Foto: ESA |
"Olá, mundo!" escreveu a agência europeia no Twitter, a imitar o sinal enviado do espaço pela sonda, enquanto um vídeo colocado na internet mostrou os cientistas a festejar no centro de controlo da missão em Darmstadt, Alemanha, quando receberam sinal da sonda.
A Rosetta está a perseguir o cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko e quando o alcançar torna-se a primeira missão espacial e encontrar-se com um, a primeira a tentar aterrar na superfície de um cometa e a primeira a seguir um cometa quando este der a volta ao Sol, escreve a ESA em comunicado.
Desde que foi lançada em 2004, a Rosetta fez três aproximações à Terra e uma a Marte para ajudá-la a preparar o caminho com destino ao 67P/Churyumov-Gerasimenko, tendo encontrado os asteroides Steins e Lutetia pelo caminho.
Em Junho de 2011, a sonda, que funciona a energia solar, foi colocada em hibernação, já que se encontrava a cerca de 800 milhões de quilómetros do Sol, o que era demasiado longe para captar energia solar suficiente. Agora, a "apenas" 673 milhões de quilómetros do Sol, a sonda já tem energia suficiente para funcionar a 100%, pelo que o seu "despertador" interno a acordou hoje, quando se encontra a nove milhões de quilómetros do cometa que persegue, escreve a agência europeia.
Após aquecer os seus instrumentos de navegação, sair de uma rotação estabilizadora e acertar a sua antena principal com a Terra, a Rosetta enviou um sinal, que foi recebido na estação Goldstone da NASA na Califórnia às 19h18 (hora do Luxemburgo), durante a primeira janela de oportunidade que a sonda teve para comunicar com a Terra.
O sinal foi imediatamente confirmado pelo centro de operações da ESA em Darmstadt e a notícia divulgada através da conta @ESA_Rosetta, no Twitter. “Temos o nosso caça-cometas de volta", disse Alvaro Giménez, diretor de Ciência e Exploração Robótica da ESA, citado no comunicado da agência. “Com a Rosetta, vamos levar a exploração de cometas a um novo nível", acrescentou.
Rosetta deverá ajudar a responder a muitas perguntas
Os cometas são considerados os elementos primordiais do sistema solar e pensa-se que tenham ajudado a colocar água na Terra e talvez até os ingredientes da vida, mas muitas questões fundamentais sobre estes enigmáticos objetos permanecem um mistério. Com a Rosetta, os cientistas esperam responder a muitas dessas perguntas. "Todas as outras missões com cometas foram aproximações, com a captura de momentos fugidios na vida destas arcas do tesouro geladas", disse Matt Taylor, cientista no projeto Rosetta, da ESA. Com a Rosetta, acrescentou, será possível "seguir a evolução de um cometa numa base diária e durante um ano, o que dará uma visão única sobre o seu comportamento e, em última análise, poderá ajudar a decifrar o seu papel na formação do Sistema Solar".
Para já, a sonda será sujeita a verificações essenciais aos seus elementos, mas no próximo mês de Maio esperam-se as primeiras imagens do cometa 67P/Churyumov-Gerasimenko, embora nessa altura a sonda esteja ainda a dois milhões de quilómetros do alvo.
Rosetta encontra-se em Agosto de 2014 com o cometa
No final de Maio, o aparelho fará uma manobra fundamental para se alinhar com o local onde, em Agosto, se encontrará com o cometa.
A sonda Rosetta, que se assemelha a uma grande caixa negra, pesa três toneladas e está equipada com duas placas solares que podem rodar 180 graus, para conseguir captar a máxima energia.
A missão Rosetta custa mil milhões de euros.
(Um vídeo sobre a missão da sonda Rosetta)
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