suma, um livro de que apresenta de uma forma muito acessível conceitos e teorias sobre a evolução do universo e que se recomenda a todos.

António Piedade (adaptado)
Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Imagens: Gradiva


terça-feira, 13 de outubro de 2015

Vote e ajude a baptizar com nome portugues o sistema planetário mu Arae

Situado a cerca de 50 anos-luz da Terra, o sistema planetário mu Arae tem quatro exoplanetas conhecidos, em órbita da estrela, visível a olho nu na constelação do Altar. 

Pela primeira vez, a União Astronómica Internacional (IAU) abriu uma votação pública para baptizar 20 sistemas planetários. Nesse lote está o sistema mu Arae, no qual um dos exoplanetas foi descoberto por uma equipa internacional, liderada pelo investigador do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) Nuno Cardoso Santos.

Para Nuno Cardoso Santos (IA e Universidade do Porto), “um sistema planetário com nomes lusitanos faria justiça ao trabalho nesta área desenvolvido em Portugal, que é reconhecido internacionalmente".

"Talvez mais importante, ajudaria a reforçar a percepção positiva sobre a qualidade e o impacto da ciência que se faz no nosso país, em particular na área das ciências do espaço."

Como homenagem, o Planetário do Porto – Centro Ciência Viva submeteu nomes da cultura portuguesa para o concurso da IAU NameExoWorlds, que tem como objectivo celebrar o vigésimo aniversário da descoberta do primeiro exoplaneta em 1995.

O IA junta-se à homenagem, promovendo uma campanha internacional de apelo ao voto nos nomes portugueses. Se for a candidatura mais votada, a estrela Mu Arae passará a chamar-se Lusitânia, e os seus planetas, Adamastor, Esperança, Caravela e Saudade.

José Afonso (IA e Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa) comenta: “Esta é uma oportunidade única de afirmar a cultura portuguesa para além do nosso planeta, baptizando pela primeira vez, ‘em português’, um dos novos sistemas planetários - uma homenagem a um povo e a uma cultura que é ainda mais adequada quando consideramos a contribuição portuguesa para a descoberta e caracterização deste sistema. E, quem sabe, talvez num futuro não muito distante os nossos descendentes assistam ao desembarque de colonizadores humanos nas ‘costas’ do planeta Esperança e se recordem da origem do seu nome”.

Situado a cerca de 50 anos-luz da Terra, o sistema planetário mu Arae tem quatro exoplanetas conhecidos, em órbita da estrela, visível a olho nu na constelação do Altar.

A votação decorre até às 23h59 do dia 31 de Outubro de 2015.

Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço 
Ciência na Imprensa Regional

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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O céu de Outubro

O céu virado a Este, às 7h da manhã de 9 de Outubro 2015 
Neste mês, os planetas estarão (quase) todos visíveis ao amanhecer, com Vénus (a “híper estrela”), Marte, Júpiter (a “super estrela”), e até por tempo limitado Mercúrio, visíveis antes de o Sol se levantar.

Ao longo do mês será ainda possível observar uma autêntica “dança” dos planetas, com Júpiter a afastar-se do Sol, passando primeiro por Marte e depois por Vénus, planeta que entretanto já parou de se afastar do Sol, começando novamente a aproximar-se do astro-rei.

O céu de Outubro começa por nos reservar uma Lua em Quarto Minguante, no dia 4, com o nosso satélite a passar a apenas 1 grau de Vénus na madrugada do dia 8.

No amanhecer do dia seguinte serão quatro os objectos do Sistema Solar “empacotados” na constelação de Leão. Júpiter, Marte, a Lua e Vénus estarão dispostos quase em linha recta, com os dois das pontas (Júpiter e Vénus) separados por pouco mais de 12 graus (aproximadamente um punho fechado, à distância de um braço esticado).

O amanhecer do dia 9 é também a altura do máximo da chuva de estrelas das Dracónidas, mas sendo uma chuva pouco intensa (embora tenha alguns surtos de maior intensidade), provavelmente não valerá a pena ficarem acordados de propósito para vislumbrar apenas um ou outro meteoro.

Dia 10, a Lua passará a 3 graus de Júpiter, e dia 11 a apenas 1 grau de Mercúrio. A Lua Nova ocorrerá no dia 13.

Dia 16, virados a Sudoeste ao anoitecer e separados por 3 graus, encontrarão a Lua e o único dos planetas visíveis a olho nu que não está visível de madrugada – Saturno.

Dia 17 ocorrerá o primeiro encontro cósmico do mês, com a conjunção (ponto de maior aproximação) entre Marte e Júpiter, com os dois separados por apenas meio grau.

Dia 20 a Lua estará em crescente, e dia 23, Júpiter estará mesmo a meio entre Marte e Vénus, com estes dois últimos separados por apenas 5 graus.

No dia 25 muda da hora, altura em que saímos do horário de Verão e voltamos ao verdadeiro horário solar. Por isso, não se esqueçam de, às 3h da manhã (hora do Luxemburgo), atrasar os relógios uma hora.

O segundo encontro cósmico do mês será entre o segundo e terceiro objectos mais brilhantes do céu nocturno. A conjunção de Júpiter e Vénus ocorrerá no dia 26, altura em que os dois planetas passarão a apenas 1 grau um do outro.

Finalmente, quase a terminar outubro, a Lua Cheia, redonda “como um queijo” ocorrerá no dia 27.


Ricardo Cardoso Reis (texto adaptado)
Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Atmosfera das estrelas permite prever composição de exoplanetas rochosos

Em dois artigos publicados recentemente, os investigadores do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço (IA) mostram que a abundância relativa de alguns elementos pesados na estrela, como Magnésio (Mg), Silício (Si) e Ferro (Fe), influencia de forma crucial a composição dos exoplanetas rochosos.

O exoplaneta Corot-7b Imagem: Concepção de artista
Em vários artigos publicados anteriormente, sugere-se que a abundância relativa de Fe, Mg e Si medida no Sol é semelhante à presente na Terra, Vénus, Marte e ainda de alguns meteoritos. Assim, no Sistema Solar, a abundância relativa desses elementos na fotosfera do Sol pode ser usada para inferir a composição e estrutura dos planetas rochosos.

A equipa do IA usou espectros de alta resolução, obtidos usando diferentes telescópios, para determinar os parâmetros estelares e as abundâncias de vários elementos, em tres estrelas onde se conhecem exoplanetas rochosos – CoRoT-7, Kepler-10, e Kepler-93.

Os resultados mostraram que, nos exoplanetas analisados e nas suas estrelas-mãe, encontramos o mesmo tipo de relação que foi medida para as composições químicas dos astros do Sistema Solar. 

Para Nuno Cardoso Santos (IA e Universidade do Porto), “os resultados mostram que uma análise detalhada à composição químicas das estrelas com planetas é importante, não só para determinar a arquitectura do sistema planetário, mas também para inferir a estrutura interna, composição e até potencial de habitabilidade de planetas individuais”.

O resultado estabelece que a abundância relativa Mg/Si pode desempenhar um papel importante na estrutura e composição interna de exoplanetas do tipo terrestre. Esta fração é por isso a chave para medir características de exoplanetas, como a massa ou o raio. Como estes elementos são formados no interior de estrelas massivas ou em explosões de supernovas, Vardan Adibekyan (IA e Universidade do Porto) comenta que “a sua abundância relativa depende de quando e onde se formaram na nossa galáxia.”

“É interessante que a maior parte das estrelas com planetas de pequena massa que observámos têm uma abundância relativa Mg/Si maior que a observada na fotosfera do Sol. Mais interessante é este rácio aumentar com o tempo, o que nos leva a concluir que as estrelas-mãe de planetas antigos teriam uma composição diferente da do Sol, e que essas diferenças se devem reflectir na composição e estrutura dos seus planetas rochosos", acrescenta Adibekyan.

A equipa produziu ainda mais um artigo, que já foi submetido para publicação na revista Origins of Life and Evolution of Biospheres, sobre a habitabilidade dos exoplanetas. Este artigo resultou das discussões entre investigadores de diferentes áreas, durante a conferência "Habitability in the Universe: From the Early Earth to Exoplanets", organizada no Porto pelo IA, em Maio deste ano.

“O Universo está cheio de surpresas, e certamente que não há falta de questões interessantes. Mas eu acho que os exoplanetologistas se estão a aproximar cada vez mais da resposta a algumas das questões mais antigas e pertinentes da humanidade: estamos sós no Universo, e qual é o nosso lugar nele?”, sublinha Adibekyan.

Estes estudos terão um impacto significativo na análise dos exoplanetas que serão descobertos por futuras missões, em especial aquelas em que o IA é um dos parceiros, como a CHEOPS e a PLATO-2.0 (ESA).

Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço 
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva

sexta-feira, 4 de setembro de 2015

A Nebulosa do Camarão (Gum 56) e como funciona a reciclagem cósmica

Nebulosa gigante GUM 56 Foto: ESO
Parte da nebulosa gigante Gum 56 domina esta imagem, iluminada por estrelas jovens quentes e brilhantes que nasceram no seu interior. Durante milhões de anos formaram-se estrelas a partir do gás desta nebulosa, material que é posteriormente devolvido à maternidade estelar quando as estrelas envelhecidas expelem a sua matéria lentamente para o espaço ou mais dramaticamente sob a forma de explosões de supernovas.

Esta imagem foi obtida pelo telescópio MPG/ESO de 2,2 metros no Observatório de La Silla no Chile, no âmbito do programa Jóias Cósmicas do ESO.

Profundamente embebidos nesta maternidade estelar gigante encontram-se três enxames de estrelas jovens quentes — com apenas alguns milhões de anos de idade — que brilham intensamente no ultravioleta. É a luz destas estrelas que faz com que as nuvens de gás da nebulosa resplandeçam.

A radiação arranca os electrões aos átomos — num processo chamado ionização — e quando estes se recombinam libertam energia sob a forma de luz. Cada elemento químico emite luz em determinada cor e as enormes nuvens de hidrogénio na nebulosa são a causa deste intenso brilho avermelhado.

A Gum 56 — também conhecida por IC 4628 ou Nebulosa do Camarão — retira o seu nome do astrónomo australiano Colin Stanley Gum que, em 1955, publicou um catálogo de regiões H II.

As regiões H II, tal como a Gum 56, são enormes nuvens de densidade baixa, que contêm uma grande quantidade de hidrogénio ionizado. Uma grande parte da ionização na Gum 56 é feita por duas estrelas do tipo O, que são estrelas quentes azuis-esbranquiçadas, também conhecidas por gigantes azuis devido à sua cor.

Este tipo de estrelas é raro no Universo, uma vez que a enorme massa destas gigantes azuis significa que não podem viver durante muito tempo. Após cerca de um milhão de anos apenas, as estrelas colapsam sobre si mesmas e terminam as suas vidas como supernovas, tal como muitas das outras estrelas massivas que se encontram no interior da nebulosa.

Para além de muitas estrelas recém nascidas aninhadas no interior da nebulosa, a região está ainda cheia de gás e poeira suficientes para criar uma geração ainda mais nova de estrelas. As regiões da nebulosa que estão a formar novas estrelas são visíveis na imagem como nuvens densas.

O material que forma estas novas estrelas inclui os restos das estrelas mais massivas da geração anterior, que já terminaram as suas vidas e ejectaram o seu material para o meio circundante sob a forma de explosões de supernovas. Assim, o ciclo de vida e morte das estrelas continua.

Dadas as duas gigantes azuis muito invulgares e a proeminência da nebulosa nos comprimentos de onda do infravermelho e do rádio, é talvez surpreendente que esta região tenha sido até agora comparativamente pouco estudada por astrónomos profissionais.

A Gum 56 tem um diâmetro de cerca de 250 anos-luz, mas apesar do seu enorme tamanho tem sido descurada por observadores visuais devido ao seu fraco brilho e porque a maioria da radiação que emite se situa em comprimentos de onda invisíveis ao olho humano.

A nebulosa está a uma distância de cerca de 6 mil anos-luz de distância da Terra e pode ser encontrada no céu na constelação do Escorpião, onde tem um tamanho projectado de quatro vezes o da Lua Cheia.

Texto e fotos: ESO 

O Observatório do ESO em La Silla, no Chile

terça-feira, 1 de setembro de 2015

O céu de Setembro

Dia 4 - O início do mês de Setembro será a altura mais adequada para a observação de Mercúrio, uma vez que o planeta atinge o seu maior afastamento para leste relativamente ao Sol no dia 4 (distando 27 graus do nosso astro-rei), permitindo-nos vislumbrá-lo ao anoitecer.

Dia 5 - Na madrugada de dia 5, a Lua irá passar a menos de um grau da estrela Aldebarã, o "olho" da constelação do Touro.

Dia 5 - Neste mesmo dia dar-se-á o quarto minguante. Pelas 6 horas da madrugada de dia 10 será possível ver a Lua na vizinhança de Vénus e Marte. Igualmente Júpiter ocupa esta parte do céu, nascendo pelas 7h20. Este planeta só começará a ser bem visível na segunda metade do mês.

Dia 13 - A Lua Nova terá lugar no dia 13. Como esta ocorre muito perto do plano da órbita terrestre (plano da eclíptica), do alinhamento Sol-Lua-Terra resultará um eclipse solar. Mas ao contrário do que sucedeu em Março, este eclipse apenas será parcial e unicamente visível no sul de África e parte da Antárctida.

Dia 15 - No espaço de uma semana podemos apreciar facilmente o movimento da Lua no céu: no dia 15, a Lua situar-se-á a poucos graus de Mercúrio e da Espiga, a estrela mais brilhante da constelação da Virgem.

Dia 18 - Na noite de dia 18, a Lua situar-se-á perto de Saturno, que por esta altura estará perto da constelação da Balança.

Dia 21 - Para finalizar, aquando do quarto crescente de dia 21, o nosso satélite natural já estará junto à constelação do Sagitário.

Céu a sudoeste pelas 21h40 de dia 4. Igualmente é visível a posição da Lua nas noites de dias 15 18 e 21.
 
Dia 23 - Em consequência da rotação da Terra em torno do Sol, pelas 10h21 do dia 23 o eixo de rotação terrestre estará perpendicular à direção Sol-Terra. Esta é uma das duas únicas alturas do ano em que os hemisférios Norte e Sul se encontram igualmente iluminados.

Em Portugal, este momento é chamado de equinócio de Outono pois, a partir deste instante, passamos a ver o Sol abaixo do equador celeste (a projecção nos céus do equador terrestre), o que marca o início do Outono.

Dia 24 - Por volta de dia 24 iremos encontrar Marte perto de Régulo, a estrela mais brilhante da constelação do Leão.

Dia 28- Pelas 4h47 da madrugada de dia 28 terá lugar a Lua Cheia. Como esta ocorre perto do perigeu (altura da maior aproximação da Lua à Terra, que corresponde a cerca de 93% da distância média entre eles) o nosso satélite natural irá parecer ligeiramente maior do que é habitual. Trata-se da penúltima e maior super-Lua deste ano. Tal como terá sucedido aquando da Lua Nova anterior, esta fase da Lua terá lugar muito perto do plano da eclíptica, dando assim origem a um eclipse lunar. Este eclipse será total pois a Lua vai atravessar a região de maior escuridão da sombra da Terra (a umbra). Este eclipse ocorre entre as 2h12 e as 7h22. De notar que o mesmo fenómeno de dispersão de luz na atmosfera responsável pelo nosso céu ser azul, faz com que num eclipse lunar total a Lua receba parte da radiação solar vermelha desviada pela nossa atmosfera, conferindo-lhe assim aquele tom vermelho característico.

Céu a sudeste pelas 7h da madrugada de dia 24. Também é indicada a posição da Lua, Vénus, Marte e Júpiter na madrugada de dia 10.
 
Boas observações!

Fernando J.G. Pinheiro 
 (CITEUC- Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra)
in Ciência Viva na Imprensa Regional

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Empresa de Coimbra entrega dois equipamentos para a nave Orion

Foto: Active Space Technologies
A empresa portuguesa Active Space Technologies, sediada em Coimbra, anunciou na sexta-feira a entrega de dois equipamentos para a futura nave Orion, da Nasa.

“A Active Space Technologies terminou o fabrico e montagem dos protótipos de teste do Thermal Control Unit do Orion Multi Purpose Crew Vehicle – European Service Module (MPCV-ESM) da futura nave Orion da Nasa”, pode ler-se num comunicado que a empresa especialista em tecnologia aeroespacial divulgou.

Orion prepara-se para orbitar a Lua em 2017

A primeira missão da Orion será “um voo não tripulado à volta da Lua em 2017 e vai reentrar na atmosfera terrestre a 11 km/segundo, que será a velocidade de reentrada mais elevada de sempre”, revela a empresa de Coimbra.


“A nave Orion vai suceder ao Space Shuttle na missão de transporte dos astronautas” e “irá servir como veículo de exploração, transporte da tripulação e veículo de emergência, operando sobretudo em missões de suporte à Estação Espacial Internacional (ISS)”, anuncia ainda a empresa, explicando que “transportará os astronautas para órbitas terrestres, permitindo futuras missões à Lua e asteróides e, eventualmente, a Marte”.

O comunicado diz igualmente que o módulo de propulsão da Orion, designado European Service Module, “é baseado no Automated Transfer Vehicle desenvolvido pela Agência Espacial Europeia (ESA)”, esclarecendo que este “consiste num módulo que inclui quatro painéis solares e fornece propulsão, energia, controlo térmico, água e ar ao módulo habitável do Orion”.

O administrador da Active Space Technologies, Ricardo Patrício, afirma que a participação “num dos projectos mais críticos do actual programa espacial mundial, que tem por objectivo substituir o programa Space Shuttle”, reforça o reconhecimento da empresa portuguesa no panorama europeu, após participações noutras missões.

A empresa portuguesa fabricou "dois equipamentos iguais, semelhantes a uma caixa, feitos em alumínio e que serão depois incorporados na nave para testes", explicou por seu lado Liliana Baptista, gestora do projecto.

“São equipamentos para o controlo estrutural de toda a nave, nesta fase ainda de testes, mas que depois serão substituídos por outros. O modelo que vai ser usado na realidade vai ser muito mais complexo, com muitos componentes eletrónicos, térmicos e sensores”, acrescentou.

Liliana Baptista observou que “para fazer os testes da nave não é necessário o equipamento ser tão complexo”, sendo que estes agora produzidos pela empresa têm “as mesmas características dimensionais, mecânicas e estruturais dos futuros equipamentos”.