domingo, 29 de junho de 2014

DD - Documentários ao Domingo: Carl Sagan, Stephen Hawking e Arthur C. Clarke conversam sobre "Deus, o Universo e tudo o resto"

Um programa de televisão em 1988 conseguiu juntar três das maiores mentes científicas do planeta no final do século XX: Stephen Hawking (físico teórico e cosmologista), Carl Sagan (astrónomo, astrofísico e cosmologista) e o romancista Arthur C. Clarke.

Os três conversam sobre a grande teoria unificadora, o big bang, o conceito de tempo, buracos negros, vida extraterrestre, Marte e até a existência de Deus.

O programa tem o título sugestivo de "Deus, o Universo e tudo o resto". Vale a pena rever. Um momento único.

 

terça-feira, 24 de junho de 2014

Cientistas dizem que elevador espacial é possível e deve substituir foguetões


A ideia não é nova, mas é cada vez mais levada a sério pelos cientistas. Para a Academia Internacional de Astronáutica, a construção de um elevador espacial é não só possível como vai fazer parecer os foguetões lançadores como coisas do passado.

É a conclusão de um impressionante e detalhado relatório de 300 páginas publicado em Fevereiro de 2014 por aquele organismo, que se propôs analisar as possibilidades técnicas, tecnológicas, orçamentais e até a viabilidade comercial de um tal projecto.

À primeira vista, um elevador espacial parece ser coisa de um romance de ficção científica, mas os cientistas afirmam que não, e que é algo perfeitamente possível e até uma melhor solução do que através de foguetões.

Foguetões são demasiado caros e obrigaram "nações espaciais" a cortar nas despesas

Lançar foguetões para o espaço é não só muito dispendioso (os lançamentos do Space Shuttle custavam cerca de 500 milhões de dólares) como a maior parte do lançador - 80% - é dedicado aos depósitos para o combustível, 14% para o resto da estrutura, e apenas 6% para a carga útil, incluindo a tripulação.

Além disso, os foguetões poluem, gastam muito em combustível e destinam-se a ser largados para ser destruídos na atmosfera, rico em desperdício e gastos.

A vantagem do elevador espacial é que um veiculo (eléctrico, robótico e/ou em piloto automático) poderá correr um cabo desde a base ao topo de uma torre situada no espaço, sem restrições de tamanho ou peso para a carga útil, com gastos de energia e um orçamento muito mais baixos.

Outra das vantagens deste tipo de transporte é que vai ser possível enviar uma tripulação muito maior do que nos foguetões convencionais até à órbita da Terra.

Esta invenção vai poder até relançar a corrida ao espaço, que tem sofrido dos cortes orçamentais em muitas das "nações espaciais", pode ler-se no relatório.

África sem fios graças a um elevador espacial-central de energia solar

O elevador espacial poderia funcionar à base de energia solar, captada no topo da torre, com uma exposição priviligiada e prolongada aos raios solares. E poderia até fornecer energia solar para a Terra.

No relatório, os cientistas aventam até a hipótese de o elevador fornecer África, ou as zonas rurais de países como a Índia ou a China, em electricidade à base de energia solar, poupando essas regiões de queimar combustíveis fósseis e poluentes e evitando-lhes o emaranhado de fios e postos eléctricos que desfiguraram os países ditos civilizados no século XX.

O relatório sugere até que a evacuação de lixo nuclear para a órbita solar se possa fazer através desse tipo de elevadores (no plural).

O elevador deverá ser construído no equador da Terra e elevar-se até a uma altura de 35 km (órbita geoestacionária) ou 99 km. No topo deverá ser construído um contra-peso geoestacionário (uma torre) que fará com que o cabo fique estabilizado sempre no mesmo ponto acima do Equador enquanto o planeta gira.

A ideia: De Tsiolkovsky a Arthur C. Clarke


O primeiro a ter a ideia foi o cientistas russo Konstantin Tsiolkovsky em 1895, inspirado pela edificação recente da Torre Eiffel, na Exposição Universal de Paris.

Tsiolkovsky considerou que uma torre similar poderia ser construída até à órbita geoestacionária da Terra, a 35 km de altura. Em 1959, um outro russo, Yuri N. Artsutanov voltou a pegar na ideia e sugeriu um cabo em vez de uma torre. A ideia viria a ser ridicularizada na revista americana New Scientist, em 1964. Mas menos de dois anos depois, foi a vez de quatro engenheiros americanos - Isaacs, Vine, Bradner e Bachus -, reinventarem o conceito, a que deram o nome de "Sky-Hook," projecto divulgado na revista "Science". Em 1975, Jerome Pearson sugeriu que o cabo deveria estender-se até à altitude de 144 km (a meio caminho da Lua) por forma a que o veículo que subisse e descesse o cabo deixasse de sofrer da força de atracção terrestre.

Mas quem realmente popularizou a ideia junto do grande público foi o romancista Arthur C. Clarke no seu romance "The Fountains of Paradise", em 1979. Uma ideia que, na altura, ninguém levou a sério. Quase 25 anos depois, em 2003, Clarke [que morreu em 2008] terá declarado: "Quando pararem de rir da ideia, levará apenas dez anos até construirem o elevador espacial... e já pararam de rir"

Nasa pensa no projecto desde o ano 2000

O primeiro relatório da Nasa sobre a possibilidade de construir um elevador espacial saiu em Agosto de 2000 e avançava que os progressos tecnológicos feitos na área da nanotecnologia eram promissores e poderiam ser utilizados nesta estrutura.

Na última década e meia, tanto a Nasa como a ESA tèm lançado vários concursos para apurar os melhores projectos de elevadores espaciais.

O relatório 2014 da Academia Internacional de Astronáutica preconiza que o elevador seja construído com nano-tubos em carbono, boron ou mesmo em nitrito por forma a que o material de construção seja super-resistente, ultra-leve e muito flexível, por forma a poder aguentar um cabo de 99 km de comprimento em contacto com uma estrutura em posição geoestacionária.

O relatório salienta que um material nano-tecnológico conveniente à construção do elevador espacial pode estar pronto no fim desta década.

domingo, 22 de junho de 2014

DD - Documentários ao Domingo: A primeira viagem de uma tripulação humana pelo sistema solar (parte 2)

A BBC exibiu em 2004 o documentário "Space Odyssey - Voyage to the Planets", muito interessante e que vale a pena ver ou rever.

O documentário ficcionado imaginava, com base em factos científicos e tecnologia actual ou por conceber a breve prazo, como será a primeira viagem de uma tripulação humana, numa nave chamada Pegasus, até aos outros planetas do sistema solar num futuro próximo, os primeiros passos da exploração do universo e a procura de vida extraterrestre.

Na série de ficção "Defying Gravity" (2009), exibida pelo canal de televisão americano ABC, uma tripulação humana faz uma viagem semelhante, mas a bordo de uma nave chamada Antares, à procura de objectos supostamente extraterrestres em diferentes planetas do nosso sistema solar. A história prometia, mas a série foi interrompida após 13 episódios.

Um documentário em duas partes (+- 100 minutos) cujo segundo e último episódio apresentamos hoje.

 

sexta-feira, 20 de junho de 2014

Viagem vertiginosa do extremamento pequeno ao extremamente grande

Um internauta conseguiu a proeza de realizar um vídeo, onde mostra uma viagem desde o extremamente pequeno - o comprimento de Planck - até ao extremamente grande - a maior estrutura conhecida no Universo, comparando-os em tamanho.

O vídeo foi publicado em 2012. Nessa altura, o maior objecto conhecido do Universo visível era o Grande Muro de Sloan, um "muro" de galáxias (descoberto em 2003) com 1,37 mil milhões de anos-luz de comprimento (comparativamente, a nossa galáxia tem cerca de 100 mil anos-luz de diâmetro).

Em Janeiro de 2013, os astrónomos descobriram o Grande Grupo de Quasares (Large Quasar Group, Huge-LQG ou U1.27), constituído por 73 quasares, que medem 4 mil milhões de anos-luz de diâmetro.

Uma viagem vertiginosa que parte além do "inframundo" das partículas, mostra o tamanho dos maiores animais e estruturas do nosso planeta, compara a Terra com outros planetas, a nossa estrela com outras estrelas, a nossa galáxia com os enxames e grupos de galáxias.

(royalty free)

terça-feira, 17 de junho de 2014

Nasa lança concurso de ideias para explorar uma lua de Júpiter, Europa

Europa Foto: Nasa/Galileo
Depois da detecção de geisers de água de 200 km de altura na superfície de uma lua de Júpiter, Europa, que pode também ter um oceano sob uma camada de gelo, os cientistas relançaram o seu interesse em conhecer melhor aquele astro.

A agência espacial europeia ESA vai enviar a sonda Juice nos anos 2030, mas a Nasa prevê uma missão antes disso.

A missão até já tem nome: Missão Clipper. O que falta são ideias para que a missão seja financeiramente possível. O concurso de ideias destina-se à comunidade de cientistas e de engenheiros aeroespaciais, que deverão ter em conta alguns critérios: o orçamento da missão não pode ultrapassar mil milhões de dólares, sem contar o custo do lançador, e deverá responder ao maior número de prioridades científicas (recomendadas pelo relatório 2011 sobre exploração robótica do sistema solar, elaborado pela administração norte-americana).

"Fora da Terra, [a lua] Europa é o lugar do nosso sistema solar com a maior probabilidade de encontrar vida, e deveríamos explorá-la", tinha já afirmado Robert Pappalardo, cientista responsável do Jet Propulsion Laboratory (JPL) da agência espacial americana Nasa, em Fevereiro de 2013.

"Europa é coberta por uma camada de gelo relativamente fina, possui um oceano (líquido sob o gelo) em contacto com rochas no fundo, é geologicamente activa e bombardeada por radiações que criam oxidantes e formam, ao se misturar com a água, uma energia ideal para a vida", explicou na altura.

A missão Clipper substituiu um anterior projecto para explorar Europa considerado demasiado dispendioso. Clipper tem custos de 2 mil milhões de dólares, mas ainda assim este orçamento revelou-se demasiado alto para a Nasa, devido aos cortes orçamentais que a agência espacial americana sofreu.

A missão Clipper prevê colocar uma na órbita de Júpiter e realizar vários vôos de aproximação à lua, seguindo o exemplo da sonda Cassini, em Titan, uma lua de Saturno.

Se for aprovado, a missão "Clipper" pode ser lançada em 2021 e demoraria de três a seis anos para chegar à lua Europa.

Novo robot da Nasa em Marte em 2020

Em comparação, são necessários apenas seis meses para se chegar a Marte. Apesar dos cortes orçamentais, a Nasa vai enviar um novo robot para Marte em 2020, seguindo o exemplo do Curiosity, projecto orçado em 2,5 mil milhões de dólares. Tendo chegado ao planeta vermelho em Agosto de 2012, o Curiosity tem como objectivo determinar se Marte pode ter desenvolvido alguma forma de vida.

De acordo com os projectos actuais de exploração robótica da Nasa, os Estados Unidos não deverão voltar a enviar sondas à parte mais longínqua do sistema solar após a chegada da sonda Juno à órbita de Júpiter em 2016, programada para se despenhar no planeta um ano mais tarde.

Por outro lado, a Nasa pode participar na missão da ESA a Júpiter e às suas luas, baptizada de "Jupiter Icy Moon Explorer" (JUICE), com previsão de chegada para 2030.

Enceladus pode também abrigar vida
Enceladus Foto: Nasa/Cassini


"Uma das perguntas fundamentais é saber se existe vida fora do sistema solar", disse ainda Pappalardo.

Enquanto Marte pode ter sido habitada há milhões de anos, Europa pode ser propícia à vida neste momento, insistiu o cientista.

"Se Europa é o melhor lugar do sistema solar para abrigar vida depois da Terra, Enceladus, uma lua de Saturno, também tem essa possibilidade", salientou, nessa mesma ocasião, Amanda Hendrix, do Instituto de ciência planetária de Tucson.

Enceladus conta com "um mar e um oceano de água líquida sob uma camada de gelo e é geologicamente activa com uma fonte de calor no pólo sul, além de um géiser que emite partículas de água", explicou Hendrix. Europa foi observada de perto pela primeira vez pelas sondas americanas Voyager em 1979 e Galileo nos anos 1990.

domingo, 15 de junho de 2014

DD - Documentários ao Domingo: A primeira viagem de uma tripulação humana pelo sistema solar (parte 1)

A BBC exibiu em 2004 o documentário ficcionado "Space Odyssey - Voyage to the Planets", muito interessante e que vale a pena ver ou rever.

O documentário ficcionado imaginava, com base em factos científicos e tecnologia actual ou por conceber a breve prazo, como será a primeira viagem de uma tripulação humana, numa nave chamada Pegasus, até aos outros planetas do sistema solar num futuro próximo, os primeiros passos da exploração do universo e a procura de vida extraterrestre.

Na série de ficção "Defying Gravity" (2009), exibida pelo canal de televisão americano ABC, uma tripulação humana faz uma viagem semelhante, mas a bordo de uma nave chamada Antares, à procura de objectos supostamente extraterrestres em diferentes planetas do nosso sistema solar. A história prometia, mas a série foi interrompida após 13 episódios.

Um documentário em duas partes (+- 100 minutos), cuja primeiro episódio apresentamos hoje.


quinta-feira, 12 de junho de 2014

Estudante cria animação que mostra 1774 exoplanetas, as suas órbitas e estrelas



Tom Hands, um estudante inglês da Universidade de Leicester, criou uma animação em computador que permite viajar pelos sistemas estelares que incluem os exoplanetas conhecidos até hoje.

A viagem leva-nos por 1774 exoplanetas em 1084 sistemas diferentes.

Tom Hands publicou a animação no Youtube em Abril.

Hands explica que criou a animação com base no "Open Exoplanet Catalogue" e que incluiu apenas os sistemas estelares que contam apenas uma estrela, para facilitar a animação. Assim, por exemplo, o sistema triplo de Alfa do Centauro não aparece nesta animação, apesar de ser o vizinho mais próximo do nosso sistema solar.

Cada sistema planetário está representado com a sua estrela e as órbitas dos seus planetas. Uma das curiosidades mais interessantes de ver nesta animação são as velocidades diferentes a que cada planeta orbita a sua estrela. Alguns exoplanetas demoram horas a orbitar a sua estrela, outros demoram dias, meses, anos e outros ainda levam várias centenas de anos.

Nada de novo, já que no nosso sistema solar, a Terra orbita o Sol em 365 dias, Mercúrio em 88 dias e Plutão em 248,1 anos. O interessante é comparar essas diferentes velocidades na mesma animação.

A viagem mostra os sistemas estelares com as maiores órbitas até aos sistemas com as órbitas mais pequenas.

São três minutos e uma viagem alucinante e pedagógica. Se a animação incluisse música poderia ser um pouco mais lúdica.


terça-feira, 10 de junho de 2014

Em plena guerra civil, governo sírio anuncia criação de agência espacial

Foto: Nasa
A Síria, que vive o seu quarto ano de guerra civil, decidiu lançar uma agência espacial para efectuar investigações científicas, informou recentemente o órgão oficial de notícias Sana.

O governo sírio aprovou o projecto de criar esse organismo para "utilizar tecnologias espaciais em operações de exploração e de observação da Terra e para servir ao desenvolvimento".

Desde o início da guerra civil no país, em meados de Março de 2011, cerca de 150 mil pessoas morreram, de acordo com uma ONG síria. Ainda segundo a ONU, cerca da metade da população teve de abandonar as suas casas.

domingo, 8 de junho de 2014

DD - Documentários ao Domingo: Viagem a Pandora, entre a realidade e a ficção

Um documentário assaz interessante, que revisita a viagem interestelar dos humanos até à lua Pandora, que orbita um planeta gigante gasoso Polyphemus, retratada no filme "Avatar" de James Cameron. Na realidade, tanto a lua como o planeta são fictícios, mas inspiram-se num sistema estelar vizinho do nosso, o sistema estelar triplo do Centauro, composto pelas estrelas Próxima do Centauro (Alfa do Centauro C), Alfa do Centauro A e B. Estas são as três estrelas mais próximas do nosso Sol, a aproximadamente 4,5 anos-luz da Terra.

O documentário faz a parte das coisas, entre a realidade científica actual e a ficção científica.

 

sexta-feira, 6 de junho de 2014

A expansão do Universo resumida em seis minutos

Cientistas e astrónomos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) criaram recentemente uma simulação 3D que mostra como terá sido criado o Universo e a sua evolução cósmica. O projecto foi baptizado "Illustris".

A animação resume em seis minutos um período de cerca de 13, 5 mil milhões de anos.

O modelo de Universo evolui num cubo virtual com 350 milhões de anos-luz quadrados e retrata um período que se estende desde 600 milhões de anos depois do Big Bang (o período da reionização do universo primevo, por assim dizer) até aos dias de hoje.

A animação revela a primeira aglomeração de matéria, as primeiras nebulosas, o surgimento das primeiras estrelas e galáxias e mostra depois a evolução de 50 mil galáxias, incluindo a nossa.

O trabalho necessitou cinco anos de trabalho, três meses de compilação de dados, 8 mil processadores informáticos, o equivalente a 2 mil anos de tempo de processamento num computador clássico, e representa meio-petabyte (10 à potência 15) de informação.

O resultado final mostra um Universo onde se vê a emergência das estrelas e galáxias, mas também a influência da matéria negra na expansão do cosmos.


quinta-feira, 5 de junho de 2014

Descoberta de mega-Terra Kepler-10c obriga cientistas a criar nova classe de exoplanetas

Imagem: NASA WebSite - Credit: Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics/David Aguilar 
Astrónomos descobriram o "Godzilla" de todos os exoplanetas, um enorme planeta rochoso, que orbita uma anã amarela a 560 anos-luz do nosso, na constelação do Dragão, e que está a obrigar os cientistas a olhar de forma diferente sobre o que pensavam saber sobre as origens do Universo.

Esta nova mega-Terra, denominada Kepler 10c, pesa 17 vezes mais que o nosso planeta, e foi observada pela missão Kepler da Nasa, segundo especialistas reunidos no início deste mês de Junho em Boston no encontro da Sociedade Astronómica Americana (AAS, na sigla em inglês).

O Kepler 10c tem 29 mil quilómetros de largura, o equivalente a 2,3 vezes o tamanho da Terra.

"Ficamos supreendidos quando nos apercebemos do que tínhamos descoberto", disse o astrónomo Xavier Dumusque, do Centro Harvard-Smithsonian de Astrofísica. Até hoje, os cientistas não pensavam que um planeta rochoso pudesse ser tão grande.

"Este é o Godzilla das Terras!", disse o investigador Dimitar Sasselov, director do programa "Origens da Vida", da Universidade de Harvard. "Mas ao contrário do monstro do filme, Kepler-10c tem implicações positivas para a vida".

A missão Kepler, da Nasa, que procura exoplanetas, só consegue rastrear os planetas e classificá-los com base no número de vezes que passa diante da sua estrela. Isto não revela muito sobre a sua composição, ou seja, se são rochosos ou gasosos.

Foi um telescópio espacial, situado nas ilhas Canárias, no Oceano Atlântico, que mediu a massa do Kepler-10c.

Por ser mais denso que o esperado, este exoplaneta abre uma nova classe de exoplanetas, as mega-Terras.

Kepler-10c orbita a sua estrela em 45 dias, o que sugere que talvez seja quente demais para abrigar vida.

O planeta situa-se num sistema planetário, onde também se encontra Kepler 10b, um planeta de lava que tem uma órbita de 20 horas.

O sistema planetário Kepler-10, que se formou há 3 mil milhões de anos depois do Big Bang, tem 11 mil milhões de anos.

Isso significa que, de alguma forma, o Universo foi capaz de formar rochas sólidas, mesmo quando elementos pesados como silício e ferro eram escassos.

"Descobrir Kepler-10c significa que os planetas rochosos podiam formar-se muito antes do que pensávamos. E se é possível fabricar rochas, é possível produzir a vida", disse Sasselov.

O primeiro exoplaneta foi descoberto em 1995. Desde então foram detectados quase 1.800 novos exoplanetas (em 1.092 sistemas planetários) e outros tantos estão por confirmar.

quarta-feira, 4 de junho de 2014

O céu do mês de Junho


Neste mês de Junho despedimo-nos do planeta Júpiter, pois a “super-estrela” que nos acompanhou nos últimos meses, está cada vez mais próxima do Sol. No início do mês ainda se vê, mesmo ao pôr-do-Sol, mas a partir do meio do mês, já estará demasiado próximo da nossa estrela.

De madrugada, continuaremos a poder ver a “estrela da manhã”, o planeta Vénus, que nasce por volta das 4h30. Este está visível durante cerca de hora e meia, já que o Sol nasce por volta das 6h da manhã.

Quanto à Lua, está em quarto crescente a 5 de Junho, e a apenas 2 graus do planeta Marte, no dia 8. Marte distingue-se de uma estrela vulgar pela sua tonalidade alaranjada. Dois dias depois, a Lua passa a apenas 2 graus de Saturno, no dia 13 o nosso satélite atinge a fase de Lua Cheia e no dia 19, o quarto minguante.

O dia 21 é dia de Solstício de Verão, que este ano ocorre às 11h51 da manhã (+1 hora no Luxemburgo).

Esta é a altura em que o Sol atinge o ponto mais a Norte do Equador Celeste e ao meio-dia solar estará no ponto mais alto no céu de todo o ano. É por isso o dia mais longo (durará mais de 14h na Madeira e chegará às 15h no Norte de Portugal Continental) e a noite mais curta do ano.

Este Solstício marca o início do Verão no hemisfério Norte e Inverno no hemisfério Sul. Esta estação irá durar cerca de 94 dias, até ao Equinócio (que para nós será de Outono), que ocorre às 03h29 do dia 23 de Setembro de 2014.

Dia 24 a Lua passa a 4 graus de Vénus e quase a acabar o mês, no dia 27 estará em fase de Lua Nova. Boas observações. Ricardo Cardoso Reis (CAUP) Figura 1: O céu a Sul, no dia 21 de junho, com a estrela Espiga acompanhada de Marte de um lado, e Saturno do outro.

Imagem: Stellarium/Ricardo Cardoso Reis
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terça-feira, 3 de junho de 2014

Se outro planeta estivesse no lugar da Lua

Um internauta divertiu-se num exercício interessante que mostra de forma expressiva como seriam vísiveis da Terra outros planetas do sistema solar, se estivessem à mesma distância da nossa Lua.

Por ordem, vão aparecer Marte, Vénus, Neptuno, Urano, Júpiter e Saturno (Mercúrio foi deixado de lado já que é pouco maior que a Lua, explica o autor). Todos os planetas estão na escala correcta, calculada à distância em que a Lua está da Terra.