quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Japão lança sonda Hayabusa-2, com missão semelhante à sonda Rosetta

Foto: Jaxa
O lançador japonês H-IIA lançou esta quarta-feira (3 de Dezembro) a sonda Hayabusa-2, que deverá "acometar" em Maio-Junho de 2018 no asteróide 1999JU3 (do tipo C, ou seja, principalmente composto por carbono, como 75% dos asteróides descobertos), um corpo com menos de 1km de diâmetro.

O lançamento estava inicialmente previsto para 30 de Novembro, mas teve de ser adiado devido ao mau tempo. Finalmente, o atraso demorou apenas quatro dias e o H-IIA descolou esta quarta-feira às 13h22 locais (5h22 no Luxemburgo), desde a base de Tanegashima, no sul do Japão.

Um dos objectivos de Hayabusa-2 é recolher poeiras do subsolo do asteróide, contem carbono e água, bem como materiais orgânicos virgens (não afectados por uma exposição milenar ao vento solar e à radiação), semelhantes aos que se pensa existiam no sistema solar primitivo e contribuiram à formação dos planetas, explicaram os cientistas da agência espacial nipónica, Jaxa.

A missão deverá desenrolar-se em várias fases.

Primeiro, em 2015, a sonda deverá completar uma órbita em torno da Terra, de modo a ganhar velocidade, sendo depois projectada em direcção do asteróide.

Hayabusa-2 deverá chegar perto do asteróide em 2018. Durante seis meses, a sonda vai observar o corpo celeste. Depois, está programada para enviar três rovers à superfície do corpo, semelhantes ao Philae, da missão Rosetta, mas mais pequenos, pesando cerca de 1,5kg cada um, equipados com câmaras e termómetros.

H2 vai também enviar o robot Mascot, desenvolvido pelas agências espaciais francesa e alemã, que se movimenta por pequenos saltos e que vai efectuar experiências científicas durante 12 horas.

Finalmente, a Jaxa prevê lançar um aparelho de 2 kg que deverá explodir na superfície do asteróide, de modo a formar um cratera. Nesse momento, Hayabusa-2 deverá colocar-se atrás do asteróide, para se proteger da explosão. Depois disso, a sonda está programada para aterrar três vezes no asteróide e recolher os materiais e poeiras do subsolo do corpo celeste.

A Hayabusa-2 é semelhante à sua predecessora Hayabusa-1, lançada em 2003 em direcção do asteróide Itokawa (ao qual chegou em 2010), mas conta com uma tecnologia mais avançada, graças às lições aprendidas com as avarias técnicas da primeira sonda.

A missão Hayabusa-2 deverá durar seis anos, estando previsto que a sonda regresse à Terra em 2020, com as amostras dos materiais recolhidos.

Fonte: Jaxa
O lançamento da sonda nipónica, acontece poucas semanas depois da histórica primeira "acometagem" do robot Philae da sonda europeia Rosetta no cometa "Chury", a mais de 500 milhões de quilómetros da Terra.

Um vídeo sobre a missão Hayabusa-2

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