Imagem: ESO |
A estrela em questão, a HIP 102152, situa-se na constelação de Capricórnio, a 250 anos-luz de distância da Terra.
Apesar de ter 8,2 mil milhões de anos, quase o dobro da idade do Sol, que tem 4,6 mil milhões de anos, é a estrela mais parecida com o "astro-rei".
A equipa, liderada por astrónomos da Universidade de São Paulo, no Brasil, fez novas observações usando o telescópio VLT do ESO, organização da qual Portugal é um dos países-membros.
As novas observações "fornecem também uma primeira ligação clara entre a idade de uma estrela e o seu conteúdo em lítio", sugerindo adicionalmente que a HIP 102152 "tem planetas rochosos do tipo terrestre na sua órbita", adianta o ESO em comunicado hoje divulgado.
Os astrónomos estudaram, além da HIP 102152, uma outra gémea solar, a 18 Scorpii, que é mais nova do que o Sol, e tem cerca de 2,9 mil milhões de anos.
Para tal, utilizaram o espetrógrafo UVES, montado no telescópio VLT, para separar a radiação nas suas componentes de cor, a fim de avaliarem com detalhe a composição química e outras propriedades das estrelas.
"Descobrimos que a HIP 102152 tem níveis muito baixos de lítio, o que demonstra claramente, e pela primeira vez, que as gémeas solares mais velhas têm efetivamente menos lítio do que o nosso Sol ou estrelas gémeas solares mais novas.
Podemos agora ter a certeza de que as estrelas à medida que envelhecem destroem, de algum modo, o seu lítio", assinala TalaWanda Monroe, investigador da Universidade de São Paulo, citado no comunicado. A equipa concluiu, também, que a estrela gémea do Sol mais velha "tem um padrão de composição química subtilmente diferente da maioria das outras gémeas solares, mas semelhante ao Sol".
As gémeas solares são estrelas raras, mas também as mais parecidas com o Sol: têm massa, temperatura e abundância química similares ao "astro-rei".
(Este artigo foi também publicado no site www.wort.lu/pt)
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