sábado, 30 de março de 2013

Está aberta a caça ao asteróide

Luxemburgo, 30 de Março - A NASA está decidida em caçar um asteróide. Não é preciso ser um grande asteróide, a NASA diz que se contenta com um pequeno modelo de sete metros, pesando meia tonelada. Técnica e tecnologicamente o feito é possível, dizem os cientistas, só falta o mais importante: o financiamento.

Assim, o orçamento que a NASA quer apresentar à administração americana para 2014 vai incluir um pacote de 100 milhões de dólares para construir a pequena nave robótica que terá como missão capturar o corpo celeste.

Onde: algures nas imediações da Lua. 
Quando: lá para 2025.

A ideia seduziu a Casa Branca, mesmo se o presidente Obama já disse que neste tipo de operações, assim como o regresso do Homem à Lua, ainda nesta década, só é viável se for não apenas financiado pelo erário público mas igualmente por investimento privado.

A NASA tem dois argumentos de peso para atrair investidores. O primeiro é que esta tecnologia pode vir a servir a médio prazo às empresas que já sonham em fazer exploração de minério espacial. O segundo é estarem a contribuir para o estudo de um sistema que previna a colisão de asteróides maciços com a Terra, o que diz respeito a toda a Humanidade.

Imagem: Rick Sternbach/Keck Institute for Space Studies

sexta-feira, 29 de março de 2013

Russos batem record de voo mais rápido até à Estação Espacial Internacional



Luxemburgo, 29 de Março de 2013 - A nave russa Soyuz TMA-08M bateu esta madrugada o record do voo mais rápido entre a Terra e a Estação Espacial Internacional (ISS).

A nave, tripulada pelos cosmonautas russos Pavel Vinogradov e Aleksandr Misurkin e pelo astronauta norte-americano Christopher Cassidy, acoplou-se-se à ISS cinco horas e 45 minutos depois de ter descolado da base de Baikonour, no Cazaquistão, encurtando a viagem em cerca de 45 horas, que habitualmente demora cerca de dois dias.

Este record foi possível graças a nova tecnologia a bordo do Soyuz que permite à nave dar apenas quatro voltas à Terra antes de chegar à ISS.

Os russos já tinham conseguido enviar três naves de carga (não tripuladas) Progress em Agosto, Outubro e Fevereiro em menos de seis horas até à ISS.

Vídeo: NASA


quinta-feira, 28 de março de 2013

Programa russo para combater ameaças espaciais pronto no fim deste ano

Luxemburgo, 28 de Março - No último dia 12, o presidente do grupo de especialistas em ameaças espaciais do Conselho do Espaço da Academia das Ciências da Rússia, Boris Chustov declarou que é preciso criar um sistema baseado tanto na terra como no espaço para detectar objetos espaciais perigosos, como o meteorito que caiu na cidade de Tcheliabinsk.

Para o diretor do Instituto de Astronomia Aplicada, Aleksandr Ipatov, a Rússia deve melhorar seu sistema de observação de asteróides para poder oferecer uma resposta eficaz às ameaças espaciais. “Para criar esse sistema, é preciso, em primeiro lugar, catalogar todos os asteróides”, disse Ipatov.

Ler mais na página da Gazeta Russa  



Foto/Vídeo: NASA


terça-feira, 26 de março de 2013

Voyager 1: O objecto mais longínquo feito pelo Homem encontra-se nas fronteiras do sistema solar



Luxemburgo, 26 de Março - A revista Geophysical Research Letters publicou a 20 de Março um estudo que sugere que a sonda Voyager 1, lançada em 5 de Setembro de 1977 pela NASA, já ultrapassou as fronteiras do sistema solar (heliosfera) e entrou no espaço interestelar.

No entanto, a NASA recusa essa hipótese. Diga-se que o debate já dura há uma década.

O responsável do estudo, Bill Webber, professor na reforma da Universidade do Novo México, assegura que os últimos dados recebidos da sonda, a 25 de Agosto último, revelam que esta já deixou a heliosfera.

No espaço onde agora viaja, a Voyager 1 deixou de revelar indícios dos ventos solares da nossa estrela (Sol) e começou a receber uma quantidade cada vez maior de raios cósmicos galácticos, que são partículas altamente carregadas em energia produzida pela nossa galáxia. Como dentro da heliosfera, "estamos" protegidos desses raios cósmicos, pois esta zona de influência do Sol desvia ou trava essas partículas, a conclusão parece ser que a sonda já deixou a heliosfera.

Para os especialistas da NASA, a sonda ainda se encontra na heliosfera ou na heliopausa, isto é, numa zona de turbulências fina entre a heliosfera e o espaço interestelar,  pois ainda não sofreu uma mudança de direcção do campo magnético como deverá acontecer quando chegar a essa zona exterior à influência do Sol.

A sonda Voyager 1 encontra-se actualmente a cerca de 114 UA da Terra. No nosso céu, a sua trajectória é no plano da constelação de Ophiuchus (Serpentário). Voyager 1 é actualmente o objecto criado pelo Homem que mais distante está da Terra.

(Vídeo/Foto: NASA)


segunda-feira, 25 de março de 2013

David Vaz, primeiro português doutorado em Geologia Marciana fala no movimento nas dunas de Marte

Luxemburgo, 25 de Março - Uma investigação internacional liderada pelo instituto norte-americano SETI concluiu que as dunas da cratera de Gale, no planeta Marte, “movem-se” e que “estão axtivas”, anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

As dunas da cratera de Gale, “ao contrário do que se pensava, movem-se”, revela um estudo internacional no qual participa o investigador do Centro de Geofísica da UC, David Vaz.

Intitulado “Pervasive aeolian activity along rover Curiosity's traverse in Gale Crater, Mars”, o trabalho mostra que as dunas “estão a mover-se a uma velocidade de 40 centímetros por ano terrestre (uma média de pouco mais de um milímetro por dia), indicando que a acção do vento é, muito provavelmente, o processo actual mais importante na modelação da paisagem na cratera de Gale”, salienta a nota da UC.

Esta descoberta “fornece pistas importantes para o ‘rover Curiosity’”, que poderá “estudar in loco as condições atmosféricas e os mecanismos que permitem o transporte de sedimentos em Marte”, sublinha David Vaz, que também é investigador no Centro de Recursos Naturais e Ambiente do Instituto Superior Técnico (IST).

A investigação, cujos resultados vão ser publicados na edição de Abril da “Geology” (revista científica de referência das geociências), foi iniciada em 2010 e utilizou imagens de satélite, recolhidas entre 2006 e 2011, pela missão “Mars Reconnaissance Orbiter”.

A equipa de oito investigadores envolvidos na pesquisa correlacionou as estruturas sedimentares com modelos atmosféricos, demonstrando que “os ventos serão suficientemente fortes para manter actividade eólica nas condições atmosféricas actuais”, adianta ainda a UC.

David Vaz, o primeiro português doutorado em Geologia Marciana, foi responsável pelo desenvolvimento do algoritmo (software) “capaz de fazer a cartografia e caracterização automática das estruturas sedimentares eólicas”. Genericamente, com base na imagem, “o algoritmo identifica as estruturas sedimentares (semelhantes a pequenas ondas, que se podem ver, por vezes, na areia da praia) e, a partir daí, obtém-se informação sobre a direção do vento na superfície do planeta”.

Foto: Nasa

domingo, 24 de março de 2013

Os planetas interiores do sistema solar com Júpiter e Saturno


Animação de um ano de rotação terrestre (365 dias) em relação a Júpiter, Saturno e aos três outros planetas interiores do sistema solar.

Mercúrio (cor de laranja)
Vénus (azul)
Terra (verde)
Marte (vermelho)

Júpiter (cor de rosa)
Saturno (verde claro)

(Urano e Neptuno não estão representados nesta animação)

sábado, 23 de março de 2013

Quando as galáxias colidem



Luxemburgo, 23 de Março de 2013 - A colisão da nossa galáxia vizinha de Andrómeda com a nossa galáxia, a Via Láctea, deverá dar-se dentro de aproximadamente 4 mil milhões de anos.

Esta colisão de galáxias não deverá significar a colisão de estrelas de ambas as galáxias (já que estas se encontram habitualmente algo distantes umas das outras), mas deverão fundir-se e criar uma nova galáxia maior, que os cientistas já decidiram baptizar de "Milkómeda", contracção das palavras "Milky Way" (Via Láctea, em inglês) e Andrómeda.

Segundo os investigadores do Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, há 50 por cento de probabilidades para que o nosso Sistema Solar seja ejectado da galáxia, na sequência desta colisão. O que não é forçosamente negativo para  nosso sistema estelar. Muito pelo contrário, ser atraído para o centro de duas galáxias em fusão poderá revelar-se mais catástrófico para a vida na Terra.

Simulação de duas galáxias espirais colidindo e fusionando




sexta-feira, 22 de março de 2013

Agência Espacial Europeia revela imagem da primeira luz do Universo


(Vídeo: ESA)

Luxemburgo, 21 de Março - A Agência Espacial Europeia (ESA) revelou hoje a imagem da primeira luz do Universo, um fóssil cosmológico de algo que surgiu há mais de 13 mil milhões de anos, pouco depois do Big Bang.

Recolhida pelo telescópio Planck, a imagem é a mais precisa jamais captada do Universo na sua primeira infância e poderá ajudar a explicar a criação e expansão do Universo.

"É um passo gigante na compreensão das origens do Universo", disse o diretor da ESA, Jean-Jacques Dordain, numa conferência de imprensa em Paris.

Com 50 milhões de 'pixels', a imagem acrescenta alguma precisão a algumas teorias cosmológicas e define mais precisamente a composição do Universo, assim como a sua idade - é 80 milhões de anos mais velho do que se previa.

"Esta imagem é a mais próxima do Big Bang jamais realizada. Estamos a olhar para 13,8 mil milhões de anos atrás", acrescentou Dordain, explicando que a compreensão que a ciência tem da formação do Universo ficou hoje 20 vezes melhor do que antes.

O mapa é composto de informação reunida pelo satélite Planck, lançado em 2009 para estudar a Radiação Cósmica de Fundo em Microondas - os resíduos da radiação emitida quando o Universo começou a arrefecer após o Big Bang.

"O que estamos a ver é uma imagem do Universo como ele era 380.000 anos após o Big Bang", quando a sua temperatura era de 3.000 graus centígrados, disse aos jornalistas George Efstathiou, diretor do instituto Kavli para a Cosmologia na Universidade de Cambridge.

Antes disso, o Universo era tão quente que nenhuma luz podia sair dele. O telescópio Planck capturou por isso, na integralidade do céu, os vestígios fósseis dos primeiros fotões (grãos de luz) que surgiram no cosmos.

Hoje, esta radiação fóssil está a uma temperatura ultra fria, apenas 3°C acima do "zero absoluto" (-273°C) e é invisível aos olhos humanos, sendo apenas detetada através de ondas rádio.

Salvo algumas anomalias que vão dar trabalho aos teóricos nos próximos anos, os dados agora revelados "corroboram de forma espetacular a hipótese de um modelo do Universo relativamente simples", plano e em expansão, adianta a ESA.

George Efstathiou, que hoje comentava a descoberta na sede da ESA, disse que a imagem se "parece um pouco com uma bola de rugby feia ou a uma obra de arte moderna", mas ironizou que alguns cientistas "teriam trocado os seus próprios filhos por esta imagem".

A Radiação Cósmica de Fundo em Microondas apresenta ínfimas flutuações de temperatura que correspondem a regiões de densidade ligeiramente diferentes e contêm em si o germe de todas as estrelas e galáxias que conhecemos hoje.

Mas, para conseguir medir estas ínfimas flutuações em todo o céu, com uma resolução e sensibilidade maiores do que nunca, e eliminar todos os sinais parasitas emitidos pela Via Láctea e as outras galáxias, o instrumento de alta precisão do Planck teve de ser arrefecido a uma décima de grau acima do zero absoluto.
Uma proeza tecnológica "sem equivalente" e que "nenhum engenho espacial poderá ultrapassar durante muito tempo", disse Jean-Jacques Dordain.

A anterior imagem da primeira luz do universo havia sido feita pelo satélite WMAP, da NASA, em 2004