Imagem: NASA WebSite - Credit: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/David Aguilar |
Esta nova mega-Terra, denominada Kepler 10c, pesa 17 vezes mais que o nosso planeta, e foi observada pela missão Kepler da Nasa, segundo especialistas reunidos no início deste mês de Junho em Boston no encontro da Sociedade Astronómica Americana (AAS, na sigla em inglês).
O Kepler 10c tem 29 mil quilómetros de largura, o equivalente a 2,3 vezes o tamanho da Terra.
"Ficamos supreendidos quando nos apercebemos do que tínhamos descoberto", disse o astrónomo Xavier Dumusque, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Até hoje, os cientistas não pensavam que um planeta rochoso pudesse ser tão grande.
"Este é o Godzilla das Terras!", disse o investigador Dimitar Sasselov, director do programa "Origens da Vida", da Universidade de Harvard. "Mas ao contrário do monstro do filme, Kepler-10c tem implicações positivas para a vida".
A missão Kepler, da Nasa, que procura exoplanetas, só consegue rastrear os planetas e classificá-los com base no número de vezes que passa diante da sua estrela. Isto não revela muito sobre a sua composição, ou seja, se são rochosos ou gasosos.
Foi um telescópio espacial, situado nas ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, que mediu a massa do Kepler-10c.
Por ser mais denso que o esperado, este exoplaneta abre uma nova classe de exoplanetas, as mega-Terras.
Kepler-10c orbita a sua estrela em 45 dias, o que sugere que talvez seja quente demais para abrigar vida.
O planeta situa-se num sistema planetário, onde também se encontra Kepler 10b, um planeta de lava que tem uma órbita de 20 horas.
O sistema planetário Kepler-10, que se formou há 3 mil milhões de anos depois do Big Bang, tem 11 mil milhões de anos.
Isso significa que, de alguma forma, o Universo foi capaz de formar rochas sólidas, mesmo quando elementos pesados como silício e ferro eram escassos.
"Descobrir Kepler-10c significa que os planetas rochosos podiam formar-se muito antes do que pensávamos. E se é possível fabricar rochas, é possível produzir a vida", disse Sasselov.
O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995. Desde então foram detectados quase 1.800 novos exoplanetas (em 1.092 sistemas planetários) e outros tantos estão por confirmar.
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