domingo, 26 de janeiro de 2014
sexta-feira, 24 de janeiro de 2014
NASA intrigada com aparecimento em Marte de rocha que parece donut recheado
Os cientistas da NASA estão intrigados com o aparecimento misterioso no solo de Marte de uma rocha com a forma de um donut recheado, que alguns dias antes não estava naquele lugar.
O objecto, pequeno e redondo, aparece numa imagem recolhida no dia 8 de Janeiro pela sonda Opportunity, mas não numa imagem do mesmo local recolhida no dia 26 de Dezembro passado.
"Parece um donut com doce, branco à volta, vermelho no meio", disse Steve Squyres, o principal investigador do programa Mars Exploration Rovers, que descreveu a cor do centro da rocha como "um vermelho escuro estranho, não um vermelho do tipo marciano", que é um tom mais parecido com ferrugem.
Os cientistas avançam com a teroria que a rocha poderá ser um fragmento de um meteoro que tenha caído entre 26 de Dezembro e 8 de Janeiro próximo do rover Opportunity. Na verdade, ainda procuram uma explicação lógica.
(Esta notícia foi igualmente publicada no site wort.lu/pt)
O objecto, pequeno e redondo, aparece numa imagem recolhida no dia 8 de Janeiro pela sonda Opportunity, mas não numa imagem do mesmo local recolhida no dia 26 de Dezembro passado.
"Parece um donut com doce, branco à volta, vermelho no meio", disse Steve Squyres, o principal investigador do programa Mars Exploration Rovers, que descreveu a cor do centro da rocha como "um vermelho escuro estranho, não um vermelho do tipo marciano", que é um tom mais parecido com ferrugem.
Os cientistas avançam com a teroria que a rocha poderá ser um fragmento de um meteoro que tenha caído entre 26 de Dezembro e 8 de Janeiro próximo do rover Opportunity. Na verdade, ainda procuram uma explicação lógica.
(Esta notícia foi igualmente publicada no site wort.lu/pt)
segunda-feira, 20 de janeiro de 2014
Sonda europeia Rosetta acordou hoje ao fim de 31 meses de hibernação
Foto: ESA |
"Olá, mundo!" escreveu a agência europeia no Twitter, a imitar o sinal enviado do espaço pela sonda, enquanto um vídeo colocado na internet mostrou os cientistas a festejar no centro de controlo da missão em Darmstadt, Alemanha, quando receberam sinal da sonda.
A Rosetta está a perseguir o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e quando o alcançar torna-se a primeira missão espacial e encontrar-se com um, a primeira a tentar aterrar na superfície de um cometa e a primeira a seguir um cometa quando este der a volta ao Sol, escreve a ESA em comunicado.
Desde que foi lançada em 2004, a Rosetta fez três aproximações à Terra e uma a Marte para ajudá-la a preparar o caminho com destino ao 67P/Churyumov-Gerasimenko, tendo encontrado os asteroides Steins e Lutetia pelo caminho.
Em Junho de 2011, a sonda, que funciona a energia solar, foi colocada em hibernação, já que se encontrava a cerca de 800 milhões de quilómetros do Sol, o que era demasiado longe para captar energia solar suficiente. Agora, a "apenas" 673 milhões de quilómetros do Sol, a sonda já tem energia suficiente para funcionar a 100%, pelo que o seu "despertador" interno a acordou hoje, quando se encontra a nove milhões de quilómetros do cometa que persegue, escreve a agência europeia.
Após aquecer os seus instrumentos de navegação, sair de uma rotação estabilizadora e acertar a sua antena principal com a Terra, a Rosetta enviou um sinal, que foi recebido na estação Goldstone da NASA na Califórnia às 19h18 (hora do Luxemburgo), durante a primeira janela de oportunidade que a sonda teve para comunicar com a Terra.
O sinal foi imediatamente confirmado pelo centro de operações da ESA em Darmstadt e a notícia divulgada através da conta @ESA_Rosetta, no Twitter. “Temos o nosso caça-cometas de volta", disse Alvaro Giménez, diretor de Ciência e Exploração Robótica da ESA, citado no comunicado da agência. “Com a Rosetta, vamos levar a exploração de cometas a um novo nível", acrescentou.
Rosetta deverá ajudar a responder a muitas perguntas
Os cometas são considerados os elementos primordiais do sistema solar e pensa-se que tenham ajudado a colocar água na Terra e talvez até os ingredientes da vida, mas muitas questões fundamentais sobre estes enigmáticos objetos permanecem um mistério. Com a Rosetta, os cientistas esperam responder a muitas dessas perguntas. "Todas as outras missões com cometas foram aproximações, com a captura de momentos fugidios na vida destas arcas do tesouro geladas", disse Matt Taylor, cientista no projeto Rosetta, da ESA. Com a Rosetta, acrescentou, será possível "seguir a evolução de um cometa numa base diária e durante um ano, o que dará uma visão única sobre o seu comportamento e, em última análise, poderá ajudar a decifrar o seu papel na formação do Sistema Solar".
Para já, a sonda será sujeita a verificações essenciais aos seus elementos, mas no próximo mês de Maio esperam-se as primeiras imagens do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, embora nessa altura a sonda esteja ainda a dois milhões de quilómetros do alvo.
Rosetta encontra-se em Agosto de 2014 com o cometa
No final de Maio, o aparelho fará uma manobra fundamental para se alinhar com o local onde, em Agosto, se encontrará com o cometa.
A sonda Rosetta, que se assemelha a uma grande caixa negra, pesa três toneladas e está equipada com duas placas solares que podem rodar 180 graus, para conseguir captar a máxima energia.
A missão Rosetta custa mil milhões de euros.
(Um vídeo sobre a missão da sonda Rosetta)
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domingo, 19 de janeiro de 2014
sexta-feira, 17 de janeiro de 2014
Encontrado primeiro planeta em torno de uma estrela igual ao nosso Sol e pertencente a um enxame estelar
Os astrónomos utilizaram o detector de planetas HARPS do ESO, no Chile, assim como outros telescópios, para descobrir três planetas em torno de estrelas pertencentes ao enxame estelar aberto Messier 67. Embora mais de um milhar de planetas fora do Sistema Solar seja já conhecido, apenas alguns foram descobertos em enxames estelares. Curiosamente, um destes novos exoplanetas orbita uma estrela rara. Trata-se duma gémea solar - uma estrela que é, em todos os aspectos, praticamente idêntica ao Sol.
Sabemos hoje que os planetas que orbitam estrelas fora do Sistema Solar são muito comuns. Têm-se detectado planetas em torno de estrelas de várias idades e composições químicas, espalhados um pouco por todo o céu. No entanto, e até agora, têm-se encontrado muito poucos planetas no interior de enxames estelares, o que é relativamente estranho já que a maioria das estrelas nasce precisamente no seio destes enxames.
Os astrónomos têm-se perguntado se este facto não significará que existe algo diferente na formação planetária em enxames estelares que explique esta estranha escassez. Anna Brucalassi (Max Planck Institute for Extraterrestrial Physics, Garching, Alemanha), autora principal deste novo estudo, e a sua equipa quiseram investigar este assunto.
“No enxame estelar Messier 67 as estrelas têm todas a mesma idade e composição do nosso Sol, o que torna este local um laboratório perfeito para estudar quantos planetas se formam num ambiente são populado e investigar se se formam essencialmente em torno de estrelas de maior ou de menor massa.” A equipa utilizou o instrumento HARPS, o detector de planetas montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, no Observatório de La Silla. Os resultado foram complementados com observações efectuadas por outros observatórios do mundo.
A equipa monitorizou cuidadosamente 88 estrelas seleccionadas no enxame Messier 67, durante um período de seis anos, procurando os pequeníssimos movimentos das estrelas, que se aproximam ou afastam da Terra, e que revelam a presença de planetas na sua órbita. Este enxame situa-se a cerca de 2500 anos-luz de distância na constelação do Caranguejo e contém aproximadamente 500 estrelas.
Muitas das estrelas do enxame são mais ténues do que as que são normalmente alvo de buscas de exoplanetas, por isso tentar detectar o sinal muito fraco dos possíveis planetas levou o HARPS aos seus limites. Foram descobertos três planetas, dois em órbita de estrelas semelhantes ao nosso Sol e um em órbita de uma estrela gigante vermelha, mais evoluída e de maior massa.
Os primeiros dois planetas têm ambos um terço da massa de Júpiter e orbitam as suas estrelas hospedeiras em sete e cinco dias, respectivamente. O terceiro planeta demora 122 dias a completar a sua órbita e possui mais massa que Júpiter. O primeiro destes planetas mostrou estar em órbita de uma estrela extraordinária - uma das mais similares gémeas solares identificada até hoje, praticamente idêntica ao Sol (eso1337).
Esta é a primeira gémea solar situada num enxame onde se encontrou um planeta em sua órbita. Dois dos três planetas são do tipo “Júpiter quente” - planetas comparáveis a Júpiter em termos de tamanho, mas muito mais próximo das suas estrelas progenitoras e consequentemente muito mais quentes. Os três planetas situam-se mais perto das suas estrelas do que a zona habitável, local onde pode existir água no estado líquido.
“Estes novos resultados mostram que os planetas nos enxames estelares abertos são tão comuns como em torno de estrelas isoladas - no entanto, não são fáceis de detectar,” acrescenta Luca Pasquini (ESO, Garching, Alemanha), co-autor do novo artigo científico que descreve este trabalho.
“Os novos resultados contrastam com trabalho anterior que não conseguiu detectar planetas em enxames, mas corrobora com algumas observações mais recentes. Vamos continuar a observar este enxame para descobrir como é que as estrelas, com e sem planetas, diferem em massa e composição química.”
Fonte: ESO
Sabemos hoje que os planetas que orbitam estrelas fora do Sistema Solar são muito comuns. Têm-se detectado planetas em torno de estrelas de várias idades e composições químicas, espalhados um pouco por todo o céu. No entanto, e até agora, têm-se encontrado muito poucos planetas no interior de enxames estelares, o que é relativamente estranho já que a maioria das estrelas nasce precisamente no seio destes enxames.
Os astrónomos têm-se perguntado se este facto não significará que existe algo diferente na formação planetária em enxames estelares que explique esta estranha escassez. Anna Brucalassi (Max Planck Institute for Extraterrestrial Physics, Garching, Alemanha), autora principal deste novo estudo, e a sua equipa quiseram investigar este assunto.
“No enxame estelar Messier 67 as estrelas têm todas a mesma idade e composição do nosso Sol, o que torna este local um laboratório perfeito para estudar quantos planetas se formam num ambiente são populado e investigar se se formam essencialmente em torno de estrelas de maior ou de menor massa.” A equipa utilizou o instrumento HARPS, o detector de planetas montado no telescópio de 3,6 metros do ESO, no Observatório de La Silla. Os resultado foram complementados com observações efectuadas por outros observatórios do mundo.
A equipa monitorizou cuidadosamente 88 estrelas seleccionadas no enxame Messier 67, durante um período de seis anos, procurando os pequeníssimos movimentos das estrelas, que se aproximam ou afastam da Terra, e que revelam a presença de planetas na sua órbita. Este enxame situa-se a cerca de 2500 anos-luz de distância na constelação do Caranguejo e contém aproximadamente 500 estrelas.
Muitas das estrelas do enxame são mais ténues do que as que são normalmente alvo de buscas de exoplanetas, por isso tentar detectar o sinal muito fraco dos possíveis planetas levou o HARPS aos seus limites. Foram descobertos três planetas, dois em órbita de estrelas semelhantes ao nosso Sol e um em órbita de uma estrela gigante vermelha, mais evoluída e de maior massa.
Os primeiros dois planetas têm ambos um terço da massa de Júpiter e orbitam as suas estrelas hospedeiras em sete e cinco dias, respectivamente. O terceiro planeta demora 122 dias a completar a sua órbita e possui mais massa que Júpiter. O primeiro destes planetas mostrou estar em órbita de uma estrela extraordinária - uma das mais similares gémeas solares identificada até hoje, praticamente idêntica ao Sol (eso1337).
Esta é a primeira gémea solar situada num enxame onde se encontrou um planeta em sua órbita. Dois dos três planetas são do tipo “Júpiter quente” - planetas comparáveis a Júpiter em termos de tamanho, mas muito mais próximo das suas estrelas progenitoras e consequentemente muito mais quentes. Os três planetas situam-se mais perto das suas estrelas do que a zona habitável, local onde pode existir água no estado líquido.
“Estes novos resultados mostram que os planetas nos enxames estelares abertos são tão comuns como em torno de estrelas isoladas - no entanto, não são fáceis de detectar,” acrescenta Luca Pasquini (ESO, Garching, Alemanha), co-autor do novo artigo científico que descreve este trabalho.
“Os novos resultados contrastam com trabalho anterior que não conseguiu detectar planetas em enxames, mas corrobora com algumas observações mais recentes. Vamos continuar a observar este enxame para descobrir como é que as estrelas, com e sem planetas, diferem em massa e composição química.”
Fonte: ESO
quarta-feira, 15 de janeiro de 2014
Portugueses participam na detecção da matéria escura
A experiência internacional Large Underground Xenon – LUX - que integra uma equipa de 6 investigadores do LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas) e do Departamento de Física da Universidade de Coimbra, é a experiência mais sensível do mundo para a detecção de matéria escura, alcançando uma sensibilidade às partículas que se pensa constituírem a matéria escura (WIMPs) duas vezes melhor que qualquer outra experiência já realizada.
Os primeiros resultados da experiência, conduzida por uma colaboração que reúne 17 grupos de investigação de Laboratórios de Investigação e Universidades dos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal, foram anunciados no dia 30 de Outubro de 2013 a partir de Sanford Underground Research Facility, Lead, Dakota do Sul, EUA, onde a experiência está instalada desde 2012, assim o comprovam.
Os resultados de LUX eram aguardados com grande expectativa tal como documenta a notícia da prestigiada revista Nature (http://www.nature.com/news/final-word-is-near-on-dark-matter-signal-1.14000).
A matéria escura (assim chamada por não emitir ou absorver qualquer tipo de radiação) é essencial para explicar o Universo, prevendo-se que constitua mais de 80% da sua massa.
No entanto, até ao momento apenas os efeitos gravitacionais da matéria escura foram observados (por exemplo no estudo da velocidade das estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias) e a sua natureza permanece totalmente desconhecida. Constitui assim um dos mais intrigantes problemas da Física actual.
Uma das hipóteses mais prováveis é a matéria escura ser constituída por partículas a que os físicos chamaram WIMPs (acrónimo inglês para Weakly Interacting Massive Particles). O nome deriva de terem uma reduzidíssima probabilidade de interagir directamente com a matéria a que chamamos normal (não escura), o que torna a sua detecção particularmente difícil em termos tecnológicos.
Durante três meses, a experiência LUX recolheu dados das observações dos sinais devidos às interacções entre matéria escura e matéria normal, utilizando o maior detector alguma vez construído para este efeito, instalado no laboratório subterrâneo de Sanford, no estado americano de Dakota do Sul, a cerca de 1.5 km de profundidade.
"A LUX usa um detector com 350 kg de xénon liquefeito a -100 ºC e como está instalado a 1.5 km de profundidade, a grande maioria dos raios cósmicos são absorvidos pela rocha, e por isso a probabilidade de chegarem até ao detector é 10 milhões de vezes mais baixa do que à superfície, não perturbando assim a observação dos sinais da interação dos WIMPs com o xénon do detector", explicam os investigadores do LIP-Coimbra que têm uma participação fundamental no projecto LUX, tanto a nível da engenharia (sendo responsável por subsistemas associados ao detector e tendo estado envolvido nas diversas fases de instalação no laboratório subterrâneo) como da análise e processamento dos dados.
A LUX vai iniciar em breve um novo período de procura de matéria escura com este detector, com uma duração prevista de um ano.
"Conseguir melhorar a sensibilidade agora anunciada cerca de dez vezes e detectar WIMPs" são as expectativas dos investigadores. Também já estão em curso os preparativos para a construção de um novo detector para suceder a LUX, usando a mesma tecnologia e instalado no mesmo laboratório, mas com uma massa de xénon de 7 toneladas e uma sensibilidade cerca de 200 vezes melhor.
Cristina Pinto,
Universidade de Coimbra
© 2013 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Os primeiros resultados da experiência, conduzida por uma colaboração que reúne 17 grupos de investigação de Laboratórios de Investigação e Universidades dos Estados Unidos, Reino Unido e Portugal, foram anunciados no dia 30 de Outubro de 2013 a partir de Sanford Underground Research Facility, Lead, Dakota do Sul, EUA, onde a experiência está instalada desde 2012, assim o comprovam.
Os resultados de LUX eram aguardados com grande expectativa tal como documenta a notícia da prestigiada revista Nature (http://www.nature.com/news/final-word-is-near-on-dark-matter-signal-1.14000).
A matéria escura (assim chamada por não emitir ou absorver qualquer tipo de radiação) é essencial para explicar o Universo, prevendo-se que constitua mais de 80% da sua massa.
No entanto, até ao momento apenas os efeitos gravitacionais da matéria escura foram observados (por exemplo no estudo da velocidade das estrelas, galáxias e aglomerados de galáxias) e a sua natureza permanece totalmente desconhecida. Constitui assim um dos mais intrigantes problemas da Física actual.
Uma das hipóteses mais prováveis é a matéria escura ser constituída por partículas a que os físicos chamaram WIMPs (acrónimo inglês para Weakly Interacting Massive Particles). O nome deriva de terem uma reduzidíssima probabilidade de interagir directamente com a matéria a que chamamos normal (não escura), o que torna a sua detecção particularmente difícil em termos tecnológicos.
Durante três meses, a experiência LUX recolheu dados das observações dos sinais devidos às interacções entre matéria escura e matéria normal, utilizando o maior detector alguma vez construído para este efeito, instalado no laboratório subterrâneo de Sanford, no estado americano de Dakota do Sul, a cerca de 1.5 km de profundidade.
"A LUX usa um detector com 350 kg de xénon liquefeito a -100 ºC e como está instalado a 1.5 km de profundidade, a grande maioria dos raios cósmicos são absorvidos pela rocha, e por isso a probabilidade de chegarem até ao detector é 10 milhões de vezes mais baixa do que à superfície, não perturbando assim a observação dos sinais da interação dos WIMPs com o xénon do detector", explicam os investigadores do LIP-Coimbra que têm uma participação fundamental no projecto LUX, tanto a nível da engenharia (sendo responsável por subsistemas associados ao detector e tendo estado envolvido nas diversas fases de instalação no laboratório subterrâneo) como da análise e processamento dos dados.
A LUX vai iniciar em breve um novo período de procura de matéria escura com este detector, com uma duração prevista de um ano.
"Conseguir melhorar a sensibilidade agora anunciada cerca de dez vezes e detectar WIMPs" são as expectativas dos investigadores. Também já estão em curso os preparativos para a construção de um novo detector para suceder a LUX, usando a mesma tecnologia e instalado no mesmo laboratório, mas com uma massa de xénon de 7 toneladas e uma sensibilidade cerca de 200 vezes melhor.
Cristina Pinto,
Universidade de Coimbra
© 2013 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
terça-feira, 14 de janeiro de 2014
Sonda europeia GAIA vai desenhar mapa 3D da Via Láctea
A sonda espacial Gaia, o mais complexo telescópio construído na Europa pela Agência Espacial Europeia (ESA), chegou no dia 8 de Janeiro ao chamado ponto "L2" (Lagrange 2), a 1,5 milhões de quilómetros da Terra, de onde vai capturar imagens para cartografar a Via Láctea em três dimensões.
O engenho da ESA foi lançado a 19 de Dezembro, a bordo de num foguetão russo Soyuz, desde o Centro Espacial Europeu de Kourou, na Guiana Francesa.
A sonda Gaia, que deverá permitir desenhar um mapa de mil milhões de estrelas, fez uma "manobra crítica" para colocar-se num dos pontos de Lagrange, os lugares do sistema solar onde um objecto pode manter-se em órbita estacionária em relação à Terra e ao Sol, explica a ESA em comunicado.
O que é a sonda Gaia? (veja o vídeo)
O engenho da ESA foi lançado a 19 de Dezembro, a bordo de num foguetão russo Soyuz, desde o Centro Espacial Europeu de Kourou, na Guiana Francesa.
A sonda Gaia, que deverá permitir desenhar um mapa de mil milhões de estrelas, fez uma "manobra crítica" para colocar-se num dos pontos de Lagrange, os lugares do sistema solar onde um objecto pode manter-se em órbita estacionária em relação à Terra e ao Sol, explica a ESA em comunicado.
O que é a sonda Gaia? (veja o vídeo)
segunda-feira, 13 de janeiro de 2014
A nave não tripulada Cygnus chegou à ISS
A primeira nave não tripulada Cygnus da Orbital Sciences Corporation chegou hoje à Estação Espacial Internacional, informou a Agência Espacial norte-americana (NASA).
De acordo com a NASA, a acoplagem da nave de carga que transportava o primeiro carregamento de mantimentos destinados ao posto espacial de investigação registou-se às 11h08 de domingo.
De acordo com a NASA, a acoplagem da nave de carga que transportava o primeiro carregamento de mantimentos destinados ao posto espacial de investigação registou-se às 11h08 de domingo.
domingo, 12 de janeiro de 2014
sexta-feira, 10 de janeiro de 2014
Os braços “perdidos” da Via Láctea
Os astrónomos não conseguem ver como é a aparência da nossa galáxia (que se chama Via Láctea) porque a veem a partir do seu interior para fora. Mas podem projectar a sua forma estudando cuidadosamente as suas estrelas e a distância entre elas.
Ao fazê-lo, os astrónomos concluíram que a Via Láctea tem uma forma em espiral com muitos braços retorcidos. No entanto, o número exacto de braços em espiral tem sido matéria de debate ao longo de muitos anos.
Nos anos 50 do século passado os astrónomos mapearam a nossa galáxia usando telescópios. Concentraram as suas observações nas nuvens de gás da Via Láctea onde estavam a nascer novas estrelas. Os seus estudos revelaram quatro principais braços em espiral.
Por outro lado, o telescópio espacial Spitzer da NASA procurou na nossa galáxia estrelas que emitissem luz infravermelha. Os nossos olhos não conseguem ver luz infravermelha, mas estrelas como o nosso Sol brilham neste tipo de luz.
Em 2008 foi anunciado que o Spitzer identificou cerca de 110 milhões de estrelas mas apenas encontrou dois braços em espiral.
Agora, um estudo de 12 anos de estrelas massivas confirmou que a nossa galáxia tem de facto quatro braços em espiral como acreditámos durante 60 anos. Isto coloca um ponto final em anos de debates desencadeados por imagens obtidas pelo telescópio espacial Spitzer da NASA que mostrava apenas dois braços.
A “Via Láctea é a nossa casa galáctica. Estudando a sua forma podemos compreender como funcionam as outras galáxias em espiral. Segundo o professor Melvin Hoare da Universidade de Leeds, Inglaterra, podemos por exemplo descobrir onde nascem as estrelas nestas galáxias. Melvin Hoare foi um dos astrónomos que redescobriu os terceiro e quarto braços da Via Láctea.
Facto curioso: O nosso sistema solar não se encontra no centro da Via Láctea nem na sua orla. Encontramo-nos na parte exterior de um braço em espiral chamado Braço de Orion. O sistema solar demora cerca de 200 milhões de anos a dar uma volta completa em torno do centro da nossa galáxia.
Créditos: EU Universe Awareness.
Versão Portuguesa: Paula Furtado, Nucleo/UNAWE Portugal
(Este artigo foi igualmente publicado no site wort.lu/pt)
quinta-feira, 9 de janeiro de 2014
Estação Espacial Internacional (ISS) vai ficar em órbita até 2024
Foto. AFP |
"É um anúncio formidável" para todos os envolvidos na estação, em que participam 16 países, comentou William Gersteinmaier, um dos administradores da NASA para a área da exploração.
A estação espacial funciona há 15 anos e tinha sido previsto que continuasse em actividade até 2020.
(Esta notícia foi igualmente publicada no site wort.lu/pt)
quarta-feira, 8 de janeiro de 2014
Rádiotelescópio ALMA descobre fábrica de poeira na supernova observada em 1987
Foto: ESO |
Pensa-se que as supernovas são a principal fonte dessa poeira, particularmente no Universo primordial. No entanto, evidências directas da capacidade das supernovas em formar poeira têm sido difíceis de observar, não tendo sido possível até agora explicar a enorme quantidade de poeira detectada nas galáxias jovens distantes. Observações obtidas com o ALMA começam, no entanto, a mudar este facto.
“Descobrimos uma quantidade notável de poeira concentrada na região central do material ejectado por uma supernova relativamente jovem e próxima, “disse Remy Indebetouw, astrónomo no Observatório Nacional de Rádio astronomia (NRAO, National Radio Astronomy Observatory) e da Universidade de Virgínia, ambos em Charlottesville, EUA.
“Esta é a primeira vez que conseguimos efectivamente obter uma imagem do local onde a poeira se forma, o que é um passo importante na compreensão da evolução das galáxias.”
Uma equipa internacional de astrónomos utilizou o ALMA para observar os restos brilhantes da Supernova 1987A [*2], situada na Grande Nuvem de Magalhães, uma galáxia anã que orbita a Via Láctea a uma distância de cerca de 160 mil anos-luz da Terra.
Observações da supernova avistada em 1987
A SN 1987A é a explosão de supernova mais próxima jamais observada, depois da observação de Johannes Kepler de uma supernova que explodiu no interior da Via Láctea em 1604.
Os astrónomos previram que, à medida que o gás arrefece depois da explosão, enormes quantidades de poeira formar-se-iam sob a forma de átomos de oxigénio, carbono e silício, ligados entre si nas regiões centrais frias do resto de supernova. No entanto, observações anteriores da SN 1987A obtidas com telescópios infravermelhos durante os primeiros 500 dias depois da explosão, revelaram apenas uma pequena quantidade de poeira quente.
Com a resolução e sensibilidade sem precedentes do ALMA, a equipa de investigação conseguiu obter imagens da muito mais abundante poeira fria, que brilha intensamente na radiação milimétrica e submilimétrica. Os astrónomos estimam que o resto de supernova contém agora cerca de 25% da massa do Sol em poeira recentemente formada. A equipa descobriu também que se formaram quantidades significativas de monóxido de carbono e de monóxido de silício. “A SN 1987A é um lugar especial porque, uma vez que não se misturou com o meio circundante, o que lá se encontra é efectivamente o que se formou no local,” disse Indebetouw.
“Os novos resultados ALMA, que são os primeiros deste tipo, revelam um resto de supernova a transbordar de material que simplesmente não existia há algumas décadas atrás.” As supernovas podem, no entanto, tanto criar como destruir os grãos de poeira. À medida que a onda de choque da explosão inicial se propaga no espaço, produz anéis de matéria resplandecentes, já observados anteriormente com o Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA.
Ao atingir este envelope de gás, deixado pela estrela gigante vermelha no final da sua vida, uma parte desta enorme explosão ricocheteia de volta em direção ao centro do resto de supernova.
“A determinada altura, esta onda de choque que vem de volta colidirá com os amontoados de poeira recentemente formada, “ disse Indebetouw.
“É provável que alguma desta poeira seja destruída nessa altura. É difícil prever a quantidade que será destruída - talvez apenas um pouco, mas possivelmente cerca de metade ou mesmo dois terços.” Se uma fração razoável sobreviver e chegar ao espaço interestelar, poderá explicar a enorme quantidade de poeira que os astrónomos detectam no Universo primordial.
“As galáxias muito primordiais são incrivelmente poeirentas e esta poeira desempenha um papel importante na evolução das galáxias, “disse Mikako Matsuura da University College London, RU. “Hoje sabemos que a poeira pode ser criada de várias maneiras, mas no Universo primordial a maior parte deve ter tido origem nas supernovas. E agora temos finalmente uma evidência direta que apoia esta teoria.”
1* A poeira cósmica consiste em grãos de silicatos e grafite - minerais abundantes na Terra. A cinza do pavio de uma vela é muito semelhante à poeira de grafite cósmica, embora o tamanho dos grãos na cinza seja dez ou mais vezes maior que o tamanho típico dos grãos de grafite cósmica.
2** A radiação desta supernova chegou à Terra em 1987, facto que se reflecte no seu nome.
terça-feira, 7 de janeiro de 2014
Astrónomos portugueses detectam exoplaneta Kepler-88c com base em previsão teórica
Uma equipa europeia, da qual faz parte Alexandre Santerne do Centro de Astrofísica da Universidade do Porto (CAUP2), usou o espectrógrafo SOPHIE3 para detectar a presença do Kepler-88 c.
A existência deste exoplaneta, que até agora não tinha sido detetado, foi prevista pela perturbação gravitacional, provocada no seu irmão que transita a estrela, Kepler-88 b.
Com o SOPHIE, a equipa detetou e mediu a massa do Kepler-88 c.
“O SOPHIE é um instrumento capaz de medir a velocidade de estrelas com uma precisão equivalente à de medir a velocidade de uma bicicleta. Até agora foi usado para caracterizar quase 20 dos planetas do Kepler”, comenta Alexandre Santerne (CAUP), responsável pelas observações de estrelas do Kepler com o SOPHIE.
O principal objectivo do telescópio espacial Kepler5 (NASA) era a procura de trânsitos periódicos em centenas de milhares de estrelas, e durante os 4 anos que durou a missão, detectou mais de 3.500.
No entanto, nem todos os planetas no campo do Kepler são detectáveis por este telescópio, pois se o plano orbital estiver ligeiramente desalinhado com a linha de visão para a Terra, os planetas já não transitam e por isso são “invisíveis” para o Kepler.
Mas os planetas que orbitam a mesma estrela interagem gravitacionalmente uns com os outros. Esta interação provoca perturbações nos períodos de trânsitos previstos dos planetas. “A isto chamamos Variações no Tempo de Trânsito (Time Transit Variations – TTV)”, explica Susana Barros (LAM), a primeira autora do artigo.
Uma análise dinâmica detalhada à interação entre planetas, efectuada anteriormente pela equipa liderada por David Nesvorný (U. Boulder), previu que o sistema Kepler-88 tivesse dois planetas, um que transita (Kepler-88 b), e cujo período orbital é fortemente perturbado por um planeta que não transita (Kepler-88 c). Estes estarão numa ressonância 2 para 1, isto é, um planeta completa duas órbitas no mesmo período que o outro completa apenas uma. Esta configuração é semelhante à da Terra e de Marte, com o planeta vermelho a orbitar o Sol em cerca de 2 anos.
A técnica TTV é sensível a planetas até à massa da Terra, em sistemas múltiplos, e pode por isso ser usada para detectar a existência de planetas que não transitam, mas que provocam perturbações na órbita dos planetas que transitam.
“Esta é a primeira vez que a massa de um exoplaneta 'invisível', calculada com base em Variações no Tempo de Trânsito, é confirmada de forma independente por outra técnica”, comentou Barros.
Este resultado confirma que a TTV é uma técnica válida para a detecção destes planetas “invisíveis” em sistemas com múltiplos planetas. Neste momento a técnica foi já usada para determinar a massa de mais de 120 exoplanetas, até à massa da Terra, em 47 sistemas estelares.
“Esta confirmação independente permite antecipar o futuro da exploração de sistemas de exoplanetas a partir do espaço com a missão PLATO7, conclui Magali Deleuil, líder da equipa de exoplanetas do Laboratório de Astrofísica de Marselha (LAM).
Neptuno foi o primeiro planeta a ser detectado pela influência gravitacional que exercia sobre outro planeta (Urano). O matemático francês Urbain Le Verrier calculou que as anomalias na órbita de Urano eram devidas a uma ressonância 2 para 1 de um planeta que ainda não tinha sido observado. Os seus cálculos levaram Johann Gottfried Galle a encontrar Neptuno a 23 de setembro de 1846.
Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
Figura Artística do sistema Kepler-88. Crédito: Alexandre Santerne (CAUP)/ESO/Serge Brunier |
“O SOPHIE é um instrumento capaz de medir a velocidade de estrelas com uma precisão equivalente à de medir a velocidade de uma bicicleta. Até agora foi usado para caracterizar quase 20 dos planetas do Kepler”, comenta Alexandre Santerne (CAUP), responsável pelas observações de estrelas do Kepler com o SOPHIE.
O principal objectivo do telescópio espacial Kepler5 (NASA) era a procura de trânsitos periódicos em centenas de milhares de estrelas, e durante os 4 anos que durou a missão, detectou mais de 3.500.
No entanto, nem todos os planetas no campo do Kepler são detectáveis por este telescópio, pois se o plano orbital estiver ligeiramente desalinhado com a linha de visão para a Terra, os planetas já não transitam e por isso são “invisíveis” para o Kepler.
Mas os planetas que orbitam a mesma estrela interagem gravitacionalmente uns com os outros. Esta interação provoca perturbações nos períodos de trânsitos previstos dos planetas. “A isto chamamos Variações no Tempo de Trânsito (Time Transit Variations – TTV)”, explica Susana Barros (LAM), a primeira autora do artigo.
Uma análise dinâmica detalhada à interação entre planetas, efectuada anteriormente pela equipa liderada por David Nesvorný (U. Boulder), previu que o sistema Kepler-88 tivesse dois planetas, um que transita (Kepler-88 b), e cujo período orbital é fortemente perturbado por um planeta que não transita (Kepler-88 c). Estes estarão numa ressonância 2 para 1, isto é, um planeta completa duas órbitas no mesmo período que o outro completa apenas uma. Esta configuração é semelhante à da Terra e de Marte, com o planeta vermelho a orbitar o Sol em cerca de 2 anos.
A técnica TTV é sensível a planetas até à massa da Terra, em sistemas múltiplos, e pode por isso ser usada para detectar a existência de planetas que não transitam, mas que provocam perturbações na órbita dos planetas que transitam.
“Esta é a primeira vez que a massa de um exoplaneta 'invisível', calculada com base em Variações no Tempo de Trânsito, é confirmada de forma independente por outra técnica”, comentou Barros.
Este resultado confirma que a TTV é uma técnica válida para a detecção destes planetas “invisíveis” em sistemas com múltiplos planetas. Neste momento a técnica foi já usada para determinar a massa de mais de 120 exoplanetas, até à massa da Terra, em 47 sistemas estelares.
“Esta confirmação independente permite antecipar o futuro da exploração de sistemas de exoplanetas a partir do espaço com a missão PLATO7, conclui Magali Deleuil, líder da equipa de exoplanetas do Laboratório de Astrofísica de Marselha (LAM).
Neptuno foi o primeiro planeta a ser detectado pela influência gravitacional que exercia sobre outro planeta (Urano). O matemático francês Urbain Le Verrier calculou que as anomalias na órbita de Urano eram devidas a uma ressonância 2 para 1 de um planeta que ainda não tinha sido observado. Os seus cálculos levaram Johann Gottfried Galle a encontrar Neptuno a 23 de setembro de 1846.
Ricardo Cardoso Reis (CAUP)
Ciência na Imprensa Regional – Ciência Viva
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Sabia que os raios X atravessam o Universo?
cirx1_chandra |
Mas a radiação que recebe de um aparelho de raios X é 50 vezes inferior à radiação proveniente de fontes cósmicas. Felizmente, a nossa atmosfera bloqueia estes raios X pelo que estamos perfeitamente seguros.
Algumas das fontes de raios X mais poderosas do universo são os “raios X binários”. Têm origem em pares de estrelas, em que uma das estrelas é normal, como o Sol, e a outra é uma estrela ultra-compacta chamada de “estrela de neutrões”, também chamado pulsar.
À medida que estes dois objectos se orbitam mutuamente, a forte gravidade da estrela de neutrões arranca e devora camadas da sua estrela companheira. Estas camadas tornam-se muito quentes quando são puxadas da estrela companheira e emitem raios X.
Um novo estudo de uma binária de raios X chamada Circinus X-1 mostrou que esta tem menos de 4 600 anos! Trata-se da mais jovem binária vista até agora. Os astrónomos descobriram centenas de binárias de raios X espalhadas pela nossa galáxia e mesmo algumas fora da nossa galáxia.
Todos estes sistemas binários de raios X são antigos, revelando apenas informação sobre o que aconteceu muito tarde nas suas vidas. Com estas novas observações, ainda conseguimos ver as ondas de choque criadas quando o sistema foi formado!
Facto curioso: As estrelas de neutrões formaram-se depois de um evento chamado "supernova", que ocorre quando uma estrela de grande massa morre numa explosão extremamente poderosa superior a qualquer outro evento no universo. A explosão emite radiação suficiente para igualar uns quantos milhares de quatriliões de ogivas nucleares (Um quatrilião é 1 000 000 000 000 000 000 000 000!).
Créditos: EU Universe Awareness
Versão Portuguesa: Paula Furtado (Nuclio/UNAWE Portugal)
Este artigo é baseado no Comunicado de Imprensa de Chandra X-ray Observatory
© 2013 - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
domingo, 5 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
Mais de mil candidatos querem ser primeiros colonos em Marte
Mais de mil pessoas foram pré-selecionadas para formar parte de um grupo de primeiros colonos do planeta Marte, em 2025, informou nesta quinta-feira, 2 de Janeiro de 2014, a companhia holandesa Mars One, autora do projecto.
A selecção foi realizada a partir de 200 mil pessoas, de 140 países, que se inscreveram para fazer parte da primeira onda de colonização do Planeta Vermelho.
No total, 1.058 candidatos passaram à segunda fase da selecção, segundo a Mars One. "O desafio com os 200 mil inscritos era separar os que pensamos ser capazes - mental e fisicamente - para a missão de embaixadores humanos em Marte dos que não levam o desafio a sério", disse Bas Lansdorp, fundador e presidente da Mars One.
A Mars One vai seleccionar agora, em várias fases, os 24 colonos que devem viajar a Marte em seis grupos de quatro pessoas.
Os colonos, que jamais poderão regressar à Terra, deverão viver em pequenos habitats, encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus próprios alimentos.
O projeto enfrenta muito ceticismo, mas entre seus apoiadores está o Nobel holandês Gerard 't Hooft, ganhador do prêmio de Física em 1999, que aparece em um vídeo promovendo a Mars One no site de financiamento coletivo Indiegogo.
Até agora, as agências espaciais ao redor do mundo só conseguiram enviar sondas robóticas a Marte, sendo a última a Curiosity, da Nasa, estimada em US$ 2,5 bilhões, e que pousou no planeta vermelho em agosto de 2012. Se for bem sucedida, a Mars One será a primeira iniciativa, tripulada ou não tripulada, a explorar outro planeta.
Mais pormenores em http://stargazerlux.blogspot.com/2013/12/segunda-fase-do-projecto-mars-one.html
(esta notícia foi também publicada no site wort.lu/ptwort.lu/pt)
A selecção foi realizada a partir de 200 mil pessoas, de 140 países, que se inscreveram para fazer parte da primeira onda de colonização do Planeta Vermelho.
No total, 1.058 candidatos passaram à segunda fase da selecção, segundo a Mars One. "O desafio com os 200 mil inscritos era separar os que pensamos ser capazes - mental e fisicamente - para a missão de embaixadores humanos em Marte dos que não levam o desafio a sério", disse Bas Lansdorp, fundador e presidente da Mars One.
A Mars One vai seleccionar agora, em várias fases, os 24 colonos que devem viajar a Marte em seis grupos de quatro pessoas.
Os colonos, que jamais poderão regressar à Terra, deverão viver em pequenos habitats, encontrar água, produzir oxigênio e cultivar seus próprios alimentos.
O projeto enfrenta muito ceticismo, mas entre seus apoiadores está o Nobel holandês Gerard 't Hooft, ganhador do prêmio de Física em 1999, que aparece em um vídeo promovendo a Mars One no site de financiamento coletivo Indiegogo.
Até agora, as agências espaciais ao redor do mundo só conseguiram enviar sondas robóticas a Marte, sendo a última a Curiosity, da Nasa, estimada em US$ 2,5 bilhões, e que pousou no planeta vermelho em agosto de 2012. Se for bem sucedida, a Mars One será a primeira iniciativa, tripulada ou não tripulada, a explorar outro planeta.
Mais pormenores em http://stargazerlux.blogspot.com/2013/12/segunda-fase-do-projecto-mars-one.html
(esta notícia foi também publicada no site wort.lu/ptwort.lu/pt)
quinta-feira, 2 de janeiro de 2014
Chuva de meteoros na madrugada de sexta-feira, dia 3 de Janeiro de 2014
Na madrugada desta sexta-feira, dia 3 de Janeiro, tem lugar o pico de actividade da primeira chuva de meteoros do ano: as Quarantídas.
Se as condições meteorológicas o permitirem em lugares que sejam muito escuros será possível observar algumas dezenas de meteoros por hora. Estes meteoros parecem surgir de região do céu (o radiante) ocupada pela antiga constelação de Quadrans Muralis, daí o nome desta chuva de estrelas.
Actualmente esta parte do céu pertence à constelação do Boieiro. Nesta constelação destaca-se Arcturus, a quarta estrela mais brilhante do céu nocturno. Esta é uma estrela gigante alaranjada com 25,7 vezes o raio do Sol que, ao contrário deste, já terá esgotado todo o hidrogénio do seu núcleo.
Nesta região do firmamento encontramos outros objectos interessantes tais como Lambda Bootis, uma estrela com brilho variável e uma composição química peculiar (e por isso bastante estudada), e Épsilon Bootis um sistema estelar triplo. Este sistema estelar é composto por uma estrela amarela-alaranjada, outra azulada e ainda uma terceira estrela tão pouco brilhante que só é visível recorrendo a telescópios profissionais.
Durante a madrugada do dia 4 de Janeiro, a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua orbita mais próxima do Sol. Neste dia o planeta recebe mais 7% de energia do que fará no dia de maior afastamento do Sol (este ano a 3 de Julho).
No entanto tal diferença é pouco significativa em comparativamente à provocada pela variação da altura do Sol ao longo do ano, esta sim responsável pela existência de estações do ano.
Na noite de dia 5 Júpiter encontrar-se-á na direcção oposta à do Sol. Esta é dos períodos em que a Terra está mais perto de Júpiter. Igualmente por estes dias encontramos Júpiter totalmente iluminado e, tal como sucede na Lua Cheia, iremos vê-lo bem alto no céu por volta da meia-noite. Assim esta é uma das melhores ocasiões para se observar Júpiter e as suas Luas.
A Lua Nova marcou o primeiro dia deste mês de Janeiro e marca também o penúltimo. O quarto crescente tem lugar na madrugada de dia 8, com a Lua na constelação dos Peixes. Na madrugada de dia 16 de Janeiro ocorre a Lua Cheia, com esta junto à constelação do Caranguejo.
Já uma semana depois (dia 23) a Lua irá passar entre o planeta Marte e a estrela Espiga da constelação da Virgem. Finalmente na madrugada de dia 24 dá-se o quarto minguante. Dia 29 a Lua estará a 2 graus a sul do planeta Vénus que, por estes dias, se apresenta como estrela da manhã. Dois dias depois Mercúrio atinge o seu maior afastamento do Sol. Ao apresentar-se 18 graus a Leste do nosso astro rei ele será visível ao anoitecer.
Fernando J.G. Pinheiro (CGUC) - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Este artigo foi igualmente publicado em wort.lu/pt
Se as condições meteorológicas o permitirem em lugares que sejam muito escuros será possível observar algumas dezenas de meteoros por hora. Estes meteoros parecem surgir de região do céu (o radiante) ocupada pela antiga constelação de Quadrans Muralis, daí o nome desta chuva de estrelas.
Actualmente esta parte do céu pertence à constelação do Boieiro. Nesta constelação destaca-se Arcturus, a quarta estrela mais brilhante do céu nocturno. Esta é uma estrela gigante alaranjada com 25,7 vezes o raio do Sol que, ao contrário deste, já terá esgotado todo o hidrogénio do seu núcleo.
Nesta região do firmamento encontramos outros objectos interessantes tais como Lambda Bootis, uma estrela com brilho variável e uma composição química peculiar (e por isso bastante estudada), e Épsilon Bootis um sistema estelar triplo. Este sistema estelar é composto por uma estrela amarela-alaranjada, outra azulada e ainda uma terceira estrela tão pouco brilhante que só é visível recorrendo a telescópios profissionais.
Durante a madrugada do dia 4 de Janeiro, a Terra atinge o seu periélio: o ponto da sua orbita mais próxima do Sol. Neste dia o planeta recebe mais 7% de energia do que fará no dia de maior afastamento do Sol (este ano a 3 de Julho).
No entanto tal diferença é pouco significativa em comparativamente à provocada pela variação da altura do Sol ao longo do ano, esta sim responsável pela existência de estações do ano.
Na noite de dia 5 Júpiter encontrar-se-á na direcção oposta à do Sol. Esta é dos períodos em que a Terra está mais perto de Júpiter. Igualmente por estes dias encontramos Júpiter totalmente iluminado e, tal como sucede na Lua Cheia, iremos vê-lo bem alto no céu por volta da meia-noite. Assim esta é uma das melhores ocasiões para se observar Júpiter e as suas Luas.
A Lua Nova marcou o primeiro dia deste mês de Janeiro e marca também o penúltimo. O quarto crescente tem lugar na madrugada de dia 8, com a Lua na constelação dos Peixes. Na madrugada de dia 16 de Janeiro ocorre a Lua Cheia, com esta junto à constelação do Caranguejo.
Já uma semana depois (dia 23) a Lua irá passar entre o planeta Marte e a estrela Espiga da constelação da Virgem. Finalmente na madrugada de dia 24 dá-se o quarto minguante. Dia 29 a Lua estará a 2 graus a sul do planeta Vénus que, por estes dias, se apresenta como estrela da manhã. Dois dias depois Mercúrio atinge o seu maior afastamento do Sol. Ao apresentar-se 18 graus a Leste do nosso astro rei ele será visível ao anoitecer.
Fernando J.G. Pinheiro (CGUC) - Ciência na Imprensa Regional / Ciência Viva
Este artigo foi igualmente publicado em wort.lu/pt
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